03/06/2012

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MIRANDA DO DOURO
DISTRITO DE BRAGANÇA


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 Miranda do Douro (em mirandês Miranda de l Douro) é uma cidade portuguesa, pertencente ao Distrito de Bragança, Região Norte e sub-região do Alto Trás-os-Montes, Terra de Miranda, com cerca de 2 200 habitantes. 

É sede de um município com 488,36 km² de área e 7 482 habitantes (2011)[1], subdividido em 17 freguesias. O município é limitado a nordeste e sueste pela Espanha, a sudoeste pelo município de Mogadouro e a noroeste por Vimioso. Nesta região, além do português, fala-se sua própria língua: a língua mirandesa. 

 A “Cidade Museu” de Trás-os-Montes encontra-se a 86 km da capital do distrito e mantém a sua traça medieval e renascentista.O clima do concelho é de tal forma áspero, que é comum dizer-se que “Em Miranda há nove meses de Inverno e três de Inferno”. Os de Inferno são de Verão quentes e secos e os de Inverno são rigorosos, com frequentes nevões. 

O CLIMA 
Miranda do Douro situa-se geograficamente no Nordeste Transmontano de Portugal, na margem Muralha Poentedireita do rio Douro, aproximadamente à latitude 41º 30'N e longitude 6º 17'O. Devido à sua situação geográfica, o clima desta região é muito particular, por isso os Mirandeses caracterizam-no citando um sábio provérbio popular “ Em Miranda há nove meses de Inverno e três de Inferno”. 
O Inverno em Miranda é frio, sendo a temperatura mínima média do mês mais frio de 2º e há 30 dias/ano em média em que a temperatura atinge os 0º C e por vezes até graus negativos. Por sua vez, o Verão é totalmente oposto ao Inverno: quente, seco e sendo a temperatura máxima média do mês mais quente 32º C.

O RELEVO 
O relevo do concelho de Miranda do Douro reflecte bastante a dureza do trabalho e das principais actividades económicas das quais depende a sua população, mas contrasta com a amabilidade do seu povo. 
Assim, caracterizamos a sua morfologia pela erosão pliocénica da meseta norte inferior e pela existência de cristas quartzíticas no extremo norte e perto da fronteira, que os agentes erosivos não conseguiram destruir devido à sua dureza. Os solos são constituídos principalmente por xistos e em alguns casos por granitos. Miranda também se caracteriza pelas suas arribas altas, encaixadas e de difícil acesso, que favorece a predominância de certas espécies que de outra forma estariam extintas.

HISTÓRIA 
Miranda do Douro, sede do concelho, está situada num espigão que domina a pique a margem direita do rio Douro, no troço internacional que separa a província Portuguesa de Trás-os-Montes da província espanhola de Castilla y León. A Vila de Miranda surgiu com o Rei D. Dinis que existia sobre as arribas do Douro e era banhado pelos rios Douro e Fresno. 
 É aquando do Tratado de Alcanices – celebrado entre D. Dinis, rei de Portugal, e Fernando IV, de Leão e Castela, que temos de fazer a leitura histórica da fundação da Vila de Miranda em 18 de Dezembro de 1286, elevando-a à categoria de vila e aumentando-lhe os privilégios antigos. Um dos privilégios deste foral era Miranda nunca sair da coroa. A partir desta altura, Miranda torna-se progressivamente na mais importante das vilas cercadas de Trás-os-Montes. Em 10 de Julho de 1545, D. João III eleva Miranda do Douro à categoria de cidade, passando a ser a primeira diocese de Trás-os-Montes (por bula do Papa Paulo III de 22 de Maio de 1545) que amputava a arquidiocese de Braga da maior parte do território transmontano.
Assim, Miranda ficou a ser a capital de Trás-os-Montes, sede do bispado, residência do bispo, cónegos e mais autoridades eclesiásticas bem como, militares e civis. Em 1762, no contexto da Guerra dos sete anos, o exército de Eduardo III invade Trás-os-Montes. 
O Paiol, com cerca de 500 barris de pólvora, foi atingido por um tiro de canhão, fazendo ir pelos ares as quatro torres do castelo e os bairros periféricos. Aproximadamente um terço da população da cidade - cerca de 400 pessoas – pereceram perante esta catástrofe, levando assim à ruína religiosa, demográfica e urbana de Miranda. 
Quase dois anos depois, em 1764 D. Frei Aleixo Miranda Henriques (23º bispo) abandona Miranda, trocando-a por Bragança, que passava a ser outra sede episcopal definitiva e única a partir de 1680. Duzentos anos depois, graças à construção das barragens de Picote e Miranda, o concelho assumiu-se como uma região em franco desenvolvimento e a cidade, mercê da perfeita harmonia entre o passado e o presente é, hoje, um verdadeiro museu vivo. A cidade vive de numerosos comércios (têxteis, calçado e ourivesaria) destinados aos vizinhos espanhóis, que atravessam a fronteira para fazer as suas compras. 
 Por isso, o concelho de Miranda do Douro é detentor de um vasto, diversificado e valioso património cultural e arquitectónico espalhado pelas suas freguesias, que continuam a preservar e divulgar parte da sua cultura por meio das suas peças manufacturadas como as Colchas feitas nos teares tradicionais, os tecidos de Saragoça e Buréis, os Bordados, Gaitas de Foles, Flautas, Castanholas e Rocas.

