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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
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Em setembro, mais que nunca, precisamos de levar às eleições autárquicas a justiça social e climática e um projeto de um futuro digno para todos e todas.
No final deste ano, seremos chamados a decidir sobre o futuro dos nossos concelhos.
Chegados ao início da vida adulta, deparamo-nos já com a segunda grande crise das nossas vidas: pandémica, económica, política e social. Os preços exorbitantes da habitação, a instabilidade laboral e a crise climática deixam-nos entrever um futuro sempre adiado e hipotecado. Sabemos que a alternativa de que precisamos se constrói nas ruas, nos locais de trabalho, nas escolas e faculdades e nas nossas freguesias e concelhos. Nas próximas eleições autárquicas, uma resposta justa à crise começa com garantir o direito à cidade e habitação, trabalho com direitos, à mobilidade e à cultura nas nossas autarquias.
Em 2021, em cada vez mais sítios do País, a especulação imobiliária fecha portas a tantos e tantas jovens que procuram uma casa para começar uma vida ou para prosseguir os estudos. Em Lisboa, grande parte dos estudantes deslocados arrenda quartos cujo preço pode chegar aos 400 ou 500 euros. Assim, o preço da habitação e do arrendamento em Lisboa representa a maior fatia do custo de frequência do Ensino Superior, muitas vezes, impedindo os jovens de prosseguir os seus estudos. Comprar uma casa torna-se, então, numa miragem cada vez mais distante, com a especulação imobiliária desenfreada e a precariedade laboral que se tornaram a regra nas nossas vidas. Precisamos de investimento na habitação pública, a preços acessíveis, de mais residências universitárias e controlar rendas através do combate à especulação imobiliária.
Com o eclodir da pandemia, vimos as ruas encherem-se de centenas de jovens com mochilas verdes ou amarelas, montados nas suas bicicletas e a caminho ou de regresso de mais uma entrega, da qual recebem uma pequena parte. Quer seja com as novas ou as velhas formas de precariedade, sabemos o que nos espera: trabalhar a mais e receber a menos. A instabilidade e a precariedade, que alimentam os lucros das grandes empresas e enriquecem o 1%, pesam cada vez mais nas costas de uma geração que olha para um futuro incerto. Não queremos mais esta receita do empobrecimento, da desigualdade e da austeridade. Levamos luta contra os baixos salários, contratos precários e pelo direito à dignidade no trabalho até às eleições autárquicas pois só com o reforço do Estado Social podemos vencer a crise.
Não é tudo. Cientistas dizem-nos que temos cerca de 6 anos para agir antes que as alterações climáticas se tornem irreversíveis. A intransigência na luta por uma transição energética que nos garanta um futuro sustentável e digno é o único caminho que garante uma vida digna para todos e todas no nosso planeta. Urge revolucionar a nossa mobilidade e o paradigma energético, pondo a economia ao serviço das pessoas e do planeta e não das grandes empresas. Queremos cidades que invistam no metropolitano, nos autocarros, nos comboios, nos barcos e na mobilidade suave, garantindo as deslocações dentro dos concelhos e entre eles e desincentivando o uso do transporte individual. Uma cidade em que é dada primazia às deslocações de automóvel não é para jovens: precisamos de transportes públicos e gratuitos. Revolucionar a forma como nos movemos implica igualmente garantir o investimento público numa rede ferroviária elétrica, abrangente e que ligue todas as capitais de distrito, contribuindo para a transição energética e para a coesão territorial.
