Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
03/11/2018
ANTÓNIO RODRIGUES
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IN "O JORNAL ECONÓMICO"
02/11/18
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O mundo maravilhoso
das “notícias falsas”
As pessoas querem acreditar em notícias, não querem perder tempo a confirmá-las. Preferem ser espetadores de uma realidade ampliada e distorcida.
As fake news começam
a ser um lugar-comum e ameaçam tornar-se reais, muito em função da
disseminação pelas redes sociais e muito porque são construídas com
aparência séria, apesar dos objetivos que violentam um dos princípios
fundamentais da vivência em sociedade.
Se o diagnóstico está feito, exige-se ação. Contudo, esta ação é contrariada pelos puristas, em nome da liberdade de expressão. E acrescenta-se que qualquer tentativa de lhe pôr cobro seria um ato de censura. São argumentos, como são os que afirmam o contrário.
Mas enquanto não se encontra a receita, o recurso à construção de factos inexistentes cresce. Porque surgem com um propósito de criar uma convicção, obter um resultado, desconstruir uma situação pondo em causa a realidade.
Lidar com notícias falsas transporta-nos para a forma como as pessoas percecionam a realidade e como entendem que a ficção as leva à dimensão do sonho. As pessoas querem acreditar em notícias.
Não querem perder tempo a confirmá-las. Preferem ser espetadores de uma realidade ampliada e distorcida, de edificação de momentos de estupefação e sonho, de drama e cores fortes. Ninguém prossegue o aborrecimento e o cinzentismo.
O palco principal destas notícias são as redes sociais. A fé nas redes sociais é total, por muito que se desminta. Ali, todos somos jornalistas, repórteres, moralistas, sonhadores, donos do mundo. As redes não têm culpa, afinal não são elas que alinham os conteúdos. Antes pelo contrário, agora até dispõem de algoritmos de controlo e espécies de conselhos editoriais. Mas nas redes os protagonistas somos todos, na dimensão do nosso ego onde se exteriorizam sentimentos, problemas e as verdades de cada um. Embora nestes casos essa verdade pouco tenha a ver com verdade.
Desde que existe imprensa que construímos notícias. Não vivemos sem informação. Mas os códigos de conduta que levaram anos a ser construídos não têm correspondência nas redes sociais. Qualquer atitude de controlo seria considerada censura. E não se pode limitar o acesso à… nossa verdade. Ora, toda a comunicação social criou espaços nas redes sociais – visando chegar aos leitores perdidos, a audiências globais e transversais – contribuindo assim para credibilizar estes meios. A diferença é que, mantendo os seus princípios editoriais, as restantes notícias ali publicadas, não têm qualquer veracidade mensurável.
Confiantes num sistema que não foi construído para ser confiável e, pese os esforços de análise e verificação por controladores das redes, dado que não existe certificação prévia de quem adere às redes, estamos a contribuir para causar este espaço de confusão. Exige-se um mecanismo de controlo e certificação para garantir a qualidade e identificação clara de quem divulga factos suscetíveis de provocar equívocos e enganos propositados. Os órgãos de comunicação social deviam acordar entre si abandonar as redes mantendo a sua comunicação através dos seus meios próprios.
Algo tem de ser feito e urgentemente. Não basta alertar. Importa acabar de vez com estas notícias que baralham, confundem e provocam estragos. Alguns irremediáveis.
Se o diagnóstico está feito, exige-se ação. Contudo, esta ação é contrariada pelos puristas, em nome da liberdade de expressão. E acrescenta-se que qualquer tentativa de lhe pôr cobro seria um ato de censura. São argumentos, como são os que afirmam o contrário.
Mas enquanto não se encontra a receita, o recurso à construção de factos inexistentes cresce. Porque surgem com um propósito de criar uma convicção, obter um resultado, desconstruir uma situação pondo em causa a realidade.
Lidar com notícias falsas transporta-nos para a forma como as pessoas percecionam a realidade e como entendem que a ficção as leva à dimensão do sonho. As pessoas querem acreditar em notícias.
Não querem perder tempo a confirmá-las. Preferem ser espetadores de uma realidade ampliada e distorcida, de edificação de momentos de estupefação e sonho, de drama e cores fortes. Ninguém prossegue o aborrecimento e o cinzentismo.
O palco principal destas notícias são as redes sociais. A fé nas redes sociais é total, por muito que se desminta. Ali, todos somos jornalistas, repórteres, moralistas, sonhadores, donos do mundo. As redes não têm culpa, afinal não são elas que alinham os conteúdos. Antes pelo contrário, agora até dispõem de algoritmos de controlo e espécies de conselhos editoriais. Mas nas redes os protagonistas somos todos, na dimensão do nosso ego onde se exteriorizam sentimentos, problemas e as verdades de cada um. Embora nestes casos essa verdade pouco tenha a ver com verdade.
