VAGOS
Distrito de Aveiro
Vagos é uma vila portuguesa, situada no Distrito de Aveiro, região Centro e sub-região do Baixo Vouga, com cerca de 23 000 habitantes.
É sede de um município com 165,29 km² de área, 24 107 habitantes (2008), e uma densidade demográfica de 146 habitantes/km², subdividido em 11 freguesias. O município, que é comporto por duas partes divididas pela Ria de Aveiro, uma parte continental e uma porção do cordão dunar da Costa Nova, é limitado a norte pelo município de Ílhavo, a nordeste por Aveiro, a leste por Oliveira do Bairro, a sueste por Cantanhede, a sudoeste por Mira e a oeste tem litroal no oceano Atlântico.
Esta região, chamada "Vacus" durante a ocupação romana, ainda não existia na sua totalidade durante a Idade Média. Efectivamente, muitos dos terrenos actuais estavam ocupados pelo mar, havendo, posteriormente o assoreamento de uma vasta planície onde, hoje, as populações se dedicam, essencialmente, à agricultura e agro-pecuária.
História
D. Sancho I, o Rei Povoador, deu foral às terras de São Romão em 1190, e a 15 de Outubro de 1192 doou a antiga Vila de Soza à Ordem de Nossa Senhora do Rocamador, mais tarde extinta. Soza foi sede do Concelho, com foral a 16 de Fevereiro de 1514. Foi extinta com a Reforma Administrativa de 31 de Dezembro de 1853, passando a integrar o concelho de Vagos.
A Vila de Vagos recebeu foral de D. Manuel, datado de Lisboa, a 14 de Agosto de 1514. A importância de Vagos vem já desde a Idade Média, dado o facto de denominar-se de Vagos a única porta a Sul das Muralhas de Aveiro e ter pertencido à antiga Comarca de Esgueira.
Vagos Antigamente
Num lugar que se chama Ranhoca, hoje propriedade do Sr. Isaias Resende começaram a construir poço onde encontraram muitas lages (pedras grandes) que pensavam que era uma mina de carbonato e foi impedida a obra. Chamaram cientistas, que verificaram, depois de feitas análises, que tinha sidoum porto de maronde entravam e saíam navios.
Uma prova que, em tempos remotos o mar esteve muito perto da nossa vila chamada Vagos, que na altura se chamava Vacus.Também nessa vila, havia e ainda há algumas docas que era onde os moliceiros entravam com os seus barcos carregados de moliço que usavam para estrumar as terras, depois os lavradores vinham com carros puxados a bois transportá-lo. Esse moliço era apanhado com ancinhos no rio que entre outros se chama «Rio Boco».
Gentílico | Vaguense |
Área | 165,29 km² |
População | 24 107 hab. (2008[1]) |
Densidade populacional | 145,85 hab./km² |
N.º de freguesias | 11 |
Presidente da Câmara Municipal | Não disponível |
Fundação do município (ou foral) | 12 de Agosto de 1514 |
Região (NUTS II) | Região Centro |
Sub-região (NUTS III) | Baixo Vouga |
Distrito | Aveiro |
Antiga província | Beira Litoral |
Orago | São Tiago |
Feriado municipal | Segunda-feira após o Domingo de Pentecostes |
Código postal | 3840 |
Endereço dos Paços do Concelho | Não disponível |
Sítio oficial | Não disponível |
Endereço de correio electrónico |
Lendas do Concelho
Lenda da Nossa Senhora de Vagos
A pouco mais de um quilómetro da vila de Vagos, situada num local campestre, pitoresco e aprazível, convidativo à oração, fica a ermida de Nossa Senhora de Vagos cheia de história e tradição. Consta que antes do actual santuário, existiu outro a dois quilómetros deste de que há apenas vestígios de uma parede bastante alta, denominada «Paredes da Torre», cercada presentemente por densa floresta mas de fácil acesso.
