Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
01/04/2019
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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
BCE considera que riscos económicos
de saída sem acordo são “geríveis”
BCE defende que são várias as instituições europeias que "já adotaram medidas com o objetivo de minimizar o impacto de uma saída sem acordo"
O vice-presidente do Banco Central Europeu
(BCE), De Guindos, considerou esta segunda-feira que os efeitos
económicos de uma saída sem acordo do Reino Unido da União Europeia são
“geríveis”, mas alertou que “os mercados não gostam desta
possibilidade”.
“Um cenário de ‘no deal’ [não acordo] apresenta riscos que são geríveis,
mas estas fragilidades podem ter efeitos desfavoráveis se interagirem
com os riscos que dizem respeito à zona euro”, afirmou Luis De Guindos,
que falava numa audição na comissão dos Assuntos Económicos e Monetários
do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
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Segundo o responsável, as consequências
poderão, assim, “ser geridas” já que “as várias instituições europeias
já adotaram medidas com o objetivo de minimizar o impacto de uma saída
sem acordo, que é o pior cenário possível”, ao mesmo que tempo que “o
setor privado está preparado há seis meses para esta hipótese”.
Porém, Luis De Guindos ressalvou: “É algo que não podemos subestimar
[porque] os mercados não gostam desta possibilidade”.
Acresce que “um ‘hard Brexit’ ainda não foi quantificado pelos mercados e
poderá ser um potenciador da desaceleração da economia europeia”, notou
Luis De Guindos, relacionando este processo com “riscos” como o
abrandamento do comércio mundial.
“Podemos dizer que um Brexit sem acordo é algo que terá efeitos, não é
irrelevante de todo”, adiantou.
Luis De Guindos apontou ainda que “os resultados do Brexit contribuíram
para incerteza nas políticas da UE” (União Europeia).
A Câmara dos Comuns realiza hoje um dia de votações indicativas para
estabelecer opções alternativas do Brexit, depois do acordo da
primeira-ministra britânica, Theresa May, ter sido chumbado três vezes.
O Reino Unido, que tinha previsto sair da UE em 29 de março passado,
conseguiu um adiamento até 12 de abril próximo, para quando o Governo
poderá pedir uma extensão maior, a fim de negociar possivelmente outro
acordo, ou sair do bloco sem qualquer acordo.
Luis De Guindos falava naquela comissão parlamentar no âmbito da
apresentação da atividade do BCE em 2018, tendo destacado que, no ano
passado, foi possível alcançar “taxas de juro mais sólidas” na UE, bem
como uma “estabilidade dos preços” e “condições de financiamento
favoráveis” às empresas e às famílias.
A seu ver estão, contudo, por resolver questões como a conclusão da
União Bancária, setor para o qual defendeu a existência de “mais bancos a
funcionar em vários países”, assinalando que, recentemente, se
registaram “alguns negócios entre Espanha e Portugal” nesse âmbito.
“Na Europa, temos um setor bancário com muitos agentes e isto faz com
que haja oferta em excesso, o que afeta a competitividade dos bancos,
pelo que a consolidação do setor poderia permitir reduzir custos e
aumentar a eficiência”, apontou Luis De Guindos.
* Nós sabemos que os banqueiros gerem muito bem as crises mais as vigarices.
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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
"AÇORIANO ORIENTAL"
Crianças e jovens assistiram a
.mais de 84 mil casos de violência
.doméstica em oito anos
.mais de 84 mil casos de violência
.doméstica em oito anos
Mais de 84 mil situações de violência doméstica em Portugal foram
presenciadas por crianças ou jovens nos últimos oito anos, revelou o
especialista António Castanho, sublinhando que os números ainda estão
longe da realidade.
“A violência
doméstica interrompe, destrói e tem impacto na vida futura de milhares
de crianças em Portugal”, alertou hoje o especialista que representa o
Ministério da Administração Interna (MAI) em equipas sobre violência
doméstica e na Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das
Crianças e Jovens (CNPDPCJ), durante a cerimónia de abertura do Mês da
Prevenção dos Maus Tratos na Infância, que decorreu em Lisboa por
iniciativa da CNPDPCJ.
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Nos últimos oito
anos “13.133 crianças e jovens foram vítimas de violência doméstica” e
muitas mais assistiram a situações de violência na família, lembrou
António Castanho.
“Entre janeiro de 2010 e
31 de janeiro de 2018, as forças de segurança registaram 84.767
situações de violência doméstica que foram presenciadas por crianças ou
jovens”, revelou o psicólogo clínico e psicoterapeuta, acrescentando que
estas situações representam 37,7% dos casos de violência doméstica.
