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Obrigado ACT pelo envio
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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
04/02/2018
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Marlon Parente
BICHA:
Ressignificar para (re)existir
Você com certeza deve ter ouvido falar do "Bichas, o documentário.".
A história de seis homossexuais comoveu milhares de pessoas no Brasil todo, sendo compartilhado por ativistas LGBT amplamente conhecidos, como o deputado Jean Wyllys.
Marlon Parente, nosso quinto palestrante, é o criador do filme, que foi produzido após sofrer um ato de violência.
Desde então, levanta bandeiras por igualdade e combate a homofobia.
O documentário conta com mais de meio milhão de visualizações e já é uma grande referência na produção audiovisual LGBT.
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PAULA COSME PINTO
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IN "EXPRESSO"
31/01/18
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A cada 15 minutos
1 criança é abusada.
Ontem foi um bebé de 8 meses
Não há uma maneira fácil de escrever
isto: um homem de 28 anos violou uma bebé de oito meses em Nova Deli. A
menina luta pela vida no hospital após várias intervenções cirúrgicas, e
a Índia volta a indignar-se em massa contra a cultura instituída de
violação. E tem razões para isso: é que a cada 15 minutos que passam,
uma criança é molestada naquele país.
Este caso é simplesmente abominável, não só pela idade da vítima, como também pela gravidade das lesões e pelo contexto de todo o crime, perpetrado por uma pessoa da confiança da família. Contudo, tirando a idade da criança (que é realmente menos comum), tudo nesta história é bastante semelhante ao que os vários estudos sobre abuso infantil têm revelado sobre este país. De acordo com o Departamento Nacional de Registo Criminal da Índia, só em 2016 foram registados 106,958 crimes contra menores, sendo que mais de 36 mil eram crimes de natureza sexual. Isso mesmo, 36 mil casos de crianças molestadas reportados à polícia em apenas um ano.
Escusado será dizer que estes números são preocupantes, mas as autoridades acreditam que a realidade pode ser bem mais elevada. Não nos podemos esquecer que foi apenas em 2012, ou seja, há menos de uma década, que o país finalmente tornou reais medidas concretas de combate a este verdadeiro drama nacional (a Índia está entre o top 5 de países do mundo com maior índice de abuso infantil). Medidas que também só foram adotadas porque o maior levantamento de sempre feito no país, em 2007, revelava uma realidade catastrófica a nível nacional: mais de 50% das crianças indianas já tinha passado por alguma situação de abuso sexual. Ou seja, uma em cada duas crianças, sendo que tanto meninos como meninas são alvo destes crimes em semelhantes proporções. Um número assustador, que ganha contornos de filme de terror quando se percebe que em 94% dos casos o agressor era um adulto conhecido da vítima. E que em 50% destas situações, era uma figura de autoridade e de confiança para o menor, maioritariamente pais, outros familiares ou professores.
70% das crianças abusadas nunca pediram ajuda
Outra das questões verdadeiramente preocupantes no estudo feito em 2007 era que mais de 70% das crianças abusadas confessaram nunca ter pedido ajuda a ninguém. Porquê? Acima de tudo por medo do agressor (que invariavelmente fazia ameaças) e por terem medo de serem desacreditadas e culpabilizadas pelo ato. Em muitos casos, as crianças não tinham sequer noção se o abuso sexual deveria ser considerado algo incorreto ou se deveria ser apenas normal, um direito dos adultos sobre elas. Dentro do grupo dos que decidiram contar – maioritariamente aos pais – uma elevada percentagem dos progenitores desvalorizaram a situação e não procuraram as autoridades.
Com a lei de 2012 (POCSOA – Protection Of Children from Sexual Assault Act) foram introduzidas uma série de medidas de consciencialização para esta problemática, implementadas regras junto das forças de autoridades, que se comprometiam a criar condições mais apropriadas para receberem queixas que envolvessem crianças molestadas, e assumido o compromisso de atuação mais célere e severa nestes casos. Basicamente, tentar que se faça efetivamente justiça, e que estas criança não saiam duplamente traumatizadas e vitimizadas durante o processo. Estas alterações a um sistema instituído de desvalorização dos abusos feitos a menores tem sido lento, mas o número crescente de queixas apresentadas e de casos efetivamente julgados desde 2012 mostram que as coisas até estão a mudar. Tal como é um sinal de tentativa de mudança de mentalidades a lei aprovada no ano passado, que tornou ilegal o sexo marital com menores de 18 anos - antes a lei apenas criminalizava as relações sexuais com menores de 16 anos, o que abria a porta ao drama do casamento infantil, por exemplo (que afeta mais de 15 milhões de meninas anualmente em todo o mundo, sendo que um terço desta uniões ilegais acontecem na Índia).
