.
.
Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
.
II-λ βλΤλLHλ DO CHILΣ
6-O Gσlρε dε Σѕтαdσ
* SINOPSE: Considerado um dos melhores e mais completos documentários latino-americanos, A Batalha do Chile é o resultado de seis anos de trabalho do cineasta Patrício Guzmán. Dividido em três partes (A insurreição da burguesia, O golpe militar e O poder popular), o filme cobre um dos períodos mais turbulentos da história do Chile, a partir dos esforços do presidente Salvador Allende em implantar um regime socialista (valendo-se da estrutura democrática) até as brutais conseqüências do golpe de estado que, em 1974, instaurou a ditadura do general Augusto Pinochet. Essa edição especial se completa com outros dois documentários: Patrício Guzmán: um história chilena, sobre a trajetória única do autor de A Batalha do Chile e A resistência final de Salvador Allende, uma reconstituição dos últimos momentos de Allende antes do golpe. "Salvador Allende põe em marcha um programa de profundas transformações sociais e políticas. Desde o primeiro dia a direita organiza contra ele uma série de greves enquanto a Casa Branca o asfixia economicamente. Apesar do boicote, em março de 1973 os partidos que apóiam Allende obtêm mais de 40% dos votos. A direita compreende que os mecanismos legais já não servem. De agora em diante sua estratégia será o golpe de estado. A batalha do Chile é um documento que mostra, passo a passo, esses acontecimentos que comoveram o mundo". Patricio Guzmán
** Este documentário foi retirado do site da Juventude Comunista Brasileira, a lista dos prémios que são atribuídos ao filme é de excelência, fica claro que o trabalho é datado mas sem memória não há história como diz o saudoso JOSÉ AUGUSTO FRANÇA
.
.
Milhões perdidos nas contas,
como gotas a voar para o céu
A maldição começou a revelar-se na última década do século passado, poucos anos depois de “Blade Runner – Perigo Iminente” ajudar a elevar o estatuto até então reservado à ficção científica dentro da sétima arte. Houve quem tivesse reparado que muitas empresas que apareciam na Los Angeles de 2019, transposta para o grande ecrã e pequenas cassetes em 1982, a partir da imaginação de Philip K. Dick, permanentemente chuvosa e quase só iluminada pelo néon dos anúncios, começaram a fechar portas muito antes de haver replicantes a fazer trabalhos indesejados pelos humanos que conduziam automóveis voadores.
Depois do colapso da Atari, que à data da estreia do filme de Ridley Scott era um dos colossos da emergente indústria das consolas de jogos de vídeo, seguiram-se as desgraças da RCA ou da Bell, até que em 1991 a emblemática companhia aérea norte-americana Pan Am declarou bancarrota, realizando o derradeiro voo a 4 de dezembro.
Esse é um risco que não corre a TAP, pelo menos por enquanto, devido ao multimilionário pacote de reestruturação que foi aprovado pela Comissão Europeia. Tal como o ministro Pedro Nuno Santos vem repetindo, com indisfarçável regozijo, a companhia de bandeira portuguesa foi salva “in extremis”, levando em conta o seu contributo para a economia nacional e a manutenção do máximo de postos de trabalho possíveis.
Uma fatura superior a três mil milhões de euros para manter uma empresa tão emblemática quanto problemática talvez fosse coisa para ser discutida em ‘assembleia geral’, por muito que Pedro Nuno Santos e o resto do executivo socialista possam argumentar que os ‘acionistas’ – melhor dizendo, eleitores – sabiam ao que iam quando preencheram os boletins de voto num distante domingo de outubro de 2019 em que algo como a Covid-19 seria catalogado de ficção científica. Mas o ministro das Infraestruturas não pode ignorar que uma ajuda dessa dimensão seria sempre discutível, e ainda mais será nesta conjuntura de eleições legislativas na primeira folha do próximo calendário, tal como se já se começou a verificar numa altura em que os partidos se perfilam nas pistas à espera da descolagem.
Se no futuro houver retorno deste investimento público, quase como o tesouro no final do arco-íris do “vai ficar tudo bem” desenhado pelo detentor da tutela da TAP, tanto melhor será. Mas não é preciso ser-se um ultraliberal para reconhecer que as probabilidades de que tal venha a suceder não são assim tão grandes. Para o imaginário lusitano é decerto positivo que a companhia de bandeira não se junte à Alitalia, à Sabena ou à própria Pan Am no arquivo morto da aviação comercial, mas tal como o replicante Roy ensinou em “Blade Runner – Perigo Iminente” que “as memórias são momentos perdidos no tempo, como lágrimas na chuva”, é bem possível que a ajuda pública agora aprovada não passe de milhões perdidos nas contas, como gotas a evaporar para o céu.
IN "O JORNAL ECONÓMICO" - 24/12/21
.