Desde que existe imprensa que construímos notícias. Não vivemos sem informação. Mas os códigos de conduta que levaram anos a ser construídos não têm correspondência nas redes sociais. Qualquer atitude de controlo seria considerada censura. E não se pode limitar o acesso à… nossa verdade. Ora, toda a comunicação social criou espaços nas redes sociais – visando chegar aos leitores perdidos, a audiências globais e transversais – contribuindo assim para credibilizar estes meios. A diferença é que, mantendo os seus princípios editoriais, as restantes notícias ali publicadas, não têm qualquer veracidade mensurável.
Confiantes num sistema que não foi construído para ser confiável e, pese os esforços de análise e verificação por controladores das redes, dado que não existe certificação prévia de quem adere às redes, estamos a contribuir para causar este espaço de confusão. Exige-se um mecanismo de controlo e certificação para garantir a qualidade e identificação clara de quem divulga factos suscetíveis de provocar equívocos e enganos propositados. Os órgãos de comunicação social deviam acordar entre si abandonar as redes mantendo a sua comunicação através dos seus meios próprios.
Algo tem de ser feito e urgentemente. Não basta alertar. Importa acabar de vez com estas notícias que baralham, confundem e provocam estragos. Alguns irremediáveis.
*Advogado
IN "O JORNAL ECONÓMICO"
02/11/18
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HOJE NO
"RECORD
Vem aí o Crosse da Amora
É já amanhã que o Parque do Serrado, no Seixal, recebe o tradicional
Corta-mato Cidade de Amora, competição que marca o início das provas de
observação para a escolha das Seleções Nacionais que estarão no Europeu,
que se realizará em Tilburg, na Holanda, a 9 de dezembro.
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Nesta primeira prova, destaque para os benfiquistas Emanuel Rolim e Miguel Mascarenhas, para o sportinguista António Silva, e para Nelson Cruz, do Clube Pedro Pessoa.
Na prova feminina, realce para as sportinguistas Sandra Teixeira e Susana Godinho. Entretanto, alguns portugueses rumarão a Espanha, para correrem em Palencia, no Cross Mariana Haro, como Tiago Costa, do Sporting, e Mariana Machado, do Sp. Braga.
Recorde-se que a atleta bracarense já está convocada para o Europeu, assim como seis atletas da equipa principal: Sara Moreira, Jessica Augusto, Catarina Ribeiro, Salomé Rocha, Inês Monteiro e Marta Pen. Estão pré-convocados Rui Pinto, Samuel Barata e Ana Dulce Félix.
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Nesta primeira prova, destaque para os benfiquistas Emanuel Rolim e Miguel Mascarenhas, para o sportinguista António Silva, e para Nelson Cruz, do Clube Pedro Pessoa.
Na prova feminina, realce para as sportinguistas Sandra Teixeira e Susana Godinho. Entretanto, alguns portugueses rumarão a Espanha, para correrem em Palencia, no Cross Mariana Haro, como Tiago Costa, do Sporting, e Mariana Machado, do Sp. Braga.
Recorde-se que a atleta bracarense já está convocada para o Europeu, assim como seis atletas da equipa principal: Sara Moreira, Jessica Augusto, Catarina Ribeiro, Salomé Rocha, Inês Monteiro e Marta Pen. Estão pré-convocados Rui Pinto, Samuel Barata e Ana Dulce Félix.
* Aos nossos atletas desejamos os melhores resultados de modo a seguirem para a Holanda já em Dezembro.
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Apesar das diferenças, os novos dados representam uma melhoria "relativa" das condições de equidade salarial entre mulheres e homens no contexto europeu. No entanto, e segundo o CITE, Portugal continua a sobressair na análise ao apresentar níveis elevados de desigualdade salarial em relação ao género.
Em 2016 os salários das mulheres subiram mais do que os dos homens
O fosso salarial entre homens e mulheres em Portugal crescera 4,6%, situando-se em 2016 nos 17,5%, menos 0,3% do que no ano anterior.
A nível europeu, segundo os dados do Eurostat, os Estados-Membros que lideraram o 'ranking' da diferença de remuneração entre homens e mulheres em 2016 foram a Estónia (25,3%), a República Checa (21,8%), a Alemanha (21,5%), o Reino Unido (21,%) e a Áustria (20,1%).
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
A partir de domingo, as portuguesas
estão a trabalhar de graça
Os homens continuam a ganhar mais 157 euros por mês, mesmo quando desempenham as mesmas funções. As mulheres portuguesas recebem menos quase dois meses de salário.
A partir de dia 4 de novembro as mulheres deixam de ser remuneradas pelo seu trabalho,
enquanto os homens continuam a receber o seu salário até ao final do
ano. Esta é a conclusão de um estudo da Comissão para a Igualdade no
Trabalho e no Emprego (CITE) que todos os anos apresenta os últimos
dados referentes à desigualdade salarial entre os dois sexos.
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O
dia 4 de novembro é precisamente o Dia Nacional da Igualdade Salarial,
"uma data simbólica que traduz em dias de trabalho pago a disparidade
salarial de género e que assinala o dia a partir do qual, virtualmente,
as mulheres deixam de ser remuneradas pelo seu trabalho", refere o
comunicado do CITE, que avança ainda outros dados:
- Os salários médios das mulheres são inferiores em 15,8% aos dos homens, o que corresponde a 58 dias de trabalho pago.
