Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
20/10/2018
NUNO ARTUR SILVA
Nunca conheci nenhum génio.
Conheci e conheço muitas pessoas
extraordinárias, que fizeram e fazem coisas extraordinárias. Artistas,
cientistas, aventureiros, mestres, activistas... O mundo está cheio de
grandes inspiradores e de feitos memoráveis.
E também, muitas vezes acontece, pessoas normais, vulgares, anónimas cometerem actos invulgares, excepcionais, extraordinários.
Génios
é outra coisa. Não que seja importante determinar com rigor a partir de
quando ou de quanto é que determinado indivíduo passa a ser considerado
um génio.
Não é só uma questão de QI. O quociente de inteligência
não chega se não se traduzir em obra. E não é necessariamente uma
inteligência mensurável. Ou, por definição, convencional. É uma
inteligência que, sem sabermos exactamente como, produz uma leitura do
real que até aí ninguém tinha feito e que passa a partir daí a ser
indissociável desse mesmo real.
Nunca conheci nenhum génio, mas
posso ter-me cruzado com um, sem o saber. Quem sabe a mulher por quem
passei há pouco seja um génio e eu nem faço ideia. Ou aquele miúdo a
brincar no jardim venha a ser um outro génio que mude o mundo e a nossa
maneira de olhar para ele.
Tantas pessoas se cruzaram com Fernando
Pessoa na Baixa de Lisboa, naquelas primeiras décadas do século
passado, sem saberem que aquele homem comum, discreto, indistinto,
estava a escrever a obra mais importante do século XX português, uma das
mais importantes e inteligentes obras do mundo daquele tempo. Sem
saberem que aquele era o maior, porventura o único, génio português do
século.
Diverte-me pensar que o meu avô, ou o meu tio, que
trabalhava na Baixa naquele tempo, ou o meu pai, que começou a trabalhar
muito novo em escritórios nessas ruas, podem ter viajado de eléctrico
com o Pessoa, trocado umas palavras com ele, ter-lhe dito bom dia.
Fico
fascinado ao imaginar estes cruzamentos de figuras históricas ou da
nossa história pessoal, que partilham a mesma época e habitam ou viajam
pelos mesmos lugares - ao fantasiar os seus encontros prováveis e
improváveis, as hipóteses de histórias, ou pelo menos de incidentes
romanescos, que essas combinações de encontros desencadeiam.
Pessoa
foi talvez o único génio português do seu tempo. Mas só nos apercebemos
da sua dimensão muito depois de ele ter morrido. Como se o seu tempo
não estivesse preparado para o reconhecer.
Há sempre uma
inadequação do génio ao que é dominante na sua época, precisamente
porque ele vem pôr em causa a percepção convencional desse tempo.
Hoje
estamos a viver tempos terríveis com notícias cada dia mais
preocupantes sobre o estado do mundo: o equilíbrio ecológico do planeta
ameaçado, as comunidades livres e democratas cercadas de estupidez e
ódio.
Precisamos como nunca de génios neste momento da civilização
em que nos encontramos. Precisamos de ideias geniais que salvem os
oceanos e as florestas, o planeta e as espécies animais que nele vivem
e, por fim, que nos salvem a nós de nós próprios, humanos.
Mas a salvação não vai chegar de nenhuma figura providencial genial ou espiritual, messiânica. Nunca chegou.
Num
cartoon recente, uma personagem perguntava à outra: "E agora, o que
faremos?" E a outra respondia: "Poesia, esses canalhas não suportam
poesia".
É um bom princípio.
No livro de poemas "Estar Em
Casa", Adília Lopes escreveu: "Só gosto das pessoas boas quero lá saber
que sejam inteligentes artistas sexy/sei lá o quê/se não são boas
pessoas/não prestam".
Ricky Gervais, um dos mais famosos comediantes da actualidade, escreveu e produziu em 2012 uma curiosa série, Derek.
Derek
é a história de Derek Noakes um homem de 50 anos que trabalha num lar
de idosos. Derek é uma personagem peculiar, vulnerável, com um
comportamento infantilizado e um desenvolvimento intelectual que,
digamos, oferece desafios.
