09/10/2011



ESTA SEMANA NO
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SNS já poupou 25 milhões de euros
em horas extraordinárias

Algumas facturas baixam mais de 20%. “Reduções futuras podem ser complicadas”, alertam administradores


A meta era cortar 35 milhões de euros até ao final do ano em horas extraordinárias, convenções e outras contratações por fora e só o primeiro item está perto de cumprir o planeado. Até Agosto o SNS reduziu em 25 milhões de euros a factura com horas extraordinárias e suplementos, um corte que a nível nacional – e tendo em conta cuidados primários, hospitais e unidades locais de saúde – significa menos 8%.
O governo está assim a dois pontos percentuais de conseguir atingir a meta de reduzir em 10% a despesa com horas extraordinárias, uma medida que a troika previa para o primeiro trimestre de 2012 mas que Paulo Macedo antecipou para o final do ano. Mas se o número parece modesto, o que está por detrás dele revela uma poupança considerável em algumas unidades.
Os dados analisados pelo i foram divulgados ontem pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Pela primeira vez depois da publicação do despacho n.º 11374/ 2011, que visa a monitorização mensal do desempenho das unidades do SNS, é possível ter ideia quase em tempo real de como estão a evoluir as despesas mas também a produtividades das administrações regionais de saúde, hospitais e e unidades locais de saúde. Assim, são agora conhecidos os dados de 44 unidades relativos ao total acumulado até Agosto. De fora, explica uma nota da ACSS, ficaram apenas seis instituições em processo de fusão.
É numa análise às despesas com horas extraordinárias e suplementos reportadas por estas unidades que se encontra a poupança de 25 milhões de euros, em comparação com os oito primeiros meses do ano passado. A factura, ainda assim, representa na maioria dos casos mais de 15% dos gastos com pessoal e ascende no total das instituições a 284,7 milhões de euros. No ano passado os gastos, em Agosto, já chegavam aos 309 milhões de euros e atingiu os 250 milhões.
A redução deste expediente, considerado um dos locais com mais gordura do SNS e para o qual estão previstos mais cortes administrativos sofreu em Setembro uma actualização da troika, com ordem para cortar mais 20% em 2012 e outros 20% em 2013. Pedro Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, diz ao i que os cortes até ao momento estão dentro do expectável, não estando a afectar grandemente os serviços com constrangimentos de longa data à contratação. “Sempre alertámos que era uma das áreas onde havia muito a fazer”, diz o responsável, alertando contudo que vai ser precisa alguma sensibilidade para cumprir mais cortes. ”Reduções futuras podem começar a ser complicadas. Cada hospital é uma realidade e alguns já não terão onde cortar.”
Os que mais cortam Em termos de factura final, os Centros Hospitalares de Lisboa Norte e Lisboa Central poupam cada um mais de 2 milhões de euros. Segue-se a poupança do Hospital Garcia da Hora, menos 1,6 milhões de euros até Agosto e o Centro Hospitalar do Porto, com menos 1,1 milhões de euros. Em termos de fatia, o Hospital Dr. Francisco Zagalo diminui a despesa neste indicador em 34% e são 18 em 34 os hospitais que superam em 10% a redução.
Nas Administrações Regionais de Saúde, que representam os custos com pessoal na rede de cuidados primários, o corte é bem mais modesto. Destacava-se o esforço da ARS Algarve, que reduz a despesa em 25%. Na ARS Lisboa e Vale do Tejo pouparam-se já 1,5 milhões de euros, que representam menos 5,74% da despesa até Agosto n o ano passado.
Já na ARS Centro há mesmo um aumento desta rubrica em 1 milhão de euros, uma tendência de crescimento que só se repete no Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, IPO Lisboa e Unidade de Saúde Local de Castelo Branco.


* O País não se resolve com poupanças. Produzir, exportar com competitividade, criar emprego, justiça e repor o poder de compra interno. Se se pensa que reduzir é solução para os nossos males estamos feitos. Os empresários que empreendam e não queiram mamar na teta do estado a tempo inteiro.

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