-A diferença salarial entre homens e mulheres baixou de 16,7% em 2015
para 15,8% em 2016 no referente à remuneração média mensal base, o que corresponde a uma diferença salarial de €157,1/ mês em desfavor das mulheres.
Apesar das diferenças, os novos dados representam uma melhoria "relativa" das condições de equidade salarial entre mulheres e homens no contexto europeu. No entanto, e segundo o CITE, Portugal continua a sobressair na análise ao apresentar níveis elevados de desigualdade salarial em relação ao género.
Em 2016 os salários das mulheres subiram mais do que os dos homens
O mesmo estudo aponta que entre 2012 e 2016, a disparidade salarial
de género diminuiu em 2,7 por cento no que diz respeito à remuneração
média mensal base. 2013 e em 2014 foram anos em que a disparidade
salarial baixou devido à desvalorização dos salários dos homens e a
diminuição da disparidade salarial de género em 2016 ocorreu num
contexto de valorização dos salários de mulheres e de homens, devendo-se
ao facto de as remunerações médias mensais das mulheres terem crescido
(+1,9%), neste ano, de modo mais significativo do que as dos homens (+0,7%).
Entre as causas encontradas para esta diferença nos salários consoante o género estão a segregação horizontal e vertical no mercado de trabalho, a conciliação da vida familiar, profissional e pessoal e ainda os estereótipos que subsistem na sociedade portuguesa em relação ao papel desempenhado por homens e mulheres.
De acordo com o gabinete de estatísticas da UE, entre 2011 e 2016, o
fosso salarial entre homens e mulheres em Portugal cresceu 4,6%,
situando-se em 2016 nos 17,5%, menos 0,3% do que no ano anterior.
Em março deste ano, os últimos dados do gabinete de estatísticas da
UE indicavam que Portugal era um dos dez Estados-Membros em que a
diferenciação salarial de género mais subira entre 2011 e 2016.
O fosso salarial entre homens e mulheres em Portugal crescera 4,6%, situando-se em 2016 nos 17,5%, menos 0,3% do que no ano anterior.
A nível europeu, segundo os dados do Eurostat, os Estados-Membros que lideraram o 'ranking' da diferença de remuneração entre homens e mulheres em 2016 foram a Estónia (25,3%), a República Checa (21,8%), a Alemanha (21,5%), o Reino Unido (21,%) e a Áustria (20,1%).
Roménia
(5,2%), Itália (5,3%), Luxemburgo (5,5%), Bélgica (6,1%), Polónia
(7,2%), Eslovénia (7,8%) e Croácia (8,7%) foram os países que ficaram
abaixo dos dez por cento.
* Machismo a bombar num país à beira mar.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
“Vão morrer pessoas
a andar de trotinete em Lisboa”
No primeiro dia em que Paulo Simão Caldas, advogado de 57 anos, experimentou as trotinetes da Lime em Lisboa, partiu o braço, uma costela e fez um traumatismo craniano.
"Vão morrer pessoas a andar de trotinete em Lisboa", avisa.
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Tudo aconteceu numa viagem no dia 18 de Outubro. Primeiro, fora para o emprego, percorrendo um trajeto entre o Campo Santana e a Rua Castilho. Chegado ao escritório, comentou com os colegas que a viagem "tinha sido de loucos", por lhe ser permitido andar no meio do trânsito.
Cerca das 19 horas, foi de trotinete até ao Príncipe Real, e quando tentava voltar daqui para casa pela estrada, onde estes veículos podem circular, deu-se o acidente. Um acidente também foi o destino de um jornalista da SÁBADO, que foi experimentar estes novos brinquedos da cidade de Lisboa.
* Quer deixar de fumar? Ande de trotinete!
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ESTA SEMANA NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
Cadeia de Lisboa fecha até 2020,
abrindo a porta a negócio de milhões
Cadeia de Lisboa será encerrada até 2020, apurou o JE. Terreno situado em pleno coração da capital vale mais de 200 milhões de euros e deverá acolher o novo Campus da Justiça. Parte do terreno ficará para a CML e poderá ter lugar a venda a privados.
O Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) vai ser encerrado de
forma gradual, segundo o Orçamento do Estado para 2019. Ao que o Jornal
Económico apurou, o Governo espera que o processo esteja concluído até
2020 e o imóvel, situado em pleno coração da capital, poderá ser a nova
localização do Campus da Justiça. A Câmara Municipal de Lisboa (CML)
deverá ficar também com uma parte e poderá ter lugar a venda a privados,
dado o elevado encaixe financeiro que o Estado poderá assegurar com a
venda deste ativo extremamente apetecível para investidores portugueses e
estrangeiros.