CULTURA

O IMAGINÁRIO DUM POVO 
Consideradas fruto de uma mistura entre factos verídicos, com a superstição e imaginário popular, as lendas fazem parte das histórias de cada região. 
 Muitas são as lendas, histórias e milagres que se relatam na nossa região. Muitas representam partes da nossa história, outras são relatos de situações que deram o nome a terras ou simplesmente tentam passar uma moral. Deixamos-lhe aqui um pouco do imaginário colectivo das nossas gentes... Era uma vez... histórias e lendas que se foram transmitindo de geração em geração. 

- Lenda da Moura 
- Lenda do Naso 
- O caso da Lagoa 
- Menino Jesus da Cartolinha 
- Senhora do Monte 
- Senhora do Picão 
- A velha 
- O carocho e a velha 

* Pode ler o texto de cada história ou lenda no site do município.

A LÍNGUA MIRANDESA 
Quem cruzar as ruas de Miranda do Douro, na expectativa de ouvir falar mirandês, poderá não o encontrar com muita facilidade. 
Com efeito, há cerca de quatro séculos que esta língua terá deixado de se falar na cidade, tornada episcopal em 1545 e alguns antes elevada a sede de comarca, sofrendo, por isso, um forte crescimento económico e demográfico, o que terá contribuído decisivamente para a substituição do mirandês pelo português. Assim, o mirandês viu-se acantonado nos pequenos centros, sendo aí que mais se pode ouvir esta língua, filha do latim e moldada pelas gerações que há muitos séculos habitam o extremo sul do vasto território onde se falou o asturo-leonês. Por outro lado, os seus falantes, cujo número rigoroso é difícil de determinar, sempre se habituaram a falar "grave" (nome dado ao português) na presença de forasteiros, reservando o mirandês para situações mais intimistas. Mas o mirandês está a regressar serenamente à cidade. 
Trazido pelos habitantes das aldeias que vão abandonando os pequenos centros rurais e utilizado, ainda que ao abrigo dos sobranceiros ouvidos citadinos, em situações comunicativas diversas. Por outro lado, é a cidade que agora se orgulha de ostentar a toponímia em mirandês, colocando igualmente painéis informativos, diante dos seus monumentos mais emblemáticos, na língua que é também sua. O falar mirandês cresceu com a Terra de Miranda, herdeira das antigas divisões administrativas leonesas. Contudo, nas entranhas dos seus castros, dispostos sobranceiramente sobre as escarpas do Douro, há vestígios arqueológicos, históricos e, naturalmente, linguísticos, de outros povos pré-romanos que habitaram a região. 

