01/01/2012



OURIQUE
DISTRITO DE BEJA


O CONCELHO DE OURIQUE

O concelho de Ourique, com os seus 660 km2, situa-se na confluência da região alentejana com o Algarve (confina com o concelho e a serra de Monchique), integrando administrativamente o distrito de Beja e a NUT3 do Baixo Alentejo.
 Agregando 6 freguesias (Conceição, Garvão, Panóias, Ourique, Santa Luzia e Santana da Serra), soma uma população residente de 6200 habitantes, de acordo com o Recenseamento Geral da População e da Habitação (RGPH) de 2001. A vila de Ourique, sede do município, representa mais de 20% da sua população.

A Geografia
Ourique confina a Norte com o concelho de Aljustrel e Santiago do Cacém, a Leste com Castro Verde e Almodôvar, e a Sul com o concelho algarvio de Silves.
O território de Ourique, em termos geomorfológicos, faz a transição entre a peneplanície – dominante a Norte e na maior parte do espaço geográfico do concelho – e a serra de Monchique, na sua área Sul, numa passagem das planuras secas para uma orografia mais vigorosa, de maior altimetria média, e com um óbvio aumento do regime pluvial.
A peneplanície de predominância cerealífera integra-se na estepe cerealífera do Baixo Alentejano, o Campo Branco de Leite de Vasconcelos, cuja designação provém quer do aspecto topográfico de baixa variabilidade altimétrica, quer das condições biológicas dos ciclos naturais, quando na Primavera, os campos se cobrem de flores brancas (a profusa magaça ou camomila) e depois, no Verão, as terras se desnudam de vegetação e transformam em terrenos de cor esbranquiçada, dada a falta de água e as suas próprias características pedagógicas.

De facto, os solos são de muito fraca capacidade agrícola, cuja produtividade foi ainda mais exaurida com as práticas de sobreexploração e intensidade relacionada com a célebre Campanha do Trigo.
No entanto, estes solos, pobres e muito pobres, continuam a ser utilizados para o cultivo de cereais, num sistema agrícola caracterizado por rotações (de três e cinco anos), com pousios e pastagens semi-naturais.

Em termos climáticos, a região apresenta duas estações anuais bem definidas (Inverno, frio e pouco chuvoso, e Verão, muito quente e seco, com temperaturas que ultrapassam com frequência os 40° C), podendo ser designada como de regime mediterrânico. A pluviosidade é baixa, com regimes de precipitação irregulares, com grandes variações de ano para ano.

A rede hidrográfica é marcada pelas bacias dos rios Sado e do Mira, rio que cruza longitudinalmente o concelho na sua parte mais estreita, nas proximidades de Fernão Vaz/Castro da Cola. A barragem do Monte da Rocha e parte significativa do regolfo da barragem de Santa. Clara são duas fontes hídricas importantes que marcam e caracterizam a paisagem e as actividades humanas na região.
Em termos de cobertura vegetal, predomina a estepe cerealífera, algum montado e, na área Sul do concelho, a de relevo mais movimentado dada a aproximação e integração na serra, afirma-se o coberto de características mediterrânicas e o pinhal.
A planície estepária é caracteristicamente desarborizada, mas concentra uma diversidade avifaunísticas muito importante e única.
A Dinâmica Demográfica

O concelho de Ourique, é composto por 6 freguesias, num total de 6.199 residentes, o que lhe confere uma baixa densidade demográfica.
Em 1900, a sua população ascendia a 9.143 pessoas, enquanto que o máximo demográfico foi atingido na década de cinquenta com 16.685 habitantes, resultado dos investimentos agrários da época e da consequente necessidade de mão-de-obra rural.

Como Chegar
O concelho de Ourique, cuja sede é a Vila de Ourique, situa-se em plena região do Alentejo, na província do Baixo Alentejo.
Com área de 660.15 km2, o concelho de Ourique tem uma população residente na ordem de 5.842 habitantes (segundo dados de Associação Nacional de Municípios).