O que é muito interessante na série é a
forma como ele nos mostra no ambiente fechado daquele lar de idosos -
imagem grotesca, crua e desapiedada daquilo que acabará por se tornar a
nossa existência - que, mais importante do que ser esperto ou bonito, é
ser amável, ser bom.
A bondade tem sido muito desvalorizada.
Valoriza-se a beleza, a inteligência, a criatividade, o talento, o
poder, a rebeldia, mas não a bondade.
Talvez porque a bondade
tenha sido tomada pelas religiões, e na nossa sociedade ocidental pelo
cristianismo e pelo catolicismo. E se é inegável a extraordinária
mensagem que a personagem de Cristo e o Novo Testamento trouxeram à
nossa civilização, precisamente no sentido de louvar e praticar o bem; e
que muito do que de bom tem sido feito em prol dos outros tem sido
feito no âmbito das instituições religiosas - é agora tempo de o fazer
de forma prosaica, sem tralhas eclesiásticas, sem profetas, sem deus,
sem deuses.
O que hoje precisamos é de acção política directa, de
cidadania corajosa e militante contra todo o ódio. E, mais do que nunca,
o que precisamos é do culto e da prática diária da bondade.
IN "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
17/10/18
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
"CORREIO DA MANHÃ"
Cientista apresenta novo mapa mundi
com grandes países em versão reduzida
com grandes países em versão reduzida
Nova projeção corrige tamanho e forma dos países, principalmente no hemisfério norte
Um cientista do clima do Met Office, o serviço nacional de meteorologia do Reino Unido, desenvolveu um novo mapa do mundo onde os países aparecem em tamanho diferentes do que habitualmente se representa.
A investigação de Neil Kaye utiliza as proporções e formas reais para os países e resulta em grandes territórios, como Estados Unidos e Rússia, mais pequenos que o habitual em relação ao resto do mundo.
O estudo corrige o método de projeção de Mapa de Mercator, a primeira representação da esfera terrestre em formato plano, usada nos mapas até os dias atuais. O desenho foi desenvolvido pelo geógrafo e cartógrafo flamengo Gerhard Mercator em 1569 para as navegações marítimas.
O mapa mundi foi sendo atualizado ao longo dos séculos, mas agora Kaye propõe uma correção mais profunda dos continentes, sobretudo dos grandes países, mudando a forma como os costumamos visualizar. Além dos EUA e da Rússia, outras diferenças em relação ao desenho de Mercator dizem respeito à Groelândia, que não é quase do tamanho da África, e a Escandinávia, que surge agora bem mais pequena que a Índia.
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* Convençam-se, a Terra não morre mas nós extinguimo-nos.
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ESTA SEMANA NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
Chefes têm comportamentos abusivos
em 90% das empresas portuguesas, conclui estudo
Os resultados deste estudo da UPT permitiram ainda concluir que as mulheres e os jovens trabalhadores são os mais afetados enquanto os homens portugueses tendem a desconsiderar mais facilmente estes comportamentos.
As quebras de promessas e repreensões públicas são os principais
abusos que os trabalhadores das empresas denunciam e que estão a afetar
não só a sua autoestima, mas também a produtividade das empresas, de
acordo com as conclusões do estudo sobre autoestima da Universidade
Portucalense (UPT), divulgado esta quinta-feira.
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Após
consulta a 240 pessoas de 12 empresas portuguesas, os resultados
permitiram ainda concluir que as mulheres e os jovens trabalhadores são
os mais afetados, enquanto os homens portugueses tendem a desconsiderar
mais facilmente estes comportamentos abusivos por parte dos seus
superiores.
Sobre o peso que a questão da autoestima assume neste
contexto, a responsável do estudo, Daniela Silva, no âmbito da sua
dissertação de Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde na UPT, refere
ser “claro o papel da autoestima dos colaboradores nesta questão dos
comportamentos de supervisão abusiva porque um trabalhador que confie em
si e nas suas capacidades tende a desvalorizar por completo comentários
depreciativos dos seus supervisores”.
