18/05/2012

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HOJE NO
"PÚBLICO"

Ricardo Rodrigues reconhece crimes mas justifica-os com a defesa da sua imagem 

 O deputado socialista Ricardo Rodrigues, que está a ser julgado no Campus da Justiça, em Lisboa, pelo crime de atentado à liberdade de imprensa, reconheceu esta sexta-feira que “genericamente” os factos de que é acusado “são verdadeiros”. Ricardo Rodrigues está a ser julgado por crime de atentado à liberdade de imprensa por, em Maio de 2010, no decurso de uma entrevista à revista Sábado, se ter apoderado ilegitimamente de dois gravadores utilizados por uma jornalista. 
 NOVO MODELO PARA
ENTREVISTAR DEPUTADOS

Ricardo Rodrigues justificou ter guardado os gravadores dizendo que os jornalistas lhe estavam a colocar questões de índole pessoal (sobre burla, desavenças de opinião com um colega de partido e relativas a um caso de pedofilia nos Açores, de onde é natural). 

O conteúdo dos gravadores subtraídos à jornalista Maria Henrique Espada serviria, segundo disse o deputado, como meio de prova a apresentar a um juiz, para que este pudesse decretar uma providência cautelar que inviabilizasse a publicação da entrevista que concordara conceder. A jornalista da Sábado, que no início da audiência viu reconhecida a sua condição de assistente no processo – a defesa do deputado queria que ela fosse apenas testemunha, inviabilizando assim diversos procedimentos judiciais – declarou que as perguntas de índole pessoal foram feitas porque, antecipadamente não houve qualquer pedido em sentido contrário e porque as mesmas acabariam por ser importantes para se perceber alguma da actividade política de Ricardo Rodrigues, que à data desempenhava diversas tarefas relevantes na Assembleia da República, sendo mesmo coordenador de uma comissão eventual criada por causa dos crimes de corrupção. 

O julgamento prossegue no dia 29 deste mês, com a audição das testemunhas de acusação e defesa. O deputado incorre numa pena de prisão entre três meses a dois anos ou no pagamento de uma multa pecuniária que pode ir de 25 a 100 dias. 


* O que este senhor quer dizer é que um deputado pode cometer um crime para defender a sua imagem. Tal como Paulo Pedroso, Ricardo Rodrigues encontra-se na lista dos ex-considerados pedófilos.


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