27/02/2012




HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Portas avisa para cenário de caos

A conversa do não pagamos, reestruturamos e renegociamos" poderá originar situações de "prédios incendiados, carros destruídos, parlamentos cercados, uma sociedade completamente dividida e um país desmotivado", como acontece na Grécia. A imagem de caos foi criada ontem pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, nos Açores, ao fazer a defesa de que Portugal tem de cumprir o acordo nos prazos estabelecidos para a ajuda financeira externa.

O parceiro de coligação no Governo fez estas declarações num momento decisivo, em que a troika finaliza mais uma avaliação do cumprimento do memorando para o envio de uma nova tranche do empréstimo: 14,9 mil milhões de euros.

Num périplo pelos Açores, Portas dramatizou o discurso e insistiu que a renegociação da dívida pública do País poderá levar Portugal a "bater na parede". Ou seja, ficar "igual à Grécia". A estratégia na coligação é a de seguir o exemplo da Irlanda, outro dos três países europeus alvo de intervenção, que está a cumprir o acordo longe da pressão grega.

Já o PS, pela voz do seu líder, António José Seguro, argumenta que o Governo está cada vez mais isolado e diz que não aceita mais austeridade, alinhando com as palavras do Chefe do Estado, ao realçar que a União Europeia deverá recentrar as suas preocupações no crescimento económico.

JARDIM CONTRA 'CORTA, CORTA'

O presidente do Governo Regional da Madeira admitiu ontem, em Santana, que o País pode vir a necessitar de mais ajuda financeira. Contudo, a estratégia deve ser a de colocar a economia a crescer: "O que é preciso em Portugal é a economia crescer, é haver mais emprego, estas medidas que aqueles rapazinhos que estão lá no Governo em Lisboa estão a tomar – corta, corta, corta, corta – uma economia onde corta, corta e que não cresce não gera impostos, não gera receitas, e é o que está a suceder na Europa", alertou. "Eu não sei se não será preciso ir reforçar este apoio estrangeiro, mas, se a gente começa a reforçar e reforçar, vamos cair na mesma história daqueles problemas da Grécia", afirmou Alberto João Jardim.


* O sr. ministro dos Negócios Estrangeiros está equivocado, não é o governo que tem cumprido com o programa da "troika", são os portugueses, à custa de sacrifícios pesadíssimos, têm proporcionado ao governo apresentar "boas contas". Está por provar que o governo governa bem.
E não vale a pena atirar mais lenha para a fogueira, o sr. ministro é um privilegiado, não atiçe a revolta nacional porque os portugueses estão a ser um exemplo de cidadania, a Irlanda já deixou de ser exemplar há muito tempo, é um bluf.

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