A baixa autoestima e a
falta de alternativas no mercado de trabalho são, em seu entender, as
principais razões que levam os trabalhadores a tolerar este tipo de
comportamentos que afetam todas as dinâmicas orgânicas das empresas
nacionais.
* O retrato claro das relações chefe/subalterno no empresariado nacional, os cabecilhas das organizações patronais que expliquem esta vergonha.
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Foi
a época áurea da nobre e senadora romana. Controlava o papado através
de João X, a nobreza, por via do seu marido, Teofilato, e o poder
militar graças ao genro, Alberico, marquês de Camerino, já casado com
Marósia. A partir daqui, porém, instala-se um enigma quanto ao destino
destas personagens, à exceção de Marósia, por ausência de relatos
fiáveis. “As menções a este período informam-nos de que Alberico,
Teodora e Teofilato faleceram, mas não explicam em que circunstâncias”,
diz o autor de A História Secreta do Vaticano. “Alguns rumores, mais
tardios, sugerem que Alberico, ao ambicionar cada vez mais poder, acabou
expulso de Roma e assassinado.”
A História Secreta do Vaticano, agora publicado em
Portugal. “Atualmente, a maior parte dos estudiosos parece concordar em
que não foi uma única mulher, mas duas, que serviu de inspiração para a
lenda de Joana”, escreve García Blanco. Essas duas mulheres são a
aristocrata e senadora romana Teodora Teofilato e a filha Marósia (ver
texto nestas páginas), “verdadeiras protagonistas do período seguinte do
papado, possivelmente o mais obscuro e nefasto da História”, defende o
escritor.
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Quando a pornocracia dominava
o Vaticano
o Vaticano
Um livro agora publicado em Portugal escrutina ao pormenor a submissão do trono de Pedro ao “governo das prostitutas”, no século X, repleto de atrocidades. Comparadas com este período histórico, as atuais guerras de poder em torno do papado de Francisco parecem uma brincadeira
Certa rameira sem vergonha chamada Teodora foi durante algum tempo a
única monarca de Roma e – tenho vergonha de o escrever – exerceu o seu
poder como um homem. Teve duas filhas, Marósia e Teodora, que não só a
igualaram como a ultrapassaram nas práticas amadas por Vénus.”
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A MONARCA |
Quem
caracteriza desta forma aquela nobre romana, esposa do autonomeado
cônsul, senador e duque Teofilato, é o cronista Liutprando (920-972),
bispo de Cremona e diplomata. “Esta família da nobreza romana era
extremamente influente, até mesmo na escolha dos Papas, e interferia nos
assuntos religiosos em Roma, tanto através de conspirações como de
negociatas e casamentos”, diz José Brissos-Lino, coordenador do
Instituto de Cristianismo Contemporâneo, da Universidade Lusófona.
Estamos num período histórico, na primeira metade do século X, que
“ficou conhecido como ‘o governo das prostitutas’”, devido à “influência
decisiva” de Teodora (também senadora) e da filha Marósia no centro do
poder do Vaticano, acrescenta o professor universitário. José
Brissos-Lino anota ainda que a história destas mulheres surge numa
altura do papado igualmente denominada “Idade das Trevas”.
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Confirma-o
o jornalista de investigação e escritor espanhol Javier García Blanco
no seu livro A História Secreta do Vaticano, agora publicado em Portugal
(ed. Matéria-Prima, 260 págs., €17). Numa nota introdutória, o autor da
obra diz que nas suas averiguações encontrou “um inventário de
atrocidades que fariam estremecer o mais cruel dos assassinos”. Mas, ao
mesmo tempo que fala em “Papas manejados”, reconhece Teodora e Marósia
como mulheres dotadas de “enorme inteligência” e de uma “beleza
hipnótica e sensual”, e que, à debilidade dos homens que manipulavam,
contrapunham “grande habilidade” na alcova.
Quem será o pai da criança?