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INÍCIO SEC XX |
“O Governo toma as medidas necessárias
para a execução do plano que visa o encerramento gradual dos
estabelecimentos prisionais de Lisboa e de Setúbal, bem como a
reinstalação dos serviços centrais do Ministério da Justiça e dos
tribunais de Lisboa”, refere a proposta de lei do Orçamento do próximo
ano.
Ao que o Jornal Económico apurou, com vista ao encerramento
do EPL, tem tido lugar uma redução gradual do número de reclusos. Há
dois anos, a prisão, que necessita de obras profundas de recuperação,
contava com cerca de 1.200 reclusos. Hoje, são à volta de 850 e esta
redução vai acentuar-se ao longo dos próximos meses, com a transferência
dos atuais presos para outras cadeias.
A prisão de Tires será um
dos destinos dos reclusos do EPL: aquela cadeia, hoje ocupada apenas por
mulheres, vai passar a ter também detidos do sexo masculino, que
ficarão alojados num pavilhão atualmente abandonado, que será
reabilitado para o efeito.
Quando o processo de transferência dos
detidos estiver concluído, o terreno do EPL deverá ser utilizado para
instalar os futuros tribunais de Lisboa, sabe o Jornal Económico.
A
decisão de retirar o Campus da Justiça do Parque das Nações deve-se ao
facto de ocupar edifícios arrendados, com um custo anual de 12 milhões
de euros para o Estado. A mudança para o terreno do EPL permitirá ter os
tribunais de Lisboa junto ao Palácio da Justiça, dando corpo a uma
ideia antiga, que remonta aos anos 50 do século passado.
Terreno valerá mais de 200 milhões de euros
Até
ao fecho da edição, não foi possível obter uma confirmação se está
prevista a venda de uma parte dos terrenos do EPL, após o encerramento
da prisão. Mas as fontes contatadas pelo Jornal Económico concordam que
se trata de um imóvel extremamente valioso, dada a sua localização
central.
“É um imóvel que vale ouro. Está situado no centro de
Lisboa, num terreno onde se pode construir. Vale seguramente mais do que
os terrenos da antiga Feira Popular, ou seja, mais de 200 milhões de
euros”, defendeu uma das fontes contatadas pelo JE. “Não acredito que o
Estado perca a oportunidade de fazer um negócio destes”, acrescentou.
O
mesmo responsável frisou que, a concretizar-se a venda a privados, este
será o próximo grande negócio imobiliário na capital, após a venda, em
hasta pública, dos terrenos da Feira Popular, prevista para o próximo
dia 12 de novembro, com um preço base de 188,5 milhões de euros.
EPL pertence à Parpública
Em
2006, a Estamo, subholding da Parpública para o setor imobiliário,
comprou o EPL por 62 milhões de euros, numa transação entre entidades
públicas que teve como objetivo reduzir o défice desse ano. Deste então,
o Ministério da Justiça tem de pagar à Estamo uma indemnização
compensatória de 2,8 milhões de euros por ano, em troca da utilização do
edifício. Em 2006, esta solução foi adotada como uma medida provisória,
mas entretanto os anos passaram e não se encontrou uma localização
alternativa para o EPL, continuando o Estado a pagar uma renda à Estamo.
Por esta razão, o Governo anunciou, em 2016, a intenção de reverter a
venda à Estamo, trazendo o edifício novamente para a esfera do
Ministério da Justiça. Mas até ao momento essa reversão não se
concretizou.
Até ao fecho da edição, não foi possível obter esclarecimentos de fontes oficiais do Ministério da Justiça e da Parpública.
* Eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada!
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO
Os perigos à espreita
na moda das proteínas
A quem quiser aumentar a ingestão deste nutriente para ter mais massa muscular, por exemplo, não lhe faltarão produtos no mercado. Mas, note-se, eles não são melhores do que uma alimentação equilibrada
Bruno Salgueiro, duplo de cinema que mantém um canal no YouTube com
dicas sobre performance desportiva, toma suplementos proteicos desde os
18 anos, quando começou a praticar musculação e porque via os seus
amigos do ginásio a fazê-lo. “Achava que era milagroso, que ia ficar
maior só por beber aquilo.” No entanto, como há 16 anos era tudo
importado e não havia proteínas low cost, de tempos a tempos tinha de
parar o consumo porque não tinha dinheiro para manter a sua dose diária.
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Hoje, discorre nas redes sociais sobre os supostos benefícios dos
suplementos para desportistas e até é patrocinado pela principal marca
nacional, que está no mercado desde 2007.
Mas não é só
nos ginásios que se mostra a febre proteica. Basta uma ida ao
supermercado para se reparar no advento de marcas de iogurtes com
proteína, e de leite ou de queijo para barrar fortificado com este
nutriente. E ainda em barrinhas, bolachas ou cereais com essa alegação
no rótulo. Quando se para no corredor dos suplementos, abre-se então um
mundo sem fim, que vai da proteína pura e dura, em pó, à clara de ovo
líquida e às limonadas. “Totalmente sem açúcar e sem gordura e perfeita
para uma dieta equilibrada, (...) é a forma mais refrescante de ingerir
proteína”, lê-se na descrição da bebida.
