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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
29/11/2017
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Mas considera que o OE exagera no impulso expansionista, mesmo que reduzido, como diz?
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HOJE NO
"DINHEIRO VIVO"
Álvaro Santos Pereira.
“Portugal tem de baixar muito o IRC
e o mais cedo possível”
Em entrevista, o diretor de estudos da OCDE diz que dívida do Estado e das empresas é um perigo. Subida do salário mínimo, para já, não é problemática.
Álvaro Santos Pereira é, desde 2014, o
diretor da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico
(OCDE) com a pasta dos estudos económicos nacionais. Em entrevista
telefónica ao Dinheiro Vivo, a partir de Paris, onde a OCDE está
sedeada, o ex-ministro da Economia de Pedro Passos Coelho (PSD) diz que
dívida do Estado e das empresas é um perigo (não vá acontecer algum
“choque” nos mercados). Já a subida do salário mínimo não lhe parece
problemática, pelo menos para já. A reforma do IRC já devia ter
começado, como aconteceu em muitos países desenvolvidos, acena.
A OCDE alerta para o risco de continuação de uma orientação orçamental
mais expansionista em Portugal porquê?
Não estamos a defender medidas muito expansionistas porque segundo a
nossa avaliação, a política monetária deverá ser normalizada mais no
final de 2019, início de 2020, com a subida das taxas de juro. A nível
orçamental, achamos que este ano e certamente para o ano há políticas
mais expansionistas em Portugal. Mas consideramos que tem de haver
prudência, é possível ter alguma margem para esse tipo de políticas
porque ajudam o crescimento, mas continuamos a ver que a dívida é
demasiado alta. Não só a dívida pública, mas também a das empresas.
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Portanto, o nível global da dívida portuguesa ainda é muito alto. O último valor que temos para a dívida externa bruta é de cerca de 406 mil milhões de euros, que equivale, se não me engano, a 213% do PIB. Está mais ou menos constante nos últimos tempos, mas são níveis muito, muito altos. Graças ao crescimento económico e a alguma prudência orçamental, estamos a prever que a dívida pública vá descer e que vá continuar a descer nos próximos dois anos, pelo menos. Mas obviamente, não há muita margem para expandir muito o orçamento.
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Portanto, o nível global da dívida portuguesa ainda é muito alto. O último valor que temos para a dívida externa bruta é de cerca de 406 mil milhões de euros, que equivale, se não me engano, a 213% do PIB. Está mais ou menos constante nos últimos tempos, mas são níveis muito, muito altos. Graças ao crescimento económico e a alguma prudência orçamental, estamos a prever que a dívida pública vá descer e que vá continuar a descer nos próximos dois anos, pelo menos. Mas obviamente, não há muita margem para expandir muito o orçamento.
E como é que avaliam o OE de 2018 que acabou de ser aprovado?
Desde que a política não seja demasiado expansionista, como neste
momento, há um bocadinho de margem. Agora há aqui uma opção de política.
Ou se abate dívida pública ou se estimula um pouco mais a economia, ou
dá-se mais alguma primazia ao consumo. O governo, obviamente, está a dar
mais primazia ao consumo. Mas podia não o fazer e tentar diminuir um
bocadinho mais a dívida.
Mas considera que o OE exagera no impulso expansionista, mesmo que reduzido, como diz?
Ou seja, tendo em conta os riscos, seria melhor que
toda a margem fosse para reduzir dívida?
No que vimos até agora, o OE tenta equilibrar um pouco a restituição de
alguns rendimentos com a questão do crescimento económico. Se vai ser ou
não suficiente, logo se verá.
No vosso estudo, ao nível do investimento, Portugal é dos países da OCDE
que fica mais aquém na recuperação do valor perdido durante os anos da
crise. Porquê e como evitar esse cenário?
Temos de falar do investimento público e privado. O público, claramente,
vai aumentar este ano bastante, não só em Portugal, como também em
muitos países da Europa de leste. Isto tem a ver com a mudança de ciclos
dos fundos estruturais. Infelizmente, devido à própria natureza dos
fundos europeus, continua a haver ciclos políticos associados a isso.