Contudo, a realidade ainda é esta: o abuso sexual e demais crimes sobre as crianças e as mulheres continuam a ser um problema estrutural da Índia. A cultura de violação continuam viva e os agressores a sentem-se invariavelmente impunes. Como diria a chefe da Comissão de Deli para a Proteção das Mulheres e Menores, “Como é que Deli pode dormir em paz quando uma bebé de 8 meses foi violada? Será que nos tornamos insensíveis ou será que simplesmente já aceitámos que é este o nosso destino?”. Esperemos que não.
Este caso é simplesmente abominável, não só pela idade da vítima, como também pela gravidade das lesões e pelo contexto de todo o crime, perpetrado por uma pessoa da confiança da família. Contudo, tirando a idade da criança (que é realmente menos comum), tudo nesta história é bastante semelhante ao que os vários estudos sobre abuso infantil têm revelado sobre este país. De acordo com o Departamento Nacional de Registo Criminal da Índia, só em 2016 foram registados 106,958 crimes contra menores, sendo que mais de 36 mil eram crimes de natureza sexual. Isso mesmo, 36 mil casos de crianças molestadas reportados à polícia em apenas um ano.
Escusado será dizer que estes números são preocupantes, mas as autoridades acreditam que a realidade pode ser bem mais elevada. Não nos podemos esquecer que foi apenas em 2012, ou seja, há menos de uma década, que o país finalmente tornou reais medidas concretas de combate a este verdadeiro drama nacional (a Índia está entre o top 5 de países do mundo com maior índice de abuso infantil). Medidas que também só foram adotadas porque o maior levantamento de sempre feito no país, em 2007, revelava uma realidade catastrófica a nível nacional: mais de 50% das crianças indianas já tinha passado por alguma situação de abuso sexual. Ou seja, uma em cada duas crianças, sendo que tanto meninos como meninas são alvo destes crimes em semelhantes proporções. Um número assustador, que ganha contornos de filme de terror quando se percebe que em 94% dos casos o agressor era um adulto conhecido da vítima. E que em 50% destas situações, era uma figura de autoridade e de confiança para o menor, maioritariamente pais, outros familiares ou professores.
70% das crianças abusadas nunca pediram ajuda
Outra das questões verdadeiramente preocupantes no estudo feito em 2007 era que mais de 70% das crianças abusadas confessaram nunca ter pedido ajuda a ninguém. Porquê? Acima de tudo por medo do agressor (que invariavelmente fazia ameaças) e por terem medo de serem desacreditadas e culpabilizadas pelo ato. Em muitos casos, as crianças não tinham sequer noção se o abuso sexual deveria ser considerado algo incorreto ou se deveria ser apenas normal, um direito dos adultos sobre elas. Dentro do grupo dos que decidiram contar – maioritariamente aos pais – uma elevada percentagem dos progenitores desvalorizaram a situação e não procuraram as autoridades.
Com a lei de 2012 (POCSOA – Protection Of Children from Sexual Assault Act) foram introduzidas uma série de medidas de consciencialização para esta problemática, implementadas regras junto das forças de autoridades, que se comprometiam a criar condições mais apropriadas para receberem queixas que envolvessem crianças molestadas, e assumido o compromisso de atuação mais célere e severa nestes casos. Basicamente, tentar que se faça efetivamente justiça, e que estas criança não saiam duplamente traumatizadas e vitimizadas durante o processo. Estas alterações a um sistema instituído de desvalorização dos abusos feitos a menores tem sido lento, mas o número crescente de queixas apresentadas e de casos efetivamente julgados desde 2012 mostram que as coisas até estão a mudar. Tal como é um sinal de tentativa de mudança de mentalidades a lei aprovada no ano passado, que tornou ilegal o sexo marital com menores de 18 anos - antes a lei apenas criminalizava as relações sexuais com menores de 16 anos, o que abria a porta ao drama do casamento infantil, por exemplo (que afeta mais de 15 milhões de meninas anualmente em todo o mundo, sendo que um terço desta uniões ilegais acontecem na Índia).
