Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
02/11/2018
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* Não são precisas palavras...
FONTE: afpbr
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HOJE NO
"OBSERVADOR"
"OBSERVADOR"
Relatório revela as histórias de abuso sexual na Coreia do Norte.
“Éramos brinquedos sexuais”
As histórias de 54 mulheres que revelam o dia-a-dia de abuso e violência sexual na Coreia do Norte estão num relatório da Human Rights Watch. Nove em cada dez mulheres já foram vítimas.
Um novo relatório da Human Rights Watch revela que, na Coreia do
Norte, as mulheres são frequentemente sujeitas a violência sexual por
parte de guardas prisionais, interrogadores, polícias, procuradores e
soldados. O documento,
que questionou 54 pessoas que fugiram do país desde 2011 – o ano em que
Kim Jong-un subiu ao poder -, indica que os avanços indesejados e o abuso sexual são uma parte do quotidiano da maior parte das mulheres que trabalham nos mercados negros da Coreia do Norte.
O
relatório reúne histórias de mulheres espalhadas por vários países
asiáticos e levou dois anos a ficar completo. Segundo a Human Rights
Watch, os homens em cargos de poder atuam “com impunidade” e “quando um
guarda ou polícia ‘escolhe’ uma mulher, ela não tem outra escolha que
não concordar com quaisquer exigências que ele faça, quer seja sexo, dinheiro ou qualquer outro favor”.
Ainda que esta realidade de desrespeito pelos direitos humanos na
Coreia do Norte esteja altamente documentada – estima-se que existam
entre 80 mil a 120 mil presos políticos no país e há relatos de
“exterminação, homícidios, escravatura, tortura, violações e abortos
forçados” -, as mulheres continuam a ser o alvo preferencial e mais
vulnerável.
Os mercados negros continuam a proliferar no país e são a grande
fonte de rendimento de muitas famílias. Além disso, são também os sítios
onde as histórias de abuso e violência sexual são mais frequentes e
chocantes. O relatório da Human Rights Watch cita Oh Jung-hee, uma
vendedora, que descreveu a prevalência de abusos num local onde as mulheres eram consideradas “brinquedos sexuais”.
“Acontece
tão frequentemente que ninguém pensa nisto como um grande problema. Nem
sequer nos apercebemos de que estamos tristes. Mas somos humanas, e
sentimos. Por isso, às vezes, do nada, começas a chorar à noite e não sabes porquê”,
explicou Oh Jung-hee. A grande maioria das mulheres citadas no
documento aponta para esta mesma normalização das agressões sexuais –
grosso modo, nenhuma pensou sequer em apresentar queixa às autoridades
por achar que a polícia nada iria fazer.
Muitas mulheres referiram
ter sido sexualmente agredidas quando tentavam atravessar a fronteira
entre a Coreia do Norte e a China, quer fosse para trabalhar ou para
fugir. Park Young-hee, uma agricultora, foi enviada de regresso ao país
norte-coreano quando foi apanhada pela polícia chinesa e garante que
durante o interrogatório o agente a obrigou a sentar-se “muito perto
dele” e tocou-a “por cima e por debaixo das roupas”. “Tocou-me entre as pernas e colocou os dedos dentro de mim várias vezes durante vários dias”, acrescentou Park Young-hee.
Os
investigadores da Human Rights Watch falaram também com Choi Dal Mi,
uma antiga vendedora norte-coreana que fugiu do país em 2014. Mi contou que foi abusada e assediada várias vezes por polícias e revisores de comboios:
“Tinha ouvido muitas histórias de violações e agressões sexuais e
estava a viajar em trabalho há alguns meses. Eu sabia como as coisas
funcionavam no mercado. Sabia que as vendedoras eram muitas vezes
forçadas a dar os seus corpos ‘às pessoas da lei’, especialmente se
fosse novas. A primeira vez, foi um camionista. E eu pensei ‘oh, está a
acontecer!'”.
A norte-coreana acrescentou ainda que “ter relações sexuais com homens que têm poder ou deixá-los tocar o teu corpo é uma necessidade para sobreviver”.
“Nunca me ocorreu que eu pudesse ou quisesse fazer alguma coisa quanto a
isso. É apenas como as coisas são”, desabafou Choi Dal Mi. “São os
próprios polícias que abusam sexualmente as mulheres, porque é que
haveriam de investigar qualquer caso de violação? Toda a gente que eles
pensam que ser violada é culpa da mulher”, atirou a ex-vendedora.
