22/05/2012

 .



HOJE NO


"O PRIMEIRO DE JANEIRO"

Governo não deve cortar nos salários 
Conselho de Finanças Públicas diz que o ministro 
das Finanças está a recorrer 'excessivamente'
a medidas de receita

O Governo deve 'racionalizar', a função em pública em vez de fazer 'cortes ou compressões horizontais', às remunerações dos funcionários, defende o Conselho de Finanças Públicas (CFP) no seu primeiro relatório, ontem divulgado, no mesmo dia em que o barómetro mensal Media Portugal, da responsabilidade das empresas Identidade Digital e Cision, indicou que o ministro das finanças português, Vítor Gaspar, não só continua a ser o ministro mais referido nas redes sociais. Este novo órgão independente, presidido pela economista Teodora Cardoso, considera que 'o Governo definiu uma estratégia de ajustamento apropriada e a tem até agora prosseguido corretamente', 
TEODORA CARDOSO

No entanto, o CFP aponta críticas a alguns aspetos do ajustamento orçamental. 'Estudos empíricos revelam (...) que aos cortes ou compressões horizontais dos salários dos funcionários públicos, os governos deviam preferir a racionalização da função pública, eliminando burocracia e formando e realocando os trabalhadores em atividades mais produtivas', lê-se no relatório do CFP. Este é o primeiro relatório do CFP, uma instituição criada no início deste ano para acompanhar a evolução das contas do Estado. A criação de um órgão independente para avaliar os processos orçamentais fazia parte do memorando de entendimento entre Portugal e a ‘troika’. 

O CFP é presidido por Teodora Cardoso, ex-administradora do Banco de Portugal. O conselho superior do CFP também inclui, como vice-presidente, o alemão Jürgen von Hagen, antigo funcionário do Fundo Monetário Internacional, do Banco Mundial e do Parlamento Europeu. Para o CFP, o ministro das Finanças está a recorrer 'excessivamente', a medidas de receita, sobretudo impostos, para reduzir o défice público. O documento frisa ainda que 'em confronto com a experiência internacional, o ajustamento no primeiro ano pode ter assentado excessivamente na receita, provavelmente devido ao facto de os governos poderem reagir mais rapidamente pela cobrança de nova receita que pela redução da despesa. A ênfase na receita prossegue em 2012, com 72,8% do ajustamento total explicado pelo seu aumento', 

O CFP prometeu apresentar em breve propostas sobre o processo orçamental, nomeadamente quanto à reforma do financiamento local e regional, referindo que 'o Governo definiu uma estratégia de ajustamento apropriada e a tem até agora prosseguido corretamente', No entanto, este novo órgão independente aponta várias deficiências ao processo orçamental - entre as quais o facto de o enquadramento orçamental de médio prazo não abarcar 'a totalidade do universo das finanças públicas', deixando de parte, por exemplo, as administrações regional e local. 

O CFP promete apresentar 'em breve', as suas 'visão e propostas relativamente à reforma do financiamento regional e local', O Conselho saúda ainda o Governo pela intenção de 'adotar uma nova lei de enquadramento orçamental', e tenciona 'contribuir para o debate público sobre o tema', O CFP defende ainda que a Assembleia da República devia votar os limites da despesa logo na primavera, tornando-os 'restrições vinculativas', para o resto do ano

 Este novo órgão independente considera que 'o Governo definiu uma estratégia de ajustamento apropriada e a tem até agora prosseguido corretamente', No entanto, o CFP aponta defeitos e fragilidades ao processo orçamental. Em particular, o Conselho faz recomendações relativamente ao controlo da despesa pública. 'A capacidade de controlar firmemente a despesa pública é a chave que evitará os recuos e a frouxidão orçamental do passado', lê-se no relatório. 


* Tudo o que Teodora Cardoso afirma é para ficar retido na nossa memória, ela é uma sábia autoridade! 


.

Sem comentários:

Enviar um comentário