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HOJE NO
"OBSERVADOR"
"Onde há relaxamento há focos de infeção", alerta Graça Freitas
A directora-geral da Saúde deixou alertas para o desconfinamento. Graça Freitas pede responsabilidade na reabertura do país e recorda que “o vírus ainda não desapareceu".
Na semana que marca o início de um desconfinamento progressivo, Graça
Freitas deixou alertas à população. Na habitual conferência de imprensa,
a directora-geral da Saúde sublinhou que “não se pode relaxar nas
medidas”, referindo-se às normas e orientações que têm sido divulgadas e
que devem ser seguidas nos setores que estão agora a retomar atividade.
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Questionada pelos jornalistas sobre as normas para os restaurantes, onde
clientes que partilham a mesma casa se podem sentar com maior
proximidade, Graça Freitas pediu responsabilidade aos utentes e
restaurantes e recordou que “o vírus ainda não desapareceu. Apenas uma
percentagem mínima foi infetada e todos os restantes, nós, estamos em
risco. Se não aprendermos a ter uma outra forma de estar, vamos por em
causa tudo o que conseguimos fazer”. E acrescenta: “nos sítios onde há
relaxamento, há focos de infeção”.
Ainda que seja “cedo” para se perceber o impacto do desconfinamento
no surto em Portugal, há situações concretas que estão a influenciar os
números da pandemia no país. Uma delas, apontada pela directora-geral da
Saúde, é um surto numa empresa da Azambuja, onde 101 trabalhadores
tiveram resultados positivos nos testes à Covid-19. Por outro lado, é
também na mesma região, a de Lisboa e Vale do Tejo, que “estão a fazer
muitos testes por dia” – quatro mil diariamente, e que tem permitido
encontrar “bastantes casos positivos, que são assintomáticos e que
provavelmente vão evoluir bem”.
Até esta sexta-feira, já foram
realizados mais de meio milhão de testes em Portugal, mas António
Lacerda Sales adianta que “ainda não é possível saber o número de
pessoas rastreadas” e recorda que “muitas pessoas fizeram mais do que um
teste”. Esse valor, adiantou, só será conhecido “num momento
posterior”, já que “vai exigir o cruzamento de várias fontes de
informação”.
Pelo caminho, explicou Graça Freitas, “nos próximos dias” será
actualizado o número de doentes recuperados da Covid-19, possível devido à
aplicação “Trace covid”. Esta ferramenta permite o acompanhamento de
doentes que estejam em casa e a partir de agora será possível recolher
os dados por ela fornecidos, a par com os que são fornecidos pelos
hospitais, e que garantirão o alargamento no número de casos conhecidos
de doentes recuperados.
A DGS garante também que as normas de
orientações para grávidas e partos estão a ser revistas e que serão
divulgadas “o mais breve possível”. “As grávidas têm um factor de
confiança que são médicos e enfermeiros que, ao longo do seu percurso,
podem afinar coisas que não estejam tão bem na actual orientação”,
acrescenta. Entre outras justificações, Graça Freitas explicou que há
também outras prioridades, de que são exemplo os sectores que estão a
retomar actividade.
Entre as orientações mais recentes, estão às que se dirigem a migrantes e
refugiados, depois de vários terem sido encontrados com Covid-19 em
Lisboa. António Lacerda Sales, adiantou que esta orientação “flexibiliza
alguns procedimentos para obtenção do número de utente de forma a
garantir que ninguém fica sem acesso ao Serviço Nacional de Saúde“.
Mais: “Incentiva o recurso a mediadores interculturais e de linhas
telefónicas de tradução: 808 257 257”. “Esta orientação reforma a
implementação de planos de contingência que permitam o alojamento,
alimentação higiene e saúde dos seus utilizadores”, acrescenta.
Os números desta sexta-feira apontam para um crescimento de 553 novos
casos de infetados com o coronavírus, um acréscimo de 2,1% face ao dia
anterior. No total, Portugal tem 27.268 pessoas infetadas e já registou
1114 vítimas mortais. Na conferência desta sexta-feira, Graça Freitas
realçou: “A epidemia está numa fase descendente, mas o vírus circula na
comunidade.”
* O melhor é seguir os avisos da dra Graça Freitas.
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