Ourique tem seis freguesias: Conceição, Garvão, Ourique, Panoias, Santa Luzia e Santana da Serra.
O concelho é limitado a Norte pelos municípios de Santiago do Cacém e Aljustrel, a Este por Castro Verde e Almodôvar, a Sul por Silves e a Oeste por Odemira.

OURIQUE
O concelho de Ourique, cuja sede é a Vila de Ourique, situa-se em plena região do Alentejo, na província do Baixo Alentejo.
Com área de 660.15 km2, o concelho de Ourique tem uma população residente na ordem de 5.842 habitantes (segundo dados de Associação Nacional de Municípios).

História
A ORIGEM DE OURIQUE

A fundação de Ourique é tradicionalmente datada de 711, ano da entrada dos muçulmanos na Península Ibérica. Contudo, vários factores apontam para uma existência mais recuada.
São conhecidos diversos assentamentos populacionais, desde os tempos pré-históricos, locais documentados por diversas campanhas arqueológicas.
Desde o Paleolítico, Calcolítico, Idade do Ferro e do Bronze, às presenças proto-históricas, romanas, celtas, árabes, um grande número de povos se cruzaram nestas terras.
Quanto à origem do topónimo de Ourique, esta poderá estar entre Ouro (pela proximidade com explorações auríferas) e Orik (da palavra árabe para desgraça ou infortúnio, no seguimento da derrota mourisca na Batalha de Ourique).

Dever-se-á também aos muçulmanos a edificação do Castelo de Ourique, estrutura militar lendária e que ainda hoje preenche memórias.
Este Castelo terá, com toda a probabilidade, alternado várias vezes entre o Crescente e a Cruz, consoante a sorte de armas.
Nos tempos da reconquista teria um papel essencialmente de atalaia defensiva, tendo como guarda avançada o Castro da Cola.
Uma das referências mais importantes ao nosso Castelo é feita pelo cronista árabe Ahmed Benmohmed Arrazi que, no século X, se lhe refere como um dos mais fortes do termo de Beja.

A importância geográfica e estratégica de Ourique e do seu território, ou termo, é reconhecida ao longo dos séculos, pelo que sempre desempenhou ao Sul um importante papel militar e comercial, ao estabelecer ligação com o vale do Sado e com a serra algarvia.

Desta forma, constituiu-se como uma das componentes centrais na conquista do território aos muçulmanos, tendo sido testemunha da célebre Batalha de Ourique.
A Batalha de Ourique, ocorrida nos Campos de Ourique a 25 de Julho de 1139, foi decisiva para a Independência de Portugal.
Lideradas por Afonso Henriques, as tropas cristãs venceram com grandes dificuldades os muçulmanos comandados pelo governador de Santarém.

Segundo a lenda, antes da refrega Cristo terá aparecido a Afonso Henriques, garantindo-lhe a vitória, confiando nas motivações religiosas que moviam o nosso Príncipe. Desta forma, a Batalha que se seguiria estava, de certa forma, protegida pelo poder divino.
A vitória em toda a linha contra os “cinco reis mouros”, permitiu que em seguida e em pleno campo da peleja, Afonso Henriques fosse aclamado pelo seu exército como Rei de Portugal.

As Armas da Vila de Ourique evocam este passado glorioso: num campo de sangue, um guerreiro (representando El-Rei D. Afonso Henriques), vestido de ferro, com o braço direito levantado empunhando uma espada, monta um cavalo, sobre terra firme.

TRADIÇÃO PECUÁRIA
Ourique tem também uma grande tradição pecuária, numa zona que corresponde aos Campos de Ourique.
Esta localização resulta na concessão da Carta de Feira Anual por D. Dinis, em 14 de Junho de 1288. Esta feira tinha a duração de um mês (de 15 de Abril a 15 de Maio).

Já na primeira metade do século XIII o termo de Ourique foi frequentemente zona de atrito entre oficiais régios e da Ordem de Santiago, os primeiros interessados na actividade pecuária, enquanto que os segundos queriam conservar os montados ameaçados pela pressão dos pastores e dos seus gados.
Os pastos de Ourique constituem-se, até finais do século XIV, como os mais vastos do reino.