Esta
mania começou a crescer simultaneamente com uma mudança nas instruções
internacionais para a quantidade de ingestão proteica. Até há poucos
anos, os especialistas defendiam que deveríamos consumir, por dia, 0,8
gramas por cada quilo de peso (para um adulto mediano daria algo como 52
gramas por dia), seguindo as indicações norte-americanas, destinadas a
uma população que comia muita carne. Hoje, fala-se em 1,2 gramas. Nos
casos mais especiais, esse valor pode atingir os 2,4 gramas por quilo
(156 gramas pelas mesmas contas). Não admira, pois, que no Reino Unido
se tenha registado, de 2010 a 2015, um aumento de 500% no consumo de
produtos anunciados como tendo elevado teor de proteína. Estes ganharam
um estatuto idêntico ao da comida baixa em gordura nos anos 1980 ou ao
ómega 3 no início do milénio.
No último Inquérito Alimentar
Nacional 2015-2016, a investigadora na área da nutrição Carla Lopes
registou um consumo de 86 gramas de média diária, com números mais
elevados entre os homens e os adolescentes. Ou seja, perfeitamente
Não há fiscalização
Para
quê, então, esta correria aos corredores dos suplementos que carecem de
fiscalização? Ou aos iogurtes fortificados, quando eles, já por si, são
ricos em proteína? Porque se trata de mais uma tendência nutricional
ditada também pela indústria, que faz despertar algumas dúvidas entre os
consumidores. Isabel do Carmo, endocrinologista, elimina-as numa frase:
“Não interessa nada ganhar mais músculos à custa da ingestão proteica.”
Além disso, como os suplementos alimentares não são fiscalizados pelo
Infarmed, como os medicamentos – bastando declarar ao Ministério da
Agricultura que estão no mercado –, na realidade ninguém sabe o que
levam na sua composição. Só no caso de uma denúncia, a autoridade do
medicamento pode intervir e tem meios para o fazer. No entanto, não
temos tradição desse tipo de ação e, por isso, não há história de algum
processo levantado nesse sentido em relação a suplementos proteicos.
Isabel do Carmo já seguiu três casos de adolescentes que se queixavam
de falta de pelos, desenvolvimento genital comprometido e ausência de
barba. Tomavam esse tipo de batidos e a médica, admitindo a presença de
androgénios na sua composição, mandou-os fazer análises às hormonas
sexuais e detetou uma presença anormal de testosterona. Explica: “Quando
são tomados por via oral, esses androgénios vão inibir a sua
estimulação natural pela hipófise.”
Envelhecer mais depressa
A
ingestão destes suplementos também pode servir para emagrecer, quando
se retiram os hidratos de carbono da equação, e a gordura e as proteínas
passam a ser a fonte de energia privilegiada. Mas isto só pode
acontecer durante a fase da dieta, depois há que retomar o normal
equilíbrio dos nutrientes para manter o peso. Até porque um estudo da
Universidade da Finlândia Oriental, que seguiu 2 400 homens de
meia-idade durante 22 anos, chegou à conclusão de que um regime baseado
em proteínas resulta em 49% de maior risco de o coração falhar. Um paper, proveniente de outro estudo, publicado no ISRN Nutrition,
alerta para o facto de uma ingestão elevada de proteína poder ser
inútil ou até prejudicial para indivíduos saudáveis, especialmente para
os que se autoprescrevem com suplementos. O excesso de proteína, lê-se,
“não é usado eficientemente pelo corpo e pode impor uma carga metabólica
nos ossos, rins e fígado”.
Não vale a pena passar dos 25 gramas
por refeição. É essa a convicção de Cláudia Minderico, nutricionista
especialista em Educação Física. “Com proteína a mais, cria-se massa
gorda e depois há que secá-la. Além disso, desgasta-se mais o fígado,
que faz a transaminação dos aminoácidos, e os rins, que eliminam a
ureia.”
É importante registar que não há evidência científica de
que, mesmo ingerindo suplementos, um excesso de proteína vá causar
doença nos rins, mas quem já a tiver não deve abusar porque pode agravar
a lesão. O que acontece é que o organismo envelhece mais depressa. “Os
atletas de lazer estão a agir como os de alta competição agiam
antigamente, quando as suas carreiras eram muito curtas porque se
desgastavam depressa. Hoje, já se sabe que para terem alto rendimento
durante mais tempo, o importante é tomarem antioxidantes para combater o
caráter naturalmente envelhecedor do exercício.”
Dicas de profissional
Nada
disto significa que a proteína não seja importante. Aliás, ela deve
constituir 35% da nossa dieta alimentar, porque sacia, fortalece os
ossos, fornece energia sem engordar e, de facto, é um elemento que ajuda
à estruturação dos músculos. Nesta sua última função, ela deve ser
ingerida na meia hora que se segue ao treino, pois é nessa janela
anabólica que a proteína vai desencadear a produção de insulina. E só
beneficia se for adicionada a algum hidrato de carbono, para se diminuir
a produção de gordura. “Daí que muita gente que toma os suplementos o
faça com uma peça de fruta, por exemplo”, nota Cláudia Minderico. São
pequenos truques que só um profissional da área pode revelar, caso a
caso.