Em 904, o bispo
de Ceres e conde de Túsculo, após muito batalhar, ascendeu a Papa como
Sérgio III. Prendeu e mandou degolar dois antecessores contra os quais
lutou – Leão V e Cristóvão. Sérgio III também ficou com a “duvidosa
honra de ter iniciado uma etapa papal que o bispo de Cremona,
Liutprando, batizou como ‘pornocracia’”, conta García Blanco. O clérigo
sentou-se no trono de Pedro alçado por Teodora e pelo marido. E, pouco
depois, “começou a procurar prazeres mais carnais, folgando nos lençóis
pontifícios com a jovem Marósia”, de apenas 15 anos, “oferecida ao Papa
pela sua mãe”.
O escritor espanhol relata que algumas fontes, como o
Liber Pontificalis (livro das biografias dos Papas), as crónicas do
bispo Liutprando de Cremona e autores mais modernos, asseguram que
“Marósia engravidou de Sérgio e que o seu filho se converteu, anos mais
tarde no Papa João XI”. Outros investigadores, no entanto, “creem que
tal filho seria de Alberico I”, poderoso nobre com quem Marósia se
casaria. Porém, o mais provável, admite o autor, é que este pormenor
“nunca seja clarificado”.
Sérgio III morreu em 911 sem deixar
saudades. E a série de Papas que lhe sucedeu subiu ao poder pelos
Teofilato, com Teodora e Marósia à frente de todas as conspirações.
Anastácio III serviu-lhes durante dois anos (911-913), ao fim dos quais
morreu sob suspeita de envenenamento. O arcebispo de Ravena, D. Lando,
seguiu-se-lhe, também com um papado curto e uma morte súbita.
Depois,
Teodora tudo fez para colocar João de Tossignano, bispo de Bolonha, na
liderança da Igreja. Seria o Papa João X. “As más-línguas – neste caso a
do bispo Liutprando – asseguraram, sem pudor, que Teodora se havia
enamorado perdidamente pelo jovem e belo João, durante as constantes
visitas deste à Cidade Eterna, tendo sido ela quem o encaminhou na
hierarquia da Igreja, primeiro como bispo, depois arcebispo e,
finalmente, como ocupante do trono de Pedro”, escreve García Blanco.
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AS MANAS |
Marósia, “serial killer” de Papas
Por
crónicas fidedignas, sabe-se que, em 926, após a morte de Alberico,
Marósia casou-se com Guido, líder da Toscana
e meio-irmão de Hugo de
Provença.
E o Papa ficou com o destino traçado. João X nunca tinha sido
do agrado de Marósia – “e, morta Teodora, sua amante e protetora, havia
chegado o momento de o afastar”, descreve García Blanco. O Papa ainda
procurou um aliado que o defendesse. Viajou até Ravena e entabulou
conversações com Hugo da Provença, a quem prometeu a coroa de Roma em
troca de proteção – em vão. Dois anos depois, em 928, Marósia mandou
encarcerar o Papa. João X esteve preso durante um ano até a cruel nobre
ordenar que o asfixiassem com uma almofada.
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Marósia já decidira
que o seu filho favorito, João, seria Papa. Só era preciso esperar que
“alcançasse uma idade razoável para tomar o lugar de príncipe dos
apóstolos”, como escreve García Blanco. Por isso, os Papas que se
seguiram a João X “foram simples marionetas” com sentenças de morte
antecipadas. Leão VI, apesar de dócil e servil, rapidamente acabou
assassinado. Sucedeu-lhe Estêvão VII, que foi Papa de 928 a 931. Embora
com um pontificado mais longo do que o do seu predecessor, também seria
assassinado.
Às tantas, a filha de Teodora até encomendou o
assassínio do marido, Guido da Toscana, que já não lhe servia para nada.
E, “depois de Estêvão VII, subiu enfim ao trono apostólico o filho da
calculista Marósia, aquele que, de acordo com os indícios, era fruto dos
seus amores passados com o Papa Sérgio III”, relata García Blanco.
Com ferro mata...
O novo Papa foi
consagrado com o nome de João XI aos 25 anos. E este foi também o
momento para a “concubina de Roma” procurar novo marido. A escolha
recaiu em Hugo da Provença (meio-irmão do seu ex-cônjuge, Guido), que
tinha sido coroado rei por João X. “Aparentemente, o provençal já era
casado, mas isso não acarretou problemas para ele, que não pestanejou na
hora de matar a sua esposa”, escreve García Blanco.
