12/12/2010

2 - O REINO SUEVO

O Reino Suevo configura-se como a mais antiga estrutura política das actuais regiões da Galiza e (norte e centro de) Portugal depois da queda do domínio romano. Foi o primeiro reino que se separou do Império Romano e cunhou moeda. Os suevos eram um povo germânico que teria entrado no noroeste da Península Ibérica em 409 numa vaga migratória ou guerreira mas com pouca população. Rapidamente tomaram o controlo do território, mas devido ao seu número reduzido não modificaram grandemente a estrutura nem a cultura em que se assentaram. As Crónicas de Idácio é uma das fontes que mais dados nos dá sobre a estadia deste povo no noroeste peninsular e possui grande valor por tratar-se duma fonte contemporânea aos acontecimentos relatados.
Os suevos, procedentes do interior de Europa, concentraram-se à sua chegada à península Ibérica entre o Douro e o Minho, na zona de influência de Braga. Nomearam como rei Hermerico (409-438), que assinou um foedus com Roma em 410 ou 411 pelo que os suevos estabeleceram o seu reino na província romana de Gallaecia e aceitaram o imperador de Roma como o seu superior. Depois da morte de Hermerico reinou Réquila (438-448) que empreendeu uma política expansiva que fez com que os suevos se consolidassem no norte da Lusitânia. Sucedeu-o Requiário (448-456), que adoptou o catolicismo em 449. Em 456 teve lugar a batalha de Órbigo, que opôs visigodos e suevos, com a derrota destes últimos, o que teve como consequência o assassinato de Requiário e o saque de Braga pelos Visigodos.
Depois da derrota frente aos visigodos, o reino Suevo dividiu-se e governaram-no simultaneamente FrantanoAguiulfo. Os dois fizeram-no desde 456 até 457, ano no qual Maldras (457-459) reunificou o reino, para acabar sendo assassinado devido a uma conspiração romano-visigótica que fracassou. Apesar da conspiração não ter atingido os seus objectivos, o reino suevo viu-se novamente dividido entre dois reis, Frumário (459-463) e Remismundo (filho de Maldras) (459-469) que reunificou novamente o reino de seu pai em 463 e que se viu obrigado a adoptar o arianismo em 465 devido à influência visigótica. e
Depois da morte de Remismundo entrou-se numa idade das trevas, que durou até 550, ano no qual desaparecem praticamente todos os textos escritos. A única coisa que se sabe desta época é que muito provavelmente Teodemundo governou a o reino.
A idade das trevas terminaram com o reinado de Carriarico (550-559) que se converteu novamente ao catolicismo em 550. Sucedeu-o Teodomiro (559-570) (não confundir com Teodomiro, conde visigodo) durante o reinado do qual teve lugar o Primeiro Concílio de Braga (561).
É notável nesta época o trabalho de São Martinho de Braga, impulsionador dos ditos concílios, da ordenação do território (Parochiale Suevorum) e da difusão do cristianismo frente as crenças pagãs de raiz pré-românica (De correctione rusticorum). Desempenhou funções de autêntico chanceler do rei Teodomiro.
Miro (570-583) foi o seu sucessor. Durante o seu reinado celebrou-se o Segundo Concílio de Braga (572). Aproximadamente em 577 iniciou-se a guerra civil visigoda, na que interveio Miro, que no ano 583 organizou uma expedição fracassada de conquista a Sevilha. Durante o regresso desta expedição o rei encontrou a morte. No reino suevo começaram a produzir-se muitas lutas internas. Eborico (também chamado de Eurico) (583-584) foi destronado por Andeca (584-585) que falhou no seu intento de evitar a invasão visigoda dirigida por Leovigildo, que se fará efectivamente no ano de 585.

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