25/10/2010

ALMORRÓIDA DE CANUDO


Mais de 110 cursos estão em risco de fechar

Há 200 ofertas com menos 20 colocados, mas 88 não correm perigo

Um total de 112 cursos continuavam sem atingir o mínimo de 20 colocados após a 3.ª fase de acesso ao superior, arriscando assim perder o financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) em 2011.

Nestas contas não entram mais 70 formações - em regime de pós--laboral ou à distância -, nas mesmas condições, mas para as quais não há mínimos obrigatórios, apesar de esta questão estar a ser discutida entre as instituições e a Direcção-Geral do Ensino Superior.

Há ainda outros 18 cursos livres da eliminação por terem sido autorizados a abrir menos de 20 vagas este ano lectivo, ao abrigo de um regime de excepção previsto na lei. Porém, entre estes, também há várias ofertas - como o curso de Dança do Técnico de Lisboa (zero colocações) ou Tradução de Chinês, no Politécnico de Leiria (um colocado), com futuro incerto.

Os números - apurados pelo DN - resultam do cruzamento entre as vagas abertas na 1.ª fase de acesso, em Junho, e os lugares que se encontravam efectivamente ocupados na 3.ª fase, cujas candidaturas terminaram no dia 14 .

No final das duas primeiras fases de candidatura, de acordo com números divulgados na altura pelo ministério, tinham sido colocados 49 432 novos alunos através do regime geral de acesso. Após a 3.ª, pelas contas do DN, o número subiu para perto de 51 mil. Mas nesta entraram já lugares não ocupados noutros regimes de acesso. Actualmente, restam ainda 4887 lugares por preencher (ver texto nesta página).

Esta entrada de vagas de outros regimes conduz a situações curiosas, com cursos que acabam mesmo com um saldo negativo de lugares preenchidos. Ou seja: não só deixaram por ocupar todos os lugares criados na 1.ª fase, como também as vagas suplementares que foram recolocadas a concurso neste mês. São os casos de Engenharia de Madeiras, do Politécnico de Viseu, e da Engenharia Civil, da Universidade de Évora.

A grande maioria dos cursos em risco - 90 - são dos institutos. Porém, em declarações, ao DN, Sobrinho Teixeira, presidente do Conselho Coordenador dos Politécnicos (CCSISP), defendeu não haver motivo para alarme, lembrando que estes lugares podem ainda ser ocupados por alunos provenientes dos contingentes para maiores de 23 anos ou dos cursos de especialização (CET).

"Estou convencido de que, depois da entrada desses novos públicos, restarão uns 20 cursos nos politécnicos com menos de 20 colocados", antecipou. Mais preocupante é a ocupação do pós-laboral. "Não me parece fazer sentido que estas vagas sejam colocadas no concurso nacional. Os trabalhadores acabam por disputar os lugares com públicos mais novos, o que pode ser desencorajador", disse Sobrinho Teixeira.

O ministério defendeu também "ser ainda cedo para afirmar" quantos cursos estão ameaçados, porque o total de colocados pode ainda subir graças aos adultos.

IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
25/10/10

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