13/03/2012


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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Algarve foi a única região portuguesa que ficou mais pobre face à Europa

Dados do Eurostat de 2009 confirmam hierarquia entre as regiões portuguesas, com o Norte a manter-se como a mais pobre, lugar que durante décadas foi dos Açores. Madeira e Lisboa são as únicas que mantêm um nível de vida superior ao da média europeia.

O Algarve foi a única região portuguesa que viu o seu nível de vida, medido pelo PIB per capita ajustado ao poder de compra, cair face à média europeia.

De acordo com dados hoje divulgados pelo Eurostat relativos a 2009, o PIB per capita algarvio era equivalente a 84,6% da média europeia. Um ano antes, o mesmo indicador estava em 86%, o que quer dizer que os algarvios tinham um poder aquisitivo 14% abaixo da média europeia, tendo, num ano, perdido mais 1,4 pontos percentuais.

Esta maior distância relativa face à Europa começa por ser também cá dentro, já que todas as outras seis regiões portuguesas (assim definidas para efeitos da política regional europeia) viram o respectivo PIB per capita subir face à média da UE-27. O que fez subir também a média de Portugal: entre 2008 e 2009 (ano do pico da crise financeira), o PIB per capita ajustado ao poder de compra passou de 78% para 80% da média comunitária. Desde 2001 que o poder aquisitivo português não estava tão perto (ainda assim, 20% abaixo) do da média europeia.

Açores são “os novos ricos” da Europa: ultrapassaram fasquia dos 75%

A mais recente actualização do PIB per capita regional não altera a hierarquia entre as regiões portuguesas, com o Norte a manter-se como a mais pobre, com um rendimento equivalente a 63,6% da média comunitária.

Já os Açores, que durante décadas foram a região mais pobre, inclusive da União Europeia (antes do alargamento a Leste), ultrapassaram em 2009, e pela primeira vez, a fasquia dos 75% que a União Europeia utiliza como referência para traçar a fronteira entre regiões desfavorecidas, que necessitam de maiores intensidades de apoios comunitários, das mais ricas. Essa nova circunstância tenderá a traduzir-se num menor envelope financeiro para a região que, tal como a Madeira, deverá, no entanto, continuar a beneficiar de um tratamento privilegiado das políticas comunitárias por se encaixar nas “ultraperiféricas”.
Madeira e Lisboa, por seu turno, continuam a ser as únicas duas regiões portuguesas cujo nível de vida está acima do da média europeia: 4,9%, no caso madeirense, e 12,4%, no da capital.


* Convém não esquecer que o poder de compra dos portugueses está 20% abaixo da média europeia e que estes dado se referem a 2009, antes do real efeito  das "socraticesóteixaradas".


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