04/11/2011



HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Justiça abre mais de sete inquéritos 
por dia por corrupção ou fraude fiscal
Nos primeiros seis meses deste ano, foram iniciadas 
923 investigações. MP promove colóquio para 
debater impacto da crise no aumento da corrupção.

O Ministério Público abriu mais de sete inquéritos por dia por crimes de corrupção e fraude fiscal nos primeiros seis meses deste ano. Desses, 282 são investigações a casos de corrupção propriamente dita (exclui abuso de poder ou peculato) e têm origem sobretudo nos distritos judiciais de Lisboa (115) e Porto (88), segundos estatísticas facultadas ao Diário Económico pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), que tem a seu cargo a criminalidade organizada e mais complexa, entre elas a corrupção.

Ontem, durante um colóquio sobre "O Ministério Público e o Combate à Corrupção", a directora do DCIAP, Cândida Almeida, avançava que em matéria de fraude fiscal foram abertos em igual período 641 inquéritos. No total, em corrupção e fraude fiscal, são 923 investigações iniciadas, o que totaliza 7,3 inquéritos abertos por dia. Em resposta a uma questão do Diário Económico, Cândida Almeida diz que estes números correspondem a uma "ligeira" subida face aos inquéritos iniciados nos primeiros seis meses de 2010, mas a procuradora adianta que o número de processos "tem-se mantido mais ou menos nos mesmos parâmetros" nos últimos anos, desde que foram reforçados os meios humanos e técnicos no combate à corrupção (altura em que o número de inquéritos abertos conheceu uma subida significativa). Os dados de 2010 ainda não são conhecidos, porque o relatório de actividade da Procuradoria Geral da República em relação ao ano passado ainda está por divulgar.

Mas a possibilidade de a crise económica e as duras medidas de austeridade a aplicar em 2012 potenciar fenómenos de corrupção não foi ontem descartada. Foi até admitida. E Cândida Almeida, promotora do colóquio, que fará um périplo por outras cidades do país, definiu que um dos objectivos do encontro era mesmo fazer a reflexão sobre o impacto da crise no provável aumento da corrupção.


* À vossa atenção:
- Não são nem serão as pesooas atiradas para o desemprego, aquelas a quem reduziram salários e subsídios, as responsáveis pelo aumento da corrupção.
- Quem tem capacidade para corromper são os que têm muito dinheiro e que são pouco afectados pelos cortes do governo.
- Quem tem capacidade para corromper e cometer fraude fiscal são os que têm muitissimo dinheiro e ainda são menos afectados pelos cortes governamentais, por já terem "exportado" milhares de milhão de euros para paraísos fiscais.


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