A relevância económica que Ourique vinha alcançando foi premiada por D. Dinis.

VILA E CABEÇA DE COMARCA
Em 8 de Janeiro de 1290, e estando o Rei Lavrador em Beja, foi concedida Carta de Foral a Ourique, sendo por isso elevada a Vila, algo que significou a emancipação da localidade.
Mais tarde torna-se também Cabeça de Comarca, tendo a jurisdição de muitos concelhos limítrofes.

A Vila de Ourique pertenceu à Ordem de Santiago, andando a sua Comenda na Casa dos Condes de Unhão.
Gozava de voto em Cortes, com assento no banco 15º (o que demonstra a sua importância política), onde se fazia representar por procuradores eleitos pela Câmara.
 Em 20 de Setembro de 1510, D. Manuel I atribui novo Foral a Ourique, confirmando os privilégios dados por D. Dinis.

No primeiro “numeramento” da população portuguesa, em 1527, Ourique e o seu termo tem 582 habitantes, o que fazia desta Vila uma das mais povoadas de Além-Tejo.
Em 1573, D. Sebastião, na sua jornada ao Alentejo e ao Algarve, visita Ourique.
Segundo os relatos do cronista João Cascão, El-Rei veio jantar a Ourique e foi recebido pelos homens-bons da localidade, bem como por uma companhia de Ordenanças de cinco bandeiras, constituída por 1000 homens. Foi a melhor ordenança que acharam em todos os lugares que percorreram. D. Sebastião assistiu ainda a danças e ouviu missa, provavelmente na antiga Matriz (que ruiu no século XVIII), e aqui se demorou duas horas a jantar.

Quanto ao património imóvel edificado, Ourique tinha Casa da Misericórdia (destaque para as portas de cantaria lavrada) e Hospital, remontando ambos ao século XVII.

PATRIMÓNIO IMÓVEL RELIGIOSO
O património imóvel religioso teve sempre bastante importância para as gentes de Ourique, como comprova a existência no seu termo das Ermidas de São Sebastião, São Lourenço, Nossa Senhora do Castelo (mais tarde Igreja Matriz), bem como as Ermidas ainda existentes de São Luís, São Brás e Nossa Senhora da Cola.

No que se refere à Igreja Matriz de Ourique, este templo é de arquitectura maneirista, barroca e rococó.
Reconstruída no século XVIII, a mando de D. João V, depois dos graves danos do terramoto de 1755, possui uma elegante fachada principal, com trabalhos de argamassa de feição rococó.
No interior são de salientar os altares e outros elementos de talha dourada e policromada.

Já a Igreja de Nossa da Cola ou Ermida de Nossa Senhora da Cola, de grande devoção e história célebre, foi desde muito cedo um dos lugares de peregrinação mais importantes do Baixo Alentejo.
No início do séc. XVIII, temos a informação de que a romaria do dia da Natividade de Nossa Senhora, 7 e 8 de Setembro, já então a mais importante, era organizada pelos grandes proprietários da região.
A igreja, cuja edificação será anterior ao século XVI, possui uma belíssima talha dourada, e a imagem de veneração é muito antiga.
Esta Igreja está profundamente relacionada com o Castro da Cola.
Na Freguesia de Garvão podemos destacar a Igreja Matriz de Garvão.
Esta igreja é um exemplar da arquitectura manuelina, característica dos pequenos templos edificados no Baixo Alentejo durante o reinado de D. Manuel I.
Situada no limite da povoação, perto do cemitério velho, a igreja data do século XVI.
Em 1685 foram construídos os anexos. A torre sineira é do século XVIII.
Quanto à Freguesia de Panóias destacamos a Igreja de São Romão.
Conta a lenda que São Romão foi aqui sepultado, no que terá sido um mosteiro de eremitas de Santo Agostinho. Na igreja venera-se uma cabeça que se diz ser de São Romão.