Houve uma redução muito grande do investimento público [em 2016] na
transição entre os dois programas de apoio. Mas agora espera-se nos
vários países, Portugal incluído, que aumente bastante. Penso que é
muito provável que isso aconteça, aliás. A grande questão está, pois, no
investimento privado. Neste momento estamos a prever que o investimento
total vá aumentar cerca de 9% este ano e depois à volta de 5,3% e 5,6%
nos próximos dois anos.
É suficiente?
Penso que ainda não é. Para termos mais investimento privado, a economia
portuguesa tem de se tornar mais atrativa para os estrangeiros e para o
IDE. E no caso do investimento dos nacionais na economia, muito
dependerá da questão do crédito, do financiamento e, obviamente, da
saúde dos bancos. Para o IDE, o mais importante, para além da
estabilidade, é criar as condições para mudar o tax mix (combinação de
impostos), baixando significativamente o IRC. Isso é prioritário, está
acontecer em muitos países da OCDE e penso que é importante que a
reforma do IRC seja retomada em Portugal o mais cedo possível. Por outro
lado, se se diminuem as receitas num lado, tem de se aumentar noutro
para não afetar a consolidação orçamental.
Onde?
Em muitos países da OCDE a solução encontrada passa por aumentar os
impostos ambientais. Não só para reduzir a poluição, mas também para
combater as emissões de CO2. Como disse, isto está acontecer em muitos
países para ajudar as cidades bastante poluídas e com impacto muito
grande na saúde das pessoas. Mas também acontece por uma questão
orçamental e penso que isso tem de acontecer de modo a poder aliviar
impostos sobre os investidores privados. Em segundo lugar, e não menos
importante, há que continuar as reformas estruturais. As reformas feitas
desde 2011 deram muitos frutos, mais crescimento, mais emprego,
melhorámos bastante o clima de negócios, nos rankings do Banco Mundial e
do Fórum Económico Mundial. Desde 2011, Portugal melhorou muito e isso
aconteceu por causa das reformas que foram feitas. Agora é importante
pensar que as reformas não estão todas feitas. É importante haver uma
nova leva de reforma o mais brevemente possível para que, mais uma vez,
consigamos ter mais investimento no país. Tem de ser claramente uma das
prioridades.
A do IRC é prioritária? E que outras?
Sim, sem dúvida nenhuma. E ainda há muitas restrições em muitos sectores
de serviços que é preciso reduzir. Além disso é importantíssimo apostar
nas qualificações das pessoas. É fundamental haver algum consenso
político e ao nível dos parceiros sociais para apostar numa reforma da
educação que dê prioridade, não só à formação académica, mas também
implementar de forma transversal um sistema dual de aprendizagem na
economia portuguesa para aumentar a empregabilidade de muitos dos alunos
e para melhorar as qualificações desses trabalhadores ou futuros
trabalhadores nas empresas nacionais.
Diz que baixar o IRC é prioritário. O novo OE aumenta a derrama estadual
sobre empresas com lucros maiores. Como avalia esta medida?
Prefiro não comentar medidas individuais. Mas digo-lhe que nos próximos
anos a tendência tem de ser de baixa do IRC, claramente. Isso tem de
acontecer.
Transversal, em todos os sectores?
Bom. Se isso quer dizer que nos sectores mais protegidos não se coloque
alguma medida adicional, isso é uma questão política.
Não estou a perceber.
Eu não me escandalizaria se se aumentasse o IRC em sectores onde ainda
há rendas excessivas ou existem quase monopólios, para aliviar outros.
Poderia ser até interessante para aumentar a concorrência nesses
sectores mais rentistas. No entanto, muito importante, e já defendo isso
há muitos anos, não é a posição da OCDE, penso que Portugal tem de ter
uma fiscalidade empresarial o mais atrativa possível na Europa. Nós não
estamos no centro da Europa, seremos atrativos através da fiscalidade e
do clima de negócios. Temos de trabalhar para estarmos no top 10 do
Doing Business do Banco Mundial.