Gentílico mirandês
Área 488,36 km²
População 7 482 hab. (2011[1])
Densidade populacional 15,32 hab./km²
N.º de freguesias 17
Presidente da
Câmara Municipal
Não disponível
Fundação do município
(ou foral)
1136
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Alto Trás-os-Montes
Distrito Bragança
Antiga província Trás-os-Montes
e Alto Douro
Orago Santa Maria Maior
Feriado municipal 10 de Julho
Código postal 5210
Endereço dos
Paços do Concelho
Não disponível
Sítio oficial www.cm-mdouro.pt
Endereço de
correio electrónico
Não

Lavradores, boieiros e pastores calcorrearam as arribas do Douro deixando na toponímia, nas expressões telúricas e metafóricas com que baptizaram as terras e as entranhas das fragas, as marcas indeléveis da sua passagem. Topónimos como Ourrieta, que significa concha de terra arável na montanha; Mamolas e Marmolinas, do megalítico; Castro e Castralhouço, da cultura dos castros; Canhada e Cardeinhas, nomes proto-históricos; Fraga de Proba Moços e Faia la Moça, que nos lembram antigas histórias e ritos; Rodielha e Carril Mourisco, nomes de antigas estradas romanas; assim como outras raízes ou elementos lexicais, atestam e confirmam os traços históricos dos povos que aqui viveram e mourejaram. 

Esta civilização agro-pastoril, com fortes marcas comunitárias, tem-se mantido até quase aos nossos dias. E nem as falésias do Douro representaram um obstáculo intransponível para as gerações de trabalhadores, contrabandistas e aventureiros que calcorrearam as fronteiras rumo ao nascente, prolongando os laços seculares que nos unem às vizinhas regiões de Saiago e de Aliste. O mirandês viveu, durante séculos, no seu estado natural, a fala. Embora as primeiras formas escritas se encontrem em documentos datados do século XII, só em finais do século XIX, pelas mãos de José Leite de Vasconcelos, a língua mirandesa viu a primeira tentativa de a fixar por escrito. 

No século XX encontramos muitos nomes que, à luz do filólogo, procuraram dar continuidade a esse trabalho de fixação do mirandês. Assinalem-se, sem pretensões de exaustão, os trabalhos de tradução realizados pelo Abade Manuel Sardinha, pelo Padre Francisco Meirinhos, assim como Bernardo Fernandes Monteiro. Para além destes, há que referir os nomes de autores e contadores mirandeses ou da região, como Bazílio Rodrigues, Francisco Rodrigues Brandão, Francisco Reis Domingues, Trindade Coelho que no teatro, na poesia, nas crónicas, foram dando forma a muitos textos que hoje fazem parte do património escrito da língua mirandesa. O mirandês interessou também muitos investigadores portugueses e estrangeiros. Na continuidade do já referido Leite de Vasconcelos cuja obra, Estudos de Filologia Mirandesa, publicada em dois volumes em 1900 e 1901, continua a ser uma referência para o estudo desta língua, há que referir outros nomes como Menéndez Pidal, Herculano de Carvalho, Leif SletsjØe, assim como Erik Staaff, cujos trabalhos são fundamentais para quem pretenda iniciar uma investigação sobre este idioma. 
Mas o século XX assistiu, sobretudo, ao trabalho extraordinário do vulto maior da língua e cultura mirandesas: António Maria Mourinho. 
Nas suas múltiplas facetas, de historiador, antropólogo e linguista, este investigador deu corpo a um vasto património – que hoje faz parte do Centro de Estudos com o seu nome, sedeado na Biblioteca Municipal – onde se procura estudar e dar continuidade ao seu trabalho em prol da língua e da cultura mirandesas. Para o último quartel do século XX, estavam reservadas as mudanças mais importantes na história da língua mirandesa. 
Entre outras, assinalamos a introdução no ensino (desde o ano lectivo 1987/88); a elaboração de uma norma escrita (a Convenção Ortográfica foi publicada em 1999); o reconhecimento político (através da Lei 7/99, de 29 de Janeiro, sem esquecer o Despacho Normativo n.º 35/99, de 5 de Julho de 1999 que regulamenta o direito à aprendizagem do mirandês); e os estudos científicos sobre a língua, quer em pequenos artigos quer nas teses universitárias que se têm produzido (nomeadamente na Universidade do Minho, Coimbra, Toulouse – Le Mirail e Salamanca), e a edição do Pequeno Vocabulário Mirandês - Português da autoria do Padre Moisés Pires. 