Agora,
os planos de Marósia eram muito mais ambiciosos. “Como novo pontífice,
João dispunha do poder de coroar um novo imperador”, explica o
investigador. “E essa era a ideia de Marósia: se o Papa coroasse como
imperador o seu novo e ostentoso marido, o rei Hugo da Provença, ela
converter-se-ia em imperatriz.
Um inimigo imprevisto surgiu –
Alberico II, o filho de Marósia e do primeiro Alberico, “que havia sido
condenado ao ostracismo desde pequeno, em favor do seu meio-irmão”, o
novo Papa, conta o escritor espanhol. Alberico, de 18 anos, apelou ao
levantamento dos romanos contra o “tirano Hugo”. A gente de Roma
respondeu à chamada: ainda se recordava daquele que tinha sido o herói
da cidade, o pai do jovem, Alberico I, que encabeçara um Exército que
enfrentou e venceu o invasor muçulmano que ameaçara a Itália.
O
povo dirigiu-se à fortaleza onde Marósia e o seu marido habitavam. Hugo
fugiu sem deixar rasto. “Uma vez expulso o monstro, Alberico
autonomeou-se ‘senador e príncipe de todos os romanos’”, relata García
Blanco. E não demorou a ordenar o encarceramento da mãe “até ao fim dos
seus dias nas obscuras masmorras da fortaleza de Sant’Angelo, mantendo o
seu irmão, o Papa, como prisioneiro no Palácio de Latrão”, diz o
jornalista e escritor espanhol. João XI morreu em 936 e Alberico II
elegeu os seus sucessores: Leão VII, Estêvão VIII, Marino II e Agapito
II. Todos eles controlados pelo “senador e príncipe” que governou Roma
durante 22 anos, de 932 a 954.
“Por caprichos do destino,
Alberico desposou Alda de Vienne, filha de Hugo da Provença”, escreve
García Blanco. Desse casamento nasceu o único filho do príncipe de Roma,
que recebeu o nome de Otaviano. Depois, já muito doente, Alberico II
reuniu a nobreza e o clero e, mediante um juramento solene na Basílica
de São Pedro, “fez-lhes prometer que, após a morte do Papa Agapito II,
nomeariam o seu filho Otaviano como príncipe de Roma e novo vigário de
Cristo”, diz o escritor.
As autoridades políticas e
eclesiásticas aceitaram a proposta. E a 16 de dezembro de 955, aos 18
anos, Otaviano obteve a tiara papal e adotou a designação de João XII.
Foi com ele que se instaurou a tradição de mudar o nome de quem é eleito
Papa. De resto, revelou-se mais um licencioso no trono de Pedro. “Todos
os cronistas e historiadores coincidem em assinalar que o novo líder da
Igreja estava mais interessado em levar à prática todas as suas
inclinações sexuais do que em exercer o poder”, relata García Blanco. Os
genes não perdoam
Uma Papisa Joana ou duas?
Como um fogo
florestal, a história alastrou-se entre os séculos XIII e XVII. Joana,
bela e inteligente jovem inglesa, viajou para Atenas, onde visitou um
convento beneditino. Aqui, apaixonou-se por um dos seus mestres e foi
correspondida. Para se manter no convento, ocultou o seu aspeto feminino
e, disfarçada, converteu-se num monge, coberta com o hábito e exibindo a
típica tonsura. Passou a ser conhecida por “João, o Inglês”, e em
segredo continuou ao lado do homem que amava. O amante faleceu e a
rapariga embrenhou-se ainda mais nos seus estudos. Mudou-se para Roma,
onde impressionou os clérigos com a sua sabedoria e acabaria por ser
eleita Sumo Pontífice em 855, sob o nome de João VIII. No entanto, um
novo caso amoroso fez com que engravidasse e, para escândalo geral, deu à
luz no decurso de uma procissão. Assim terminou o seu papado de dois
anos, um mês e quatro dias. Esta é a lenda, para a qual o jornalista e
escritor espanhol Javier García Blanco propõe uma nova explicação, no
seu livro
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A PAPISA |
* Este livro deve ser um "must". Ajuda a descobrir mais trambiquices da igreja católica.
