05/02/2011

MANUEL QUEIROZ



O país que funciona
       e o que não funciona


Crescemos bem no ranking da Inovação europeia, mas no que funciona mal está, claro, boa parte do sector empresarial do estado

 
Portugal é um dos países que mais cresceram em Investigação e Desenvolvimento (I&D) nos últimos cinco anos, segundo o Ranking da Inovação compilado pela União Europeia. Ou seja, há uma parte do país, que tem sido apoiada e que está a fazer bem e a crescer.
Mas há outra parte do país, do sector empresarial do Estado nomeadamente, que continua longe da eficiência e que justamente o presidente do PSD ontem sublinhou como um dos pontos em que o governo tem que agir - até porque se comprometeu a agir.

O presidente do PSD, nas Jornadas Parlamentares, não foi ainda claro no que quer para essas empresas, mas convém não se enganarem aqueles que imediatamente o criticaram: temos um problema grave nas empresas de transporte, por exemplo, com défices crónicos que são mesmo excessivos. Ou pelo menos são de tal magnitude - e a aumentar de ano para ano - que um dia destes não temos com que ospagar.
Curiosamente, voltando ao Ranking europeu da Inovação, o pior lugar de Portugal nos vários items que são comparados acaba por ser nos efeitos económicos conseguidos, onde ocupa a 23.ª posição (em 27 países, claro). Indicadores como o emprego em sectores que exigem elevada qualificação, o volume das exportações de bens de média e alta tecnologia ou a venda de bens resultantes de inovações apresentam desempenhos e evoluções abaixo da média europeia.

Portugal é o país que mais cresceu em termos de despesas efectuadas em I&D em percentagem do PIB (já está próximo da média europeia), é também o país em que mais jovens com idades entre os 20 e os 24 anos têm o ensino secundário completo e está em primeiro lugar no crescimento de empresas inovadoras que colaboram com outras empresas e é segundo no ranking dos países que mais aumentaram a despesa pública em investigação e dos que mais patentes efectuaram em áreas que "constituem um desafio para as sociedades". Mas ainda não chegámos a fase em que isso se traduz em ganho económico em larga escala.

Há um país e duas velocidades - a segunda é aquela que consome recursos e não apresenta resultados, que presta um serviço público mas a preços incomportáveis. E é urgente, tendo em conta as finanças do país, que os comece a apresentar.

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02/02/11

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