Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
06/06/2019
ALBERTO GONÇALVES
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A natureza do PAN
“Dono de dois gatos e um coelho, quer pôr as alterações
climáticas no centro do debate.” Que significa isto? Que se fosse dono
de duas osgas e um periquito o Francisco daria atenção ao Médio Oriente?
Até Domingo passado, eu nunca prestara atenção ao PAN,
que tomei por um epifenómeno idêntico àquele sr. Sérgio dos reformados e
às pulseiras do António Sala. Pelos vistos, 5,1% dos eleitores
prestaram a atenção suficiente para votar no partido das Pessoas, dos
Animais e da Natureza (na verdade, descontados os votos nulos, os votos
em branco e a abstenção, nem sequer 1,3% das pessoas – dos animais e da
natureza não sei – escolheram o PAN, do mesmo modo que a “grande
vitória” do PS se deveu a 8,2% do eleitorado, a “direita” do costume
rondou os 7% e o imparável BE parou nos 2,4%, mas esse é outro assunto).
Sempre ávido de participar nas últimas tendências, comprei um pólo
verde acinzentado e li detalhados artigos sobre o eurodeputado do PAN e
sobre o PAN. O eurodeputado chama-se (um momento, que estou a procurar o
nome… Andava algures… Cá está!) Francisco Guerreiro, é vegan e tem dois
gatos e um coelho. Aliás, “O eurodeputado vegan tem dois gatos e um
coelho” é exactamente o título do artigo que o “Expresso” dedica ao
rapaz. Não é um título particularmente informativo, a menos que
consideremos informativos os títulos “O vereador sportinguista tem uma
espondilose e quatro sobrinhos”, ou “O anestesista marreco tem um
‘time-sharing’ e o bacalhau de molho”. Enfim, jornalismo moderno.
E
a modernidade jornalística prossegue quando se tenta explicar o impacto
da fauna (a propósito, é coerente que um defensor dos animais e da
natureza detenha a propriedade de bichos – e de arbustos, já agora?) do
Francisco nas respectivas convicções: “Dono de dois gatos e um coelho,
quer pôr as alterações climáticas no centro do debate.” O que significa
isto? Que se fosse dono de cinco percevejos e três rinocerontes, as
aflições do Francisco divergiriam para o conflito no Médio Oriente? E
que se mantivesse em cativeiro duas osgas e um periquito o Francisco
perderia o sono a pensar no drama da Huawei?
O retrato do
Francisco não termina aqui. O Francisco é coerente. O Francisco tem um
carro que só usa “quando não tem alternativa”, leia-se para “ir buscar a
filha à escola” ou “calcorrear o país”, leia-se sempre que lhe dá
jeito, leia-se à semelhança de toda a gente: eu também dispenso o carro
para atravessar a rua – sou ambientalista e não sabia. O Francisco, que
“tentará pagar um extra para compensar a pegada ecológica”, viajará de
avião de e para Bruxelas “quase todas as semanas”, leia-se porque deixa
cá a família para, cito, não a prejudicar, leia-se agirá de acordo com
as suas conveniências, leia-se à semelhança de toda a gente: excepto os
bandalhos que não “tentam” pagar “um extra” para “compensar” a “pegada
ecológica”. O Francisco procura comprar roupa “apenas quando precisa”,
“e geralmente em segunda mão”. O Francisco “recolhe lixo nos tempos
livres”. O Francisco é uma jóia de moço, ou no mínimo convenceu-se
disso. E esse é o problema.
Não há mal nenhum em que o Francisco
se vista com roupa usada, apanhe lixo, coma relva, acarinhe chinchilas,
utilize hipocritamente os transportes poluentes e, se assim o entender,
saia à varanda em cuecas (herdadas do avô) para acumular água da chuva
em tigelinhas recicláveis. O mal é o Francisco julgar que o seu
comportamento é tão espectacular que constitui um exemplo a seguir pela
humanidade em peso. Antes do PAN, o dilúvio. Depois do PAN, um cartaz da
campanha traduz a modéstia do candidato e da candidatura: “Vamos sentar
o planeta no Parlamento Europeu”. Do alto dos inúmeros delírios, o
Francisco imagina mesmo que representa a Terra e não 168 mil alminhas.