Quando perguntam a Vítor Hugo Teixeira, professor
da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto, acerca da
necessidade de se complementar uma dieta com suplementos proteicos,
responde sempre da mesma forma: “Não são essenciais, mas são úteis e
convenientes.” Explica ainda que mais importante do que a quantidade
ingerida (esta muito dificilmente estará abaixo do recomendado), é a sua
distribuição ao longo do dia, sem estar concentrada apenas ao almoço e
ao jantar. “Com os suplementos é fácil suprimir o desequilíbrio natural
da ingestão”, refere o também nutricionista num clube de futebol.
No caso de quem pretende emagrecer, os suplementos podem ser um bom
aliado para aumentar a carga proteica, perdendo-se peso sem ser à custa
da massa muscular e sem aumentar as calorias, fugindo de gorduras ou
hidratos de carbono associados. Mas quando se fala de massa muscular,
Vítor Hugo Teixeira é perentório: “O exercício físico é o grande
determinante. Durante as 24 horas que se seguem a um treino, eleva-se o
estado basal e aumenta-se a síntese proteica. Se beber um suplemento,
essa síntese só dura três a quatro horas.”
Cuidados com as crianças
Como divergem pouco do leite em pó – a whey,
por exemplo, é proteína do soro do leite desidratada –, não existe
indicação para se restringir o consumo destas bebidas em idade
pediátrica. A prudência dita, no entanto, que nunca se dê a pessoas com
menos de 16/18 anos.
“Ufa!”, terá pensado Bruno
Salgueiro, que, como se sabe desde o princípio deste texto, se iniciou
nas proteínas precisamente nessa idade. Apesar desta sua dependência,
chamemos-lhe assim, sabe de cor a sabatina. “Não são melhores do que um
molho de brócolos. Temos de merecer os nossos suplementos e isso só
acontece quando nos alimentamos bem, treinamos bem e descansamos mais.
Eles são algo adicional, nunca um substituto.”
Além disso, Bruno
também fala da conveniência de juntar o pozinho à água e ter, logo no
balneário, um acréscimo de 25 ou 30 gramas de proteína, e depois logo
pensa no que vai jantar. Sempre que sobe a dose para os 200 gramas
diários (com os seus 90 quilos, poderia ficar-se pelos 180), sente a
diferença nos músculos. “Ficam, de facto, maiores, mais densos e
tensos.” E, se dúvidas houvesse, as suas medições acabariam com elas –
um a dois centímetros nos braços é um bom score que gosta de atingir. E, até hoje, cheio de sorte, as análises que faz anualmente nunca se queixaram.
A influência das figuras públicas
São
várias as caras conhecidas, com um perfil “fitness”, pagas pela maior
empresa do ramo dos suplementos existente em Portugal para fazerem
publicidade e recomendarem os seus produtos. Nas suas páginas do
Instagram ou nos canais de YouTube, elas promovem as novidades da marca,
com mais ou menos pormenor. Todas dispõem de códigos promocionais que
dão descontos a quem comprar algo da dita empresa, com sede em
Esposende, mas com suplementos à venda na internet e nas grandes
superfícies
Rui Unas, 44 anos, apresentador e YouTuber, 411 618 seguidores no Instagram
Bruno Salgueiro, 34 anos, duplo e YouTuber, 78 803 seguidores no Instagram
Carolina Patrocínio, 31 anos, apresentadora, 588 117 seguidores no Instagram
Pedro Fernandes, 40 anos, ator, apresentador e locutor, 112 743 seguidores no Instagram
Os alimentos mais proteicos
Toda a proteína de que precisamos está disponível na comida. É só saber onde procurá-la nas dez melhores opções
100 gramas de peito de frango ou peru 25 gramas de proteína
100 gramas de peixe 20 gramas de proteína
100 gramas de carne vermelha 20 gramas de proteína
1 lata de atum 19 gramas de proteína
100 gramas de camarão 17 gramas de proteína
100 gramas de queijo fresco 12 gramas de proteína
100 gramas de aveia 11 gramas de proteína
100 gramas de lentilhas 9 gramas de proteína
30 gramas de amêndoas 6 gramas de proteína
Um ovo grande 6 gramas de proteína (maior concentração na clara)
* É democrático envenenarmo-nos mas sermos tratados pelo SNS já é batota, os que se envenenam voluntariamente devem procurar os hospiteis.
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ESTA SEMANA NO
"folha 8"
Uau!
43 anos depois o MPLA
aceita exemplos coloniais
O ministro do Desenvolvimento de Angola, Manuel Nunes Júnior, considera que o modelo de distribuição e comercialização de produtos no tempo colonial tinha elementos positivos que devem ser usados como exemplo para os dias de hoje. Demorou 43 anos e, embora de forma tímida e ainda complexada, o MPLA chegou lá.