Tradições antigas com várias lendas à mistura, dizemque perto da praiada Vagueira naufragou um navio francês dentro do qual havia uma imagem de Nossa Senhora que a tripulação conseguiu salvar e esconder debaixo de arbustos que na altura rareavam no areal. Dirigindo-se para Esgueira, freguesia mais próxima, a tripulação contou o sucedido ao Pároco que acompanhado por muitos fiéis, veio ao local onde tinham colocado a imagem, mas nada encontrou. Dizem uns que Nossa Senhora apareceu a um lavrador indicando-lhe o sítio onde se encontrava o qual aí mandou construir uma ermida; dizem outras que apareceu em sonhos a D. Sancho primeiro quando se encontrava em Viseu que dirigindo-se ao local e tendo encontrado a imagem, mandou construir uma capela e uma torre militar a fim de defender os peregrinos dos piratas que constantemente assaltavam aquela praia. Mas parece que a primeira ermida e o culto da Nossa Senhora de Vagos datam do século doze. O que fez espalhar a devoção a Nossa Senhora de Vagos foram os milagres que se lhe atribuem. Entre eles consta a cura de um leproso, Estevão Coelho, fidalgo dos arredores da Serra da Estrela que veio até ao Santuário.
Ao sentir-se curado além de lhe doar grande parte das suas terras, ficou a viver na ermida, vindo a falecer em 1515. É deste Estevão Coelho, que conta a lenda ter quatro vezes a imagem de Nossa Senhora de Vagos, sido trazida para a sua nova Capela, quando das ruínas da Capela antiga (Paredes da Torre), e quatro vezes se ter ela ausentado misteriosamente para a Capela primitiva. Só à quarta vez se reparou que não tinham sido transferidos os ossos de Estêvão Coelho, e que as retiradas que a Senhora fazia eram nascidas de querer acompanhar o seu devoto servo que na sua primeira Ermida estava sepultado; trasladados os ossos daquele, logo ficou a Senhora sossegada e satisfeita. Penso que ainda hoje, à entrada do Templo existe uma pedra com o nome de Estêvão Coelho.
Outro grande milagre teve como cenário os campos de Cantanhede completamente áridos e impróprios para a cultura devido a uma seca que se prolongava à mais de quatro anos. A miséria e a fome alastrou de tal maneira por aquela região que todo o povo no auge do deserto elevava preces ao Céu, para que a chuva caísse. Até que indo em procissão à Senhora da Varziela, ouviram um sino tocar para os lados do Mar de Vagos. Toda a gente tomou esse rumo. Chegados à Ermida de Nossa Senhora de Vagos, suplicaram a Deus que derramasse sobre as suas terras a tão desejada chuva o que de facto sucedeu. Em face de tão grande milagre, fizeram ali mesmo um voto de se deslocarem àquele local de peregrinação, distribuindo ao mesmo tempo as pobres esmolas, dinheiro, géneros, etc. ... Ainda hoje essa tradição se mantém numa manifestação de Fé e Amor. Ainda hoje o pão de Cantanhede continua a ser distribuído em grande quantidade no largo da Nossa Senhora de Vagos.
Perto do actual santuário que pelas lápides sepulcrais aí existentes, remota ao século dezassete, construíram-se umas habitações onde de vez em quando se recolhiam em oração os Condes de Cantanhede e os Srs. de Vila Verde. Hoje, já não existem vestígios dessas habitações.
Património Cultural
Igreja Matriz de Vagos
Capela dedicada a S. Tiago-maior apóstolo. Trata-se de um templo modesto, de uma só nave. A sua orientação é nascente-poente, para onde está voltada a porta principal. A grande reforma do edifício deu-se na segunda metade do séc. XVIII. O arco da capela do evangelho é do séc. XVII, da renascença decadente, com pendurados nas faces das pilastras e de querubins na volta, tendo brasão que a talha não deixa ver convenientemente. Foi a capela privativa dos Cardosos. Aqui encontra-se uma lápide que diz: “El-Rei D. Affonso V deu esta egreja ao Mosteiro de S. Marcos, ao qual está unida in perpetuo no espiritual e temporal. Em 1452”
Igreja e Palacete |
Palacete Visconde de Valdemouro
Casa que pertenceu ao Visconde de Valdemouro, lisboeta de nascimento e radicado em Vagos. Vendeu a sua propriedade aos Administradores do Concelho que aí fixaram os serviços municipalizados. Constituída por um brasão com um escudo esquartelado.