Não concordamos com o "lido" da notícia quando afirma "as atuais guerras de poder em torno do papado de Francisco parecem uma brincadeira", as crianças violadas não acham.
Não concordamos com o "lido" da notícia quando afirma "as atuais guerras de poder em torno do papado de Francisco parecem uma brincadeira", as crianças violadas não acham.
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ESTA SEMANA NO
"folha 8"
Cravinho à medida do MPLA
João Gomes Cravinho é o novo ministro português da Defesa, em substituição de José Azeredo Lopes. Trata-se de um perito de longa tradição socialista e certamente merecedor de um doutoramento “honoris causa” pelo MPLA. Por alguma razão este figurão comparou, em Novembro de 2005, em entrevista ao Expresso, Jonas Savimbi (que tinha morrido três anos antes) a Hitler.
Em tempos, a Comissão de Negócios Estrangeiros do Parlamento português quis ouvir o então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (João Gomes Cravinho) sobre a situação na Guiné-Bissau. Na altura, o caso do ex-chefe da Armada guineense, Bubo Na Tchuto, foi é revelador do que Portugal (não) pensa sobre a Guiné-Bissau.
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Em Janeiro de 2010, quando oficialmente Bubo Na Tchuto era procurado pela justiça e se tinha refugiado na sede da ONU em Bissau, João Gomes Cravinho disse que o caso veio “expor completamente a fragilidade das instituições” guineenses.
Basta ler (se alguém tiver paciência para isso) o que Gomes Cravinho disse uma vez, nem que seja há um par de anos, para se saber que sempre que fala da Guiné-Bissau usa as mesmas ideias, os mesmos argumentos, a mesma teoria e, é claro, a mesma passividade.
O então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal só altera o nomes dos protagonistas. Na altura foi Bubo Na Tchuto, tal como já foram, entre outros, Hélder Proença, Baciro Dabó, Tagmé Na Waié e João Bernardo Nino Vieira.
E por falar em Gomes Cravinho, recordam-se que ele afirmou no dia 4 de Dezembro de 2007 que a União Europeia devia libertar-se da “bagagem colonial” na relação com África, reconhecendo que o continente “é hoje um igual” com “progressos notáveis” nos últimos anos?
E por falar em Gomes Cravinho, recordam-se que ele comparou em Novembro de 2005, numa entrevista ao Expresso, Jonas Savimbi (que tinha morrido três anos antes) a Hitler?
E por falar em Gomes Cravinho, é de crer que um dia destes irá dizer que “Nino” Vieira foi outro Hitler africano. Isto porque o então secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal, hoje ministro da Defesa, tem coragem suficiente para fazer destas afirmações sobre pessoas depois de eles terem morrido.
Sobre os vivos, por muito mais que eles se assemelhem a Hitler, como é o caso de José Eduardo dos Santos, Cravinho apenas sabe estar calado.
No dia 18 de Janeiro de 2010, João Gomes Cravinho afirmou que o Governo português acompanhava com a «atenção normal» a situação na província angolana de Cabinda, defendendo que o importante é a detenção de responsáveis de ataques criminosos.
Não está nada mal. Até parece que, para os donos do reino lusitano, falar de Cabinda ou de Zoundwéogo é exactamente a mesma coisa. Lisboa esqueceu-se, continua a esquecer-se, que os cabindas, tal como os angolanos, não têm culpa que as autoridades portugueses (grande parte delas do Partido Socialista) tenham, em 1975, varrido a porcaria para debaixo do tapete.
Quando interrogado sobre se o Governo português considerava preocupantes as notícias de detenções de figuras alegadamente ligadas ao movimento independentista na província de Cabinda, João Gomes Cravinho – hoje, corrobore-se, ministro da Defesa -afirmou que «preocupante é quando há instabilidade e violência, como aconteceu com o ataque ao autocarro da equipa do Togo» a 8 de Janeiro de 2010.
Sim, é isso aí. Portanto, o MPLA pode prender quem muito bem quiser (e quer, continua a querer, todos aqueles que pensam de maneira diferente) que terá, como é óbvio, o apoio e a solidariedade das autoridades portuguesas.