Mas há outras formas de se ser competitivo. O governo diz que tem
captado muitos investimentos importantes com incentivos dirigidos, à
medida, dos investidores interessados. Não valia a pena pensar numa
solução menos transversal como reduzir muito o IRC?
Tem havido investimento, não estou a negar isso. No sector do turismo,
depois das grandes mudanças que houve, das apostas que foram feitas, da
liberalização do sector. Estamos a assistir a um verdadeiro boom. O que
estou a dizer é que é importante que isso se alastre a outros sectores.
Falta mais investimento na área dos serviços, claramente na área da
indústria transformadora. Temos tido aumento do investimento sim, mas é
insuficiente.
A produtividade diz que a produtividade portuguesa continua baixa. Se
pudesse enumerar por ordem os fatores que a limitam — porque não houve
investimento suficiente, porque há problemas na qualidade da gestão,
porque as qualificações das pessoas não chegam ou estão desalinhadas —
como faria?
Todos esses são problemas que enfrentar em simultâneo e de melhorar nos
próximos tempos. Tudo isso explica a baixa produtividade. Mas acrescento
que a composição do nosso sector produtivo também ajuda a explicar o
problema. Como temos um tecido empresarial muito baseado em pequenas e
médias empresas (PME), temos de ter noção de que as PME em todos os
países do mundo têm, habitualmente, uma produtividade um bocadinho
inferiores às outras empresas. Por outro lado, também importa dizer que a
nível mundial, e uma das linhas de investigação da OCDE tem mostrado
isso, é que existe uma grande divergência nos últimos anos entre as
chamadas empresas de fronteira — as mais avançadas, normalmente nos
serviços e na indústria — e as outras. Depois da crise financeira,
enquanto nas primeiras, nas que estão na vanguarda do progresso
tecnológico, a produtividade está a crescer 3,5% ao ano, nas restantes o
avanço é de 0% ou 0,5%. E Portugal aqui não é exceção. Como Portugal,
tal como Itália, tem uma proporção de PME que é muito elevada, isso
penaliza a performance global do país. É ainda importante ajudar ou
estimular a consolidação das PME, aumentar a sua dimensão média, e
atrair mais empresas de fronteira, que existem a nível global. A
Irlanda, embora tenha menos PME que Portugal, tem o mesmo problema. As
multinacionais, que estão nos mercados globais, são muito produtivas,
mas as restantes empresas, não.
O aumento previsto para o salário mínimo nacional (SMN) é desajustado à
luz disso que está a dizer?
Acho importante, sempre que possível, que nos próximos anos os aumentos
do SMN estejam alinhados com a produtividade. Mas parece-me evidente que
o salário mínimo tem de aumentar nos próximos anos. Nós temos um
rendimento médio ainda muito baixo em Portugal e é fundamental para
diminuir as desigualdades e para aumentar o bem-estar das nossas
populações. Isto para dizer que ter um aumento do SMN muito acima da
produtividade não é saudável. Penso que, neste momento, não estamos a
falar em valores extraordinários de aumento do salário mínimo. Mas é
preciso ter atenção daqui para a frente.
Os salários portugueses estão a subir muito ou pouco? A Comissão
Europeia diz que há sinais de estagnação salarial, mas parece que a OCDE
não partilha totalmente dessa visão.
A economia portuguesa tem tido um ritmo de expansão salarial que não é
demasiado elevado, por enquanto, na nossa avaliação. Mas é preciso
relembrar que há uma década atrás houve a tentação de subir salários
demasiado depressa e isso afetou muito as nossas exportações, a
competitividade, o que levou a défices externos grandes e precipitou os
problemas que tivemos depois.
Neste novo estudo, a OCDE alerta várias vezes para a eventualidade de
choque externos nos mercados de capitais. Sabem alguma coisa que nós
ainda não sabemos? Se alguma coisa má acontece, Portugal está na linha
da frente em relação ao embate?