Estes factores terão contribuído, cada um à sua maneira, para a emergência de um renovado interesse pela língua e pela cultura mirandesas, cujas faces mais visíveis são também o nascimento de uma literatura em mirandês, a colocação de toponímia em quase todas as localidades linguisticamente mirandesas, o aparecimento em diversos órgãos de comunicação social, assim como de um prolífico conjunto de textos de dimensão realmente inusitada. O mirandês interessa, em primeiro lugar, aos seus falantes, nomeadamente pelo valor simbólico de afirmação identitária, sendo inegável que a prática de uma língua local favorece também o desenvolvimento intelectual e a abertura para outras culturas. 
 Por isso, o domínio da língua mirandesa tem ainda mais importância se considerarmos que a mesma constitui uma chave de acesso ao património comum das culturas que se exprimem através das línguas românicas, assim como o conhecimento destas culturas permite enriquecer a aprendizagem e o domínio da língua mirandesa. Importa assim reconhecer a língua e a cultura mirandesa não como um obstáculo à circulação da informação e das ideias, mas antes afirmar as vantagens que ela traz na abertura a uma dimensão regional da modernidade. 
Assim, se o futuro da língua mirandesa depende, em primeiro lugar, dos seus falantes, a sua continuidade está também relacionada com a existência de instituições e meios de transmissão como a escola e outras instituições. Apesar das transformações sociais concorrerem para a situação de precariedade em que se encontra a língua mirandesa, a realidade mostra-nos que esta ainda mantém a sua vitalidade, para a qual tem igualmente contribuído a política cultural da autarquia, nomeadamente no apoio à edição de variadíssimas obras em mirandês.

OS PAULITEIROS 
Na Terra de Miranda e em todo o Planalto Mirandês ainda hoje se celebram com bastante pureza no seu ritualismo original, as festas solsticiais de Inverno. 
São rituais de profundo significado mitológico, ritos de iniciação, “mitos do eterno retorno” cuja origem teremos que procurar muito longe no tempo. A origem da dança dos Pauliteiros não reúne consenso entre os estudiosos que sobre ela se debruçaram. Esta terá nascido durante a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa. Strabão, refere que certos povos que habitaram na península no século III se preparavam para os combates com este tipo de danças, trocando apenas as espadas pelos paus de 45 cm, evitando riscos desnecessários. 
Posteriormente, os povos conservaram estas danças para celebrarem a recolha dos frutos e dos cereais, assim como a passagem dos solstícios de Verão e Inverno. Alguns autores, tal como o Abade de Baçal, defendem que a sua origem se deve à clássica dança pírrica guerreira por excelência dos Gregos. Este vê poucas diferenças entre esta dança e a dança dos Pauliteiros tais como a substituição das túnicas pelas saias, o escudo pelo lenço sobre os ombros, os chapéus enfeitados e a utilização da flauta pastoril. Mas a dança dos paulitos manifesta também vestígios de danças populares do sul de França e na dança das espadas dos Suíços na idade média. Os romanos seriam os responsáveis pela propagação da dança pírrica a esta região. 
Por outro lado, alguns investigadores como o Dr. José Leite de Vasconcelos contrapõem esta teoria justificando que a dança introduzida em Roma e depois espalhada pelo império, nada tinha em comum com a dança pírrica. Nesta, os dançantes, com armas e escudos de pau, simulavam o ataque e a defesa na batalha, usavam túnicas vermelhas, cinturões guarnecidos de aço e os capacetes dos músicos eram emplumados e os bailadores colocavam-se em duas filas e dançavam ao som de flauta. Na dança dos Paulitos, os dançadores com armas e escudos de paus, também simulam o ataque e a defesa na batalha mas usam diferentes trajos, que correspondem à natureza das danças guerreiras - trajos militares constituídos por: enáguas brancas, camisas de linho brancas, coletes com lenços coloridos sobrepostos e chapéus negros com flores coloridas. Assim, estas danças mantiveram-se no paganismo até ao século X, quando a igreja católica as começou a admirar nas festas dos santos (que correspondiam às épocas solsticiais) passando-se a celebrar as colheitas com as festas dos santos padroeiros. 
A própria evolução da dança, parece ter muitas semelhanças com as danças pírricas tais como: perseguição, luta, saltos e a dança da vitória. Algumas das mais famosas danças retractam bem essas semelhanças como seja o Salto do Castelo (saltos) e o Vinte Cinco de Roda (dança da vitória), entre outras. Em Espanha, a “danza de palos”, é dançada da Galiza à Extremadura. Segundo o folclorista e musicólogo espanhol Dr. Garcia Matos teria origem na dança da fertilidade. Outros autores espanhóis dizem que a dança é de origem medieval. O saudoso Dr. Pe Mourinho concluiu que: trata-se de uma dança comum à Península Ibérica; que há nela tradições militares dos povos autóctones, dos greco-romanos, medievais e outras; embora possa ter existido anteriormente terá vindo com os repovoadores do reino de Leão. 
 Quem são os pauliteiros? Ao contrário do que poderá parecer, os Pauliteiros de Miranda não são um grupo originário da cidade de Miranda, mas vários grupos de aldeias circundantes, pertencentes ao concelho de Miranda Do Douro (apesar de actualmente, já existir um Grupo de Pauliteiros na Cidade de Miranda do Douro). Os Pauliteiros tomam um lugar especial nas pequenas aldeias circundantes do concelho de Miranda do Douro: constituem-se exclusivamente de homens (actualmente já existem grupos de pauliteiras), que vestem um costume bem diferente dos outros ranchos e a coreografia complexa com os paulitos e castanholas que despertam a nossa atenção. 