Para
António Castanho, os números “estão muito aquém da realidade”, uma vez
que registam apenas as situações em que os agentes encontram crianças ou
jovens quando chegam ao local.
Além disso, acrescentou, os dados não incluem ainda os serviços efetuados no ano passado pela GNR.
A
dimensão do problema também foi salientada pela comissária da PSP
Aurora Dantier, que lembrou as queixas de violência doméstica registadas
só no ano passado - 26.439 – para concluir que milhares de crianças e
jovens terão assistido a agressões, tendo em conta a percentagem
apresentada por António Castanho (37,7%).
Quando
há violência doméstica, são raras as crianças que conseguem crescer sem
assistir, sublinhou a socióloga e investigadora Zélia Barroso,
lembrando o estudo em que analisou os casos de violência doméstica que
durante um ano chegaram aos Institutos de Medicina Legal do Porto e de
Coimbra.
Foram 1.066 mulheres vítimas e
“95,3% dos filhos assistiam à violência”, recordou Zélia Barroso,
explicando que as crianças “ouviam ou viam o que se passava em casa”.
Além
disso, “outras 69,4% crianças também sofriam maus tratos, umas
diretamente e outras quando tentavam defender as mães”, contou.
Nas
consultas de pedopsiquiatria de um hospital de Lisboa Zélia Barroso
apercebeu-se da ligação entre os casos de relacionamentos violentos dos
pais e de crianças vitimadas: “72,5% das crianças vítimas de maus tratos
tinham vivenciado violência conjugal e 70% eram vítimas de negligência
combinada com abuso psicológico e físico”, contou.
Foi
precisamente depois de trabalhar um caso de violência doméstica que
António Castanho decidiu dedicar uma atenção especial às crianças: “Em
1994 fui chamado por causa de um caso de violência doméstica e quando lá
cheguei encontrei uma mãe ensanguentada e duas crianças num canto a
chorar. Nunca esqueci o olhar daquelas duas crianças”, contou.
Mas,
“a violência na infância é muito mais do que violência física. É
violência psicológica e é não disponibilizar algo que a criança precisa:
Seja educação, saúde ou atenção, que também são formas de violência”,
sublinhou a secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com
Deficiência, Ana Sofia Antunes.
“Não me
parece que a sociedade tenha a perceção de como esta realidade é
avassaladora”, acrescentou por seu turno a procuradora Julieta Monginho,
do Tribunal de Família e Menores Cascais, alertando para o facto de “o
sofrimento emocional provocado pelo mau trato persistir para o resto da
vida”.
Além do trauma da exposição à
violência doméstica, há o problema da transmissão intergeracional, que
está cientificamente estudado.
A
pedopsiquiatra Teresa Goldschmidt, diretora do Serviço de Psiquiatria e
Saúde Mental da Infância e da Adolescência de Pediatria do Hospital de
Santa Maria, lembrou que “pais que foram filhos mal-amados trazem uma
bagagem emocionalmente difícil”.
Um círculo vicioso que todos os especialistas defenderam que é preciso quebrar.
* E Portugal é um país pacífico....
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FONTE: Universo do Documentário 2.0
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XXXII- MEGA MÁQUINAS
4-Descolagem Vertical
*Interessante série reveladora da quase perfeição mecânica, notável produção do Canal Discovery.
O título da rubrica MEGA MÁQUINAS não se conforma apenas com as enormes dimensões de algumas que temos exibido, abrange todas as que têm MEGA INFLUÊNCIA nas nossas vidas.
O título da rubrica MEGA MÁQUINAS não se conforma apenas com as enormes dimensões de algumas que temos exibido, abrange todas as que têm MEGA INFLUÊNCIA nas nossas vidas.
*
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
FONTE:
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HOJE NO
"DESTAK"
Orfeu Negro eleita a melhor
editora europeia na Feira do
Livro Infantil de Bolonha
A editora portuguesa Orfeu Negro foi eleita a melhor da Europa pela Feira do Livro Infantil de Bolonha, que começou hoje em Itália, anunciou a organização.
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A Feira do Livro Infantil de Bolonha criou em 2013 um prémio que reconhece o trabalho das mais inovadoras editoras de livros ilustrados para crianças e jovens, em diferentes áreas geográficas, tendo a Orfeu Negro sido distinguida como a melhor da Europa.
