04/05/2012

ALMORRÓIDA CATEQUISTA




Papa tira poder à Caritas Internacional 

O Vaticano passa a nomear diretamente alguns membros do Conselho Executivo da Caritas Internacional. Os candidatos a tesoureiro também têm de ser aprovados pela Santa Sé. A medida acontece depois de, no ano passado, o Papa Bento XVI ter afirmado que a organização deve "defender os valores inegociáveis da Igreja", crítica aberta ao desempenho da anterior secretária geral, acusada de dar mais atenção à assistência do que à evangelização. 

No decreto assinado pelo cardeal Tarcisio Bertone, e publicado ontem, estabelece-se que o Conselho Pontifício Cor Unum, responsável pelas obras de caridade da Igreja, deve supervisionar as contas e os orçamentos com a Secretaria Geral do Vaticano "para alcançar transparência financeira" e também todos os textos que contenham elaborações doutrinais e morais da Caritas. Traços gerais, a organização passa a estar totalmente na dependência da Santa Sé, uma medida que vai em sentido contrário da que foi tomada em 1994 por João Paulo II.

 O anterior papa dotou a organização de maior autonomia. O mau estar do Vaticano com Caritas era evidente, confirmado pelas declarações do cardeal africano Robert Sarah, presidente do Cor Unum. O eclesiástico defende que o Vaticano deve seguir as atividades da Caritas para que a sua mensagem seja divulgada "de forma coerente com o magistério da Igreja". Acrescentou que a organização deve ter "uma saudável visão antropológica" na comunidade internacional. 

 As críticas vão diretas para a secretária geral, a britânica Lesley-Anne Knight considerada "demasiado independente". Um jornal inglês divulgou há um ano uma afirmação da responsável que caiu particularmente mal na Santa Sé. "Perguntam-me porque ajudamos tantas pessoas de outras fé religiosa, como muçulmanos e budistas. Eu respondo que ajudamos as pessoas não porque são católicas mas porque nós somos católicos.

 Acabaria por ser substituída em maio de 2011 pelo francês Michel Roy, que sublinhou ontem que o novo decreto "reforça a dimensão eclesial". Internacional. Recentemente também foram feitas críticas a voluntários da Caritas em países africanos onde grassa a epidemia da sida, que distribuíram preservativos contra o contágio e a organização central não obrigou a seguir as orientações do Vaticano nestas matérias. 

A Caritas Internacional, a maior organização humanitária da Igreja, ajuda anualmente 25 milhões de pessoas através de 162 instituições de caridade espalhadas pelo mundo. Tem 40 mil colaboradores e 125 mil voluntários.

 IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" 
04/05/12 

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