Assim, tradicionalmente, os Pauliteiros: 
• São um grupo constituído exclusivamente de 8 rapazes e três músicos (gaita de foles, bombardino e flauta). 
• Executam o peditório da forma antiga, começando às 6.00 da manhã, após a alvorada dos gaiteiros dançando alguns lhaços em frente às igrejas e capelas, rezam em frente às casas que estão de luto, etc. Ver dançar os Pauliteiros é sempre um espectáculo a não perder, quer seja em frente à Igreja depois da missa da festa religiosa local, quer seja fora. 

Assim os principais elementos deste espectáculo são: 
 • Exibição do repertório segundo um crescimento do espectáculo começando com o lhaço 25 (lhaço para partir os paus), a Bicha (em que se utilizam exclusivamente as castanholas) e o Salto do Castelo (na qual um pauliteiro salta por cima de uma torre humana). 
 • Os abraços dados entre os dançadores no fim de cada actuação. • Os lhaços Ofícios e Salto do Castelo que são imediatamente associados aos Pauliteiros de Miranda pelos Portugueses em geral. Lhaços que incluem uma coreografia teatral: Lhiêbre, Senhor Mio, China ou Caballero. 
• O figurante na capa de honras e o portador da bandeira que acompanham os Pauliteiros nas suas actuações. A iniciativa da recuperação de grupos é frequentemente tomada por antigos Pauliteiros, músicos ou emigrantes e a principal motivação dos dançadores é o convívio.

MÚSICA
Os instrumentos musicais tiveram e têm ainda um lugar muito importante na tradição da Terra de Miranda, como focos irradiadores de animação e fonte de prazer para quem os escuta e executa. 

 Os instrumentos que mais rapidamente identificam a tradição musical mirandesa são a gaita de fole, caixa e bombo pelo acompanhamento que fazem à dança dos pauliteiros, no entanto não se esgotam aqui os instrumentos musicais mirandeses. A flauta pastoril que faz conjunto com o tamboril, está hoje um pouco afastada do acompanhamento aos pauliteiros, usa-se mais no acompanhamento vocal e ás danças mistas. O seu aspecto simples com três orifícios esconde a complexidade de interpretação desse instrumento em que o músico faz a melodia com uma mão e toca no tamboril com a outra. 
 Para o acompanhamento vocal eram muitas vezes usados os pandeiros, pandeiretas, conchas de Santiago, triângulos, castanholas e pequenos objectos que as pessoas usavam no dia-a-dia, como a saranda, garrafas, testos de panelas, tachos... Quase tudo o que se vestia e comia era criado pelas próprias pessoas o que dava uma grande autonomia a esta região, na música era exactamente a mesma coisa cada músico habilidoso construía o seu próprio instrumento à excepção de "rigalejos" ou "harmónicos.