Fundada em 2007 e dedicada sobretudo ao ensaio, privilegiando as artes contemporâneas, da dança à fotografia, a Orfeu Negro criou em 2008 a coleção Orfeu Mini só dedicada ao livro ilustrado para os mais novos, e foi por esse trabalho literário que recebeu agora o prémio.
* Eis a prova de que "Negro" pode ser multicolor.
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ANTÓNIO BARRETO
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O executivo de António Costa representa talvez o mais denso caso de cruzamentos familiares no Governo e nos órgãos de soberania. Que se saiba, o primeiro-ministro não cometeu, para realizar tal façanha, nenhuma ilegalidade. Mas tem de ouvir o que se pensa dele e desse facto. Não pode por isso considerar que lhe querem mal. Como não pode simplesmente dizer que os outros fizeram pior!
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Questões de família
Todos aceitam os laços familiares, desde que sejam os seus. Todos condenam os vínculos de parentesco, desde que sejam os dos outros. É um pouco como futebol. O principal critério da legalidade e da moralidade é a cor da camisola. Na política, é o nome do partido.
A democracia portuguesa vive mal com as famílias. Herdou as cunhas do
antigamente, os empenhos, o favor, uma mãozinha, o jeito e o
empurrãozinho… Com a democracia, estes hábitos foram modernizados e, por
acréscimo, reorganizados, isto é, passaram a ter uma componente partidária essencial.
Com a crença, por muitos cultivada, de que “quem ganha as eleições, tem
direito a nomeações”! Há mesmo quem chame a isso “ética republicana”!
Na história moderna portuguesa, do fim da monarquia à democracia,
passando pela Primeira República e pelo Estado Novo, vivemos agora
certamente o ponto mais alto de promiscuidade familiar e partidária, de envolvimento de laços familiares na política, de entrosamento de parentesco com os órgãos de soberania e a alta administração pública.
O executivo de António Costa representa talvez o mais denso caso de cruzamentos familiares no Governo e nos órgãos de soberania. Que se saiba, o primeiro-ministro não cometeu, para realizar tal façanha, nenhuma ilegalidade. Mas tem de ouvir o que se pensa dele e desse facto. Não pode por isso considerar que lhe querem mal. Como não pode simplesmente dizer que os outros fizeram pior!
Há, aliás, precedentes extraordinários. Na China, Mao Tsetung e sua
mulher. Os irmãos Castro em Cuba. Os irmãos Kennedy nos Estados Unidos.
Donald Trump com mulher, filha e genro na Casa Branca. Juan Perón e suas
mulheres na Argentina. Kadhafi e filhos na Líbia. Em França, François
Hollande e mulheres. António Costa tem esse direito, nada impede nas
leis portuguesas de nomear familiares, casais e parentes. Tem é de ouvir
o que dele se diz e dele se pensa.
E não se pensa muito bem. O mal-estar é enorme. Toda a gente se sente incomodada. Mesmo os que beneficiam. Entre estes, uns tantos reagem
à bruta, isto é, defendem-se, atacam os outros, agridem e ameaçam, o
que apenas revela não estarem de consciência tranquila, nem terem
argumentos. Outros ficam envergonhados, julgavam que não se daria conta e
esperavam que não se visse ou não soubesse.
Costa e os dirigentes
do PS já cometeram dois erros gravíssimos! Primeiro, disseram que “os
outros também”, isto é, reconheceram que era mal feito, mas que o mal
dos outros justificava o seu. Segundo, tentaram compensar as suas
nomeações de parentesco com a passagem, promovida por outros governos,
de ministros para as empresas privadas. Que dizer, mais uma vez,
tentaram desculpar o seu mal com o mal dos outros, isto é, simplesmente,
reconheceram o seu mal!
Verdade é que se confirmou que quase todos os anteriores governos e
quase todos os partidos, na oportunidade, fizeram algo de parecido. Sem a
mesma densidade e de grau diferente. Mas fizeram-no. Vários contributos
para este debate recordaram casos idênticos em quase todos os governos.
O problema é que de facto nunca se tinha assistido a esta quantidade.
Nem a este grau de importância. Houve um tempo em que era hábito as
mulheres dos ministros e dos deputados serem chefes de gabinete e
adjuntas de outros ministros e deputados. É também um hábito de alguns
eurodeputados contratarem para seus assessores, consultores e
assistentes os filhos, as mulheres, os maridos e outros parentes. Agora,
no coração da política, no Conselho de Ministros e nos grupos parlamentares, é prática corrente. É moda e é tendência.
