11/05/2012

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Rehn admite agravamento das perspectivas para 
.o desemprego em Portugal 

Comissão Europeia antevê que a taxa de desemprego em Portugal vai atingir 15,5% este ano e diminuirá apenas para 15,1% em 2013, números acima das estimativas do Governo. 

Olli Rehn não afasta um agravamento das perspectivas para o desemprego e recusa falar sobre mais medidas de austeridade. O comissário europeu dos Assuntos Económicos admitiu hoje em Bruxelas que as previsões quanto ao aumento do desemprego em Portugal se agravaram e a situação no mercado de trabalho português continuará a piorar no curto prazo. 
 Questionado sobre a eventual necessidade de Portugal adoptar medidas adicionais, já que as previsões económicas hoje divulgadas pelo executivo comunitário mantêm um cenário de recessão para este ano e um défice superior ao acordado, Olli Rehn limitou-se a dizer que "o programa (de ajustamento) português está no caminho certo, o que significa que as medidas orçamentais também estão no caminho certo". O vice-presidente da "Comissão Barroso" falava numa conferência de imprensa em Bruxelas depois de apresentar as "previsões económicas da primavera" do executivo comunitário, segundo as quais a taxa de desemprego em Portugal vai atingir os 15,5% este ano e diminuirá apenas para 15,1% em 2013, números acima das estimativas do Governo. Nas suas previsões, Bruxelas antecipa ainda que a economia portuguesa encolha 3,3% este ano e cresça 0,3% em 2013 e prevê que o défice orçamental irá este ano chegar aos 4,7% do Produto Interno Bruto - o compromisso do Governo com a 'troika' era 4,5%, recuando em 2013 para os 3,1% - mais um ponto percentual que a meta do Executivo.

 Referindo-se a estes números, Olli Rehn sublinhou todavia que se assiste a uma mudança na evolução do PIB português, com a composição do crescimento a ser cada vez mais assente no aumento das exportações, e não tanto na procura interna, o que segundo o comissário "é positivo em termos de médio prazo", pois torna a economia portuguesa "mais solidamente sustentável" e abre perspectivas de criação de postos de trabalho nos próximos anos. No entanto, admitiu, "no curto prazo a situação no mercado de trabalho continua a piorar", inclusivamente desde a última revisão do programa de ajustamento, e esse é de facto o principal dado a retirar das "previsões da primavera" relativamente a Portugal, a par de uma revisão em baixa igualmente para o consumo privado.

 De acordo com as "previsões da primavera" da Comissão, "no último trimestre de 2011, a situação do mercado laboral deteriorou-se consideravelmente, com o emprego a encolher 2,5% em relação ao trimestre anterior e a taxa de desemprego a atingir os 14%". "A taxa de desemprego subiu para 15% em Fevereiro, e deverá aumentar mais ainda este ano", prevêem ainda os técnicos de Bruxelas. Num anexo ao seu Documento de Estratégia Orçamental, o Governo divulgou projecções de uma taxa de desemprego de 14,5% este ano e 14,1% no próximo. 

No entanto, estas previsões vão ser revistas no início do Junho. O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, disse esta semana no Parlamento que o aumento do desemprego está a ser superior ao que seria de esperar tendo em conta a diminuição da actividade económica, e que por isso o Governo ia fazer uma nova análise aos números do mercado do trabalho para elaborar novas previsões. Todos estes valores são médias anuais, e referem-se ao desemprego na definição do Eurostat - que é ligeiramente diferente da taxa oficial calculada pelo Instituto Nacional de Estatística. 

* Estamos desapontados com estes iluminados da economia e das finanças, falam em sussurro, parece que vão à bola de cristal, ninguém tenha dúvidas, o desemprego vai aproximar-se dos 20%, se estes senhores saírem da limousine e andarem a pé nas ruas de Portugal percebem logo!

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