25/03/2012


 
ESTA SEMANA NO
"VIDA ECONÓMICA"

Mulheres continuam arredadas 
dos lugares de direção das empresas

Ainda há um longo caminho a percorrer no que diz respeito à presença das mulheres nos lugares de topo das empresas, em Portugal. Os números são reveladores: num universo que ultrapassa as 429 mil empresas, apenas, 30,5% das funções de gestão e direção são ocupados por mulheres. Os homens preenchem os restantes 69,5%. Quem o diz é a Informa D&B, especialista na gestão de informação de empresas para empresas, divulgando, assim, os primeiros resultados do estudo sobre o perfil da presença feminina no tecido empresarial português em 2011.

Entre as organização analisadas, verifica-se ainda que 44,8% destas têm uma equipa de gestão e direção mista, 45,1% apresentam uma equipa exclusivamente masculina, sendo que somente 10,1% possuem um grupo de gestão e direção exclusivamente feminino. Um outro dado curioso: 54,9% das empresas têm, pelo menos, uma mulher na direção, vesus 89,9% que têm, pelo menos, um homem.
Por outro lado, a presença feminina vai diminuindo à medida que a dimensão das empresas aumenta. Assim, é, nas micro-empresas que se verifica a maior participação das mulheres, 33,1%. Já, nas pequenas, este valor diminui para os 27,3%; nas médias, fica-se pelos 21,8%, sendo que, nas grandes, não vai além dos 16,4%. O mesmo se passa nas empresas mais jovens e nas mais antigas. Ou seja, é nas primeiras que os cargos de gestão e direção femininas assumem uma maior relevância, 32,3%, passando para os 31,6% nas empresas que têm entre um e dois anos, e para os 28,8% nas empresas mais antigas, com mais de 20 anos.
Por setores, há também dados interessantes para refletir. Isto quer dizer que é no retalho, serviços, alojamento e restauração que se regista a maior participação feminina, com valores acima dos 33%, sendo que a menor pertence às empresas de telecomunicações, gás e eletricidade. Aqui, os valores ficam abaixo dos 20%.

Empresas cotadas em bolsa com escassa presença feminina

Os números são, uma vez mais, esclarecedores: nas empresas cotadas em bolsa não há registo de mulheres na presidência, sendo que apenas 6,2% do conselho de administração é constituído por representantes do sexo feminino. O cenário melhora ligeiramente quando se analisam as sociedades anónimas no seu conjunto, já que 41,5% possuem mulheres no conselho de administração, sendo que 13,2% detêm, mesmo, o cargo de presidente do mesmo.



* Esta coisa da igualdade do género é uma música que não alegra...


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