Contudo, a realidade ainda é esta: o abuso sexual e demais crimes sobre as crianças e as mulheres continuam a ser um problema estrutural da Índia. A cultura de violação continuam viva e os agressores a sentem-se invariavelmente impunes. Como diria a chefe da Comissão de Deli para a Proteção das Mulheres e Menores, “Como é que Deli pode dormir em paz quando uma bebé de 8 meses foi violada? Será que nos tornamos insensíveis ou será que simplesmente já aceitámos que é este o nosso destino?”. Esperemos que não.
IN "EXPRESSO"
31/01/18
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* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
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XXXV-VISITA GUIADA
Românico/2
Paço de Sousa - PORTUGAL
* Viagem extraordinária pelos tesouros da História de Portugal superiormente apresentados por Paula Moura Pinheiro.
Mais uma notável produção da RTP
**
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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ESTA SEMANA NO
"SOL"
O lado negro dos videojogos
A Organização Mundial de Saúde reconheceu esta dependência. Psicólogos explicam quando pode ser necessário intervir e ir à causa do problema.
Henrique (nome fictício) jogava todos os dias pelo menos 10 horas.
World of Warcraft e League of Legends, jogos online em que o tempo
passado em competição é determinante para a pontuação e evolução da
personagem, eram uma parte significativa do quotidiano do então
estudante de engenharia. Hoje com 26 anos, Henrique não tem problemas em
dizer que estava viciado, mas não o considera um problema grave. No seu
meio, era algo normal. «Muitos dos meus colegas também jogavam a maior
parte do tempo e os colegas de casa tinham uma rotina semelhante»,
lembra.
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Quando percebeu que estava a ter mais notas, Henrique decidiu cortar.
Passou a concentrar-se em projetos universitários e, aos poucos, a vida
real foi levando a melhor sobre o hábito de jogar. Hoje está emigrado na
Alemanha a trabalhar e joga «às vezes», conta. Mas nem todos as
relações prolongadas com os videojogos acabam assim. Em dezembro, a
Organização Mundial de Saúde classificou o vício de videojogos como um
distúrbio psiquiátrico. A bíblia da psiquiatria mundial, o Manual de
Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM, na sigla em
inglês), ainda não o reconhece, mas a próxima edição poderá ser
diferente.
Uma questão de consciência
Apesar da falta de estudos e números concretos, a dependência de
videojogos tem ganho crescente atenção por parte da sociedade. Quem o
diz é João Nuno Faria, psicólogo da PIN – Progresso Infantil, para quem a
«dependência não está a aumentar, mas cada vez há mais consciência» das
famílias. A opinião é partilhada pela psicóloga Sónia Soares Coelho: «A
perceção desta perturbação como perniciosa tem vindo a mudar», diz. Com
essa mudança, aumentaram os pedidos de ajuda.
O ‘vício’ dos videojogos distingue-se das adições a substâncias
químicas, como a cocaína e a heroína, por ser um fenómeno comportamental
e não físico. Patrícia Câmara, psicóloga, defende que pode olhar-se
para esta dependência como «uma identidade patológica independente» ou
como «um sintoma, um mal estar de algo mais abrangente». Para Soares
Coelho, as adições «estão quase sempre assentes numa necessidade de
preenchimento de vazios», representando a consequência e não a causa
original. «Como qualquer outro vício, as pessoas passam a centrar a sua
vida – ou pseudo-vida – em torno da dependência», acrescenta Patrícia
Câmara.
Para a OMS, o fenómeno pode ser caracterizado por um «fraco controle
sobre o jogo, aumentando a prioridade dado ao jogo em relação a outras
atividades (...) e continuação ou escalada do jogo apesar das
consequências negativas». Da última vez que a Associação Americana de
Psiquiatria se pronunciou sobre o tema, na quinta edição do DSM,
publicada em 2013, não quis ser taxativa, mas encorajou o aprofundamento
do estudo para se apurar se deveria ser incluído como perturbação
psiquiátrica num futuro próximo.