Quase
todos os partidos, portanto. Uns mais do que outros, pois claro, até
porque há razões sociais para este fenómeno. Talvez o PS mais do que os
outros, com certeza. E talvez o PCP menos do que os outros. Mas, com o
PCP, as coisas são diferentes. Na verdade, este partido condena o
enriquecimento individual, o que quer dizer que não tolera quem ganhe
com a política. Por outro lado, não admite a ideia de que há outras
formas de exercício do poder e de avanço na carreira política que não
sejam as decisões do comité central e da comissão de quadros. Verdade é
que, pelas más razões, o PCP escreve direito. Ainda bem.
Voltemos aos partidos burgueses e aparentados. Todos aceitam os laços familiares,
desde que sejam os seus. Todos condenam os vínculos de parentesco,
desde que sejam os dos outros. É um pouco como futebol. O principal
critério da legalidade e da moralidade é a cor da camisola. Na política,
é o nome do partido.
Não se pense que se trata sobretudo de enriquecimento e de dinheiro, de
nepotismo e de corrupção. Tudo isso é verdade, em doses e proporções
variáveis. Mas o verdadeiro problema é o da confiança política.
Um ministro, um primeiro-ministro e um secretário de Estado têm
evidentemente muito mais confiança na mulher, no marido, nos filhos, nos
cunhados e nas primas do que em gente estranha. Esse é o ponto. As
questões essenciais são as da confiança e da dependência. Não bastam o
cartão do partido e os empregos comuns. Não é suficiente a passagem em
conjunto pelos governos, pelos parlamentos, pelas empresas públicas,
pelas administrações e pelas câmaras: é necessário acrescentar mais uma
condição de confiança e uma garantia de dependência. As certidões de
casamento e de nascimento, os projectos de vida e os testamentos ajudam
muito. São problemas de confiança e de poder, não de mera máfia ou
corrupção.
Entre
os argumentos que mais surpreendem, alguns são particularmente
viciosos: “Não somos só nós, eles também”! Ou ainda, por parte de
comentadores e jornalistas complacentes, “não são só estes, há dez anos
também era assim!”. A ideia de que o nepotismo e a corrupção de uns
justificam e desculpam os de outros é sinistra a todos os títulos. Mas
tem um efeito salvador: trata-se da maior admissão de culpa que se possa
imaginar! Quando um socialista ou um bloquista vem dizer, e tantos
foram, que o PSD e o CDS “também fizeram”, estão a prestar um serviço à
democracia. Porque se denunciam e admitem a sua própria culpa. Assim
revelam mais casos e ajudam à transparência.
Não há soluções
fáceis para estes problemas. A opinião pública e a liberdade podem
ajudar. A instrução e a cultura também. E as eleições, talvez. Mas as
leis não servem para nada. Proibir a parentela na política e no governo?
Proibir o quê? De nomear parentes? Para que funções? Até que grau? Não
há proibições imagináveis. Mas mete dó. Ver a política dos rebanhos e
dos bandos, das tribos e dos gangues, das castas e das claques,
imiscuir-se na política democrática faz quase desesperar da condição de
português do século XXI. Era bem melhor quando as questões de família
eram um ingrediente da grande ópera!
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HOJE NO
"i"
Identidade de género.
Quando os rótulos “feminino” e
.“masculino” não chegam
.“masculino” não chegam
Há pessoas que não se identificam com o género
feminino nem masculino, mas por cá são poucas as respostas. O i falou
com quem trabalha com questões de género para saber o que falha e o que é
preciso fazer em direção a uma maior aceitação das diferentes
identidades.
O momento de ir à casa de banho num museu,
restaurante ou qualquer outro espaço é, para muitos, uma situação
automática: os símbolos de mulher e homem nas portas dão a resposta
relativamente a qual usar. Mas essa resposta está longe de servir a
todos. “A identidade de género pode ou não estar relacionada com o nosso
sexo biológico. Enquanto o género é algo social, é o assumir e
desempenhar papéis sociais que são definidos e entendidos pela sociedade
como pertencendo maioritariamente ao género masculino ou feminino, as
nossas características sexuais ou o nosso sexo biológico é algo com que
nascemos. Posso nascer homem, ter características sexuais masculinas
primárias e secundárias e, no entanto, a minha identidade de género ser
feminina, independentemente de o meu corpo ser biologicamente
masculino”, explica ao i João Valério, da direção da ILGA – Intervenção
Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo.
