19/01/2012

ISABEL STILWELL

É verdade 
  que os corações 
                 se partem

Nem sempre sabemos porque é que sabemos, nem porque é que os nossos antepassados já sabiam, mas a verdade é que a nossa sabedoria acaba por vir a ser confirmada um dia, por um estudo qualquer, que custou milhões de dólares numa universidade distante. Dizer que alguém “morreu de desgosto”, ou que “nos partiram o coração” pode passar por uma tirada de telenovela, ou na melhor das hipóteses, por uma metáfora que explica o desalento que constatamos ou sentimos, mas nada mais. Até ontem.

O boletim da American Heart Association, publicou um estudo que envolveu duas mil pessoas que sofreram de um ataque de coração clinicamente comprovado, das quais 270 haviam sofrido uma morte de alguém muito próximo, nos dias ou semanas anteriores. A investigadora Elisabeth Mostofsky, que liderou a investigação, concluiu que a probabilidade de sofrer um ataque de coração aumenta 21 vezes no dia seguinte ao incidente, e seis vezes na semana que lhe sucede, mantendo-se alto pelo período de um ano. Descobriu ainda que as mulheres mais velhas são as mais susceptíveis, embora a idade não seja um factor determinante: há pessoas novas cujo coração também se parte!

A forma como o desgosto provoca o ataque de coração varia de pessoa para pessoa. Nalgumas é o stress insuportável que altera o equilíbrio hormonal e químico, levando a que a tensão arterial suba ou se formem, ou soltem, coágulos, por vezes deixando à vista problemas que ainda não tinham sido diagnosticados. Noutros pode ser a mudança no estilo de vida, como, por exemplo, quando a pessoa deixa de comer ou de fazer exercício. A dor da perda pode, também, levar a que não se tomem os medicamentos . Moral da história: nem o próprio, nem a família, nem os médicos devem desvalorizar os sintomas, como se fizessem parte do luto. Porque é verdade, os corações partem-se mesmo.


IN "DESTAK"
16/01/12

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