MONUMENTOS 

Castro de São João das Arribas 
Povoado fortificado situado na descida para o rio Douro, que terá sido utilizado durante a época romana como local de passagem. Nas escavações realizadas foram descobertas várias lápides romanas na capela de São João, que se localiza a 1500 metros

Vestígios do Castelo de Miranda do Douro
Do primitivo castelo subsistem uma parte da cidadela, alguns panos de muralhas interrompidos por cubelos e a Porta da Traição. Nas muralhas da cerca do castelo abrem-se algumas entradas, a Porta da Senhora do Amparo, a Porta Falsa e o Postigo. Ainda de pé, mas muito danificada, encontra-se a torre de menagem.

Antigas Portas de Entrada da Cidade 
Existiam quatro portas da cidade, algumas já destruídas, mas que mantêm os nomes da antiguidade. Ainda é pelas portas de Santo António, localizadas a Nordeste, que atualmente se entra na cidade. O Postigo é uma pequena porta gótica, situada a Oriente, dando entrada somente a peões. A Sudoeste fica a porta da Cerca, em bom estado de conservação e, a Norte, ficam as portas de Nossa Senhora do Amparo.

Muralha Pré-Românica 

Muralha pertencente a um castelo gótico, onde ainda se pode ver uma cruz pré-românica.




Igreja de Miranda
Antiga Sé de Miranda do Douro, é hoje a igreja matriz da cidade. Foi fundada em 1552 por Dom João III e tem traço de Gonçalo Torralva e Miguel Arruda. Destacam-se a sua fachada com portal maneirista, as torres sineiras, os altares, os retábulos, as abóbadas e os cadeirais. As esculturas do retábulo representam, entre outros temas, os apóstolos e a Virgem no meio dos anjos. Merece referência a figura de madeira do Menino Jesus da Cartolinha.

Antiga Casa da Câmara/ Museu da Terra de Miranda 

Edifício seiscentista que funcionava como Domus Municipalis de Miranda do Douro, albergando atualmente o Museu da Terra de Miranda.


Edifício da Câmara Municipal 
Edifício neoclássico tardio, datado do final do século XIX, a apresentar uma planta longitudinal e uma fachada tripartida por pilastras. Na fachada, destacam-se ainda cinco varandas com balcão de ferro forjado e quatro janelas de guilhotina. Foi construído para albergar o Tribunal da Comarca mas acabou por acolher a Câmara Municipal.

Casa de Ls Cachorros Zambargonhados 
Edifício datado do século XVI, erguido sobre uma construção anterior, da qual restam os chamados cachorros eróticos, que nos revelam os segredos da cama medieval. Os Távoras, alcaides do Castelo de Miranda, terão residido aqui entre 1385 e 1795.

Antiga Alfândega 

Edifício construído no século XVI e remodelado no século XVIII. 

Solar dos Is Buíças 
Trata-se do único solar brasonado da cidade, construído no século XV e ampliado no século XVIII. Na fachada, apresenta o brasão dos Buiças, dos Morais e dos Sarmentos. 


Solar de Is Ordazes
 Solar barroco com uma fachada onde se destacam seis varandas de balcão e um portal em arco redondo do século XIX.




Escultura de José António Nobre 

Escultura da autoria de José António Nobre, representando uma figura masculina e uma feminina envergando os trajes mirandeses. 


Igreja do Antigo Convento dos Frades Trinos / Biblioteca Municipal 
Igreja pertencente a um convento barroco, remodelada e adaptada a Biblioteca Municipal, mas mantendo partes da estrutura primitiva. O convento foi construído pelos frades descalços da Ordem da Santíssima Trindade, com licença de Dom João V. A igreja foi depois construída entre 1718 e 1728, sendo a biblioteca aqui instalada em 1999.

