05/05/2011

ALMORRÓIDA INFERIORIZADA


Ricos ganham 18 vezes mais

Por:Janete Frazão

Cinco por cento dos portugueses mais ricos têm 18 vezes mais rendimento do que cinco por cento dos mais pobres. Esta é uma das conclusões preliminares do estudo ‘Desigualdades em Portugal’, elaborado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), que revela igualmente que o País tem um nível de desigualdade "extremamente elevado" no quadro dos países europeus.

Os dados da FFMS mostram que 5% da população com menor rendimento auferem cerca de 1% do rendimento total e os 10% da população mais pobre recebem somente 2,7% do rendimento existente. No extremo oposto, 5% dos mais ricos detêm 18% da totalidade do rendimento por adulto equivalente gerado na sociedade. No referido estudo constatou-se ainda que, em 2008, 90% da população portuguesa auferiu menos de 18,5 mil euros, o que a 14 meses significa cerca de 1300 euros/mês. Por outro lado, perto de 1,1% da população apresentou rendimentos, por adulto, superiores a 40 mil euros, ou seja, cerca de 2800 euros, a 14 meses.

Ao nível da UE a 27, em 2008, Portugal foi o terceiro país com maior nível de desigualdade, apenas suplantado pela Letónia e pela Lituânia. Nesse mesmo ano, em matéria de incidência de pobreza, Portugal apresentou uma taxa de 17,9 por cento, acima da média europeia (16,3 por cento).

Os resultados deste estudo são apresentados amanhã numa conferência no ISEG, Lisboa, moderada pelo presidente da FFMS, António Barreto.

TAXA DE POBREZA CAI 4,7%

A taxa de pobreza em Portugal registou uma diminuição de 4,7 pontos percentuais, passando de 22,5% da população, em 1993, para 17,9%, em 2008, refere o estudo ‘Desigualdades em Portugal’, da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS).

Na base deste decréscimo estão, de acordo com o mesmo estudo, algumas das medidas de política social dirigidas à população com maior precariedade, tais como o Rendimento Social de Inserção (RSI), aprovado no Governo de Durão Barroso, e o Complemento Solidário para Idosos (CSI).

A FFMS conclui ainda que no período entre 1993 e 2008, a intensidade da pobreza em Portugal foi reduzida em cerca de 43% e a severidade da pobreza assumiu, em 2008, um valor que é menos de metade do registado quinze anos antes.

IN "CORREIO DA MANHÃ"
05/05/11

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