Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
12/06/2019
ÉLVIO SOUSA
.
Partidos e agentes
como ‘altifalantes’
de grupos económicos?
O agradecimento e a pausa.
Agradeço
ao DN-Madeira a oportunidade de escrever mensalmente pelo dia 10. Hoje é
dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Uma data
esplêndida para relembrar a riqueza história, o génio português e a
diversidade da Diáspora lusa pelo mundo fora.
Aproveito para
informar aos eleitores do DN que pausarei a escrita em Agosto e
Setembro. Não para férias, porque que há anos se resumem a seis dias.
Mas porque integrarei, como já calculem, uma lista político-partidária.
Assim, liberto qualquer tipo de favorecimento ou de prestação em
desigualdade com as demais candidaturas.
O Ferry, o “segredo” e a ansiedade
Começa
a ficar muito claro que há documentos que desmentem a tese da
subsidiodependência, no que respeita à mobilidade marítima. Permanece
óbvio quando, no caso da Ministra do Mar e do Vice-Presidente, se
arrastam durantes largos meses processos nos tribunais (com recursos e
manobras dilatórias), para aceder à documentação fundamental. As
“jogadas” estão nas fontes primárias, e não nas que são omitidas ou
ocultadas por agentes de informação, e que são repetidas sem “massa
critica”. A recusa daquelas duas entidades em facultar livremente a
documentação aos deputados do JPP já não parece ser, simplesmente, uma
“birra institucional”. Reina, num burgo da pequena escala, com tendência
para crescer monopólios, uma espécie “coligação institucional” entre o
Vice-presidente (PSD) e a Ministra do Mar (PS), sobre a verdadeira
natureza do ferry.
A expressão “segredo” foi mais profunda do
que, à partida, se estimava. Segredo ou não segredo, o certo é que nem a
Ministra nem o Vice-Presidente vieram a público confirmar o que sabiam.
Ou seja, que o regulador (AMT, Autoridade da Mobilidade e Transportes)
recomendou, de caráter obrigatório, que: os 3 milhões de indemnizações
compensatórias dão para uma operação anual (de 104 viagens), e que
cobrem a quase totalidade da operação (24 viagens).
A ansiedade
cresceu, também junto de um dos parceiros da “geringonça”, com teses
imaginárias, do tipo “Rum” pós 23h. Que eu saiba o regulador ainda
depende do Governo da República. Estarei à espera para que o bloquista
peça responsabilidades aos parceiros do despacho (PS) e do despachante
(PSD). Também não poderia esperar muito mais, de quem andou a receber
“dois” subsídios de mobilidade à calada dos portugueses. Uma
sobrecompensação de milhares.
Ferry: afinal, segundo o regulador, os 3 milhões, dariam para o ano inteiro.
Esta
é uma das conclusões e recomendações do regulador. E mais. Que esses 3
milhões quase que cobrem a totalidade da operação (24 viagens), sem
contar com outras receitas de passageiros e de carga. Trigo-limpo como
se costuma dizer.
Partidos e “altifalantes” de grupos económicos
Não
tenho nada contra o papel dos grupos económicos, sobretudo quando
defendo progressivamente o papel do Estado na regulação, e o papel da
iniciativa privada no crescimento económico.
Mas há uma tese que
fica, cada vez mais clara, clarinha. A tese dos subsídios para a carga,
para o ferry, para o embarque, para o desembarque. A pouco e pouco
vão-se descobrindo as teses quase incontestáveis...
Dai que fica
muito claro que há partidos, analistas e agentes de informação que
funcionam como uma espécie de “altifalantes com fio” dos grupos
económicos dominantes. E, com a revelação da verdade, crescem as
ansiedades e os passos em falso.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA"
10/06/19
.