10/06/2012

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ESTA SEMANA NO

"EXPRESSO"

Pedidos de microcrédito para abrir
. negócios têm vindo a aumentar 

A Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC) está a receber, em média, 200 pedidos mensais para abrir negócios através de microcréditos. Até junho, os projetos aprovados aumentaram 50%, em relação a igual período de 2011. 

Nos gabinetes da ANDC, os pedidos de crédito têm vindo a aumentar: "Mais de mil pessoas já nos contactaram este ano e já apresentámos 120 projetos aos bancos", contou à Lusa Edgar Costa, gestor operacional de microcrédito. Até agora quem recorria ao microcrédito eram "as pessoas mais carenciadas e com formação básica", mas a crise veio alterar esse perfil: 

Atualmente são mais jovens licenciados ou com o secundário, uma situação que provocou uma alteração das tradicionais áreas de negócio, adiantou. "Tínhamos projetos em áreas pouco sofisticadas tecnologicamente, como lavandarias, cabeleireiros ou cafés e estamos agora a ter muitos projetos na área do audiovisual e industrial", contou Edgar Costa. 

 Esta situação reflete "uma maior formação de quem recorre ao microcrédito", o que permite que "as pessoas segurem melhor o negócio porque estão mais bem preparadas". O número de projetos aprovados pela ANDC tem vindo a crescer, passando de 153 em 2010 para 164 no ano passado. Este ano, já foram viabilizados mais de 100 negócios. Mas nem todos os negócios são viáveis porque há quem tenha problemas bancários ou não tenha o negócio "minimamente amadurecido". "Há uma seleção que vai sendo feita à medida que o projeto avança". Há ainda outro projetos que falham nos primeiros meses, mas os investidores acabam por pagar o empréstimo, vincou. "A crise é a nossa maior ameaça e a nossa maior oportunidade. É ameaça porque para lançar um negócio num momento destes é muito difícil, mas é oportunidade no sentido em que as pessoas têm de arregaçar as mangas porque senão ficam com a vida muito complicada", comentou. 

A taxa de sucesso dos negócios ronda os 70%, "o que é muito bom porque a taxa de insucesso é de 70% a nível de novas empresas em Portugal", disse, frisando: "Estamos a trabalhar em contra ciclo". As mulheres são quem mais recorre ao microcrédito (52,5%) e o maior número de negócios encontra-se na região de Lisboa (38,6%), seguindo-se o Norte (24%), Centro (21%), Alentejo (10,4%) e Algarve (5,9%). Há também cada vez mais imigrantes a solicitarem um microcrédito, representando 13% dos projetos. A maioria (7,1%) é africana, seguindo-se os brasileiros (2,7%), oriundos de países da União Europeia (2%), de fora da UE (0,8%) e asiáticos (0,4%). Os jovens entre os 25 e os 35 anos são os que mais arriscam num negócio (35,3%), seguindo-se o grupo dos 35 aos 45 anos (28,1%).

 Para Edgar Costa, o microcrédito é um instrumento fundamental para permitir o acesso a um empréstimo para um negócio que os bancos não podem fazer atualmente por restrições da crise económica. "Nós não temos tido restrições nenhumas da parte dos bancos, nem em montantes, nem em números de projetos", sublinhou, convicto de que este ano serão ultrapassados os 200 projetos. O valor médio dos projetos aprovados este ano ronda os 7.500 euros. 

Desde o início da atividade em 1999, já foram aprovados 1.676 negócios, no valor de 9,5 milhões de euros, responsáveis pela criação de 2.122 postos de trabalho. O único requisito para o empreendedor se candidatar é não ter acesso ao crédito. Para o fazer, basta contactar a ANDC através do e-mail microcreditomicrocredito.com.pt ou do telefone 808 202 922. 


* Se tiver um projecto inovador, deve ser inovador, se tem pouco dinheiro contacte esta associação, poderá ser o início dum futuro melhor. 

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