Ponte dos Canos  
Ponte medieval de tabuleiro plano com uma largura máxima de quatro metros, assente em três arcos quebrados desiguais, sendo o arco central o maior. Apresenta ainda dois talha-mares altos e guardas de alvenaria de xisto, rematadas por silhares graníticos. Localizada sobre o rio Fresno, faz parte de uma antiga estrada que ligava Miranda do Douro a Duas Igrejas. A construção medieval primitiva foi reconstruída no século XVIII. 

RAÇAS AUTÓCTONES 
As raças autóctones são raças específicas de cada região, embora por vezes possam ser encontradas noutras regiões. O concelho de Miranda do Douro caracteriza-se por ser eminentemente rural, oferecendo um leque de produtos onde a pecuária se destaca no seio das explorações agrícolas. 
AQUEDUTO

Uma parte do concelho está ligado à vinha e à olivicultura, notando se a recente aposta na floresta, são cada vez menos as explorações agrícolas do concelho. No seio do mundo rural, os produtos que melhor diferenciam o nosso concelho são as várias raças autóctones que aqui têm a sua forte presença. 
Existem condições especiais, por vezes difíceis de manter para que estas persistam ao longo dos tempos, como por exemplo: a composição florística, o sistema de exploração praticado, o aproveitamento de restolhos, forragens pobres e a existência de pastagens naturais também chamados de “ lameiros”. 
- Raça Bovina Mirandesa 
- Raça Churra Galega Mirandesa 
- Raça Asinina Mirandesa 
- Cão de Gado Transmontano 

* Pode ler o texto correspondente a cada raça no site do município.

GASTRONOMIA 
Aqui revelam-se sabedorias seculares, usos, costumes e, sobretudo, imaginação que, as mais das vezes, nos fazem sentir o pulsar de uma vida, de uma família, de uma região…. Sabendo que muitos dos nossos visitantes vêm ao nosso Concelho com o objectivo de descobrir a nossa gastronomia, a autarquia de Miranda do Douro, apresenta esta publicação que recolhe uma relação dos pratos típicos da região.
 Sustentada pelo gostinho apurado dos condimentos regionais, a gastronomia faz bom jus à sua fama: é da melhor e mais saborosa do País! Vinhos e petiscos quanto baste. Pratos típicos a espevitar as papilas gustativas. Aperitivos líquidos digestivos. Sabores intensos de origens vegetais ou animais. A carne. Os produtos hortícolas vindos das hortas familiares, as carnes autóctones. As doçarias - uma tentação. De origem árabe ou de cariz conventual. Todas elas de sabores e gostos apuradíssimos, de irresistível aspecto e cheiro, provocadores de deliciosos "pecados". 
 Não há restaurante que se preze que não ostente o seu prato típico o seu melhor prato. No Concelho de Miranda é sempre difícil a escolha, aqui os pratos típicos aliciam-nos e"baralham" as dietas... Quando se sentar à mesa num dos muitos restaurantes do Concelho, esquecer-se-á do relógio e render-se-á aos prazeres da gula. Para abrir o apetite, aqui ficam alguns pratos da nossa cozinha tradicional: Posta à Mirandesa, cordeiro assado na brasa, bacalhau assado, … bola doce … tudo bem regado com o vinho da região. 

Enchidos 
Os enchidos, fazem parte de um saber encestral das nossas donas de casa, puro e genuíno, incomparável na mestria e no cuidado com que preparavam os enchidos regionais que ao longo do ano faziam as delícias dos convidados em dias nomeados. Soubemos preservá-lo e traze-lo até aos nossos dias. 
 O fumeiro dispensa apresentações, até porque seria impossível reproduzir fielmente através das palavras, tão nobre sabor, apenas conseguido com os saberes transmitidos ao longo dos tempos e com a elevada qualidade das matérias primas utilizadas na sua confecção. Resta-nos convidar-vos a desfrutar das variedades gastronómicas, culturais e recreativas que este Concelho tem para vos oferecer. 
 No fim-de-semana de Carnaval, Miranda do Douro coloca à disposição dos seus visitantes aquilo que de mais tradicional possui, no Festival de Sabores Mirandeses. Temos artesãos com trabalhos genuinamente do concelho e paralelamente encontram-se os postos de vendas de produtos regionais geralmente ligados ao porco. Este fumeiro distingue-se do de outras regiões desde logo porque aquando dos temperos em vez de vinho como se faz em muitos locais, é usada água.