Nos
últimos anos, a Coreia do Norte tem tentado afastar as notícias de
violência e agressão sexual e num relatório enviado às Nações Unidas no
ano passado referiu que apenas cinco pessoas foram condenadas por
violação em 2015. O documento da Human Rights Watch, contudo, indica que
nove em cada dez mulheres já foram vítimas de “abuso sexual, verbal e físico” por parte das autoridades.
“Depois
deste relatório, a Coreia do Norte não pode dizer que a violência
sexual não existe, por isso ou mudam o tom ou resolvem o problema. Kim
Jong-un pode parar isto, ele pode reforçar as leis que já existem”,
afirmou Kenneth Roth, diretor executivo da Human Rights Watch, em
declarações ao The Guardian.
A verdade é que o tema é tão pouco discutido no país que os
investigadores descobriram que conceitos como a violência doméstica e a
violência sexual não têm uma definição clara e que na língua norte-coreana nem sequer há palavras que descrevam com rigor a seriedade do conceito.
* Não são precisas palavras...
FONTE: afpbr
Publicado a 30/09/2018
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HOJE NO
"RECORD"
"RECORD"
Simone Biles chega às 13 medalhas
de ouro em Mundiais
Norte-americana sagrou-se campeã em Doha na disciplina de salto
A norte-americana
Simone Biles, esta sexta-feira campeã em Doha na disciplina de salto,
chegou ao total de 13 títulos em campeonatos do mundo de ginástica,
garantindo ainda a medalha de prata nas paralelas assimétricas.
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Aos 21 anos, a campeã olímpica continua em grande forma e é a grande
figura destes Mundiais de Doha, já que na véspera tinha arrebatado, pela
quarta vez, o ouro no concurso geral.
A ronda de hoje foi reservada a finais por aparelhos, duas no setor
feminino e três no masculino, onde o campeão do concurso geral, o russo
Artur Dalaloyan, também brilhou de novo, com o título no solo.
A vitória de Biles no salto, à frente da canadiana Shallon Olsen e da
mexicana Alexa Moreno, tem de resto um sabor especial, porque era um
ouro que lhe escapava: prata em 2013 e 2014 e bronze em 2015 era até
agora o melhor.
Na capital do Qatar, Biles ganhou, até ao momento, por equipas, o
concurso completo e o salto, só 'falhando' nas paralelas assimétricas,
em que ganhou com boa vantagem a canadiana Nina Derwael, com a alemã
Elisabeth Seitz a garantir bronze.
No Solo, Dalaloyan, o campeão do concurso completo, arrebatou o título ao japonês Kenzo Shirai, agora segundo.
Também no cavalo com arções o campeão anterior, o britânico Max
Whitlock, desceu para segundo. O ouro segue para a China, com Xiao
Ruoteng, vencedor do concurso geral no ano passado.
Não houve surpresa nas argolas e o grego Eleftherios Petrounias chegou
ao 'tri'. Com o bronze ficou o veterano Arthur Zanetti, o campeão
olímpico de 2012.
* Atleta fantástica.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Uma igreja, dois papas: a "guerra"
entre Bento e Francisco
Ao contrário do previsto, Bento não se enclausurou num convento para nunca mais ser visto ou ouvido, e, de acordo com uma análise publicada na revista Vanity Fair, não se inibe de mandar recados e arregimentar tropas. Mais uma pedra no sapato de Francisco, sem mãos a medir face à tempestade do abuso sexual.
A guerra entre conservadores e liberais no seio da Igreja Católica não é de agora, decerto. Mas é a primeira vez da história da instituição em que cada um dos lados tem um papa - vivo.
E se um deles tem o cognome de "emérito", a verdade é que, se houve
quem pensasse que iria passar o resto da vida em recolhimento e oração,
"desaparecendo" do mundo dos vivos, enganou-se. Bento nunca saiu do
Vaticano e nem sequer se mantém em silêncio.
