14/09/2011



HOJE NO
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Marcelo denuncia concursos ilícitos 
para progressão nas carreiras
Universidades continuam a aumentar professores apesar de haver congelamento

Marcelo Rebelo de Sousa denunciou ontem que na Universidade Clássica de Lisboa se continuam a realizar concursos para progressão nas carreiras, apesar de estes estarem congelados. O professor adiantou que faz questão que nas actas dos júris onde participa fique registado que tem dúvidas quanto à legalidade dos mesmos. "Temos uma administração pública parecida com o Pinóquio que fugiu ao Gepeto", desabafou.

Marcelo foi um dos oradores do colóquio Perfis das marcas próprias metro Cash& Carry, organizado pela Makro no âmbito da divulgação da estratégia desta cadeia para Portugal durante os próximos anos.

O professor da Faculdade de Direito de Lisboa referiu-se à existência de um Estado dentro do Estado que funciona totalmente à margem da legalidade, com autonomia total, e sem que ninguém ponha ordem na casa.

A situação dos Estados Unidos foi outro dos temas abordados. O orador lembrou que os próximos anos vão ser cruciais para aquele país e não pôs de parte a hipótese de o actual presidente, Barack Obama, não ser reeleito. "Ninguém ousa dizer que o país vai entrar novamente em recessão, mas o próximo presidente encontrará certamente uma situação complexa de resolver. Os últimos indicadores, inclusive os da pobreza, não têm sido bons", disse.

Quanto à Europa, o destaque foi dado ao desafio que as próximas eleições vão apresentar a Espanha, França, Alemanha e Itália, "onde nunca ninguém sabe quando vai haver eleições". Marcelo fez questão de referir que o caso grego deve ser analisado com grande cuidado, de forma a não criar um problema para a zona euro.

"O objectivo principal", disse, "é que não haja um incumprimento descontrolado naquele país", acrescentando que o timing da crise grega não é irrelevante nem para Portugal nem para a zona euro."

A Europa, considerou o professor, está numa encruzilhada. Já percebeu a dimensão do problema, mas decide sempre tarde. "E o atraso pode dificultar a resolução dos problemas", concluiu. E falou do "amigo" Obama, que já disse que a Espanha e a Itália vão ser os próximos países a entrar em crise.

Quanto à saída do euro de alguns países pertencentes à moeda única, lembrou o caso recente da Hungria, que reformulou a sua dívida nos últimos dias, o que levou a uma depreciação da moeda de 10%.

Referindo-se especificamente a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa disse que, se sairmos do euro, isso levará a uma quebra de 40% a 50% da nossa moeda, com todas as consequências que isso implica.

E referiu que a actual situação é a pior dos últimos 35 anos. "É o maior desafio que temos pela frente", disse. "O controlo orçamental, estancar a subida da dívida pública e enfrentar os ajustamentos que vão provocar novos cortes em 2012, mas também o crescimento económico, vital para a sobrevivência do país.

Marcelo lembrou que o consumo público e privado vão conhecer cortes profundos nos próximos anos, além de uma vaga de emigração que não tinha uma dimensão semelhante desde a década de 60. "E vamos ter uma apreciável quebra do investimento público, que, aliado a toda a conjuntura, vai chegar ao sector do comércio, com redução de unidades, concentração e maior exigência por parte dos mercados", alertou.

Mas o tom final da intervenção foi de optimismo. O comentador televisivo considera que os portugueses estão à altura do desafio e que sempre conseguiram ultrapassar períodos de crise dando a volta por cima. E apontou soluções: criação de parcerias, união interna e resiliência. 


* É isso mesmo Sr Professor... um Estado dentro do Estado, o "Estado" a que os nossos políticos nos conduziram e são inimputáveis, dentro do "Estado" desgraçado em que se encontram 80 por cento dos portugueses.


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