01/09/2011


HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
 
Passos Coelho recusa imposto 
sobre grandes fortunas
O primeiro-ministro português considera que Portugal tem um dos índices mais elevados de assimetria 
na distribuição das receitas mas, em entrevista ao 
El Pais, rejeita a aplicação de um imposto 
sobre as grandes fortunas.

Em entrevista publicada na edição de hoje do diário espanhol, Pedro Passos Coelho que visitou Madrid na quarta-feira reconheceu que a assimetria fiscal é uma realidade em toda a UE, mas que adotar medidas fiscais muito duras pode levar à fuga de capitais.

"Um espaço económico mais amplo como o da UE deve permitir uma convergência para evitar tantas fugas de capitais. Sabemos que é um equilíbrio difícil porque se se adotam medidas fiscais muito mais agressivas, os capitais fogem para outros países", afirmou ao El Pais.

"Outra questão é a assimetria na distribuição de receitas e aqui sim, Portugal tem um dos índices mais altos de desigualdade. Temos que aplicar políticas que permitam uma redistribuição de rendimentos mais equitativa", considerou.

Passos Coelho rejeita no entanto propor qualquer imposto sobre as grandes fortunas, já que o país necessita de "atrair fortunas, investimento e capital externo".

"Se tivéssemos decidido aumentar a pressão fiscal sobre o capital e as fortunas, teríamos um problema de financiamento da economia mais grave do que temos", afirmou.

"Não podemos encarar de forma penalizadora os que têm mais capacidade de criar riqueza. Daríamos um sinal errado", afirmou.

Na introdução à entrevista o correspondente do El Pais em Lisboa considera que a relação bilateral entre Portugal e Espanha "passa por um distanciamento notório", dando como exemplo o facto de não ter havido cimeiras bilaterais -- normalmente anuais -- desde 2009.

Questionado sobre esse aspeto, Passos Coelho insistiu que as cimeiras serão retomadas, "voltando à normalidade entre os Governos dos dois países", e não puderam ser realizadas porque os dois países "viveram um período dominado pela crise das dívidas soberanas na Europa", com eleições em Portugal e um voto legislativo próximo em Espanha.

Apesar disso, Passos Coelho insistiu na mensagem que deixou ao seu homólogo espanhol, durante o encontro em Madrid, na quarta-feira, insistindo na "grande proximidade" entre os dois países e no "muito acentuado nível de integração económica".

Sobre o comboio de alta velocidade, Passos Coelho insiste nas "dificuldades económicas que impedem que este projeto possa avançar como estava programado" e na defesa da ligação em bitola europeia para mercadorias.


* A verdade é que não se pode "atacar" os verdadeiros donos do país, lume brando para eles. Se desejar leia o nosso comentário a 25/08/11 sobre uma notícia editada pelo "DIÁRIO ECONÓMICO".

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