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GRRR... |
E prossegue: "Em 2013, Bento anunciou inesperadamente a sua
resignação. Era o primeiro papa a fazê-lo em quase 600 anos. Mas a
seguir, ao contrário dos que muitos esperavam, não se enfiou num obscuro
mosteiro bávaro. Ficou no mesmo sítio, continuando a aceitar ser
tratado por 'sua santidade', a usar ao peito a cruz de bispo de Roma, a
publicar, a encontrar-se com cardeais, a fazer pronunciamentos. A sua
mera existência encoraja os conservadores que querem minar o reinado de
Francisco."
É, considera o jornalista, uma situação para a qual é
difícil encontrar precedentes. "Com que podemos comparar esta
circunstância de uma igreja com dois papas? Estamos nos domínios dos
arquétipos e do mito. Pensemos no Rei Lear, que deu todo o poder mas se
manteve perto para controlar, resultando em desastre, ou no fantasma em
Hamlet. A mera presença de um ex papa já seria o suficiente para pôr em
causa a força de espírito e a independência de Francisco desde o
primeiro dia."
"O meu papa é Bento", diz Salvini
Poderia o simpático João XXIII, pergunta Cornwell, "ter iniciado a
reforma do Concílio Vaticano Segundo se Pio XII, o seu autocrático
predecessor, estivesse a observar, lugubremente, de uma janela vizinha? E
iria João Paulo II abanar a árvore apodrecida da União Soviética se o
angustiado e hesitante Paulo VI , que chegou a ponderar uma concordata
com Moscovo, estivesse a puxar-lhe pelo braço?"
O escritor acha que não: "Qualquer que seja a direção do papado,
esquerda ou direita, para o melhor ou o pior, é a iniciativa única e
exclusiva de um papa de cada vez que lhe confere suprema autoridade e
poder. O segredo da unidade católica é a lealdade, em todas as
circunstâncias, ao único supremo pontífice vivo. A briga entre os leais a
Francisco e os insurgentes de Bento ameaça provocar a maior divisão na
Igreja Católica desde a Reforma do século XVI, quando Martinho Lutero e
outros reformistas lideraram a revolta protestante contra o Vaticano." E
cita o historiador Diarmaid MacCulloch, da Universidade de Oxford:
"Dois papas é a receita para um cisma."
Ainda por cima, dois papas com visões tão diferentes.
Desde que João Paulo II o nomeou Prefeito da Congregação para a
Doutrina da Fé, ou, nas palavras de Cornwell, "fiscalizador chefe da
doutrina, em 1981, o então cardeal Joseph Ratzinger defendeu uma Igreja
Católica mais pequena, limpa de imperfeições. A visão de Francisco é
diametralmente oposta: quer uma igreja aberta, acolhedora,
misericordiosa para com os pecadores, hospitaleira face aos estranhos,
respeitosamente tolerante de outras fés. Procura encorajar os que
duvidam, consolar os feridos, e trazer de volta os excluídos pela
respetiva orientação. Compara a igreja a um hospital de campanha para os
espiritualmente doentes."
As trincheiras são tão óbvias que se consubstanciam em tshirts: Matteo
Salvini, atual ministro da Administração Interna e líder do partido de
extrema-direita Liga (antes Liga Norte), que se notabiliza pelas suas
posições xenófobas, foi fotografado em setembro de 2016 com uma em que
se vê a cara de Francisco com ar horrorizado com o escrito "O meu papa é
Bento". É normal: se Francisco passa a vida a apelar ao acolhimento de
refugiados, Salvini quer vê-los todos pelas costas. Mas será normal que,
estando vivo e a observar, Bento não rechace este tipo de apoio? Tanto
mais que, como Cornwell frisa, o papa "reformado" continua a opinar e a
fazer-se ouvir - quer diretamente quer através de outros.
"Um ofício papal alargado" ou "só um papa"?
Um desses outros é o seu secretário, o arcebispo alemão Georg
Gänswein. Este, que vive na atual residência do papa emérito - a qual,
conta Cornwell, fora um convento para 12 freiras contemplativas no tempo
de João Paulo II e que Bento mandou renovar e preparar (luxuosamente,
parece) quatro meses antes de anunciar a sua renúncia - declarou
em maio de 2016 que Francisco e Bento representam um único ofício papal
"alargado", com um membro "ativo" e um "contemplativo". Francisco, terá
rejeitado a ideia de imediato: "Só há um papa."