Finalmente, os espaços onde vivemos, trabalhamos e estudamos querem-se livres de preconceitos racistas, misóginos e LGBTfóbicos. O direito à cidade é também a garantia de viver num espaço seguro, livre de assédio, de violência sexual, de racismo e de xenofobia. As comunidades racializadas têm sido das principais vítimas da crise social e económica que vivemos e, por isso, necessitamos de políticas públicas fortes de combate à discriminação e exclusão social nos nossos concelhos. Urge criar um plano de integração destes jovens e combater a discriminação e a violência racista, garantindo a igualdade no acesso à habitação, transportes, educação e cultura. Ao mesmo tempo, importa reforçar a resposta e a prevenção da violência de género a nível local. Milhares de mulheres partilham o teto com os seus agressores, particularmente desde o início da pandemia. Está na hora dos nossos municípios encetarem um combate sério à violência de género, investindo em casas abrigo e na formação de forças de segurança melhor preparadas para lidar com as vítimas. O 25 de Abril de 1974 conquistou-nos o direito à participação democrática e ao envolvimento direto na vida política do sítio onde vivemos. O seu projeto era o de garantir habitação digna, trabalho com direitos, acesso à saúde e à educação. Ainda falta caminhar muito para que lá cheguemos. Queremos dar continuidade a esse projeto, fazer esse caminho que Abril abriu. Em setembro, mais que nunca, precisamos de levar às eleições autárquicas a justiça social e climática e um projeto de um futuro digno para todos e todas.
* Activista estudantil
IN "i" - 04/10/21
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2712.UNIÃO
Tornar a Europa o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050.
Estas propostas visam preparar todos os setores da economia da UE para enfrentarem este desafio. Além disso, colocam a UE na via para atingir as suas metas climáticas para 2030 de uma forma justa, eficaz em termos de custos e competitiva.
As alterações climáticas constituem o maior desafio do nosso tempo, mas também uma oportunidade para construirmos um novo modelo económico.
O Pacto Ecológico Europeu estabeleceu o roteiro para esta mudança transformadora.
Os 27 Estados-Membros comprometeram-se a fazer da UE o primeiro continente com impacto neutro no clima até 2050. Para tal, assumiram o compromisso de reduzir as emissões em, pelo menos, 55 % até 2030, em comparação com os níveis de 1990.
Isto irá criar novas oportunidades para a inovação, o investimento e o emprego, bem como:
Simultaneamente, garantirá oportunidades para todos, ao apoiar os cidadãos vulneráveis, combatendo as desigualdades e a pobreza energética, e consolidar a competitividade das empresas europeias.
A nossa transição para uma mobilidade mais ecológica proporcionará transportes limpos, acessíveis e a preços comportáveis, mesmo nas zonas mais remotas.
A Comissão Europeia propõe metas mais ambiciosas para a redução das emissões de CO2 dos automóveis e veículos comerciais ligeiros novos.
A Comissão promove igualmente o crescimento do mercado dos veículos com nível nulo ou baixo de emissões. Em especial, pretende garantir que os cidadãos dispõem das infraestruturas de que necessitam para carregar ou abastecer esses veículos em viagens curtas ou longas.
Além disso, a partir de 2026, o sistema de comércio de licenças de emissão aplicar-se-á aos transportes rodoviários, atribuindo um preço à poluição, fomentando a utilização de combustíveis mais limpos e contribuindo para o reinvestimento em tecnologias limpas.
A Comissão propõe também o alargamento da tarifação do carbono ao setor da aviação, que até agora beneficiou de uma exceção, bem como a promoção de combustíveis sustentáveis, obrigando todos os aviões que partem de aeroportos da UE a abastecerem-se com uma mistura de combustíveis sustentável.
A proposta de alargamento da tarifação do carbono estende-se ao setor marítimo que, assim, contribuirá de uma forma justa para o esforço de descarbonização da nossa economia. A Comissão estabelecerá igualmente metas para o fornecimento de eletricidade a partir da rede terrestre aos navios, nos grandes portos, reduzindo assim o recurso a combustíveis poluentes que também são nocivos para a qualidade do ar local.
A transição ecológica representa uma grande oportunidade para a indústria europeia, pois criará mercados para tecnologias e produtos não poluentes.
Estas novas propostas terão impacto em toda a cadeia de valor de setores como a energia e os transportes, a construção e a renovação, ajudando a criar empregos locais, sustentáveis e bem remunerados em toda a Europa.
A eletrificação da economia e a maior utilização de energia de fontes renováveis deverão gerar mais emprego nestes setores. Ademais, o aumento da eficiência energética dos edifícios criará postos de trabalho na construção, incluindo um aumento da procura de mão de obra local.