Sinais de risco
Perceber onde está a fronteira entre o normal e o patológico pode ser
difícil. Pedro Hubert, psicólogo do Instituto de Apoio ao Jogo,
explica que «não é apenas a quantidade de horas» que permite o
diagnóstico, só se associada a outros critérios.
A experiência clínica leva-o a afirmar que a maioria das pessoas que
sofre com este problema são jovens universitários, por ser um período de
mudanças, mais liberdade mas também mais exigente. Mas também surgem
casos de dependência em pessoas mais velhas, sublinha.
Entre os jovens, são comportamentos que se verificam em situações em
que vivem em casa dos pais, têm pouca autonomia, problemas de ansiedade
social e de interação com os outros.
Já João Nuno Faria refere que, nos casos que tem seguido, consegue
diferenciar dois grupos de indivíduos: os que se encontram na linha do
espetro de autismo e os «puros», como lhes chama. Estes últimos são
casos mais raros, por a sua consulta se focar sobretudo em questões de
desenvolvimento infantil. O psicólogo caracteriza os viciados «puros» em
videojogos como pessoas com características próximas das dos
toxicodependentes: manipuladoras que omitem o tempo que passam a jogar e
que conseguem «viver durante um período significativo de tempo em
abstinência, enquanto pensam constantemente em formas de o voltarem a
fazer e nas estratégias que podem aplicar no próprio jogo».
Um fenómeno social
Para os jovens que assentem que tiveram um problema com os
videojogos, há outras nuances. Henrique partilha que, apesar de sentir
que desperdiçava muito tempo a jogar, durante algum tempo não viu
problema nisso porque tinha muitos colegas na faculdade que faziam o
mesmo. Conseguiu parar sozinho ainda durante o curso.
Já Miguel (nome fictício), também começou a jogar mais durante a
faculdade. «Naquela altura acordava entre as 11h e as 14h, ia algumas
aulas e o resto do tempo passava a jogar, excetuando certos eventos
sociais, não muito comuns», lembra. Foi o trabalho que pôs travão ao
vício.
Numa coisa concordam: acreditam que existe um estigma em torno de
quem, simplesmente, gosta de passar mais tempo a jogar. Para Henrique, a
própria ideia de estar viciado é um pouco subjetiva, discordando da
ideia de que quem jogar muito não pode ser produtivo. No seu caso, o que
fazia era despachar as tarefas mais depressa para ir jogar.
Miguel rejeita que o jogo compensasse alguma tendência para o
isolamento. «Muitas pessoas veem o jogar videojogos como uma coisa
antissocial e isoladora, mas não é», diz. Prova disso, acrescenta, é ter
feito amigos nos videojogos e muitos amigos da ‘vida real’ usarem as
mesmas plataformas. «Não vejo diferença entre os jogos e outros
hobbies».
Pedro Hubert, sem comentar estes casos em concreto, reconhece que muitos
doentes recusam usar o termo de viciado, contrapondo que são grandes
jogadores, com estatuto e bem posicionados nos rankings, contribuindo
para um sentimento de pertença à comunidade dos ‘gamers’. «Têm um
sentimento de pertença muito forte não só entre os jogadores de equipa
mas na irmandade», explica. «Faltar a um jogo por terem de jantar é
considerado alta traição à pátria». E este sentimento de pertença não se
repete com a família ou na escola.
O tratamento
Para Patrícia Câmara, importa não diabolizar os videojogos, pois
podem ter efeitos benéficos em algumas situações. «Permitem a pessoas
com maior dificuldade em relacionamentos sociais estabelecerem espaços
intermédios enquanto não são capazes de interagir».
Quando a vida do jogador passa a estar centrada no virtual e não da
realidade, pode então ser necessária uma intervenção sobre esse
comportamento, diz a psicóloga.
Os especialistas convergem na importância do tratamento e em ir à
procura das causas que levam à dependência, mas divergem na questão da
proibição. «O objetivo, seja no jogo ou no consumo de substâncias, é
sempre regular o consumo e nunca a proibição, pois já sabemos que isso
não resulta», afirma Hubert. Já Faria defende que, nos tais casos puros,
é preciso optar-se pela retirada total, para que se consiga trabalhar
as competências psicossociais do indivíduo.