Desde essa altura, diz Cornwell, a relação entre o papa investido e o emérito ter-se-á deteriorado. Em julho de 2017, no enterro do cardeal conservador (e crítico de Francisco) Joachim Meisner, arcebispo emérito de Colónia, Gänswein leu uma carta de Bento. Esta contém, no entender do autor do artigo da Vanity Fair, uma frase que pode ser considerada muito desestabilizadora do pontificado do atual papa. Nesta, Bento diz que Meisner estava convencido de que "o Senhor não abandona a Sua Igreja, mesmo que o barco tenha metido tanta água que esteja à beira de afundar." Para Cornwell, Bento parece estar a dizer que a Igreja Católica comandada por Francisco está a afundar-se.
Mas não fica por aqui: em setembro último, Gänswein deu uma palestra
na biblioteca do parlamento italiano por ocasião do lançamento da
tradução italiana do livro The Benedict Option (A opção de Bento),
do escritor americano Rod Dreher, descrito por si mesmo como um
"conservador empedernido". O livro defende que a civilização ocidental,
nomeadamente os EUA, se encaminham para um tempo de caos e negritude,
uma nova idade das trevas, e que o caminho é voltar aos ensinamentos de
Bento de Núrsia, o fundador dos monges beneditinos. Gänswein explicou à
audiência que a crise de abuso sexual na Igreja Católica é a idade das
trevas da instituição, o 11 de setembro católico. Um paralelismo que foi
interpretado por Dreher como significando que o salvador atual é o papa
emérito.
Cornwell encontra outros sinais de perversidade - não é
muito difícil perceber para onde pende o seu coração na disputa que
descreve - na conduta de Bento, até antes de renunciar. Refere por
exemplo o facto de em 2012, pouco antes de anunciar a sua
inesperada decisão, ter nomeado o bispo conservador Gerhard Ludwig
Müller para o lugar que fora seu sob João Paulo - ou seja, designando um
conservador de linha dura para fiscalizador da doutrina (num ministério
que está também encarregado de investigar casos de abuso sexual) do
qual o seu sucessor teria dificuldade em retirá-lo sem parecer
desrespeitador - de facto, Francisco só o substituiu em 2017. E não só
nomeou Gänswein como seu secretário pessoal como também chefe de
gabinete do papa - o que significa dirigir a residência papal no palácio
apostólico, onde é suposto os papas viverem e trabalharem. Tal, frisa
Cornwell, permitiria ao secretário e homem de confiança do papa emérito
monitorizar toda a atividade do novo pontífice.
O que significa que a decisão de Francisco de não ocupar as luxuosas instalações que há séculos são a casa dos papas pode ter também tido a ver com dar a volta a Bento e Gänswein - pelo menos na interpretação de Cornwell. Assim, instalou-se na modesta Casa Santa Marta, onde ficam os clérigos que visitam o Vaticano. Permite a Gänswein que organize receções nos aposentos papais para reis e chefes de Estado, mas o resto do tempo está fora do alcance do secretário de Bento.
É possível um cisma?
Frisando que, aos 91 anos, cinco após resignar, Bento parece manter
vigor físico e mental, Cornwell interroga-se sobre os motivos da sua
resignação. E sobre que estratégia terá em vista. Será que um cisma, ou seja, a divisão da Igreja Católica em duas, é possível?
Certo é que, conclui o jornalista, se assiste a um impasse. Francisco está cada vez mais isolado e acossado por escândalos sucessivos; a presença de Bento e as suas intervenções não ajudam, pelo contrário.
Mas se, argumenta Cornwell, é tentador assacar a culpa deste impasse a
Bento, o rígido moralista e o defensor de uma igreja mais pequena e
mais pura, aquele que resignou sem deixar o palco, aquele cuja mera
existência mina a autoridade de Francisco, também há motivo para
acreditar que este último tem os seus próprios motivos para querer
provocar uma crise.
E explica: "Desde os primeiro dias do
papado, falou de forma a sugerir que procura, que provoca, que pede uma
mudança massiva numa autoritária, dogmática teimosamente inamovível
Igreja que mostra os seus frutos amargos nos milhares de jovens fiéis
abusados em todo o mundo católico. Uma purga drástica dos privilégios
obstinados, do secretismo, da riqueza, do tradicionalismo, da falta de
transparência e de controlo, pode ser a condição necessária de um novo
começo."