No outlook dizemos que nos últimos anos, devido às taxas de juro estarem
tão baixas, em alguns países os preços das casas aumentaram bastante —
veja o caso da Suécia, Canadá, Austrália, etc. — o que levanta riscos de
bolhas imobiliárias e de consequências para as famílias e o sistema
financeiro. Por outro lado, essas taxas baixas, reflexo do quantitative
easing (compra alargada de dívida e outros ativos), têm dado um
dinamismo muito grande aos mercados de capitais, o que tem levado a que,
segundo alguns cálculos ou estimativas, seja possível que alguns
mercados estejam sobrevalorizados.
Mercados de ações, de obrigações?
Um dos riscos que vemos, daqui para a frente, é que pode haver algum
ajustamento, algumas correções. É bem possível que haja.
E que riscos corre Portugal?
Como lhe disse, há um problema. A nossa economia continua demasiado
endividada. Com uma dívida pública de quase 130% do PIB, de uma dívida
externa de 213%, se houvesse um choque externo em que os governos
tivessem de agir para atenuar esse choque externo, uma das economias que
seria mais afetada era a nossa. É óbvio: nós, com níveis de dívida
destes, temos muito menos margem de manobra. Pode até não haver nada nos
próximos tempos, mas mais cedo ou mais tarde haverá algum ajustamento
relevante em algum lado e se não desendividarmos a economia isso pode
afetar-nos a sério. Precisamos de reduzir essa nossa vulnerabilidade.
Com moderação, claro, mas temos de o fazer. Estado e empresas. Quanto
mais se fizer isto, mais vamos conseguir investir no futuro.
O défice público devia ser 0% já em 2018?
Bom, temos de ver que há anos de eleições, há ciclos políticos, mas é
aconselhável que exista um equilíbrio financeiro o mais cedo possível,
sem dúvida. Um excedente primário positivo, mas também não é preciso ser
demasiado elevado.
* Palavras dum ex-ministro da economia que pedia para lhe chamarem Álvaro.
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HOJE NO
"DESTAK"
'Troika' de volta a Lisboa para
mais uma missão pós-programa
Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciam hoje mais uma missão pós-programa a Portugal, ficando durante uma semana em Lisboa para avaliar a situação económica e financeira do país.
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Segundo confirmaram à agência Lusa fontes dos credores e do Ministério das Finanças, a sétima missão de acompanhamento pós-programa a Portugal decorre entre hoje e a próxima quarta-feira, dia 06 de dezembro, para reuniões técnicas, como é habitual.
No final da visita de missão, tanto o FMI como a Comissão Europeia contam divulgar um comunicado com as principais conclusões e, mais tarde, um relatório detalhado sobre a situação económica e financeira de Portugal.
* Quanto nos vai custar esta "simpática" visita.
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HOJE NO
"i"
Campos Fernandes reconhece que mudança do Infarmed foi mal comunicada
O ministro da Saúde diz que a decisão de mudar o Infarmed para o Porto foi "muito mal comunicada" e assume culpas
O Ministro da Saúde, Adalberto
Campos Fernandes, admitiu hoje aos jornalistas, à margem de uma comissão
parlamentar de saúde, que a comunicação da mudança do Infarmed para o
Porto foi mal feita e assumiu a responsabilidade por isso.
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Em resposta a uma pergunta da Lusa sobre a polémica,
Adalberto Campos Fernandes disse que a mudança "foi muito mal comunicada
e o responsável por essa má comunicação tem um nome: sou eu. E é por
isso que assumo as minhas responsabilidades e terei agora de explicar
detalhadamente, de trabalhar detalhadamente com todos, para que essa
comunicação seja recomposta".
Recorde-se que a decisão de mudar a entidade para a Invicta
foi feita pelo próprio na semana passada, numa conferência em Lisboa,
numa altura em que os trabalhadores ainda não tinham sido informados.
Campos Fernandes afirmou ainda ter sido o primeiro a dizer
ao primeiro-ministro que a gestão da comunicação tinha sido mal feita.
Na mesma ocasião, o ministro reiterou que a decisão da mudança já estava
tomada há algum tempo.
* - Oh senhor ministro demita-se e faça-nos o favor de ir para o Porto.