Apesar das diferenças, ambos concordam na necessidade de encontrar
atividades alternativas que substituam o jogo. Câmara acrescenta ainda
que essa busca deve ser acompanhada pelo profissional de saúde, sob
risco de o paciente se tornar também dependente da alternativa
encontrada. «Aprender a jogar a vida e os seus desafios é a única forma
de largar o vício de um jogo», conclui Câmara.
* Joga-se a caminho da solidão.
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IV . O MUNDO SEM NINGUÉM
3- A AMEAÇA À CAPITAL
* Nesta nova época de "bloguices" que vai de Setembro/17 a Julho/18, iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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** As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios anteriores.
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Divisas e desvalorização
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HOJE NO
"EXPRESSO"
Pouco a pouco Angola perde
encanto na hora de investir
Escassez de divisas, desvalorização cambial e retração do consumo desencorajam empresários
Escassez de divisas, desvalorização galopante da moeda, economia
anémica e uma retração no consumo que afetará as exportações
portuguesas. Com este quadro, Angola desencanta e gera inquietação na
comunidade empresarial que lida com o mercado. O país está a arrumar a
casa e preserva intactas as potencialidades futuras, mas sem conhecer as
orientações e medidas do Banco Nacional de Angola (BNA) nem as novas
regras de transferência de divisas, os empresários não arriscam e
congelam planos de investimento.
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A tensão política entre os dois
países é seguida com atenção, introduzindo receios e incerteza, mas quem
tem uma “visão estratégica e firme” do mercado “não liga a acidentes
pontuais”.
António Mota, o patrão da Mota-Engil, reconhece que
“se as relações entre os dois estados esfriam, isso afeta os negócios e
as trocas comerciais”. O caso Manuel Vicente levou “Angola a transferir
para outros mercados importações que fazia de Portugal”, penalizando os
exportadores. Por isso, recomenda diplomacia e sensibilidade do lado
português para evitar atritos incómodos. A imagem internacional de
Angola “está a mudar” e o novo Governo tem todas as condições “para
fazer um excelente trabalho”. É preciso esperar “para conhecer as
medidas que serão aplicadas”, diz António Mota.
Para o presidente
da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola, João Luís Traça, “os
laços entre os dois países são tão fortes” que as relações empresariais
“têm um carácter estratégico que não depende da espuma dos dias”. A
economia de Angola está, de facto, menos atrativa “porque não cresce,
não há investimento e o consumo reduz”. Mas a opção terá de ser de longo
prazo e não baseada numa visão imediatista, ao sabor da conjuntura.
Nesta altura, a diplomacia portuguesa “deveria traduzir-se não em
palavras, mas em dinheiro”, através de linhas de crédito que impulsionem
o investimento e facilitem as exportações. Ao primeiro sinal de
vitalidade da economia “as empresas portuguesas voltarão a apaixonar-se
pelo mercado”. Segundo João Luís Traça, o ímpeto reformista do Governo
“está a criar uma imagem positiva”, gerando a “confiança necessária”
para os empresários avançarem no futuro com novos projetos.
O
investimento português em Angola tem estado em modo de redução desde o
pico de 2012 (€412 milhões). Em 2017, o saldo ter-se-á traduzido até num
desinvestimento (€4 milhões até setembro) tal como sucedera no ano
anterior. E há outra evolução sintomática. A comunidade exportadora
encolheu de 9430 (2014) para 5550 (2016).
Divisas e desvalorização
O novo regime cambial, evoluindo
para uma taxa flutuante ditada pela banca comercial nos leilões, levou a
uma acentuada desvalorização do kwanza em janeiro (40% face ao euro e
25% face ao dólar).
A política tem a vantagem de combater o mercado
paralelo e gerar mais divisas, permitindo, por exemplo, pagar salários
cativos aos expatriados. Mas as empresas têm de suportar a
desvalorização.
A nova realidade puxará pela inflação e
“conduzirá a uma redução do consumo e das importações”, refere um
empresário que gere em Angola uma rede de 10 lojas. Este fator e as
indefinições sobre o acesso a divisas força o empresário a congelar o
programa de expansão da cadeia. O ambiente de negócios “não é o mais
favorável” e o espectro de um programa de assistência do Fundo Monetário
Internacional “é mais um elemento de incerteza”.
