15/11/2011


HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

António de Sousa admite que todos
os bancos portugueses 
"podem vir a ser" nacionalizados

Presidente da Associação Portuguesa dos Bancos acredita que, "muito provavelmente", a banca nacional vai ter de recorrer ao fundo de recapitalização definido com a troika. E, depois disso, todos podem acabar por ser nacionalizados.


Todos os bancos portugueses “podem vir a ser [nacionalizados]”, afirmou hoje o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, António de Sousa.

A referida nacionalização – uma palavra que António de Sousa considera "um pouco forte" – depende daquilo de que cada banco precisaria do fundo de recapitalização de 12 mil milhões de euros definido no plano de resgate com a troika, na opinião do presidente da APB.

“Da maneira como a legislação está apresentada, isso poderia vir a acontecer”, defendeu o responsável da principal representante dos bancos em Portugal numa entrevista na TVI24.

“Espero alguns ajustamentos que tornem a lei mais explícita”, disse António de Sousa sobre o diploma que tem gerado a discórdia entre a banca e o Governo devido aos poderes que o Estado terá nos bancos em que entrar através desse fundo, à influência na administração ou ao método vai avaliar a sua entrada no capital das instituições.

“É preciso compreender com que instrumentos é que o Estado entra quando entra [nos bancos]”, alertou António de Sousa, questionando se tal entrada é com acções ordinárias, com direitos especiais ou através de outros valores mobiliários e quando é que é definido o valor de entrada e de saída do Estado. “Nada disso é claro na lei”, apontou na entrevista à TVI24.

Poucas dúvidas quanto a necessidade de recapitalização

Seja de que forma se concretizar essa entrada do Estado nos bancos, são já poucas as dúvidas de António de Sousa quanto à necessidade destas entidades recorreram ao fundo de recapitalização de 12 mil milhões de euros.

“Muito provavelmente” esse recurso vai ser necessário caso se tornem obrigatório maiores provisões em relação à dívida pública portuguesa detida pelos bancos, como recomenda a Autoridade Bancária Europeia.

Antes da cimeira europeia de Outubro, que recomendou aos bancos imparidades na ordem dos 20% para a dívida nacional, António de Sousa mostrava-se contra à utilização deste fundo. António de Sousa dizia que o problema da banca não era de capital mas de liquidez.

Depois da cimeira, o BCP reconheceu uma necessidade de capital de 1,75 mil milhões de euros com as perdas em dívida pública recomendadas pela EBA, enquanto a CGD assumiu precisar de 2,2 mil milhões de euros. O BPI apontou para 1,71 mil milhões de euros, enquanto o BES se ficou uma necessidade de 687 milhões de euros.



* Quem antevê Ricardo Salgado, Ulrich, Santos Ferreira e mais alguns virarem funcionários públicos??? Só contaram p'ra você!

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