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JORGE FONSECA DE ALMEIDA
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* Economista
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
28/11/17
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Aproveite a oportunidade de
se apoderar de uma cabra
As cabras abandonadas, pela sua pequenez e falta de glamour, pelos grandes concorrentes podem ser, desde que inteligentemente trabalhadas, uma forma de afirmação no competitivo mercado europeu.
Considerando a diferença de forças entre as pequenas e médias
empresas portuguesas e as poderosas multinacionais com que tantas vezes
se confrontam, as melhores estratégias das nossas PME não se situam no
confronto aberto e direto, mas antes na adoção de formas de atuação
indiretas.
As estratégias
indiretas foram desenvolvidas por muitos generais da antiguidade, mas os
chineses do período dos Reinos Combatentes refinaram-nas e fixaram-nas
em tratados como o dos Trinta e Seis Estratagemas.
Uma
das táticas aí ensinadas é a de "aproveitar a oportunidade de se
apoderar de uma cabra". Que pretende o sábio oriental com esta
afirmação? Que lições podem as empresas portuguesas de hoje aprender com
ela?
No contexto da guerra entre os sete estados
combatentes, a afirmação remetia-nos para a necessidade de dar grande
atenção ao movimento dos oponentes, à sua política e estratégia,
identificar os seus pontos fortes e fracos, e não deixar passar nenhuma
possibilidade, por ínfima que seja, de aumentar o nosso poder e de
enfraquecer os adversários.
Do ponto de vista do Estado,
uma cabra pode parecer pouco, mas o estratega ensina-nos que devemos
atuar para utilizar todas as hipóteses de aumentar a nossa força, nem
que seja adicionando uma pequena cabra ao nosso rebanho sempre que tal
seja possível sem levar a qualquer reação dos outros competidores.
Este
ensinamento mantém-se plenamente relevante nos nossos dias, quer ao
nível da grande estratégia nacional do Estado português quer ao nível
das estratégias das nossas pequenas e médias empresas.
As
PME portuguesas não têm recursos materiais, organizacionais nem humanos
para aproveitar as grandes oportunidades dos mercados globalizados, mas
podem com certeza capturar muitas pequenas "cabras", isto é, nichos de
mercado, clientes importantes, ensejos de aumentar as vendas ou aumentar
a rentabilidade, em suma, de crescer e de se fortalecer não suscitando
reações adversas de grandes concorrentes.
Quantos nichos
são ignorados pelas grandes empresas porque são pequenos, dispersos ou
caros de servir? Quantos locais ficam sem distribuição? Quantas
tecnologias que podem reduzir custos deixam de ser implementadas devido à
escala, mas que podem beneficiar empresas mais pequenas? Quantas
oportunidades passam sem que as agarremos?
As cabras
abandonadas, pela sua pequenez e falta de glamour, pelos grandes
concorrentes podem ser, desde que inteligentemente trabalhadas, uma
forma de afirmação no competitivo mercado europeu.
Este é
mesmo o melhor caminho para a sua sobrevivência, concentrar-se na
modesta cabra e não na gigantesca baleia evitando choques frontais como
os grandes competidores internacionais. Assim, como constata o ditado
popular português, "grão a grão enche a galinha o papo".
Desprezar
essas oportunidades, não estar a elas atento, não aprender a
detetá-las, essa é uma das grandes falhas estratégicas de muitas
empresas portuguesas. Um erro que se paga caro.
* Economista
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
28/11/17
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HOJE NO
"A BOLA"
«Nadal é mais impressionante
que Federer» - Safin
A
temporada de 2017 serviu para que os tenistas Rafael Nadal e Roger
Federer pudessem restabelecer o domínio que tinham perdido em anos
anteriores, em benefício de Novak Djokovic e Andy Murray.
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O
russo Marat Safin, antigo tenista número um do mundo (ano 2000), admitiu
que o tenista Rafael Nadal «é mais impressionante que Federer».
«Roger teve tudo para alcançar o sucesso enquanto que Rafa é um verdadeiro trabalhador. Para Federer tudo é mais fácil», afirmou em declarações à Eurosport.
