Pacote de austeridade "deve-se exclusiva e totalmente à irresponsabilidade e incompetência"
de Sócrates e Teixeira dos Santos
O economista Álvaro Santos Pereira ataca o pacote de medidas de austeridade ontem anunciado, defendendo que estas "medidas draconianas" se devem apenas à "incompetência atroz" e "inacreditável irresponsabilidade" do governo.
Sob o título “O Preço da Irresponsabilidade”, o economista Álvaro Santos Pereira lança, no seu blogue pessoal, um ataque cerrado às medidas de austeridade ontem anunciadas por José Sócrates e Teixeira dos Santos.
Santos Pereira começa por referir que estas medidas “poderiam ter sido perfeitamente evitadas se o governo já tivesse anteriormente atacado o crescimento explosivo da despesa pública”.
Acusa o governo de ter adiado os cortes na despesa pública e de ter encoberto a verdadeira situação das contas públicas “por razões eleitorais”.
O economista centra-se depois no ministro Teixeira dos Santos, acusando-o de ter “feito todos os possíveis e impossíveis para ocultar o verdadeiro estado das contas públicas nacionais e de omitir os encargos da dívida pública indirecta (das empresas públicas) e dos encargos com as parcerias público-privadas”.
No que diz respeito ás medidas em concreto, Santos Pereira começa por condenar o negócio com a PT – transferência do fundo de pensões para o Estado – definindo-o como um “malabarismo contabilístico destinado a transferir o despesismo do presente para as gerações vindouras”.
As gerações vindouras, segundo Santos Pereira, são igualmente as grandes prejudicadas das grandes obras como o TGV e as auto-estradas já adjudicadas ou em fase de lançamento. O economista questiona: “onde estão” estas obras, nestas novas medidas? O facto de não entrarem para a Conta Geral do Estado – por se tratarem de parecerias público-privadas – não devia significar que devam avançar uma vez que “quem pagará estas obras serão, uma vez mais, as gerações futuras e os governos vindouros”.
Também a subida em dois pontos percentuais do IVA é alvo dos ataques de Santos Pereira. Para o economista trata-se de “uma má política” e “simplesmente desnecessária”.
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
30/09/10
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