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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
17/11/2022
RUI CALAFATE
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Jerónimo e o "boy"
Para arranque desta nova travessia é muito poucochinho e é uma visão miserabilista do futuro. Ou não. Pode ser apenas o reconhecimento que o PCP não tem futuro.
Ainda na semana passada, no meu podcast com o Jornal Económico, “Maquiavel para Principiantes”, abordei que estava para breve a saída de Jerónimo de Sousa. A sua apatia e cansaço durante o debate do Orçamento do Estado na Assembleia da República era evidente e até pungente. O assunto já era abordado há muito tempo, pois notava-se a olhos vistos uma lacuna naquele que era um dos trunfos da liderança: a sua vitalidade.
Jerónimo de Sousa é um homem respeitado por todos os quadrantes, de imensa simpatia e bonomia, e de uma humildade exuberante. No seu caminho cometeu erros, teve posições dúbias (a última referente à invasão da Ucrânia), mas deixa uma marca indelével no partido que comandou por 18 anos: foi ele o seguro de vida para a sobrevivência do PCP. Uma tarefa hercúlea e de muito difícil manutenção para quem se segue.
Essa foi a surpresa da noite de sábado. Nem João Ferreira, nem João Oliveira nem o “camarada Chico Lopes”. O colectivo escolheu um homem desconhecido, sem notoriedade pública e a quem será preciso construir uma narrativa, imagem e percepção pública. Paulo Raimundo terá de se dar a conhecer e encontrar o seu espaço. Será uma estratégia interessante de acompanhar.
Surpresa, porque no momento em que Jerónimo de Sousa teve de ser operado em Janeiro, quem o substituiu foi João Ferreira (que já tinha várias candidaturas e campanhas eleitorais marcadas na pele e tem reconhecimento nacional) e João Oliveira, um bom líder parlamentar.
Surpresa também porque, habitualmente, os líderes que sucederam a Álvaro Cunhal tiveram o crivo do Comité Central para serem candidatos à Presidência da República. Assim aconteceu durante o consulado de Cunhal com Carlos Carvalhas, e depois na liderança deste com o próprio Jerónimo de Sousa. Com este tinham entrado, na corrida a Belém, Francisco Lopes e João Ferreira (com o dom da ubiquidade quando há actos eleitorais para os comunistas), mas nenhum dos dois foi a opção seguida.
Paulo Raimundo não é operário, é apenas um funcionário do partido desde que iniciou a sua militância. Na linguagem comunista é um apparatchik, na linguagem comum conhecida dos portugueses é um “boy” do PCP, apenas um “boy”. Não tem carisma aparente, mas é o homem que vai traçar o caminho e o destino do PCP. É a barricada para estancar perdas.
O partido não arrisca na conquista de eleitorado nem na recuperação de bastiões que foram seus, pretende apenas sobreviver e não perder o pouco que tem. Para arranque desta nova travessia é muito poucochinho e é uma visão miserabilista do futuro. Ou não. Pode ser apenas o reconhecimento que o PCP não tem futuro.
* Consultor de comunicação
IN "O JORNAL ECONÓMICO" - 11/11/22.
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putin HUYLO
putin é um canalha
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путин убийца
ᕈOᖇ OᙀƮᖇᗣ ᖇᙀ́ᔑᔑꙆᗣ
A luta de Boris Nemtsov continua em Portugal
Zhanna Nemtsova ainda pede justiça. O pai, opositor de Putin e antigo vice-primeiro-ministro, foi assassinado em 2015. Zhanna vive em Portugal e quer manter vivo o sonho democrático de Boris Nemtsov.
Eram 23h31 (hora de Moscovo) do dia 27 de Fevereiro de 2015. Boris Nemtsov e a namorada, Anna Duritskaya, percorriam a ponte Bolshoi Moskvoretsky, a 200 metros das muralhas do Kremlin. Uma pessoa saiu de um carro branco com uma pistola e disparou pelo menos sete tiros. Boris Nemtsov morreu no local, a namorada sobreviveu. Tinham passado poucas horas desde que Boris apelara aos russos, aos microfones da rádio Eco de Moscovo, fechada este ano devido às leis de censura, que marcassem presença numa marcha contra a guerra no Leste da Ucrânia.
127-CINEMA