22/09/2011


HOJE NO
"PÚBLICO"

Associação Transparência e Integridade
Declarações de interesses de um terço 
dos deputados em falta

As declarações de interesses de cerca de um terço dos deputados continuam em falta, mais de um mês após o fim do prazo legal, denunciou hoje o vice-presidente da Associação Transparência e Integridade, Paulo Morais.


“Inexplicavelmente, ao fim de 90 dias de tomada de posse do Parlamento, continuamos sem saber qual é o registo de interesses de muitos deputados”, afirmou Paulo Morais, classificando a situação como “completamente inadmissível”.

António José Seguro, Mota Amaral, Telmo Correia, Bernardino Soares, Ana Drago, Miranda Calha, José Lello, Miguel Frasquilho, Honório Novo e João Semedo são alguns dos 75 deputados ainda sem o registo de interesses publicado no site da Assembleia da República, mais de um mês após o prazo legal de 60 dias.

Para o professor universitário e ex-vice-presidente da Câmara do Porto, esta situação só pode acontecer “por total incompetência dos serviços, por falta de atenção da presidente ou porque os interesses não foram, de facto, declarados pelos próprios deputados”.

A ausência de um tão elevado número de registos no site da Assembleia da República está a impedir a Transparência e Integridade de realizar um estudo global sobre estas declarações, mas a associação detectou já alguns conflitos de interesses. “Apesar de se notar que há um pouco mais de cuidado, pelo menos cosmético, no sentido de apresentar as declarações de interesses dos deputados, há alguns exemplos que já estão a ser estudados pela Transparência e Integridade que não auguram nada de bom”, afirmou.

Paulo Morais deu o exemplo da presença na comissão de acompanhamento das medidas da troika de um deputado do PSD que pertence ao Grupo BES e de outro do CDS que integra o maior escritório de advogados do país. “Acho um pouco estranho que os partidos mandem para esta comissão os representantes dos grandes grupos de interesses nacionais”, frisou.

Paulo Morais criticou também o PS por colocar como seu representante na Comissão Nacional de Eleições, que tomou posse na terça-feira, o advogado de Armando Vara durante o processo “Face Oculta”. “Estes são exemplos, um pouco estranhos, de formas de tentar credibilizar o Parlamento”, salientou, recomendando aos partidos que tenham o cuidado de “nomear pessoas que claramente não tenham conflitos de interesses”.


* Se optar por ser ingénuo acredite nestes políticos exemplares...

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