* Bagunça na católica, porreiro pá!
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LIA PEREIRA
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IN "BLITZ"
24/10/18
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A falta de vergonha dos Shame
A banda que este verão esteve em Paredes de Coura assinou uma das estreias mais entusiasmantes da colheita de 2018
Cinco miúdos de Londres liderados
pelo estranhamente carismático Charlie Steen, os Shame juntaram-se
quando ainda andavam no liceu, ensaiando todas as tardes numa sala de
Brixton da qual sairiam outras bandas, agrupadas pela imprensa num
movimento de rock britânico encabeçado pelos Fat White Family. Para o
baterista Charlie Forbes, este arranque de carreira no Queen’s Head,
entretanto transformado em restaurante da moda, foi determinante para o
som dos Shame, cujo álbum de estreia, lançado no início deste ano,
brilha precisamente pela falta de polimento. “Se tivéssemos começado num
estúdio todo limpinho, não tinha sido a mesma coisa”, afirmou o jovem
músico, ao The Guardian.
Todos novíssimos (reza a lenda, ou a
biografia, que nenhum dos cinco tem mais de 21 anos), os Shame quiseram
fazer um disco “conciso e direto ao assunto, sem palha” e, arrumando dez
canções em 38 minutos, “Songs of Praise” é precisamente isso. No
passado verão, pudemos vê-los em Paredes de Coura (depois da estreia
nacional no Milhões de Festa, em 2017), e é entusiasmante perceber que,
ao vivo, estes petardos punk/pós-punk são ainda mais portentosos. Boa
parte do mérito deve ser entregue a Charlie Steen, um ótimo vocalista
rock, tão convincente no registo vociferado como no narrativo, explorado
no tema ‘The Lick’ (que arranca com a desconcertante tirada “So in the past week I've made several trips to the gynecologist”).
Em palco, Steen é um pequeno predador, calcorreando o palco em tronco
nu (não porque se sinta um deus grego, explica em entrevistas, mas
precisamente para contrariar o complexo de se achar “rechonchudo”). Mas,
apesar de poder (e dever!) ser ouvido apenas pelo prazer melómano (‘One
Rizzla’, ‘Concrete’ ou ‘Dust on Trial’ oferecem um equilíbrio perfeito
entre agressividade e melodia), há também nesta banda um desejo de
“desmontar o estereótipo do que é uma estrela rock. Somos miúdos do
século XXI”, avisou Charlie Steen à Paste. E a sua energia tão selvagem
como politizada (ouça-se ‘Visa Vulture’, a “pior canção de amor do
mundo”, que em 2017 dedicaram a Theresa May) é uma rabanada de ar fresco
que não podia ser mais bem-vinda.
IN "BLITZ"
24/10/18
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DA MADEIRA"
Morreu Maria José Moura criadora da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas
A investigadora Maria José Moura, responsável pela criação da Rede
Nacional de Bibliotecas Públicas, em 1986, morreu hoje, em Lisboa, aos
81 anos, anunciou a Direção-Geral do Livro, Arquivo e Bibliotecas
(DGLAB).
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Maria José Moura “era considerada, por muitos, a ‘mãe’
da Rede de Bibliotecas Municipais”, lê-se no comunicado que refere “as
diversas homenagens que lhe foram feitas, em Portugal e no estrangeiro,
[que] reconheceram a mulher que serviu a causa das bibliotecas durante
toda a vida”.
Em 2016, em entrevista à agência Lusa, Maria José
Moura afirmou: “Na biblioteca não precisa de gastar um tostão! É um dos
poucos locais a que as pessoas têm direito a recorrer, não é um favor
que lhe estão a fazer, é dinheiro que vem dos seus impostos”, disse,
recordando que, 30 anos depois da criação da Rede Nacional de
Bibliotecas Públicas (RNBP) ainda era preciso conquistar os portugueses
para a utilização destes espaços de leitura.
No comunicado hoje
divulgado, a DGLAB afirma que, “reconhecidamente”, Maria José Moura
“teve um papel determinante na Leitura Pública no Portugal democrático,
em particular, com a implantação do Programa da Rede Nacional de
Bibliotecas Públicas.