Tal como fez em relação a Jonas Savimbi depois de este ter morrido, Gomes Cravinho não tardará (provavelmente só está à espera que eles morram) a chamar Hitler, entre outros, a Raul Tati, Francisco Luemba, Belchior Lanso Tati, Jorge Casimiro Congo, Agostinho Chicaia, Martinho Nombo, Marcos Mavungo ou Raul Danda.
João Gomes Cravinho explicou na altura que, «em relação ao mais» Lisboa acompanha o que se passa «pelas vias normais», isto é, pela comunicação social e pelos relatos feitos pela embaixada portuguesa.
Ou seja, Portugal está-se nas tintas. E quando Cravinho diz que Lisboa acompanha o que se passa pelos relatos feitos pela embaixada portuguesa estava a esquecer-se que a embaixada lusa se limitava, como se limita hoje, a ampliar a versão oficial do regime angolano.
Como se já não bastasse a bajulação de Lisboa ao regime angolano, ainda temos de assistir à constante passagem de atestados de menoridade e estupidez aos portugueses por parte de alguém que, depois do desastroso papel como secretário de Estado, chega a ministro da Defesa.
* Palavras para quê?
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HOJE NO
"RECORD"
Espanhóis dizem que Lopetegui fica no Real Madrid... pelo menos mais três dias
Deve comandar a equipa frente ao Plzen mas a seguir há clássico com o Barcelona
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Julen Lopetegui vai continuar no comando técnico do Real Madrid, pelo
menos, nos próximos três dias. A Cadena Ser avnaça que este é o
resultado da reunião de emergência que o treinador teve com o presidente Florentino Pérez depois da derrota caseira deste sábado com o Levante.
A posição do treinador no Santiago Bernabéu está muito fragilizada após
três derrotas consecutivas mas, segundo aquela rádio espanhola,
Lopetegui terá a oportunidade de orientar os merengues no jogo de
terça-feira diante do Vikoria Plzen, na Liga dos Campeões. Pelo menos,
terá sido essa a ideia com que ficou depois da reunião.
* Quando o treinador sair pode levar pela mão o presidente do clube.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Primeira-ministra escocesa recusa partilhar palco com Steve Bannon
Nicola Sturgeon desistiu de intervir na conferência News Exchange, em Edimburgo, depois de saber que Steve Bannon ia participar. Recusa "legitimar ou normalizar visões de extrema-direita e racistas", explicou
A primeira-ministra (first minister) da Escócia, Nicola Sturgeon,
recusou participar na conferência internacional News Exchange, da qual a
BBC é uma das organizadoras, depois de ter sido confirmada a presença
no evento de Steve Bannon, antigo estratega principal do presidente norte-americano Donald Trump.
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Numa declaração através do twitter, Surgeon - que até agora tem sido notícia sobretudo pela sua relutância em acompanhar o restante Reino Unido no Brexit -, explicou
que, embora assumindo-se como uma "apaixonada" defensora da liberdade
de expressão, as funções que desempenha não lhe permitem participar em
qualquer processo que possa contribuir para "legitimar ou normalizar
visões de extrema-direita e racistas".
A chefe do governo escocês não poupou críticas à BBC,
lamentando que a estação pública a tenha colocado "naquela situação". E
mais tarde voltou à carga, criticando a televisão por, num e-mail
explicando a inclusão de bannon, o ter descrito como "uma pessoa
poderosa e influente a promover um movimento anti elites". Para
Sturgeon, esta forma de caraterizar pontos de vista "que muitos
classificariam de fascistas" é o exemplo de normalização do discurso do
ódio que quer combater.
A News Exchange, que decorre em Edimburgo, capital da Escócia, reúne jornalistas, editores e administradores de alguns dos principais órgãos de informação do planeta,
bem como repórteres e realizadores independentes e algumas (raras)
figuras não diretamente ligadas à comunicação social. Bannon, refira-se,
foi no passado executivo de grupos de comunicação social.
* E é uma mulher que na Europa diz não a Trump com clareza e coragem.
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