ARQUEOLOGIA
No que se refere aos vestígios arqueológicos do Concelho de Ourique, destacamos o Castro da Cola e o Cerro do Castelo/Forte de Garvão.
O Castro da Cola que domina o cimo de um monte, junto da ribeira do Marchicão e próximo do rio Mira, começou a ser ocupado nos inícios da Idade do Bronze.
Classificado como Monumento Nacional, o seu dispositivo defensivo completava-se por cercas muralhadas, de que ainda existem vestígios.
Integra-se no Circuito Arqueológico do Castro da Cola, constituído por vários monumentos megalíticos, povoados calcolíticos e necrópoles das Idades do Bronze e do Ferro.
Quanto ao Cerro do Castelo/Forte de Garvão, este está implantado numa elevação.
Do povoado fortificado restam muros feitos de pedra sobreposta e de taipa. Crê-se ter sido ocupado, pelo menos, desde a Idade do Bronze final. Foram encontrados muitos vestígios de romanização, tendo sido ainda ocupado durante o período árabe.
Foi Decretado Imóvel de Interesse Público em 1990.

PATRIMÓNIO
PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARQUITECTÓNICO DO CONCELHO DE OURIQUE

FREGUESIA DE OURIQUE

Castelo de Ourique
Reedificado no séc. XII/XIV por ordem de D. Dinis, possivelmente sobre um antigo castro romanizado e depois ocupado pelos árabes.

 O castelo pertencia à Ordem de São Tiago e os seus vestígios implantam-se numa plataforma no cimo de um monte que domina a vasta planície do Campo de Ourique. Do castelo restam alguns troços com cerca de dois metros de altura, sobre os quais se construiu um Miradouro e jardim com um reservatório de água ao centro.




Igreja Matriz de Ourique
Templo de arquitectura maneirista, barroca e rococó, foi reconstruída no séc. XVIII a mando de D. João V.
Destaque para a elegância da sua fachada principal, com trabalhos de argamassa de feição rococó.
No seu interior o Barroco afirma-se já plenamente pujante nas grandes estruturas de talha dourada e policromada que extravasam dos retábulos, prolongando-se pelo arco triunfal, cornijas e sanefas. Na frontaria, de remate delicadamente rococó, sobressai a composição assimétrica das armas reais, dialogando com a traça das torres sineiras, tão amplamente utilizada no mesmo período estilístico.

Igreja da Misericórdia
(Praça D. Dinis)
Construída no séc. XVI, possui um conjunto de portais de grande depuração classicizante, que denotam a poderosa influência da tratadística italiana. O portal localizado à esquerda apresenta verga recta adintelada assente em pilastras toscanas e é precedido por dois degraus.
 O portal da direita evidencia a inscrição "TOS.OS OS O QvVERDES SE DE VIDE AS AGOAS P O HOI CHI MIDO" (“Todos os que houverdes sede vinde às águas”).



Torre do Relógio
(Praça D. Dinis)
Construída em meados do séc. XIX, esta torre sineira tem uma planta quadrangular, coberta por cúpula escalonada e bolbosa, rematada por um cata-vento de ferro com a forma de bandeira.
É formada por dois pisos separados por cornija de argamassa e enquadrados por pilastras. O piso superior é rasgado por olhal em arco de volta perfeita. No alçado principal, rasga-se a porta de acesso. No piso superior, de frente para a Praça, destaca-se o mostrador quadrangular do relógio, de cantaria, com numeração árabe e ponteiros de metal.

Castro de Cola
(A 12 kms a Sul de Ourique, 6 kms. a S. da Aldeia de Palheiros)
Integra-se no parque arqueológico do Castro da Cola constituído por vários monumentos megalíticos, povoados calcolíticos e necrópoles das Idades do Bronze e do Ferro.