Em entrevista à Lusa, em 2016, 30 anos
depois da criação das bases de uma rede nacional de bibliotecas públicas
municipais, a bibliotecária recordou esse processo, a pedido da então
secretária de Estado da Cultura, Teresa Gouveia, que contou consigo,
como representante da Associação Portuguesa de Bibliotecários,
Arquivistas e Documentalistas, assim como com Teresa Calçada, atual
responsável do Plano Nacional de Leitura, Pedro Vieira de Almeida e
Joaquim Macedo Portilheiro, do antigo Instituto Português do Livro. A
rede conta hoje com mais de 200 equipamentos, em todo o país.
“O
facto de não haver bibliotecas públicas em Portugal, dez anos depois do
25 de Abril, era um escândalo”, disse então Maria José Moura à Lusa.
“Todos os países civilizados, melhor ou pior, têm bibliotecas (...). A
rede de bibliotecas itinerantes - foi uma sorte que este país teve --
era o que havia.
Fora isso, só havia meia dúzia de bibliotecas das
câmaras, com as estantes fechadas. Tudo poeirento, triste, sem luz. Era
uma coisa sem vida”, recordou.
Licenciada em Ciências Históricas e
Filosóficas e com o Curso de Bibliotecário Arquivista, pela
Universidade de Coimbra, Maria José Moura foi diretora dos Serviços de
Documentação da Universidade de Lisboa até 1987.
Dirigiu o
Programa da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas até 2006. Durante esse
período, foi também coordenadora e redatora de um novo Relatório de um
Grupo de Trabalho, no qual se reformulavam as linhas estratégicas para o
desenvolvimento das Bibliotecas Públicas Municipais em Portugal,
passados dez anos do arranque da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas.
Foi,
simultaneamente, coordenadora-geral do Projeto do Inventário do
Património Cultural Móvel, delegada nacional do Programa Geral de
Informação da UNESCO, vice-presidente do Conselho Superior de
Bibliotecas, responsável pelo National Focal Point -- Telematic for
Libraries Program, membro do Information Society Forum, em Bruxelas, e
fazia parte da Comissão de Honra do Plano Nacional de Leitura.
Foi
uma das fundadoras da Associação Portuguesa de Bibliotecários,
Arquivistas e Documentalistas (BAD), da qual era asssociada honorária, e
onde tinha já sido presidente da direção e da mesa da assembleia-geral.
Maria
José Moura fez parte dos comités permanentes da Federação Internacional
de Associações e Instituições Bibliotecárias, designadamente do de
Bibliotecas Públicas e do de Edifícios e Equipamentos Bibliotecários.
Foi
condecorada pelo Estado português com a Ordem do Mérito e, em 1998,
recebeu o Prémio Internacional do Livro, em Amesterdão, por proposta da
Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecária.
Na
entrevista à Lusa Maria José Moura salientou o lado formativo das
bibliotecas, espaços que podem ser sucedâneos das escolas: “As pessoas
têm possibilidade de encontrar resposta para uma quantidade enorme de
coisas que antes não precisavam”.
Para Maria José Moura, a
biblioteca ideal é aquela em que “as pessoas conseguem encontrar
respostas para as suas necessidades, sejam elas de ordem pessoal” ou
profissional.
“As bibliotecas têm de se adaptar àquilo que lhe é
pedido e não ver nisso uma desconsideração. Não se sentir diminuída.
Pelo contrário”, afirmou em entrevista à Lusa.
O velório de Maria
José Moura realiza-se hoje, na igreja de N. S. da Conceição, nos
Olivais, em Lisboa, de onde o funeral sairá no sábado, em direção ao
Cemitério dos Remédios, em Évora, onde será rezada missa de corpo
presente pelas 11:00, segundo a DGLAB.
* Não morreu, foi criar uma rede de Bibliotecas Públicas nas estrelas.
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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"
Renováveis abasteceram quase metade
do consumo de energia em Outubro
A produção de energias limpas abasteceu 45% do consumo nacional durante o mês de Outubro. Tendo em conta o acumulado desde o início do ano, já representa mais de metade: 52%.
Em Outubro, o consumo de energia eléctrica em
Portugal foi 1,1% superior face ao mesmo mês do ano anterior.
Considerando a correcção dos efeitos de temperatura e número de dias
úteis, o crescimento foi de 0,4%, segundo os dados da REN.
