28/05/2012

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Aulas no privado dadas pelo chefe

A Estradas de Portugal (EP) pagou formação a, pelo menos, sete funcionários do departamento de informática numa universidade privada. O director do curso era o superior hierárquico dos trabalhadores em questão.

Ao que o CM apurou, a empresa pública disponibilizou-se para assegurar o pagamento de um programa avançado em Gestão de Sistema de Informação, na Universidade Lusófona, a quadros cujas funções eram exercidas no Gabinete de Sistemas de Informação da EP. O coordenador e docente dos cursos era o próprio director daquele gabinete, Rui Ribeiro, conforme consta no site da instituição de ensino. A propina actual do curso situa-se em 1950 euros, pagos em quatro prestações de 487,5 euros em cada início de bloco. Somam-se ainda 98 euros da candidatura, 198 euros da inscrição e 40 euros de seguro.

O CM sabe que os regulamentos internos da Estradas de Portugal dizem que "os titulares de órgãos de direcção e chefia estão sujeitos aos regimes de disponibilidade permanente e exclusividade de funções". Ainda assim, Rui Ribeiro figura na universidade como coordenador científico e director do curso em questão.

No próprio currículo disponibilizado pela universidade Lusófona, o coordenador do programa avançado é descrito como "director de Sistemas de Informação da Estradas de Portugal", além da referência feita à licenciatura em Engenharia pelo Instituto Superior Técnico e ao MBA obtido na Universidade Católica.

O Correio da Manhã questionou a Estradas de Portugal sobre o motivo pelo qual foi paga formação externa ministrada pelo próprio director do serviço a que pertenciam os funcionários abrangidos. Na resposta, a EP justificou que "se trata de um assunto irrelevante e do âmbito da actividade interna da empresa". E garantiu que todos os trabalhadores da casa que prestam serviço de docência "se encontram devidamente autorizados".

EMPRESA TEM DÍVIDA DE DE 2635 MILHÕES DE EUROS 

 No ano passado, a dívida da Estradas de Portugal agravou--se em 656 milhões de euros para um total de 2635 milhões de euros, segundo noticiou o ‘Público'. O Estado tem vindo a assegurar o financiamento à empresa, que está arredada dos mercados.

Apesar da subida do endividamento, a Estradas de Portugal garantia ter "diminuído o seu esforço de redução dos gastos com funcionamento e operação". Em 2011, saíram da instituição 23 funcionários.


* As "jogatanas" nas empresas públicas tornaram-se irrelevantes, relevante é quando surge um gestor público "acreditado" como pessoa séria.

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