10/05/2011

MARTA CRAWFORD


Sexo tórrido


Ontem alguém me dizia que se tivesse sexo tórrido com a mulher com muita regularidade tudo estaria bem e que não teria necessidade de se consolar de outra maneira. Mas será? Será que um homem aguenta de facto ter sexo tórrido regularmente? E a mulher, será que que ela quer? Será que um casal consegue ter disponibilidade física e psicológica para ter sexo todos os dias?

Umas das questões que levam os casais ao consultório prende-se com a frequência com que se encontram sexualmente. Existe um elevado número de homens que se queixa das suas parceiras porque elas nunca têm vontade e existe um novo grupo de mulheres que se queixa dos seus parceiros porque estes nunca querem sexo. O ideal seria emparelhar as vontades, provavelmente o problema ficava resolvido. Mas na prática isso não acontece.

É comum no início da relação as vontades serem equivalente, a frequência ser alta, mas isso não garante a continuidade, mesmo que os dois estejam em sintonia, pois não? Logo, o remédio não está na frequência, mas na qualidade da relação e na capacidade do casal de se entender naquilo que lhe dá verdadeira satisfação. A disponibilidade, a motivação e a capacidade de desenvolver uma intimidade construtiva é que faz com que o sexo perdure e não caia no esquecimento. É preciso perceber muito bem o que se quer, e saber partilhá-lo com o outro, senão o equívoco ganha força e vence.

Quantas vezes já ouvi os parceiros desalentados dizerem: "deves ser frígida!", "só podes ser homossexual!" Com este tipo de acusações vai ser muito difícil que o sexo seja tórrido, não lhe parece?

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07/05/11

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