20/01/2011

ALMORRÓIDA CONSELHEIRA


Sete conselhos para sobreviver 
        à entrevista e sair de lá com emprego

por Joana Petiz


Vá preparado e ponha todas as cartas na mesa. 
Verá que assim evita muitos problemas 
e provavelmente será bem-sucedido

Uma entrevista de emprego é sempre um momento em que os nervos estão à flor da pele. Quer esteja sem trabalho e a sua vida profissional dependa do seu comportamento naqueles 20 minutos em frente ao entrevistador, quer esteja a tentar mudar de profissão ou dar uma lufada de ar fresco à sua carreira, decerto já lhe aconteceu ser levado pelos nervos e deitar tudo por água abaixo. Além disso, nunca é fácil mostrar aquilo que realmente vale em tão pouco tempo.

Uma vez que mandar alguém menos ansioso à entrevista por si não é opção e que depende de si causar uma boa impressão, apesar da carga de nervos, pode sempre aplicar alguns métodos para minimizar a tensão.

1. Faça o trabalho de casa

É mais que certo que o seu potencial patrão já pesquisou o seu nome no Google e ligou para todas as pessoas referidas no seu currículo antes mesmo de o chamar para a entrevista. Então, não fique atrás - mesmo porque é muito mais fácil obter informação sobre empresas do que sobre pessoas. E se for para a entrevista com informação sobre a empresa a que se está a candidatar (o que faz, quanto factura, quantos colaboradores tem, quais são os principais concorrentes, etc.) tem meio caminho andado para o entrevistador ver em si uma pessoa inteligente, que sabe preparar-se e que investiu nesta entrevista - colocando-se logo acima de muitos outros candidatos.

2. Mostre-se apaixonado

Se está a candidatar-se a um lugar para o qual não tem a formação mais adequada mas que sempre desejou, não tenha medo de partilhar essa informação: o entusiasmo muitas vezes conta mais do que a técnica e a experiência - que podem ser adquiridas desde que a disposição para aprender esteja lá. Uma paixão genuína pelo que faz - ou quer fazer - não se finge. E se não está lá logo no início, nunca vai aparecer.

3. Mostre-se no seu melhor

Seja qual for o emprego, nas entrevistas quase nunca é possível tirar retratos fiéis da personalidade dos candidatos, pelo que a primeira impressão conta muito. Mostre-se entusiasmado, motivado, perseverante, com espírito de iniciativa e disposto a aprender - pense como pode deixar transparecer estas características antes da entrevista. Seja honesto, mas não tenha medo de parecer orgulhoso: se tiver brio no que faz e naquilo a que associa o seu nome, decerto que o fará com o máximo de qualidade - e a empresa só tem a ganhar,

4. Ponha os defeitos em cima da mesa

Não basta ser honesto nas qualidades: é bom que o seu potencial chefe conheça à partida as suas falhas. Por isso, quando lhe perguntarem sobre as suas fraquezas - o que é cada vez mais frequente nas entrevistas - não minta. Não seja demasiado humilde: cumprir toda e qualquer ordem sem questionar o que lhe pedem nem sempre é bom.

Vá directo ao assunto, seja conciso na enumeração dos seus defeitos - com certeza não quer gastar metade da entrevista a dizer mal de si próprio - e não arranje desculpas. Pode dizer que se distrai com alguma facilidade sem contar como era na escola ou dar pormenores de como passa horas nas redes sociais. Porém, se já foi alvo de repreensões formais ou mesmo despedido, é bom contar logo o que se passou: mostra humildade e honestidade e permite-lhe defender-se à partida, revelando o que aprendeu com essa situação e como se emendou.

5. Não dê graxa

Uma coisa é dizer que adorava trabalhar naquela empresa, outra é pintar um mundo cor-de-rosa. Todos os sítios e todas as pessoas têm aspectos menos bons e chega a ser infantil achar que vai entrar num mundo sem falhas. Além disso, vergar a sua personalidade ao que o entrevistador espera de si não é boa ideia. Ninguém quer uma alforreca no escritório. Mostre que tem confiança em si próprio e que tem ideias e objectivos - ainda que esteja disposto a aprender e tenha capacidade para se moldar ao que for necessário.

6. Seja pontual e apresente-se bem

Pode parecer-lhe que aqueles cinco minutos de atraso não são nada e que até tem desculpa porque não conhecia o bairro onde fica o escritório. Desengane-se. Qualquer minuto conta. Além disso, uma pessoa sensata antecipa problemas: vai ver de véspera onde é a empresa, que trânsito pode apanhar ou se há dificuldades de estacionamento. Se é para chegar fora de tempo, mais vale chegar antes - nunca com mais de 15 minutos de antecedência; se tiver de esperar, faça-o no carro. Quanto à roupa que leva para a entrevista, não se descuide: mesmo que lhe digam que pode ir de jeans, opte por alguma coisa um pouco menos casual - não se esqueça que as primeiras impressões contam muito. Usar uma roupa demasiado formal é igualmente má ideia: decerto não quer aparecer mais bem vestido do que o seu potencial chefe.

7. Negoceie o salário e horário

Ok, está a candidatar-se ao emprego com que sempre sonhou. Mas isso não significa que deve aceitar todas as condições que lhe impuserem. Este é o momento para pôr as cartas todas na mesa: diga quanto espera receber e mostre-se disponível para negociar dentro de determinados limites. Subvalorizar--se pode levar o seu potencial chefe a pensar que afinal talvez não seja tão bom quanto quer vender-se. Além disso, não é de esperar que seja aumentado tão cedo, por isso há que pensar bem antes de se contentar com um salário apenas razoável - mesmo que seja mais do que recebia no seu anterior emprego. Lembre-se que o último ordenado lhe pode servir de referência, mas se considerava que não era bem pago, não deve aceitar receber apenas mais umas migalhas, sob pena de, rapidamente, ficar insatisfeito com as condições de trabalho ou sentir que está subvalorizado. Exponha as suas capacidades e mais-valias e explique clara e concisamente por que razão pensa que deve receber determinado salário.

Também é bom esclarecer à partida quantas horas trabalhará por dia. É natural que, uma vez por outra, tenha de fazer horas extraordinárias, mas é bom ter bem definido quando está no seu horário normal e quando está a dar horas à casa. Mais, é aconselhável saber se vai ganhar alguma coisa por essas horas extraordinárias - seja a compensação monetária ou em folgas adicionais - ou não. Se a política da casa não lhe agradar, negoceie. Conversar sobre todos os temas que podem causar problemas é meio caminho andado para os evitar.

Vergar a personalidade 
ao que o entrevistador espera não é boa ideia.  
Ninguém quer uma alforreca no escritório

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20/01/11

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