Queremos preservar a nossa ambição em matéria de clima, evitando que os esforços da nossa indústria para reduzir as emissões sejam comprometidos pela concorrência desleal do estrangeiro.
Por conseguinte, a Comissão propõe um mecanismo para garantir que, mesmo que estejam estabelecidas em países cujas regras em matéria de clima são menos rigorosas, as empresas que importam produtos para a UE também paguem pelas emissões de carbono.
Para reduzir em, pelo menos, 55 % as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, será necessário alcançar quotas mais elevadas de utilização de energia de fontes renováveis e uma maior eficiência energética.
A Comissão propõe aumentar para 40 % a meta vinculativa de fontes renováveis no cabaz energético da UE. As propostas promovem a adesão a combustíveis renováveis, como o hidrogénio, na indústria e nos transportes, estabelecendo metas adicionais.
Além disso, a redução do consumo energético é essencial para diminuir tanto as emissões como os custos da energia para os consumidores e para a indústria. A Comissão propõe elevar as metas de eficiência energética a nível da UE e torná-las vinculativas, a fim de alcançar uma redução global de 36-39 % do consumo de energia primária e do consumo de energia final até 2030.
A tributação dos produtos energéticos também deve apoiar a transição ecológica, proporcionando os incentivos adequados. A Comissão propõe alinhar as taxas mínimas de imposto aplicadas ao aquecimento e aos transportes com os objetivos climáticos, atenuando simultaneamente o impacto social e apoiando os cidadãos vulneráveis.
A renovação das nossas casas e edifícios permitirá poupar energia, garantir proteção contra temperaturas extremas e combater a pobreza energética.
O novo Fundo Social para a Ação Climática apoiará os cidadãos da UE mais afetados ou em risco de pobreza energética ou de mobilidade. Ajudará a atenuar os custos para as pessoas mais expostas à mudança, para assegurar que a transição é justa e não deixa ninguém para trás.
O fundo concederá um financiamento de 72 200 milhões de euros durante sete anos para a renovação de edifícios, o acesso a soluções de mobilidade com emissões nulas ou baixas, ou mesmo o apoio ao rendimento.
Para além da habitação, é necessário renovar os edifícios públicos para que utilizem mais energias renováveis e sejam mais eficientes do ponto de vista energético.
A Comissão propõe:
A natureza é um aliado importante na luta contra as alterações climáticas.
Restaurar a natureza e permitir que a biodiversidade volte a prosperar é uma solução rápida e barata para absorver e armazenar carbono.
Por isso, a Comissão propõe a recuperação das florestas, dos solos, das zonas húmidas e das turfeiras da Europa, o que aumentará a absorção de CO2 e tornará o ambiente mais resiliente às alterações climáticas.
Uma gestão circular e sustentável destes recursos permitirá:
Novas metas para aumentar o nosso sumidouro natural de carbono:
A bioenergia contribui para a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e para a descarbonização da economia da UE. No entanto, há que utilizá-la de uma forma sustentável. A Comissão propõe critérios novos e rigorosos para evitar a exploração florestal insustentável e proteger as zonas de grande valor em termos de biodiversidade.
Só poderemos resolver a ameaça global das alterações climáticas se trabalharmos com os nossos parceiros internacionais.
O Pacto Ecológico Europeu foi um exemplo positivo e levou os principais parceiros internacionais a fixarem as suas próprias datas-limite para alcançar a neutralidade climática.
Graças ao investimento em tecnologias de energias renováveis, estamos a adquirir conhecimentos especializados e a conceber produtos que também irão beneficiar o resto do mundo.
Fruto da nossa transição para a mobilidade ecológica, criaremos empresas líderes mundiais, capazes de servir um mercado mundial em expansão. Ao trabalharmos com os nossos parceiros internacionais, reduziremos em conjunto as emissões dos transportes marítimos e da aviação em todo o mundo.
A UE partilhará estas propostas e ideias com os seus parceiros internacionais na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP26), que terá lugar em Glasgow, em novembro.
FONTE:
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