20/10/2010

ALMORRÓIDA CONSTERNADÍSSIMA

PSD dividido. "Terrível Ângelo" 
rompe com Pedro Passos Coelho

Não é todos os dias que um pai político destrói a solução do afilhado. A estratégia de Passos é, "infelizmente, uma inutilidade", diz Ângelo ao i

A divisão no PSD por causa da votação do Orçamento do Estado (OE) atingiu o núcleo duro de Pedro Passos Coelho. Ângelo Correia - que sempre defendeu que o partido deveria viabilizar o Orçamento para 2011 - cortou com o seu afilhado político. Neste momento, a estratégia de Passos de abrir negociações com o governo com vista a uma abstenção é, segundo Ângelo, "infelizmente uma inutilidade" e o PSD não vai ganhar "nada", disse o histórico do PSD ao i.

E, embora Ângelo Correia acredite que "Teixeira dos Santos e Francisco Assis" queiram mesmo negociar com o PSD, Sócrates e Pedro Silva Pereira "nunca" o farão. Para Ângelo, o PSD deveria anunciar a abstenção sem impor condições - a mesma posição que já defenderam ex--líderes como Manuela Ferreira Leite ou Marcelo Rebelo de Sousa.

Na opinião de Ângelo Correia, o PSD não deveria nunca chumbar o Orçamento "por duas razões": para além do PSD "não dever fazer aquilo que o PS quer", "um voto contra, atendendo à nossa dependência externa, criaria uma crise financeira aguda", afirmou ao i aquele que, apesar da ruptura política, permanece íntimo amigo do líder do PSD.

Uma abstenção dos sociais-democratas face ao Orçamento do governo permitiria, segundo o "pai político" do líder do PSD, "dar aos portugueses a possibilidade de o PS ser confrontado consigo próprio", sendo que o PSD já sabe que "o PS não é capaz" de governar nesta situação.

É com estas nuvens de cisão, que chegam já ao reduto íntimo do líder, que se realizou o Conselho Nacional de ontem à noite, de onde era esperado que saísse um mandato para o líder começar negociar com o governo, apresentando as suas exigências. À entrada para a reunião, o ex-presidente da Assembleia da República, Mota Amaral, reafirmou que o partido se deveria abster na generalidade e apenas discutir ponto por ponto o Orçamento durante a especialidade.

À tarde, a comissão política tinha aprovado aquilo a que na São Caetano chamam "os pressupostos do PSD para a viabilização do Orçamento do Estado", a que o i teve acesso, e que foram debatidos em Conselho Nacional.

A limitação do aumento do IVA a 22% - em vez dos 23% inscritos na proposta de Orçamento - e a "suspensão para reavaliação" de todas as parcerias público--privadas e das obras públicas não iniciadas (como o TGV) são algumas das exigências que o PSD vai agora apresentar ao governo.

IN "i"
20/10/10

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