Num
debate com deputados para apresentar o Plano de Desenvolvimento
Nacional (PDN) 2018-2022, o ministro Manuel Nunes Júnior reconheceu a
necessidade de uma rede de distribuição capaz de assegurar as
necessidades do país.
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“Para
todos nós que estudamos história económica de Angola, sabemos que nos
tempos mais áureos da economia angolana, em que a produção nacional era
realmente algo bastante forte – estamos a referir ao que o professor
Dilolua chamava o último ano normal do colonialismo português, em 1973 –
tínhamos níveis de produção já com algum significado e havia um sistema
de comércio também bastante bem estabelecido, lubrificado e que
funcionava”, disse Manuel Nunes Júnior repescando, aliás, o que há muito
tempo o Folha 8 tem dito.
Para o ministro, o país deve “buscar os aspectos positivos dessa experiência, do sistema que havia de comercialização”.
Depois,
“nos dias de hoje, com a tecnologia mais avançada que há, com os
conhecimentos mais avançados que temos, ver como é que podemos
estabelecer, para termos realmente um programa de estabilização feito
pelo mercado, pelos agentes económicos privados e consigam fazer esta
interligação entre os que produzem no campo e trazê-los aqui para os
grandes centros de consumo, temos de ser capazes de fazer isso”, frisou.
Manuel
Nunes Júnior referiu que especialistas do Ministério do Comércio estão a
analisar essa situação, tendo em conta um prazo estabelecido pelo
Executivo “para cumprirem com esta missão”.
“Para
nós é importante que haja uma ligação muito forte entre a produção e o
sistema de distribuição. Já foram montados vários cenários, modelos, que
não deram muito certo alguns deles, mas creio que se formos beber na
boa experiência e fazer as devidas adaptações ao tempo, porque de 1973
(o MPLA chegou ao Poder, e lé ficou, dois anos depois) para 2018 são
muitos anos, mas fazendo as devidas adaptações à tecnologia, ao avanço
do conhecimento, penso que podemos encontrar um bom modelo”, reiterou.
Mais vale tarde do que nunca
O
inquérito para apurar causas do desabamento, em 2008, do edifício da
investigação criminal, em Luanda, concluiu que que a responsabilidade
foi da administração colonial portuguesa, por ter permitido a construção
sobre um lençol de água.
Os
portugueses temeram que a sua administração colonial (mesmo que em
abstracto) fosse parar ao Tribunal Penal Internacional. Desde logo por
ser responsável pelos dirigentes do MPLA que nasceram no tempo colonial.
Talvez
até o massacre do 27 de Maio de 1977, tenha sido responsabilidade da
administração colonial que não cuidou de evitar a existência de
fraccionistas…
A
informação foi sobre o desabamento foi prestada no dia 24 de Novembro de
2015 pelo então secretário de Estado dos Serviços de Protecção Civil e
Bombeiros do Ministério do Interior de Angola, que respondia no
Parlamento, no âmbito das discussões na especialidade do Orçamento Geral
do Estado (OGE) para 2016.
Em
2008, o edifício da antiga Direcção Nacional de Investigação Criminal
(DNIC) desabou tendo causado 24 mortos entre as 180 pessoas que se
encontravam no edifício.
À
questão, colocada pela deputada da UNITA, Mihaela Weba, sobre os
resultados do inquérito, Eugénio Laborinho disse que o mesmo “está em
curso”.
“Já
são muitos anos que se passaram. O prédio da DNIC estava numa área de
erosão hídrica, porque ali várias fontes de água passavam, por aí e
porque também é uma área complicada em termos de vulnerabilidade de
risco, uma vez que já houve algumas réplicas naquela direcção”, explicou
o governante do MPLA, hoje governador de Cabinda.
“Agora
vamos julgar quem? O Ministério da Construção, o ministro do Interior
na altura? O director da DNIC, na altura? Quem?”, devolveu as perguntas à
deputada.
“Aquilo
aconteceu, aquilo o construtor é o colono, que nós temos que ir buscar
lá. É verdade, foi o que aconteceu. É o colono que construiu mal,
construiu por cima de um lençol de água. Isto é perigoso e nós temos
estado a alertar do ponto de vista preventivo que isso não é assim”,
sublinhou brilhantemente o político escolhido por João Lourenço para gerir Cabinda.
“Contributo” do Folha 8
No
sentido de ajudar os dirigentes do MPLA, todos eles sábios donos da
verdade e mestres nestes chorrilhos de asneiras, o Folha 8 deixa aqui,
mais uma vez e de forma filantrópica, o seu modesto contributo.
Assim,
como introdução, tudo o que de mal se passou em Angola, sobretudo nos
últimos 43 anos, tem raízes nas centenas de anos anteriores.
Todos
sabemos que a administração colonial portuguesa (não confundir com a do
regime) foi responsável pelos mais de 40.000 angolanos torturados e
assassinados em todo o país depois dos acontecimentos de 27 de Maio de
1977, acusados de serem apoiantes de Nito Alves ou opositores ao regime.
