14/02/2012




HOJE NO
"A BOLA"

«Federação está rica porque tem a matéria-prima de graça» - Pinto da Costa

Pinto da Costa tece duras críticas ao ‘modus operandi’ da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), organismo que, acusa, gera receitas às custas dos jogadores que recebe dos clubes sem qualquer encargo.

«Estamos inseridos num futebol especial, com uma filosofia muito portuguesa. Os clubes em grandes dificuldades, alguns reconhecidamente tecnicamente falidos, levam o nome de Portugal aos cantos do Mundo, e temos uma Federação rica porque tem uma indústria fantástica e a matéria-prima de graça», acusa o presidente portista em declarações ao Porto Canal, exemplificando: «No fim deste mês a Seleção Nacional vai inaugurar um Estádio à Polónia e vai receber um grande cachet. Os clubes ficam sem os seus jogadores e os cofres da Federação continuam a aumentar».

Para Pinto da Costa, a FPF é «das poucas empresas em Portugal que se dará ao luxo de ter depósitos a prazo» quando «os clubes estão, como toda a gente sabe, numa situação tremendamente difícil e sem qualquer compreensão».

«Ainda hoje [segunda-feira] ouvi um presidente de um clube dizer que foi ameaçado se não pagar uma coisa que nem sabe se está correta, como se o futebol fosse um grupo de empresas fora de Lei», critica, realçando: «Tomara o Estado português ter muitas empresas a pagar como o FC Porto paga, sempre pontualmente, e chegar ao fim do ano e cobrar 17 milhões de euros».

De resto, o presidente do FC Porto diz ainda nada ter visto por parte da Direção presidida por Fernando Gomes.

«Ainda não vi nada. Tomou posse há pouco tempo e ainda não terá tido tempo, ainda estamos na fase de cumprimentos. Estão no aquecimento, na definição dos lugares. O futebol está tremendamente deficitário e temos uma Federação rica», observa, colocando também a 'mira' na Liga Portuguesa de Futebol Profissional presidida por Mário Figueiredo.

«Há uma grande confusão no futebol: um presidente na Liga eleito e passadas 24 horas a ser contestado, porque a eleição terá sido garantida, segundo dizem alguns clubes, com a promessa de que não desceria ninguém, o que seria impossível e ilegal. Nasceu tudo de uma grande confusão, mas como felizmente o FC Porto não se envolveu nessas lutas e nem sequer faz parte da Assembleia da Federação, não tem qualquer responsabilidade», destaca, frisando que o clube «tem apenas a responsabilidade de representar o País nas provas em que está inserido e ao mesmo tempo a responsabilidade de arranjar dinheiro para pagar 17 milhões de euros de impostos por ano».


* Pode não se gostar deste homem, mas ele sabe o que diz.


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