16/12/2010

ALMORRÓIDA NA PENÚRIA


Museus do Estado paralizados 
por falta de dinheiro

Os museus tutelados pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) não sabem ainda que exposições, catálogos e actividades poderão desenvolver durante 2011. Isto apesar de os planos de actividades terem sido apresentados no final do Verão e reencaminhados pelo IMC para o Ministério da Cultura. Alguns directores contactados pelo i dizem que a capacidade de gestão dos museus tem vindo a deteriorar-se e, com cortes orçamentais pela frente, temem um cenário ainda mais negro.

Fontes do IMC e do Ministério da Cultura esclareceram ao i que não há atraso na aprovação dos planos, mas "procedimentos da administração central e do Estado a cumprir". Receios de que a falta de verbas possa levar ao encerramento ou à suspensão das actividades são também afastados pela tutela. "Mais mecenas, patrocínios e permutas, quer com empresas e particulares quer com instituições" são as soluções previstas para combater a diminuição de 10,7% nas transferências do Orçamento do Estado para 2011, que dão ao IMC 15,9 milhões de euros para 28 museus e cinco palácios. Mas, por esta altura, os projectos para angariar as novas receitas - que junto com uma redução nas despesas, ainda a definir, fecham o plano para operar em 2011 - também não estão aprovados.

Um requerimento do Bloco de Esquerda, apresentado no parlamento no final de Novembro, denunciou a incapacidade de alguns museus para pagar despesas correntes com água, luz ou telefone, que chegaram a levar a "cortes prolongados dos serviços" nos últimos meses. Luís Raposo, presidente do Comité Nacional Português do ICOM (Conselho Internacional de Museus) e director do Museu Nacional de Arqueologia, adianta que os cortes, que todos os directores preferiram não tornar públicos, levaram a situações graves como a suspensão de visitas por falta de instalações sanitárias, além de aumentarem os riscos na segurança e na conservação.

Fonte oficial do IMC admitiu ao i ter havido atrasos em pagamentos "em situações muito pontuais" e garante que as despesas correntes estão acauteladas para 2011. Ainda assim, o corte nas verbas disponíveis promete um ano difícil. Sem investimento em exposições, as receitas de bilheteiras e lojas, que representam mais de um terço do montante disponível, tendem a diminuir, explica Luís Raposo.

IN "i"
16/12/10

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