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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
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Há muita falta de literacia sobre a implementação de ciclovias nas cidades, remetendo, permanentemente, para protestos sucessivos da população. Há várias narrativas: que atrapalham o tráfego, não permitem estacionar, não ajudam nas cargas e descargas, não permitem o acesso às paragens de transportes públicos, ou até, não permitem parar para ir buscar o pão, quando, na realidade, “não permitem” o que já era proibido, como o estacionamento em segunda fila.
É certo que ainda existem muitas ciclovias com problemas de desenho e projeto, contudo, também sabemos que muitas estão em teste, para melhor se adequarem às especificidades do local, estimularem a utilização e a sua compatibilização com o espaço urbano.
Mas uma coisa é certa, hoje, as cidades são obrigadas a apostar nos modos suaves e em modos mais sustentáveis, o que exige redesenhar a infraestrutura, e inserir ciclovias e passeios. E relembro que a ciclovia não deve estar em cima do passeio.
O objetivo das ciclovias é ter pessoas a andar de bicicleta, exigindo, ainda, uma oferta de bicicletas públicas, sem isso nunca se conseguirão resultados. Nas nossas cidades faltam bicicletas públicas e convencionais, por serem mais baratas, o que permite aumentar em muito a oferta, potenciando a procura. Mas exigem-se outras medidas complementares, como aumentar o número de bicicletários, permitir que estas entrem nos transportes públicos e, também, educar as crianças e os jovens para esta prática.
Em síntese, antecipar o tempo exige medidas coordenadas e não isoladas, articuladas e não avulsas, que, com o passar dos dias, entram em descrédito na opinião pública. A isto chama-se planear a mobilidade urbana.
* Especialista de mobilidade urbana
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS" - 13/08/24
NR: A Sra D. PAULA TELES julgará por certo que os leitores do "JN" comem gelados com a testa. Sendo especialista em mobilidade urbana é confrangedora a sua omissão sobre os problemas dos peões que não invadem as ciclovias do mesmo modo que os ciclistas invadem os passeios exclusivos para passeio pedonal. Só pode ser muita iliteracia da parte da autora do texto acima, no que respeita à falta de civilidade dos selvagens das duas rodas. .