29/01/2012


ESTA SEMANA NO
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Silva Carvalho manteve lista 
de contactos e fez plano de 
reestruturação das secretas na Ongoing

O primeiro-ministro Passos Coelho e o ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, são apenas algumas das figuras de topo que constavam numa lista de contactos que Jorge Silva Carvalho, o antigo director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), mantinha no seu telemóvel, revela a edição de ontem do Correio da Manhã.

O ex-chefe das secretas possuía uma lista de mais de 3.800 nomes, que incluía contactos de todos os membros do governo actual e anterior, do Procurador-geral da República, Pinto Monteiro, de magistrados, polícias, militares, empresários, banqueiros e jornalistas.

A lista estaria organizada de acordo com o grau de confiança que cada contacto oferecia ao SIED, funcionando simultaneamente para obter uma aproximação ao poder e reunir as informações de inimigos, acrescenta o jornal.

Além de Passos Coelho, Miguel Relvas ou Pinto Monteiro, a lista continha também contactos do ex-primeiro ministro, José Sócrates, e de Carlos Santos Ferreira, líder do BCP.

O Público adianta ainda que Silva Carvalho entregou ao governo planos para reestruturar as secretas quando já estava na Ongoing. De acordo com o jornal, o ex-espião foi sondado, o ano passado, pelo actual governo para vir a assumir o cargo de secretário-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), sucedendo a Júlio Pereira, e, apesar de se encontrar a trabalhar na Ongoing, terá entregue ao executivo um plano para reformar o Serviço de Informações de Segurança (SIS) e o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED). A reestruturação, segundo fontes ouvidas por aquele jornal, poderia traduzir-se numa "revolução feita em 24 horas".

O caso Silva Carvalho, que saiu das Secretas para o grupo empresarial Ongoing – do qual se demitiu esta semana alegando ser vítima de uma “campanha injuriosa, manipuladora e cheia de falsidades” - levou o PCP e o Bloco de Esquerda a apresentarem projectos de lei que vão ao encontro do já defendido num relatório do Conselho de Fiscalização dos Serviços de Informações: a criação de um "período de nojo" para os ex-espiões entre a sua saída dos serviços e a transição para o sector privado.

Todo os partidos, à excepção do PSD, apoiam esta posição apesar dos problemas jurídicos para legislar esta questão.



* Se este assunto não fosse para o país, perigoso e sórdido, seria patético.


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