06/12/2011



HOJE NO
"DESTAK"


Duas dezenas de ambientalistas protestaram contra construção 
da barragem
Duas dezenas de ambientalistas realizaram um protesto simbólico frente à EDP, em Lisboa, para pedir ao Governo que pare a construção da barragem que submergirá o vale do Tua e alertar a opinião pública para os custos do empreendimento.

“O custo de parar é muito mais baixo do que continuar. A concessão da barragem de Foz Tua custou cerca de 50 milhões de euros, resgatar a concessão custará talvez 60 milhões. Se a barragem for para a frente, aquilo que temos de pagar por ela, por meia dúzia de kilowatts/hora que não são necessários, porque é muito mais barato poupá-los do que estar a produzi-los, custará aos portugueses qualquer coisa como dois biliões de euros”, afirmou Joanaz de Mello, dirigente do GEOTA - Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente.

Além do GEOTA, promoveram esta ação de protesto a Liga de Protecção da Natureza (LPN), a Quercus e a COAGRET - Coordenadora de Afetados pelas Grandes Barragens e Transvases.

A construção da barragem de foz tua, a cargo da EDP, faz parte de um Programa Nacional de Barragens (PNB) idealizado pelo Governo de José Sócrates e inclui a construção de nove outras barragens, das quais três são da responsabilidade da elétrica portuguesa.

Os ambientalistas consideram que “as barragens são das formas mais agressivas que há de produzir eletricidade e são neste momento a maior ameaça que há à biodiversidade em Portugal” e querem convencer a opinião pública a apoiar este protesto, além de prepararem o recurso a outras instâncias, como aos tribunais e à União Europeia.

“Este PNB é exatamente a mesma coisa que as SCUT e os estádios. Dizia-se que eram sem custos para utilizador, mas estamos a pagar agora a fatura sob a forma de uma crise porque temos biliões de dívida”, acrescentou Joanaz de Mello, salientando que pensam “lutar até as últimas consequências para evitar esta barbaridade sobre o património nacional, sobre a identidade nacional e sobre os bolsos de todos os portugueses”.

Para os manifestantes, em contrapartida às barragens, dever-se-ia apostar nas “alternativas de desenvolvimento baseados nos valores locais que são únicos”.

“A crise tem o fator positivo de nos obrigar a pensar nos investimentos e no que é essencial. Nós precisamos de energia, mas precisamos de produzir energia da forma mais eficiente. É o que diz o programa do Governo, é o que diz a Estratégia Europeia da Energia e o memorando da troika. O que nós queremos é que se cumpra no papel aquilo que se diz de boca, que é obtermos a nossa energia da forma mais barata possível e com o menor efeito possível”, defendeu.

Entre as medidas que consideram essenciais estão a criação de “benefícios fiscais a quem fizer investimentos no setor da energia, seja na indústria, seja nas famílias”, a aposta na eficiência energética e na requalificação urbana.

No protesto, os ambientalistas distribuíram um panfleto à população onde referem ainda que “a construção da barragem irá custar aos consumidores e ao Estado entre 16.000 e 20.000 milhões de euros, ou seja, dois mil euros por cada português.

Em contrapartida “terá consequências sociais graves, contribuirá para o despovoamento da região, já empobrecida, do vale do Tua”, destruirá “valores com potencial turístico e patrimonial”, nomeadamente “o vale e linha do Tua”.


* Para as hidro-eléctricas, patos bravos e políticos comissionistas o termo sustentabilidade vale zero.
É por isso que ocupamos a posição nº32 no que respeita a corrupção.


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