Com um lastro
de 70 anos em Angola, a Mota-Engil atravessou “bonanças e tempestades”,
sem vacilar na sua paixão. É preciso “ser paciente”, ter “consciência
das dificuldades” e estar preparado para “reinvestir os lucros no país”,
avisa António Mota. Se hoje lhe surgisse um projeto de investimento
“não hesitaria um segundo em avançar com ele”, sem esperar por
clarificações.
A prioridade do BNA está em garantir divisas para a
cesta básica e a saúde, distribuindo o que sobra pelos bancos
comerciais, segundo uma afetação que favorece a importação de
matérias-primas e materiais indispensáveis à indústria, e não o
pagamento de dívidas vencidas.
A trading Casa Angola Internacional (CAI) tem uma relação histórica
com o país na exportação de alimentação e bebidas. O administrador Rui
Moreira não regista “o menor sobressalto” no negócio pela mudança de
governo. O que condiciona o negócio é a “restrição de divisas”. A CAI só
vende depois de receber o dinheiro dos parceiros locais ou quando
beneficia de um seguro de crédito da COSEC. Se o consumo cair, “ a
exportação será afetada, mas até agora não há sinais de declínio”, diz
Rui Moreira.
Vinho penalizado
O vinho será um dos
produtos mais afetados pela nova realidade. Com uma distribuidora
própria, a Sogrape não tem ilusões. Apesar da “apetência pelas suas
marcas” tem “propositadamente” reduzido as vendas “por causa da falta de
divisas”. Mas, numa lógica de longo prazo, a empresa declara “otimismo e
confiança” no seu quinto maior mercado (6% da faturação).
Evoluir
de uma subsidiária comercial para uma unidade de montagem está nos
planos da Meireles, fabricante de fogões e equipamentos de cozinha. A
empresa conta até com um investidor local interessado na parceria que,
nesta fase, “prefere adiar a aliança para verificar o rumo da economia”,
conta o administrador Bernardino Meireles. Em Angola é “tudo muito
lento e instável, mas mantemos toda a confiança, sem recear o ambiente
político”, acrescenta. Em 2017, a Meireles fez no mercado €2 milhões,
uma parte exportada diretamente pela casa-mãe, e consegue repatriar os
euros “em quatro meses no máximo”. Neste momento, estão por transferir
€150 mil cativos. A desvalorização do kwanza será um forte revés. A
emissão regular de Obrigações do Tesouro indexadas ao dólar permite a
grupos mais musculados, como a Mota-Engil, Ibersol ou Novabase
protegerem-se do risco cambial. Mas não resolve o problema essencial: as
empresas “acumulam dívida em Portugal e crédito em Angola”, adverte um
gestor bancário.
A construção é um sector muito sensível, pela exposição que mantém ao
mercado angolano. Pelas informações de que dispõe, Reis Campos,
presidente da confederação sectorial, diz que as empresas “não sentem
entraves ou resistências” à sua atividade normal. O industrial acredita
nas virtudes de um novo ciclo “com o acesso a divisas facilitado e o
lançamento dos projetos suspensos por força das restrições financeiras”.
* O ditador ZEDU é o responsável por este desastre.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Denunciada "toupeira" do Benfica
na Justiça
Alegado documento da PJ divulgado no site que revela mensagens do correio eletrónico do clube da Luz.
O
Benfica terá uma "toupeira" no sistema de justiça, em Lisboa, que tem
colocado responsáveis do clube a par dos passos da investigação do caso
dos emails.
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Sem que se indique a proveniência, um documento alegadamente interno da Polícia Judiciária com este conteúdo foi ontem divulgado num dos sítios da Internet que, ao longo dos últimos meses, tem revelado massivamente mensagens subtraídas das caixas de correio eletrónico de responsáveis do Benfica.
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Sem que se indique a proveniência, um documento alegadamente interno da Polícia Judiciária com este conteúdo foi ontem divulgado num dos sítios da Internet que, ao longo dos últimos meses, tem revelado massivamente mensagens subtraídas das caixas de correio eletrónico de responsáveis do Benfica.
* Chamar toupeira a um criminoso é simpatia.
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ESTE MÊS NA
"DELAS"
Catarina Furtado conta todos
os detalhes do assédio que sofreu
“Era uma muito jovem rapariga, cheia de vontade de provar que gostava de trabalhar e que queria dar o meu melhor, agarrando os meus sonhos.