E
quem diz o Francisco diz o PAN em geral, cujas crenças, no sentido
religioso do termo, não mereceriam comentário se assumidamente se
limitassem aos membros e simpatizantes da seita. Sucede que não limitam.
O PAN é livre de abominar os transgénicos e os respectivos benefícios. O
PAN é livre de presumir que as “medicinas alternativas” são uma coisa
autêntica e não uma impostura do gabarito da tarologia. O PAN é livre de
preferir curar a enxaqueca com camomila no lugar de Zomig. O PAN é
livre de trocar proteínas animais por alcachofras e tofu. O PAN é livre
de não apreciar sacos de plástico e carregar as compras na cabeça. O PAN
é livre de sentir cócegas com os combustíveis fósseis. O PAN é livre de
acreditar nos méritos, e na viabilidade, de providenciar um salário aos
que recusam trabalhar. O PAN é livre de ponderar a saída do euro. O PAN
é livre de sonhar com o indicador da Felicidade Interna Bruta. O PAN é
livre de, sob o verniz “urbano” e fofinho, ser bruto como as casas.
A
chatice, e o perigo, é que o PAN não se satisfaz em passear ignorância
sem um remoto vínculo à realidade. O PAN, que é para a ciência (e para a
economia) o que o BE é para a economia (e para a ciência) quer, e aos
poucos tem ajudado a conseguir, que a ignorância, a crendice e a
superstição cheguem à lei. O PAN devia ser livre de tudo, não devia ser
livre de interferir na liberdade alheia através de alucinações. A última
palavra ao Francisco: “O nosso caderno de encargos é muito exigente”.
De facto, exige uma imensa propensão para o atraso de vida.
IN "OBSERVADOR"
01/06/19
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5-VAREKAI
CIRQUE DU SOLEIL
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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Nesta senda de "bloguices" iniciadas em Setembro/17, iremos reeditar
algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos
visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
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79-CINEMA
FORA "D'ORAS"
X-Bohemian Rhapsody
SINOPSE
Bohemian Rhapsody é um filme de drama biográfico britânico-estadunidense de 2018 sobre Freddie Mercury, vocalista da banda de rock britânica Queen. Dirigido por Bryan Singer, escrito por Anthony McCarten e produzido por Graham King e Jim Beachsobre,
empresário da banda, o longa-metragem concentra-se em um período de
quinze anos, desde a formação original até sua apresentação no Live Aid, em 1985, seis anos antes da morte de Mercury. Brian May e Roger Taylor, membros originais da banda Queen, serviram como consultores. Produzido pela 20th Century Fox, Regency Enterprises, GK Films e pela Queen Films e distribuído pela 20th Century Fox, é interpretado por Rami Malek (como Freddie Mercury), Ben Hardy, Gwilym Lee, Joseph Mazzello, Allen Leech e Lucy Boynton.
ELENCO
Rami Malek, como Freddie Mercury, vocalista da banda Queen.
Adam Rauf como Freddie Mercury jovem.Gwilym Lee como Brian May, guitarrista da banda.
Joseph Mazzello como John Deacon, baixista da banda. Allen Leech como Paul Prenter, gerente pessoal de Mercury.
Lucy Boynton como Mary Austin, companheira de Mercury ao longo da vida.
Mike Myers como Ray Foster, executivo da EMI.
Aaron McCusker como Jim Hutton, namorado de Mercury.
Aidan Gillen como John Reid, primeiro manager do Queen.
Tom Hollander como Jim Beach, segundo manager do Queen.
Dermot Murphy como Bob Geldof
Meneka Das como Jer Bulsara, mãe de Mercury.
Ace Bhatti como Bomi Bulsara, pai de Mercury.
Dickie Beau como Kenny Everett.
Neil Fox-Roberts como Sr. Austin, pai de Mary.
Philip Andrew como Reinhold Mack.
Matthew Houston como Larry Mullen Jr., baterista da banda de rock irlandesa U2.
FONTE: Snow White Queen