27/10/2010

ALMORRÓIDA AMEDRONTADA


Portugal tem 28 mil prostitutas

Metade das 28 mil prostitutas e pessoas ligadas à indústria do sexo em Portugal são de nacionalidade portuguesa.

As restantes 14 mil são imigrantes brasileiras, romenas, búlgaras e nigerianas. O tráfico de seres humanos é um dos principais fornecedores de mão--de-obra escrava para o mercado sexual. Só em 2009, três Organizações Não Governamentais (ONG) identificaram em Portugal mais de 60 casos de vítimas de tráfico que não foram reportados às autoridades por receio das vítimas. Segundo o Observatório de Tráfico de Seres Humanos, de 2008 a Setembro deste ano, as autoridades confirmaram 58 casos em 383 sinalizados.

"Dos 60 casos detectados pelas ONG, 15 são referentes a tráfico interno, ou seja, de pessoas traficadas em Portugal. Na maioria dos casos são mulheres para exploração sexual", afirma ao CM Cláudia Pedra, coordenadora executiva do Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais, sublinhando que os casos não reportados às autoridades são indicativos de uma realidade gravíssima e investigada de uma forma pouco aprofundada.

A mobilidade é um dos maiores problemas na detecção e identificação destas situações. "Por norma, estas pessoas não passam mais de três meses no mesmo local", acrescenta Cláudia Pedra.

Durante o work-shop ‘Tráfico de Seres Humanos, Estratégias Nacionais e Locais’, realizado ontem em Lisboa, foram também discutidos indicadores utilizados para o cálculo de vítimas de tráfico de seres humanos. Além da prostituição e indústria do sexo, há que ter em conta os pedidos de asilo e os números relacionados com a imigração. Desde o início do ano, Portugal registou 130 pedidos de asilo, quase tantos como os 139 verificados em 2009. No que diz respeito à imigração, no ano passado terão entrado em Portugal cerca de 550 mil pessoas, das quais 100 mil de forma irregular.

As estimativas das Nações Unidas apontam para mais de 2,5 milhões de pessoas vítimas de tráfico em todo o Mundo. Na Europa, esse número será de 600 mil por ano.

IN "CORREIO DA MANHÃ"
27/10/10

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