 Ocupa a crista de um monte, junto da Ribeira do Marchicão e do Rio Mira, e está próximo da Igreja de Nossa Senhora da Cola.
O circuito arqueológico desenvolve-se numa área de cerca de 15 Kms., integrando 23 estações arqueológicas, do Neolítico à Idade Média, do qual se destacam o povoado calcolítico do Cortadouro, os monumentos megalíticos Fernão Vaz I e II e o Tholos da Nora Velha, as necrópoles do Porto de Lages, da Idade do Bronze, e do Pego da Sobreira e de Fernão Vaz, da Idade do Ferro.

Igreja de Nossa Senhora da Cola
Construída em inícios do séc. XVII, no séc. XVIII viu ser construído o retábulo do altar-mor e no séc. XIX foi ampliada com acrescento do nártex, torres sineiras e retábulos laterais. Singulariza-se pela sua escala e monumentalidade, dentro da tipologia habitual nos santuários de peregrinação do Alentejo. Apresenta uma planta longitudinal, enquadrada por duas torres sineiras, nave e capela-mor mais estreita, a que se adossa à esquerda a sacristia, uma dependência de acesso ao púlpito. 
No interior, arco triunfal de volta perfeita, com acesso por degrau, revestido por painéis de talha dourada e policromada, encimado pelas armas reais. A Capela-mor é coberta por abóbada de berço que arranca de cornija, sendo o retábulo-mor de talha dourada e policromada com tribuna e trono; o conjunto é enquadrado por duas colunas de cada lado, com dois painéis representando a "Anunciação " e a " Adoração dos Pastores ".
Este santuário foi desde muito cedo um dos lugares de peregrinação mais importantes do Baixo Alentejo. No início do séc. XVIII, temos a informação de que a sua Romaria era já a mais importante, sendo organizada pelos grandes proprietários da região.
Romaria anual a 8 de Setembro.

FREGUESIA DE GARVÃO
Igreja Matriz de Garvão
(Garvão - Largo da Igreja)
Construída no séc. XVI, de arquitectura manuelina, tem uma planta longitudinal, característica dos pequenos templos edificados no Baixo Alentejo durante o reinado de D. Manuel I.

 Destaca-se a qualidade plástica do seu portal principal e as abóbadas de cruzaria de ogivas com chaves e mísulas de cantaria, de requintado lavor, numa das quais se insere, em sítio bem visível, a cruz da Ordem de Santiago.

Cerro do Castelo / Forte de Garvão
O Cerro do Castelo de Garvão teve ocupação humana pelo menos desde o Bronze final, tendo aí sido encontrados muitos vestígios de romanização e ocupação continuada durante o período árabe. A vila medieval desenvolveu-se nas suas encostas Sul e Este.
Na vertente do lado nascente, foi encontrado um importante depósito secundário de oferendas e ex-votos, constituído na 2ª metade do séc. III a.C., certamente incluído numa estrutura de carácter religioso mais complexa.
A existência de inúmeras placas oculadas em ouro e prata apontam para o culto de uma divindade com poderes profilácticos nas doenças de olhos; as peças utilitárias podem ter contido oferendas alimentares, as taças podem ter sido usadas para libações ou como queimadores ou lucernas.
Este depósito votivo foi constituído numa fossa artificial talhada na rocha e foi intencionalmente coberto por grande número de peças fragmentadas misturadas com grandes blocos de quartzo e terra. Na base assentava uma caixa com um crânio humano com indícios de trepanação, rodeado por ossos de animais e fragmentos de cerâmica pisados. Sobre ela assentavam grandes vasos cerâmicos, cheios de outros recipientes menores alguns contendo pequenos objectos em cerâmica, ouro, prata, vidro, coralina e bronze; os espaços entre eles era ocupado por outros recipientes menores.

FREGUESIA DE PANÓIAS
Igreja Matriz
(Largo do Terreiro)
Construída no séc. XVI, foi ampliada no séc. XVIII.
 De arquitectura religiosa quinhentista, este edifício barroco, possui nave única com cobertura interior de laje angular e arcos diafragma ogivais. Fachada com imponente torre sineira barroca de forte valor cenográfico.