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No mês passado, "as precipitações muito reduzidas prolongaram o período seco, com um índice de hidraulicidade de apenas 0,41". Pelo contrário, a produção eólica teve condições favoráveis com o índice respectivo a situar-se em 1,19. O que permitiu que quase metade da energia consumida em Portugal fosse proveniente de energias limpas.
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No mês passado, "as precipitações muito reduzidas prolongaram o período seco, com um índice de hidraulicidade de apenas 0,41". Pelo contrário, a produção eólica teve condições favoráveis com o índice respectivo a situar-se em 1,19. O que permitiu que quase metade da energia consumida em Portugal fosse proveniente de energias limpas.
"O
conjunto da produção renovável abasteceu 45% do consumo nacional, a
produção não renovável 51% e o saldo de trocas com o estrangeiro, que
este mês foi importador, os restantes 4%", detalha a REN.
Tendo em conta o acumulado de Janeiro a Outubro, a produção renovável abasteceu 52% do consumo, repartida pela hidroeléctrica com 23%, eólica com 22%, biomassa com 5% e fotovoltaica com 1,6%. A produção não renovável abasteceu os restantes 48% do consumo, repartido pelo gás natural com 28% e pelo carvão com 20%. O saldo de trocas com o estrangeiro é exportador, equivalendo a cerca de 6% do consumo nacional.
Já no mercado de gás natural, durante o mês de Outubro, registou-se "uma contracção homóloga no consumo, devido à quebra no segmento de produção de energia eléctrica, influenciado pela disponibilidade de energia renovável", explica a empresa que gere as redes de energia. O consumo registou uma queda de 1,2%, com o segmento convencional a crescer 1,4% e o mercado eléctrico a contrair 5,9%.
Tendo em conta o acumulado de Janeiro a Outubro, a produção renovável abasteceu 52% do consumo, repartida pela hidroeléctrica com 23%, eólica com 22%, biomassa com 5% e fotovoltaica com 1,6%. A produção não renovável abasteceu os restantes 48% do consumo, repartido pelo gás natural com 28% e pelo carvão com 20%. O saldo de trocas com o estrangeiro é exportador, equivalendo a cerca de 6% do consumo nacional.
Já no mercado de gás natural, durante o mês de Outubro, registou-se "uma contracção homóloga no consumo, devido à quebra no segmento de produção de energia eléctrica, influenciado pela disponibilidade de energia renovável", explica a empresa que gere as redes de energia. O consumo registou uma queda de 1,2%, com o segmento convencional a crescer 1,4% e o mercado eléctrico a contrair 5,9%.
* Renováveis produzem uma boa notícia.
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Pergaminho com 635 anos
à venda no Olx por 750 euros
Torre do Tombo vai comprar o documento que regista a entrega do Castelo de Lisboa ao conde de Barcelos.
O OLX serve para vender de tudo, desde cabides a automóveis. Há também livros novos e primeiras edições de clássicos à venda (alguns são uma pechincha). O que não é tão habitual são pergaminhos do século XIV com a escritura da entrega do Castelo de Lisboa ao Conde de Barcelos. Principalmente por 750 euros.
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Mas foi isso mesmo que o utilizador Luís Sampaio pôs à venda na sua página pessoal do site de venda. No anúncio podia ler-se: "Escritura de entrega do Castelo de Lisboa que fez o Alcaide do mesmo, Martim Afonso Valente, ao Conde de Barcelos, Dom João Afonso Telo, o qual prestou ‘preito e menagem’ ao primeiro, de acordo com o determinado pelo rei Dom Fernando, pela carta de 16 de Janeiro de 1383, tresladada nesta escritura. Entre as testemunhas do acto esteve presente o Alcaide do Castelo de Faria, Diogo Gonçalves. Tabelião: Peres Esteves. 1383, Janeiro 26, Castelo de Lisboa".
O preço de venda para este documento histórico era de 750 euros e a entrega poderia ser feita de uma de duas maneiras: "em mão, na zona de Gaia", ou via CTT.
O anúncio chamou a atenção do autor do blogue Repensando a Idade Média que avisou a Câmara Municipal de Lisboa da existência deste documento, revela o jornal Público. Mas outra instituição esteve atenta à venda: o Arquivo Nacional Torre do Tombo. O Arquivo Nacional decidiu mesmo adquirir o documento, confirmou ao diário o director-geral. "Vamos exercer o direito de opção na aquisição do pergaminho, e já comunicámos isso ao vendedor", disse.
