31/01/2011

ALMORRÓIDA GERMANÓFILA



Villas Boas acusa Berlim de "deportar crianças" 
e Portugal de as "importar"

O responsável pelo Refúgio Aboim Ascensão, Luís Villas Boas, acusa o Estado alemão de “deportar” crianças problemáticas e Portugal de as importar e apela aos tribunais para porem termo à situação de negligência de direitos das crianças.

Segundo o canal de televisão ZDF, a Alemanha enviou nos últimos anos crianças e jovens problemáticos para serem reeducadas em Portugal por associações privadas, tendo surgido casos de criminalidade e de suicídio entre eles.

Em entrevista telefónica à agência Lusa, Luís Villas Boas acusou o Estado alemão de estar a “deportar crianças delinquentes para Portugal” no âmbito deste caso.

O director do Refúgio Aboim Ascensão, Instituição Particular Cristã de Solidariedade Social que desenvolve desde 1985 um trabalho de “Emergência Infantil”, está preocupado com a “máfia” que paira à volta do caso das crianças alemãs e apela ao Estado português para agir e erradicar a situação.

“Isto para mim é um caso de polícia. Portugal não devia aceitar estas crianças, pois nem sequer temos uma aptidão especial para as receber”, observou Villas Boas, classificando de “mafiosa” a forma como os indivíduos operam à revelia do Estado português sem respeitar os direitos das crianças.

Segundo Villas Boas, Portugal tem de agir rapidamente e os tribunais têm de pressionar a Segurança Social e "reencaminhar os meninos para o país de origem”, pois esta situação é “fazer de Portugal um circo onde os domadores são os alemães que estão a abusar da tolerância dos portugueses”.

“Entendo que há uma situação que devia ser de todo erradicada e se houvesse alguma vez uma instituição com uma finalidade parecida devia ser mediada, observada e fiscalizada pelo Estado português, porque no fundo isto trata-se de uma importação de delinquência”.

Villas Boas recorda que há mais de uma década que ouve falar de casas que recebem crianças no Algarve, nomeadamente junto a Moncarapacho (Olhão) e Messines (Silves), mas defende que essas casas, a existirem, têm de ser fiscalizadas de uma forma “transparente e oficializada”.

O caso das crianças alemãs enviadas para Portugal para serem reeducadas está a ser acompanhado pelo Tribunal de Menores de Faro, segundo informações da Procuradoria-Geral da República.

IN "PÚBLICO"
31/01/11

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