Com minisaia, de calças, de vestido decotado ou de fato de treino ou
gola alta”, escreveu a apresentadora num post da sua página de Facebook.
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Neste mesmo longo texto explica que o que viveu “foram situações de assédio sexual por parte de pessoas que tinham funções hierárquicas acima“, numa circunstância em que “ainda não era esta mulher forte e conhecedora do mundo real”.
No post no qual confirma a denúncia que fez, o rosto da RTP explica
por que revelou este episódio agora. “Ora, tenho uma filha e uma
enteada, a minha enteada tem 21 anos, e eu quero que hoje elas percebam
que quando um homem mais velho utiliza o seu “poder” para tentar algo mais, exercendo chantagem em relação às suas ambições, elas possam dizer “Não”
mas sem medo das represálias profissionais. Eu disse “Não”, com medo, e
fingindo que não estava a perceber bem, arranjando desculpas e sorrindo
para não nascerem conflitos irreparáveis. Consegui. Fiquei orgulhosa.
Mas inconscientemente sabia que eram situações que não seria suposto contar a ninguém, nem aos meus pais. ”
Ao mesmo tempo, afirma que nunca antes tinha falado porque, por um lado, “nunca calhou” e porque existe “agora
uma espécie de libertação e protecção sobre esta questão. Questão esta
que tem variadíssimas variantes e que são essas variantes que me fazem
escrever este post: O que eu vivi foram situações de assédio
sexual por parte de pessoas que tinham funções hierárquicas acima da
minha e eu ainda não era esta mulher forte e conhecedora do mundo real”,
escreveu o apresentador.
Leia o post na íntegra aqui.
* Valeu a Catarina Furtado a excelência dos pais que tem, deram-lhe amor e despertaram-lhe a inteligência, de menina bonita evoluiu para uma bela senhora.
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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
Denúncia revela gastos milionários
dos Solicitadores
O "esquema organizado e doloso" já durará desde 2003. Só em três anos foram gastos 900 mil euros em viagens, estadias e refeições. Os suspeitos: dirigentes da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução.
A denúncia tem 162 páginas e 79 documentos avulsos. A
informação foi enviada por carta em Dezembro do ano passado ao director
do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), o
procurador-geral adjunto Amadeu Guerra, com a identificação de 26
testemunhas que podem ser contactadas pelo Ministério Público (MP) para
verificar um conjunto de alegados factos apontados sob anonimato por
vários "solicitadores e agentes de execução". A suspeita principal? Nos
últimos 14 anos, terão sido praticados crimes de gestão danosa, abuso de
poder, infidelidade e desvio de dinheiros públicos por dirigentes da
Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (OSAE).
Segundo
o documento-denúncia a que a SÁBADO acedeu, as principais suspeitas
apontadas visam a alegada existência de concursos de aquisição de
material informático, bem como inúmeros gastos em viagens, alojamentos e
refeições. E também a eventual falta de transparência no controlo de
muitos milhões de euros das quotas dos associados e de depósitos
decorrentes de um protocolo feito pela OSAE com um banco.
Este último caso tem a ver com um acordo de exclusividade
celebrado em 2003 com o Millennium bcp e que, segundo a denúncia, já
terá rendido à OSAE, entre 2005/16, um encaixe superior a 15 milhões de
euros. Em causa está a criação e a manutenção das contas-cliente que os
agentes de execução são obrigados por lei a utilizar no trabalho diário,
sendo nestas contas que são depositadas, às vezes durante anos, as
quantias referentes a despesas e honorários e outros encargos dos
processos executivos.
Os denunciantes especificam também
que uma parte dos rendimentos milionários gerados pela OSAE – e
sobretudo pelo trabalho dos agentes de execução devido à reforma da
acção executiva de 2003 – tem vindo "a ser alocada a gastos que em tudo
se reputam alheios à missão, funções e finalidades da OSAE". Em 2016,
ainda segundo o documento em causa, esta entidade registou um total de
rendimentos de cerca de 10,8 milhões de euros quando em 2005 o valor
total dos proveitos não passava os 1,7 milhões de euros.