O documento foi analisado pela Torre do Tombo e a sua autenticidade autenticada. A CML de Lisboa estará também a proceder aos trâmites necessários para confirmar a autenticidade do documento.
Ao Público, o historiador Bernardo Vasconcelos e Sousa - antigo director da Torre do Tombo - diz que "tudo leva a crer que se trate de um documento autêntico, até pela assinatura do tabelião", e nota que "Dom Afonso Telo era uma figura da alta nobreza da corte de D. Fernando", aplaudindo a decisão da Torre do Tombo adquirir o documento.
Este caso é particularmente significativo pelo local onde surgiu: documentos como este surgem por norma em alfarrabistas e em leilões de bibliotecas antigas, não em sites de venda online, lembra José Luís Fernandes.
* Simplesmente surreal.
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Sabia que os ciclistas podem pagar
.multas e perder pontos na carta?
.multas e perder pontos na carta?
Que documentos deve ter quando circula de bicicleta? Regras de circulação e os valores das multas a pagar, no caso de cometer uma infração. Deixamos estas e outras respostas neste artigo.
Que documentos um ciclista tem de ter na sua posse quando anda na via pública?
O
cartão de identificação pessoal seja ele o cartão de cidadão ou
passaporte são obrigatórios. Caso não tenha este documento consigo
poderá estar sujeito a uma coima de 60 euros a 300 euros, mas se
apresentar a sua identificação pessoal às autoridades nos oito dias
seguintes, o valor desce para metade.
Sou obrigado a usar equipamento de proteção?
Não,
mas é recomendado que o faça especialmente no que diz respeito ao
capacete, pois este protege-o de lesões cranianas que poderão ser
fatais. Os óculos e luvas também devem ser usados, pelo facto de o
protegerem de pós, no caso dos óculos e as luvas de feridas nas mãos em
caso de queda.
É obrigatório existir um seguro para a bicicleta?
Não.
Somente os veículos ou bicicletas a motor são obrigados a ter seguro.
Os seguros para bicicletas foram lançados por algumas companhias de
seguros para a cobertura de acidentes pessoais, de responsabilidade
civil, de assistência em viagem e de transporte.
Qual a melhor forma para circular em segurança?
Em
primeiro lugar assegure-se de que é visível para os outros condutores.
Use colete retrorrefletora e equipe a sua bicicleta com iluminação.
Luzes brancas na parte da frente e vermelhas atrás. Na estrada nunca
circule em contramão, nem passe rente aos carros, porque mesmo parados
existe sempre a possibilidade de alguma porta ser aberta e provocar uma
queda. Tal como nos veículos a motor, também as bicicletas devem
circular pelo lado direito. Caso circule com um grupo de amigos faça-o
sempre em fila indiana, ou aos pares.
Os ciclistas são obrigados a parar no sinal vermelho e no STOP?
Sim.
A sinalização luminosa não se aplica só ao trânsito de veículos. Se não
parar no vermelho pode estar sujeito a uma coima que varia entre os 74
euros e 374 euros. No caso de não parar no sinal de STOP, seja num
cruzamento ou entroncamento, o pagamento da coima pode ir no mínimo dos
99 euros até aos 498 euros.
A que velocidade deve o condutor de bicicleta circular?
Não
existe uma velocidade definida. Tal como nos veículos motorizados,
também o ciclista deve andar a uma velocidade moderada, principalmente
quando circula em passagens assinaladas na faixa de rodagem para a
travessia de peões, ou velocípedes e à aproximação de utilizadores
vulneráveis, com por exemplo pessoas com mobilidade reduzida ou com
deficiência. Neste caso a multa é de 60 euros.
Posso circular de bicicleta no passeio?
Não,
pois esse espaço está destinado aos peões. As únicas pessoas que podem
circular de bicicleta no passeio, são crianças até ao limite de 10 anos
de idade, desde que não coloquem em perigo a circulação dos peões.
* Bem explicado para toda a gente e sobretudo para os ciclistas taliban.
IN "O JORNAL ECONÓMICO"
21/04/18
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