Tal
como foi responsável pelo massacre de Luanda que visou o aniquilamento e
de cidadãos Ovimbundus e Bakongos, onde morreram 50 mil angolanos,
entre os quais o vice-presidente da UNITA, Jeremias Kalandula Chitunda, o
secretário-geral, Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representante na
CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administrativos em
Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili.
Foi
igualmente responsável pelo massacre do Pica-Pau em que, no dia 4 de
Junho de 1975, perto de 300 crianças e jovens, na maioria órfãos, foram
assassinados e os seus corpos mutilados no Comité de Paz da UNITA em
Luanda, ou do massacre da Ponte do rio Kwanza, em que no dia 12 de Julho
de 1975, 700 militantes da UNITA foram barbaramente assassinados, perto
do Dondo.
A
administração colonial portuguesa (não confundir com a do regime) foi
também responsável pelo facto de entre 1978 e 1986, centenas de
angolanos serem fuzilados publicamente, nas praças e estádios das
cidades de Angola, uma prática iniciada no dia 3 de Dezembro de 1978 na
Praça da Revolução no Lobito, com o fuzilamento de 5 patriotas e que
teve o seu auge a 25 de Agosto de 1980, com o fuzilamento de 15
angolanos no Campo da Revolução em Luanda.
Ou
por, em Junho de 1994, a aviação (provavelmente da… UNITA) ter
bombardeado e destruído a Escola de Waku Kungo, tendo morto mais de 150
crianças e professores, e de entre Janeiro de 1993 e Novembro de 1994,
ter bombardeado indiscriminadamente a cidade do Huambo, a Missão
Evangélica do Kaluquembe e a Missão Católica do Kuvango, tendo morto
mais de 3.000 civis.
A administração colonial portuguesa (não confundir com a do regime), é igualmente responsável por:
–
Todos os dias, a todas as horas, a todos os minutos haver angolanos que
morrem de barriga vazia, sendo que 70% da população passa fome;
–
45% das crianças angolanas sofrem de má nutrição crónica, e que uma em
cada quatro (25%) morrer antes de atingir os cinco anos;
–
No “ranking” que analisa a corrupção em 180 países, Angola ainda não ter
atingido o pódio dos mais… corruptos (embora anda perto);
– A
dependência sócio-económica a favores, privilégios e bens, ou seja, o
cabritismo, se o método utilizado pelo MPLA para amordaçar os angolanos e
que o silêncio de muitos, ou omissão, deve-se à coacção e às ameaças do
partido que está no poder desde 1975.
– A
corrupção política e económica ser hoje, como ontem, utilizada contra
todos os que querem ser livres, que 76% da população vive em 27% do
território, que mais de 80% do Produto Interno Bruto é produzido por
estrangeiros; mais de 90% da riqueza nacional privada foi subtraída do
erário público e está concentrada em menos de 0,5% de uma população;
– O
acesso à boa educação, aos condomínios, ao capital accionista dos
bancos e das seguradoras, aos grandes negócios, às licitações dos blocos
petrolíferos, estar limitado a um grupo muito restrito de famílias
ligadas ao regime no poder.
No tempo colonial
Por
mera curiosidade registe-se que, enquanto província ultramarina de
Portugal, até 1973, Angola era auto-suficiente, face à diversificação da
economia.
Era
o segundo produtor mundial de café Arábico; primeiro produtor mundial
de bananas, através da província de Benguela, nos municípios da Ganda,
Cubal, Cavaco e Tchongoroy. Só nesta região produzia-se tanta banana que
alimentou, designadamente a Bélgica, Espanha e a Metrópole (Portugal)
para além das colónias da época Cabo-Verde, Moçambique, Guiné-Bissau e
Sã Tomé e Príncipe.
Era
igualmente o primeiro produtor africano de arroz através das regiões do
(Luso) Moxico, Cacolo Manaquimbundo na Lunda Sul, Kanzar no Nordeste
Lunda Norte e Bié.
Ainda
no Leste, nas localidades de Luaco, Malude e Kossa, a “Diamang”
(Companhia de Diamantes de Angola) tinha mais 80 mil cabeças de gado,
desde bovino, suíno, lanígero e caprino, com uma abundante produção de
ovos, leite, queijo e manteiga.
Na
região da Baixa de Kassangue, havia a maior zona de produção de
algodão, com a fábrica da Cotonang, que transformava o algodão, para
além de produzir, óleo de soja, sabão e bagaço.
Na
região de Moçâmedes, nas localidades do Tombwa, Lucira e Bentiaba,
havia grandes extensões de salga de peixe onde se produzia, também
enormes quantidades de “farinha de peixe”, exportada para a China e o
Japão.
* Convém não confundir, no tempo colonial os interesses económicos eram geridos por algumas famílias capitalistas da então Metrópole, por serem capitalistas e por querer ganhar dinheiro explorando os angolanos até à medula era necessário organização e método.
Não é a organização da exploração humana que desejamos para Angola. Quem copiou bem esta exploração foi o MPLA.
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