11/10/2011



HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"

Scut vão custar mais 700 milhões

O Estado vai pagar mais 700 milhões às concessionárias das ex-Scut do que antes da renegociação de Julho de 2010. De acordo com um relatório do Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias (INIR), a que o CM teve acesso, "nas versões iniciais dos contratos de concessão" a Estradas de Portugal tinha de pagar 3,6 mil milhões de euros – e, depois da renegociação do anterior Governo com as concessionárias, passou a ter encargos na ordem dos 4,3 mil milhões.


O relatório ‘Renegociação das Concessões Rodoviárias de 2010’ tem data de Julho de 2011 e afirma ainda que não são só as antigas estradas sem custos para o utilizador (Scut) que apresentam prejuízo para o Estado.

Assim, escrevem os técnicos da entidade reguladora, "no caso das concessões já portajadas", existe "a forte probalidade de os acordos se virem a revelar muito desvantajosos do ponto de vista financeiro, caso os cenários de tráfego extremamente optimistas" apresentados "não sejam atingidos".

Ontem, o ‘Jornal das Oito’, da TVI, adiantava que o INIR informou o actual Governo de que a empresa pública Estradas de Portugal vai pagar à Ascendi 1864 milhões de euros pelas concessões Norte e Grande Lisboa, recebendo em troca apenas 1267 milhões das portagens. Um prejuízo, em apenas duas concessões, de quase 600 milhões de euros (597), a preços actuais. A que se soma um aumento dos encargos nas ex-Scut de 700 milhões de euros.

PAULO CAMPOS CONTESTA

O deputado do PS e secretário de Estado adjunto das Obras Públicas e Comunicações na altura da renegociação de Julho de 2010 com os concessionários das auto-estradas, no anterior Governo, diz ao CM que não quer comentar um relatório que desconhece, mas afirma que "no relatório fundamentado das negociações com as seis concessionárias, os números são muito claros e apontam para ganhos do Estado na ordem dos 4,1 mil milhões de euros". No relatório do Instituto de Infra-Estruturas Rodoviárias (INIR), afirma-se que o ex-secretário de Estado e o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, receberam informação técnica sobre os números agora avançados de prejuízo para o Estado. Previa-se que "as receitas efectivas de portagem" seriam muito inferiores às indicadas.


* A Ascendi não gastou um "chavo" com a construção das estradas de que é concessionária. Tem receitas e o Estado paga as despesas. Quem engendrou este NEGÓCIO?

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