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Há, por isso, pessoas que não se identificam nem com o
género feminino nem com o género masculino e que encontram no género
fluido a melhor definição da sua identidade. “Existem pessoas que não se
reveem totalmente dentro dos papéis sociais que a sociedade entende
como pertencendo ao género feminino e ao género masculino. Não se sentem
nem de um nem de outro. Costumo dizer que nós podemos ver o género como
um espetro, uma linha reta com dois polos, em que num dos lados estão
aqueles comportamentos que mais se associam ao machismo extremo e, do
outro lado, aquela delicadeza que a sociedade entende que é das
mulheres. E se nós entendermos isto como uma linha reta, como um
espetro, o género fluido é exatamente isto, variarmos neste espetro ao
longo do dia, ao longo do mês, ao longo da vida”, especifica o
responsável da associação.
Sara Forte, psicóloga e coordenadora do Centro Gis, uma associação
que reúne várias respostas para a população LGBTI, complementa a ideia: o
género fluido é, elucida, apenas uma das identidades de género, entre
outras, que “fazem parte do conceito não binário – isto é, o termo
‘guarda-chuva’ para definir e agregar várias identidades de género que
não sejam exclusivamente homem ou mulher/feminino ou masculino. Cada
‘vareta’ diz respeito a um subconceito, entre eles o género fluido”.
Fora do círculo das associações e do ativismo, a diversidade na
identidade de género não tem vindo a ser ignorada. Questionada pelo i, a
Ordem dos Psicólogos Portugueses avança através de fonte oficial que
“está a finalizar as linhas orientadoras da intervenção psicológica com
pessoas LGBT”, que serão publicadas em breve. E deixa a nota: “Contudo, e
conforme a própria Constituição portuguesa, ninguém pode ser
privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou
isento de qualquer dever em razão da sua identidade de género e
orientação sexual. Devido a algumas questões sociais e históricas, ainda
existem situações que poderão criar problemas psicológicos a pessoas
que não se identificam com nenhum dos géneros”. Lá fora, a World
Professional Association for Transgender Health (WPATH), por exemplo –
uma organização internacional que reúne psicólogos, médicos, advogados,
assistentes sociais e outros profissionais de diversas áreas –, tem
vindo a debruçar-se sobre o assunto e disponibiliza mesmo online um
documento intitulado “Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com
variabilidade de género”. Também a União Europeia, através do Conselho
da Europa, tem vindo a emitir várias recomendações aos Estados-membros
relativas à identidade de género, como evidencia o relatório temático do
comissário de Direitos Humanos do Conselho da Europa “Direitos Humanos e
Identidade de Género”.
Que respostas existem?
Tanto a ILGA como o Centro
Gis admitem que cada vez mais pessoas não binárias ou especificamente de
género fluido as procuram. João Valério salienta, no entanto, que “isso
não quer dizer que cada vez existam mais pessoas nesta posição;
significa, sim, que as pessoas neste momento percebem que existem
estruturas que podem ter abertura para falar sobre o tópico”.
Segundo Sara Forte, “a grande diferença incide sobretudo ao nível da
informação e dos serviços existentes hoje em dia, bem como leis
específicas que protegem e salvaguardam estas pessoas, o que lhes
permite encontrar respostas para as suas questões e, consequentemente,
lhes dá a força e coragem suficientes para saírem dos seus ‘armários’ e
não terem medo ou vergonha de serem e assumirem quem são”. Para a
psicóloga e professora universitária Gabriela Moita, que tem vindo a
estudar identidade de género mas também sexualidade, “há mais procura, o
que se explica porque há mais abertura para se falar sobre as coisas”,
enfatizando que sempre existiram pessoas que não se identificam com os
géneros instituídos.
Ambas as associações disponibilizam apoio psicológico e a ILGA tem
mesmo um grupo vocacionado para pessoas não binárias. “Existem pessoas
que, pela discriminação social, sofrem uma série de questões do foro
psicológico e que precisam de acompanhamento, mas há outras que não e
que procuram simplesmente um grupo de apoio, uma rede de comunicação.
Fazemos encontros periódicos, abertos a estas pessoas, em que discutimos
vários assuntos e as pessoas têm abertura para falar, tirar dúvidas
sobre como lidar com os pais, por exemplo, como contar, etc.”, explica
João Valério.
