23/01/2012

ALMORRÓIDA PARALAMENTAR



COMEZAINAS

Há dois restaurantes de luxo na Assembleia da República reservados a deputados e respectivos convidados. Por cerca de 10 euros por pessoa podem experimentar no almoço buffet, do restaurante do edifício novo do Parlamento, um belo arroz de tamboril com gambas e umas salsichas em couve lombarda. Mas tem também direito a uma mesa de fritos, a outra vegetariana, mais uma de doces e frutas ou de queijos. Tudo isto antecedido, se assim o entender, de uma bela sopa de cebola. Este é um menu normal, não é de dia de festa, mas sabendo que nem todos os deputados almoçam como deve ser, fomos ver os preços nos bares a que têm acesso e também na cantina, onde vão sobretudo os funcionários da casa.

Começando pela cantina, por apenas 3,80 € têm acesso a uma refeição completa, incluindo iguarias como um arroz de polvo - "malandrinho", como convém -ou à dieta de vitela simples, mais sonhos de peixe. Sopa de ervilha ou Juliana de legumes também constam da variada ementa.

Já nos bares de serviço, para uma refeição ligeira, o Correio indiscreto aconselha o belo prego, a bifana ou o hambúrguer da casa a apenas 1,01 €. Os croquetes também são em conta: 0,40 cêntimos cada um. Pode optar, é claro, por uma sandes mista a 0,66, ou em forma de tosta a 0,76. Tudo isto pode ser regado com uma cerveja a 0,55 ou uma mini a 0,40. Já percebeu porque é que eles engordam?


* Excerto de um artigo de opinião de PAULO PINTO MASCARENHAS, editado no "CORREIO DA MANHÃ" a 08/12/11


RUBRICAS DO ORÇAMENTO DA 
ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA - 2012

- Despesas correntes para os serviços de
Restaurante, Refeitório e Cafetaria ..... 743.665 €
- Receitas corrente na venda de senhas
de refeição.......................................... 216.100 €

Contribuição do cidadão...................... 527.565 €



NR: Numa época em que a maioria dos políticos apela à solidadriedade, à contenção de despesas, verificamos que os senhores deputados, com salários muito acima da média, usufruem de um serviço de restauração de luxo a preços de pobre e que o cidadão contribui pelo menos com mais de meio milhão de euros para esta engorda.


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