23/05/2011

ALMORRÓIDA CORPORATIVA


GNR promoveu 40 coronéis para travar mal-estar contra generais

A Guarda Nacional Republicana promoveu, no início deste ano, 40 novos coronéis, aumentando assim o número de oficiais desta patente para cerca de uma centena. Tratou-se de uma medida de excepção no âmbito do que o Governo decidiu para a função pública, mas que, dentro da própria instituição provocou contestação, uma vez que se mantêm em suspenso as promoções para cerca de 10 mil guardas. Estas promoções serviram, por outro lado, para tentar travar a insatisfação dos oficiais de carreira por não chegarem aos lugares máximos da hierarquia, entregues a 11 generais oriundos do Exército.

Com as promoções de Janeiro deste ano (com retroactivos a Janeiro de 2010) a GNR passou a ter mais de um terço dos seus coronéis a desempenhar serviços administrativos. Apenas 27 dos oficiais com esta patente estão a comandar unidades, 18 correspondentes aos distritos do continente, duas relativas à Madeira e Açores e mais sete móveis.

"Na GNR os postos não são comandados por oficiais [na PSP o comando das esquadras está entregue a comissários e subcomissários, os quais já pertencem à classe de oficiais], mas por sargentos. Os oficiais da GNR estão, na sua maioria, dispersos por serviços burocráticos, de estudos e planeamentos", explicou ao PÚBLICO o presidente da Assembleia Geral da Associação dos Profissionais da Guarda (APG) José Manageiro.

Este dirigente sindical, assim como dois capitães-majores que preferiram manter o anonimato, entendem que o não aproveitamento para tarefas operacionais de grande parte dos oficiais formados internamente "é um factor de desmotivação" e "um desperdício de recursos". "É incompreensível que, após 100 anos de existência, a GNR continue sem ter um só comandante por si formado", dizem.

IN "PÚBLICO"
23/05/11

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