Igreja de São Romão
(Adro da Igreja, São Romão)
Igreja de peregrinação, construída provavelmente no séc. XVIII.
Nos inícios do séc. XIV, D. Vataça Lescaris, princesa de origem bizantina é donatária do termo de Panóias e oferece as relíquias osteológicas que existem na ermida.
 Templo barroco, possui uma só nave e capela-mor, totalmente abobadada, com sacristia adossada e o seu alçado principal corresponde a uma variante habitual nos santuários de peregrinação do Baixo Alentejo que ascende aos finais da Idade Média.
A capela-mor é integralmente decorada em talha dourada e policromada de grande qualidade plástica. A sua sumptuosidade contrasta fortemente com o total despojamento do edifício, que constitui uma caixa rectangular, de tradição popular. A presença de armários-relicário integrados no retábulo e a existência de uma pequena cripta com acesso pela mesa de altar são aspectos que individualizam este imóvel.

FREGUESIA DE CONCEIÇÃO
Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Conceição
(Junto ao antigo Cemitério Público de Conceição)
Construída no séc. XVI, com profundas alterações no séc. XIX, esta igreja apresenta uma planta longitudinal composta por nave e por capela-mor, a que se adossa, do lado esquerdo, a sacristia, dependências de apoio, baptistério e dois pequenos campanários. A cobertura é feita por telhado de duas águas.
Quanto ao interior, possui nave coberta por laje em três planos. 
 À direita de quem entra pia de água benta de cantaria; imediatamente a seguir à entrada lápide sepulcral com uma inscrição muito delida. Do lado do Evangelho porta de acesso ao baptistério, com molduras revestidas de cantaria granítica e pia baptismal de cantaria. O arco triunfal é de volta perfeita sobre pilastra. A capela-mor tem cobertura idêntica à da nave.

FREGUESIA DE SANTANA DA SERRA
Igreja Paroquial de Santana da Serra
(Rua da Igreja)
Este edifício religioso foi construído em 1515, segundo as Visitações da Ordem de Santiago, primeiramente como ermida, tendo sido reformado no séc. XVIII. No séc. XIX viu ser construída a torre sineira do coro-alto.
Em termos arquitectónicos, enquadra-se na vertente popular barroca e, quanto à planta, esta é longitudinal de nave e capela-mor rectangular, filiando-se nos modelos tradicionais da arquitectura regional, desenvolvendo uma tipologia muito simplificada dos modelos do Barroco meridional.
Apresenta como características particulares a pia de água benta manuelina, reaproveitada da primitiva igreja matriz, bem como o retábulo-mor evidenciando uma interpretação popular da tradição de finais do séc. XVIII e o altar-mor de talha dourada e policromada.

FREGUESIA DE SANTA LUZIA
Igreja Paroquial de Santa Luzia
(Travessa da Igreja)
Construída no séc. XVII e remodelada parcialmente em finais do séc. XIX, de estilo barroco, integrando-se na tipologia do Estilo Chão. Possui ainda resquícios maneiristas na torre sineira.
 O alçado principal é encimado por janelão e possui pedra de armas com o brasão caiado da Ordem de Santiago da Espada. A Torre sineira é encimada pelo mostrador do relógio, com pináculos piramidais assentes em plintos nos ângulos e coroada por cata-vento.
No interior, a nave é coberta por abóbada de berço, enquanto que o coro-alto é em cantaria assente em arco de asa de cesto, resguardado por balaustrada.
Quanto à capela-mor, é coberta por abóbada de berço com altar e retábulo de alvenaria com nicho central que enquadra pintura a óleo sobre tela figurando São Miguel e as Almas do Purgatório, ladeado por dois registos de azulejos policromos, possuindo também um sacrário de talha dourada e policromada.
Note-se, na sacristia da igreja, a imagem da padroeira, de inícios do séc. XVI, atribuída à oficina de João de Ruão.