Casa Ducado Dão Lafões
Casa pertencente ao Duque de Lafões, último donatário da freguesia de Soza. Mantém a sua traça original com o respectivo Brasão
As azenhas do Boco aproveitam, ainda, as quedas de água vindas de várias nascentes que afluem até ao Rio Boco.
Ainda se podem encontrar algumas azenhas em funcionamento.
Moinhos de S. Romão
Os moinhos de vento, outrora motores da moagem de cereais, através da força eólica fornecida pelos ventos marítimos, são hoje o ex-líbris do lugar de São Romão, freguesia de Santo André.
Casa da Pedricosa
Residência local duma família nobre, os Fonseca Guimarães. Ao lado da casa encontram-se, embora cobertas de silvas, ruínas de uma capela de planta circular, a Capela de Santo António. O fundador da Casa da Pedricosa, António da Fonseca Guimarães, que era falecido já em 1660, tinha lápide funerária nesta capela para onde terá sido transladado da Igreja de Vagos, após a morte da sua mulher, Dona Joana de Almeida, a 28 de Setembro de 1661.
Património Natural
Repleto de paisagens magníficas dotadas de grande beleza, o município de Vagos possui uma riqueza florística e faunística imensa, estando parte desta, classificada como Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro e Sítio Dunas de Mira, Gândara e Gafanhas,
no âmbito da Rede Natura 2000, uma rede europeia de conservação de habitats e espécies nas suas áreas de distribuição
Arte Xávega
Na Praia da Vagueira pode-se assistir, ainda hoje, à arte de pesca costeira artesanal conhecida como a “Arte Xávega”, que remonta ao século XIX. De barco, os pescadores lançam as redes ao mar e cercam os cardumes. Posteriormente alam a rede para a costa, com a ajuda de juntas de bois.
Nesta altura, homens e mulheres, colaboram na azáfama de estender a rede pelo areal e dela arrancar todo o peixe que insiste em voltar para o mar.
Actualmente, os pescadores recorrem a novos mecanismos, adaptando motores nos barcos antigos, assim como utilizando tractores para puxar os barcos para o mar e as redes para terra.
Este tipo de pesca depende do tempo, das marés e da afluência do peixe. Em ocasiões de abundância, a sua actuação não costuma exceder 4 a 5 lanços diários no verão e 1 a 2 lanços no inverno.
Gastronomia
Terra de sabores e aromas, Vagos é detentor de uma gastronomia de excelência, directamente ligada ao Mar, à Ria e à Terra.
Sabores do mar
Das redes de pesca da Xávega sai o peixe fresquinho para confeccionar as saborosas Caldeiradas de Peixe, os Escabeches e as tão típicas Fritadas de peixe. Pratos que trazem consigo impregnado o forte aroma a maresia característico da zona.
Sabores da Ria
Do canal da Ria de Aveiro que invade Vagos, pequenos bivalves e crustáceos participam nos grandes banquetes de Mariscos. As famosas enguias, são as protagonistas do prato mais afamado de Vagos, a Caldeirada de Enguias, de cores e sabores únicos.
Sabores da Terra
São das terras férteis de Vagos que bons legumes crescem para acompanhar os Assados de Coelho, a Chanfana de Carneiro na Caçoila de Barro, as Papas de Abóbora com Rojões e as Papas de Sarrabulho.
IN "WIKIPÉDIA" "SITE DO MUNICÍPIO DE VAGOS"
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