Se as respostas sociais existem, o mesmo não pode dizer-se das
respostas legais: para quem não se identifica nem com o género feminino
nem com o género masculino não existem alternativas. Lá fora, porém, o
cenário é diferente e vários países já incluíram nos seus documentos de
identificação civil um terceiro género, neutro, para quem não se
considera nem de género masculino nem feminino: Austrália, Bangladesh,
Canadá, Dinamarca, Alemanha, Índia, Malta, Nepal, Nova Zelândia,
Paquistão e alguns estados norte- -americanos. Na cidade de Nova Iorque,
por exemplo, a câmara municipal aprovou mesmo uma lista de 31 géneros,
em 2016 (ver imagem na página seguinte), com o objetivo de combater a
discriminação no local de trabalho, em casa e nos espaços públicos. Este
ano passou a ser possível o registo civil com um terceiro género. Já em
fevereiro, uma decisão da justiça garantiu que qualquer pessoa pode
usar as casas de banho públicas em função do género com que se
identifica. No Reino Unido, a questão é contraditória: legalmente, os
géneros feminino e masculino são as duas únicas hipóteses na hora do
registo, mas as organizações governamentais e as empresas aceitam o
título Mx. em vez de Mr. ou Mrs. para pessoas não binárias ou de género
fluido. Além disso, em 2016 foi publicada uma lei que obriga as prisões
britânicas a reconhecerem e respeitarem os reclusos de género fluido ou
não binário.
A solução de um terceiro género, contudo, parece não ser a melhor aos
olhos da ILGA. “Temos algumas dúvidas relativamente a soluções que
foram adotadas por outros países. Temos vindo a discutir a ausência dos
marcadores de género feminino e/ou masculino e/ou o que seja no nosso
documento de identificação civil, até porque acreditamos que isso não
tem qualquer tipo de relevância. Defendemos neste momento a ausência de
marcadores de género para quem assim o entender; não é colocar-se um
terceiro género, é optar-se pela ausência de marcadores de género para
quem não queira colocar nem masculino nem feminino”, explica João
Valério.
Independentemente da existência dessa alternativa, as pessoas de
género fluido – não binárias, em geral – enfrentam diariamente algo
incontornável: o facto de vivermos numa sociedade binária. “Aqui é que
reside a grande questão. Nós, desde as profissões aos anúncios, aos
cortes de cabelo, vivemos impregnados na ideia de masculino ou feminino.
Vivemos numa sociedade binária e que ainda não fez o caminho”, assinala
João Valério.
A psicóloga Gabriela Moita vai mais longe: “O problema não são estas
pessoas, o problema é a sua não aceitação pela sociedade. Porque é que
as pessoas têm resistência a esta realidade?”, questiona.
A especialista nota, contudo, que “quer a comunidade em geral quer a
comunidade científica e académica estão atentas e é uma questão que está
a ser cada vez mais tratada”.
A binariedade, como nota João Valério, vai muito além da questão das
casas de banho – algo que, nas instalações da ILGA, foi resolvido de
forma simples: existe apenas uma, que é usada por todas as pessoas. A
binariedade passa também, por exemplo, pela linguagem – que se
caracteriza pela dicotomia entre feminino e masculino e que aplicamos em
função do sexo da pessoa, se é mulher ou homem – e os seus sinais
evidenciam-se muito cedo. “Há escolas em que os bibes são rosa ou azuis,
são obrigatórios, não há outros e não se pergunta aos pais qual é a cor
que querem [que o filho ou a filha usem]. É o infantário que decide”,
lamenta o responsável da ILGA.
Aceitar a diversidade
A ausência de respostas legais
e a discriminação da diversidade são problemas com os quais as pessoas
de género fluido se debatem todos os dias. Mas por onde começar para
mudar mentalidades? O ponto de partida, para o responsável da ILGA, deve
ser a mudança da lei da identidade de género, isto porque, acredita, “a
lei encerra um sentimento pedagógico na sociedade”. João Valério
exemplifica com a interrupção voluntária da gravidez, o casamento civil
entre pessoas do mesmo sexo ou a possibilidade de as pessoas alterarem o
nome e o género – a partir do momento em que foram legisladas, essas
questões criaram um “sentimento pedagógico na sociedade, que as
normalizou e contribuiu para a inclusão”, defende. Ma,s depois deste
primeiro passo, há ainda um longo caminho a percorrer na sociedade.
“Isso sim, é sempre o mais complicado e demora mais tempo porque se
trata da erradicação da discriminação, envolve uma série de trabalhos
contínuos, em especial, mas não só, com profissionais de saúde e de
educação, para estarem preparados para as especificidades destas
pessoas”, defende.