Locais a Visitar
CIRCUITO ARQUEOLÓGICO DO CASTRO DA COLA
O Castro da Cola fica junto da ribeira do Marchicão e próximo do rio Mira, e começou a ser ocupado nos inícios da Idade do Bronze. Classificado como Monumento Nacional, o seu dispositivo defensivo completava-se por cercas muralhadas, das quais ainda existem vestígios. 

Integra-se no Circuito Arqueológico do Castro da Cola, constituído por vários monumentos megalíticos, povoados calcolíticos e necrópoles das Idades do Bronze e do Ferro.



CERRO DO CASTELO/FORTE DE GARVÃO
O Cerro do Castelo de Garvão teve ocupação humana pelo menos desde o Bronze final, tendo aí sido encontrados muitos vestígios de romanização e ocupação continuada durante o período árabe. A vila medieval desenvolveu-se nas suas encostas Sul e Este.
Na vertente do lado nascente, foi encontrado um importante depósito secundário de oferendas e ex-votos, constituído na 2ª metade do séc. III a.C., certamente incluído numa estrutura de carácter religioso mais complexa.
A existência de inúmeras placas oculadas em ouro e prata apontam para o culto de uma divindade com poderes profilácticos nas doenças de olhos; as peças utilitárias podem ter contido oferendas alimentares, as taças podem ter sido usadas para libações ou como queimadores ou lucernas.
Este depósito votivo foi constituído numa fossa artificial talhada na rocha e foi intencionalmente coberto por grande número de peças fragmentadas misturadas com grandes blocos de quartzo e terra. Na base assentava uma caixa com um crânio humano com indícios de trepanação, rodeado por ossos de animais e fragmentos de cerâmica pisados. Sobre ela assentavam grandes vasos cerâmicos, cheios de outros recipientes menores alguns contendo pequenos objectos em cerâmica, ouro, prata, vidro, coralina e bronze; os espaços entre eles era ocupado por outros recipientes menores.

CHAMINÉS DA CONCEIÇÃO

As chaminés mouriscas, um sinal de transição entre o Alentejo e o Algarve marcam a arquitectura da freguesia da Conceição.


MOINHOS DE SANTA LUZIA
Onde a planície se funde com a serra, os moinhos de Santa Luzia dominam a paisagem e merecem uma visita mais atenta.

MEDRONHO DE SANTANA DA SERRA

Na freguesia de Santana da Serra delicie--se com o elixir ali preparado, o medronho, artesanalmente confeccionado pelas mãos hábeis de quem esconde segredos jamais revelados.

IGREJA DE SANTANA DA SERRA
Igreja Paroquial de Santana da Serra
(Rua da Igreja)
Este edifício religioso foi construído em 1515, segundo as Visitações da Ordem de Santiago, primeiramente como ermida, tendo sido reformado no séc. XVIII. No séc. XIX viu ser construída a torre sineira do coro-alto.
Em termos arquitectónicos, enquadra-se na vertente popular barroca e, quanto à planta, esta é longitudinal de nave e capela-mor rectangular, filiando-se nos modelos tradicionais da arquitectura regional, desenvolvendo uma tipologia muito simplificada dos modelos do Barroco meridional.
Apresenta como características particulares a pia de água benta manuelina, reaproveitada da primitiva igreja matriz, bem como o retábulo-mor evidenciando uma interpretação popular da tradição de finais do séc. XVIII e o altar-mor de talha dourada e policromada.

Gastronomia
ESPECIALIDADES GASTRONÓMICAS

Ensopado de borrego
Cabrito na púcara
Carne de porco Alentejano
Migas com carne de porco Alentejano
Cozido de grão/feijão
Sopas de Tomate
Açorda alentejana
Gaspacho

AGRO-ALIMENTARES

Queijo de Cabra, curado ou fresco, requeijão
Queijo de Ovelha
Enchidos diversos (fábrica da Montaraz e Abelhinha)
Pão Alentejano
Mel
Medronho de Santana da Serra
Azeite


IN "SITE DO MUNICÍPIO"

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