"(…)
A fatia substancial dos dinheiros públicos injectados vê-se
sistematicamente consumida por despesas resultantes do ‘desenvolvimento e
manutenção de um sistema informático’ [da OSAE, usado pelos cerca de 4
mil sócios] que é mantido deliberada e paulatinamente inoperante, assim
justificando a permanente necessidade de investimento em melhorias
daquele sistema, que mais não são – nunca é demais relembrar – do que os
artifícios fraudulentos encontrados para o desvio de verbas em
benefício próprio e de amigos e familiares", garante a denúncia. No
documento são até apontados os nomes das empresas de informática
privilegiadas e a alegada relação promíscua com um dos responsáveis da
OSAE que alegadamente as escolherá "sem qualquer consulta séria ao
mercado".
* Melhor vai o país que tem um Ministério Público que investiga políticos, banqueiros, militares e agentes da Justiça, só assim se acaba com a impunidade.
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HOJE NO
"A BOLA"
Jaime Marta Soares clarifica saída
de Bruno de Carvalho da AG
.
O
presidente da mesa da assembleia geral do Sporting, Jaime Marta Soares,
clarificou a situação em torno da saída de Bruno de Carvalho da
Assembleia geral e garantiu que ele não abandonou, mas que saiu
calmamente.
«Falta de calma levou a desrespeito entre alguns sócios e quisemos acalmar a situação. Temos de dizer e não tenho medo das palavras: o momento esteve quente, mas sem ultrapassar os limites do bom senso. Nada do que se passou naquela sala ultrapassou os limites do que quer que seja. Numa alteração estatutária vem sempre ao de cima o calor dos que desejam e não desejam. A AG ficou suspensa, mas será retomada e acabaremos por concretizar, com os votos dos sócios, a reforma estatutária. Aquilo que pudemos constatar é que foi respeitada religiosamente a liberdade dos sócios.
«Falta de calma levou a desrespeito entre alguns sócios e quisemos acalmar a situação. Temos de dizer e não tenho medo das palavras: o momento esteve quente, mas sem ultrapassar os limites do bom senso. Nada do que se passou naquela sala ultrapassou os limites do que quer que seja. Numa alteração estatutária vem sempre ao de cima o calor dos que desejam e não desejam. A AG ficou suspensa, mas será retomada e acabaremos por concretizar, com os votos dos sócios, a reforma estatutária. Aquilo que pudemos constatar é que foi respeitada religiosamente a liberdade dos sócios.
Tenho pena de não termos atingido
todos os pontos, mas a vida democrática é assim. Ficaria triste se
algum dos sócios que esteve lá dentro tivesse dito que lhe tinham tirado
liberdades», afirmou Jaime Marta Soares.
O dirigente explicou o que fez o presidente leonino.
«Dizer que Bruno de Carvalho abandonou a AG é um termo muito forte. Eu sei porque entendem que abandonou, mas saiu naturalmente da sala. Não havia a calma suficiente e atingiu alguns desrespeitos que as pessoas não aceitam muito bem. O presidente entendeu, com o Conselho Diretivo, sair naturalmente como outro sairia. A Mesa só não saiu porque o comandante é sempre o último a abandonar o barco. Não são situações que preocupem no futuro. Uma das grandes preocupações de Bruno de Carvalho é que a palavra aos sócios não fosse cortada. Uns souberam utilizá-la bem, outros nem por isso.»
O dirigente explicou o que fez o presidente leonino.
«Dizer que Bruno de Carvalho abandonou a AG é um termo muito forte. Eu sei porque entendem que abandonou, mas saiu naturalmente da sala. Não havia a calma suficiente e atingiu alguns desrespeitos que as pessoas não aceitam muito bem. O presidente entendeu, com o Conselho Diretivo, sair naturalmente como outro sairia. A Mesa só não saiu porque o comandante é sempre o último a abandonar o barco. Não são situações que preocupem no futuro. Uma das grandes preocupações de Bruno de Carvalho é que a palavra aos sócios não fosse cortada. Uns souberam utilizá-la bem, outros nem por isso.»
* O presidente da AG do SCP anda sempre com o presidente do clube ao colo em vez de, como lhe compete, usar de imparcialidade nas análises que faz. Bruno de Carvalho tem necessidade de ser figura pública e só dirigindo o SCP o consegue, para mal do clube. Pacovices de quem o elegeu.
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