Na comunicação em sociedade, o uso de uma linguagem neutra é outro
passo em direção à não discriminação destas pessoas: perguntar, por
exemplo, “qual é o seu nome?” em vez de “como é que o/a senhor/a se
chama?”. Não tirar conclusões tendo por base o sexo da pessoa é um passo
certo em direção ao respeito e à aceitação.
Da parte das escolas, o interesse pela diversidade e por saber como
abordá-la tem vindo a aumentar. “Cada vez mais as escolas procuram ter
sessões para educar para a diversidade e para os direitos humanos. É uma
tendência crescente e, normalmente, a procura vem no seguimento de
situações identificadas na escola. Mas nem sempre, às vezes é porque é
uma bandeira educar para a diversidade e os direitos humanos. No
entanto, há muitas escolas que não têm ainda abertura para tal”, refere
João Valério.
Relativamente ao papel dos professores, Maria João Lobo Antunes,
professora assistente na Towson University, em Baltimore, fala do que
acontece hoje de diferente nos EUA em relação à aceitação das pessoas
não binárias e da diversidade na identidade de género. “No início do
semestre recebi uma carta do Office of Student Diversity and Inclusion a
informar-me que um dos meus alunos queria ser referido em relação aos
pronomes de uma certa forma, e eu aceitei, claro. Os próprios alunos
informam-nos dos pronomes que querem que usemos. Isso, claro, para nós,
professores, requer algum treino” contou ao i a professora portuguesa
que leciona quatro cadeiras em Baltimore: Criminologia, Imigração e
crime, Métodos de investigação e pesquisa e Bairros e crime.
Esta, contudo, não foi a única vez em que foi confrontada com uma
situação desse género. “Foi-me pedido para escrever uma carta de
recomendação para um aluno e o nome no email dele tinha mudado, bem como
o nome na candidatura ao estágio para a qual ele me estava a pedir a
carta de recomendação. Mudou de um nome masculino para um nome bastante
neutro, e eu, em vez de submeter a carta de recomendação partindo do
pressuposto de que ele se identificava com um género ou com outro,
simplesmente mandei-lhe um email e perguntei-lhe qual o tipo de pronome
que queria que usasse na carta. Ele ficou superfeliz, agradeceu--me e
disse-me que estava a submeter a candidatura usando pronomes masculinos,
e então eu referi-o como masculino”, recorda Maria João Lobo Antunes.
Mas a questão ultrapassa mesmo a esfera dos alunos e há até professores
que colocam, por baixo das assinaturas dos emails, os pronomes pelos
quais desejam ser tratados. “Eu, por acaso, ainda não tenho isso na
minha assinatura da faculdade, já pensei em pôr mas não pensei ainda
como”, refere ao i Maria João Lobo Antunes.
Visibilidade
Lá fora não faltam exemplos de caras
conhecidas que têm vindo a identificar-se publicamente como de género
fluido. É o caso, por exemplo, do músico Sam Smith. A vencedora da
Eurovisão em 2014, Conchita Wurst – que recentemente foi notícia por ter
mudado de visual, pondo de parte o longo cabelo preto –, identifica-se
como não binária. E há até quem fale publicamente sobre a intenção de
criar os filhos sem se basear em estereótipos de género – é o caso,
segundo a “Vanity Fair”, de Meghan Markle e do príncipe Harry. À
publicação norte-americana, amigos do casal disseram que o quarto da
criança está decorado em tons pastel e que Meghan admitiu que pretende
criar a criança de forma “fluida”.
* Pelo que se percebe a maioria da humanidade pratica desumanidades contra minorias que també são humanidade, não damos para o peditório do preconceito.
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HOJE NO
"A BOLA"
Miguel Oliveira maravilhado com
.primeiros pontos no Mundial
.primeiros pontos no Mundial
Na
segunda prova na categoria rainha da velocidade sobre duas rodas,
Miguel Oliveira foi 11.º classificado e somou os primeiros cinco pontos
da carreira. O piloto da Red Bull KTM Tech3, que partiu do 14.º lugar da
grelha, não deixou de expressar o seu contentamento.
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«Estou
maravilhado com a corrida. É muito bom terminar nos pontos, que era o
nosso objetivo para a Argentina, sobretudo depois de ter andado lá perto
na primeira corrida», exultou o vice-campeão mundial de Moto2, 24 anos,
que cortou a meta a 25,855 s de Marc Marquez, o vencedor.