ARTESANATO 
O tempo não parou nesta terra que guarda em si sinais do passado, mas que também se reconstróiaos olhos do presente. 

Quem visita o concelho de Miranda pode admirar-se com as obras arquitectónicas que os nossos antepassados, esses grandes homens de saber e arte, nos deixaram. Contudo, não deixaram apenas edifícios de uma arquitectura admirável, deixaram também pela sua inteligência, génio e vontade de trabalhar obras lindíssimas gravadas na pedra, na madeira, no ferro, na lã, no linho e couro e até na prata e no ouro. Foram estes que, lutando com os materiais de toda a espécie deixaram obra útil, construíram cultura e admiração que o tempo não corrompeu. 

O artesanato assume-se assim, como a presença viva da herança cultural que é a matriz da nossa personalidade e identidade diferente da de outros povos e culturas é uma arte de saber fazer. Felizmente, há ainda no concelho de Miranda gente que conserva e produz muita dessa arte: 
- Trajes Regionais 
- Colchas, tapetes e rendas 
- Gaitas-de-foles 
- Trabalhos em madeira 
- Ferro Forjado 
- Cestaria 
- Cobre, lata, zinco e cutelaria 

* Pode ler o texto correspondente a cada espécie de artesanato no site do município.

AR LIVRE 

PARQUE DO DOURO INTERNACIONAL 
Quando se fala em parque natural subentende-se que seja uma área que se caracteriza por conter paisagens naturais, seminaturais e humanizadas, de interesse nacional, sendo exemplo de integração harmoniosa da actividade humana e da Natureza e que apresenta amostras de um bioma ou região natural. 
O Parque Natural inclui os concelhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Freixo de Espada à Cinta, Miranda do Douro e Mogadouro, totalizando uma área de 85.150 ha, e abrange o troço fronteiriço do Rio Douro assim como as superfícies planálticas confinantes. Sendo assim, o nosso concelho tem o privilégio de pertencer a este parque, o que nos confere ainda mais valor, pois torna-se o local escolhido por muitas espécies animais para constituir o seu habitat, oferecendo também condições ideais para proliferação de determinadas espécies vegetais. Tal como foi dito anteriormente o relevo do nosso concelho é caracterizado por declivosas vertentes ou arribas onde o Rio Douro assume uma estrutura de canhão fluvial graças à sua geomorfológia. 
A sua orografia adquire por isso características geológicas e climáticas únicas condicionando a população vegetal e animal. A avifauna adquire uma importância significativa a nível nacional, e até internacional, quando associado às actividades humanas e ao património cultural local, a conjugação de todas estas condições justificaram a denominação desta área como Parque Natural do Douro Internacional.

Parque Urbano do Rio Fresno 
Este parque estende-se por cerca de 1,5 quilómetros, acompanhando o percurso do rio Fresno. Trata-se de uma área de lazer inaugurada em 2007 que oferece circuitos pedonais nas margens e um embarcadouro com equipamentos de apoio. Ao longo do rio, poderá ver moinhos, fontes e azenhas recuperadas.

Centro Ambiental Hispano-Luso 
Este complexo turístico ambiental, situado na fronteira entre Miranda do Douro e Zamora, oferece percursos turísticos ao longo dos desfiladeiros do Douro, proporcionando um género de navio-aula com 14 áreas temáticas, onde se mostra também o melhor da gastronomia e dos vinhos do Parque Natural do Douro Internacional. O edifício do centro é ocupado por um espaço de lazer, composto por jardim, piscina descoberta, bar e a zona de embarque.

IN:
 - WIKIPÉDIA 
- SITE DO MUNICÍPIO

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