«Estou muito feliz por isso. Foi um bom fim de semana, com uma boa qualificação e melhorámos o nosso tempo de ataque. Senti-me bem na moto. Agora é descansar no resto da semana e seguir para o Texas, outro traçado que preciso de descobrir com esta moto. Estou muito agra- dado com a prestação na Argentina, fui 2.º na KTM, muito perto do Pol, logo estou no caminho certo.»
«Estou muito feliz por isso. Foi um bom fim de semana, com uma boa qualificação e melhorámos o nosso tempo de ataque. Senti-me bem na moto. Agora é descansar no resto da semana e seguir para o Texas, outro traçado que preciso de descobrir com esta moto. Estou muito agra- dado com a prestação na Argentina, fui 2.º na KTM, muito perto do Pol, logo estou no caminho certo.»
* O Piloto ainda tem muito alcatrão para comer mas temos esperança que há-de ser campeão.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Polícia vai fiscalizar coexistência
de motos, bicicletas e carros
Durante
uma semana, até ao dia 7 de abril, a coexistência nas estradas de
veículos de duas e de quatro rodas será fiscalizada pela polícia. O
objetivo é garantir que bicicletas, motas e automóveis partilham a
estrada em segurança.
A
atenção das forças de segurança estará focada em comportamentos como o
excesso de velocidade, ultrapassagens e mudanças de via feitas de forma
irregular ou sem sinalizar e o desrespeito pela sinalização e pelas
regras de prioridade. Também será fiscalizado o uso de dispositivos de
segurança e as condições técnicas dos próprios veículos.
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A
fiscalização enquadra-se na campanha "Duas ou quatro rodas, há espaço
para todos", da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, a ANSR.
Entre
janeiro e novembro de 2018, uma em cada quatro vítimas mortais
circulava em duas rodas: 15 em velocípedes e 94 em motos. Somando os
feridos graves e ligeiros, os dois tipos de veículos causaram 9915
vítimas, menos 334 face ao ano anterior.
* Para além desta coexistência de motos, bicicletas, carros e mais trotinetas achamos que é urgente os peões serem exterminados. Os veículos bem se esforçam por isso mas não conseguem, falham muito a pontaria.
Centenas de motos todos os dias não param nos sinais vermelhos nem nos stops, querem lá saber das passagens de peões, fazem inversões de marcha cheios de pinta e viram em cruzamentos contrariamente às placas de trânsito.
Os carros assentam arraiais nas passagens de peões, circulam a velocidades muitas vezes o dobro do permitido na cidade, semáforo amarelo é para acelerar e estacionar em segunda fila é pão com manteiga.
Por último bicicletas e trotinetas tomaram de assalto os passeios nas barbas da autoridade, os tripulantes devem ser todos daltónicos no que respeita à cor dos semáforos e só não acertam mais nos peões porque estes fogem do impacto.
Para começar exterminem-se os peões, será tudo mais tranquilo sem estes empecilhos.
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Portugal bem português
IV-Portugal, um retrato social/3
5-Mudar de vida
Este é um retrato do nosso país. Um retrato da sociedade contemporânea. É
um retrato de grupo: dos portugueses e dos estrangeiros que vivem
connosco. É um retrato de Portugal e dos Portugueses de hoje, que melhor
se compreendem se olharmos para o passado, para os últimos trinta ou
quarenta anos. (...)
Gente diferente: Quem somos, quantos somos e onde vivemos
Os portugueses são hoje muito diferentes do que eram há trinta anos. Vivem e trabalham de outro modo. Mas sentem pertencer ao mesmo país dos nossos avós. É o resultado da história e da memória que cria um património comum. Nascem em melhores condições, mas nascem menos. Vivem mais tempo. Têm famílias mais pequenas. Os idosos vivem cada vez mais sós.
Gente diferente: Quem somos, quantos somos e onde vivemos
Os portugueses são hoje muito diferentes do que eram há trinta anos. Vivem e trabalham de outro modo. Mas sentem pertencer ao mesmo país dos nossos avós. É o resultado da história e da memória que cria um património comum. Nascem em melhores condições, mas nascem menos. Vivem mais tempo. Têm famílias mais pequenas. Os idosos vivem cada vez mais sós.
Um trabalho de investigação excelente de ANTÓNIO BARRETO e uma extraordinária equipa da RTP para a execução desta série.
* Esta é uma compilação de séries pelo nosso país não apenas pelas prespectivas histórica ou social mas pela recolha de vídeos interessantes de várias origens, actividades e sensibilidades, com diferentíssimos temas que reflectem o nosso quotidiano de modo plural.
Desejamos muito que seja do vosso agrado.
FONTE: universalcosmos
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