O ex-campeão russo também se referiu aos dois últimos líderes do ranking. Sobre Murray assegurou que até mesmo nos «seus melhores momentos, se Federer e Nadal estiverem em boa forma, não terá qualquer hipótese».
Para o tenista sérvio Novak Djokovic, Safin afirmou que será difícil regressar ao mais alto nível em 2018. «A verdade é que vejo Federer e Nadal a lutar todo o ano por grandes títulos», justificou.
«Roger teve tudo para alcançar o sucesso enquanto que Rafa é um verdadeiro trabalhador. Para Federer tudo é mais fácil», afirmou em declarações à Eurosport.
O ex-campeão russo também se referiu aos dois últimos líderes do ranking. Sobre Murray assegurou que até mesmo nos «seus melhores momentos, se Federer e Nadal estiverem em boa forma, não terá qualquer hipótese».
Para o tenista sérvio Novak Djokovic, Safin afirmou que será difícil regressar ao mais alto nível em 2018. «A verdade é que vejo Federer e Nadal a lutar todo o ano por grandes títulos», justificou.
* Não percebemos a insensatez de afirmar que Federer teve tudo para alcançar o sucesso. Nadal e Federer são dois génios do ténis e como nenhum deles é do Sporting torcemos pelos dois.
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HOJE NO
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Belmiro de Azevedo,
o imperador da Sonae
O empresário Belmiro de Azevedo morreu, esta quarta-feira, aos
79 anos, depois de décadas ligado à Sonae, onde chegou há mais de 50
anos e que transformou num império com negócios em várias áreas e
extensa atividade internacional.
Sem tolerância para a incompetência ("não
aceito, nem por um nonagésimo de segundo, que alguém menos competente
mande em mim - só na tropa, por obrigação, e na vida civil por decisão
de órgãos de soberania", disse citado numa biografia) e com afamada
dedicação ao trabalho e a um estilo de vida "frugal", Belmiro de Azevedo
deixa três filhos, Nuno, Paulo e Cláudia, também relacionados com a
Sonae, grupo de cuja presidência saiu formalmente em 30 de abril de
2015.
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A entrada de Belmiro de Azevedo
na Sonae dá-se em 1965, tendo antes passado pela Empresa Fabril do Norte
(Efanor), ainda durante o decurso da licenciatura em Engenharia Química
Industrial na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. As
especializações em gestão ficaram para mais tarde, em universidades
norte-americanas como Harvard e Stanford.
A
Sonae - Sociedade Nacional de Estratificados foi fundada em 1959 por
Afonso Pinto de Magalhães, uma empresa virada para a produção de
revestimentos em madeira que, aquando do 25 de Abril, foi nacionalizada
no âmbito de um processo que abrangeu praticamente todo o grupo Pinto de
Magalhães (do qual se excluiu a Novopan).
Belmiro de Azevedo entra na Sonae em 1965
enquanto quadro técnico, numa empresa que veio a rotular como "falida"
naquele momento da década.
"Quando lá
entrei percebi que era preciso mais bom senso que investigação. Eu
insisto nessa regra de que é preciso ter educação, formação, informação e
muito bom senso. Adotei algumas medidas de bom senso que corrigiram
coisas evidentes e daí criei uma aura de tipo capaz de dar a volta às
situações", disse ao Diário Económico.
De
acordo com o livro "O Homem Sonae" do jornalista Filipe Fernandes, o
capital social da Sonae começou por ser de mil contos (cinco mil euros),
subindo para 25 mil contos quatro anos depois e triplicando no final do
ano da revolução.
Depois da morte de
Pinto de Magalhães em 1984, Belmiro de Azevedo, já diretor-geral,
torna-se administrador-delegado da Sonae, agora com uma posição
acionista maioritária, enquanto Carolina Pinto de Magalhães, viúva de
Afonso, se torna presidente, cargo que deteve até 1991 (substituída por
Álvaro Barreto), numa dinâmica de relações tensa entre o empresário do
Marco de Canavezes e a família do fundador da Sonae que só terminou em
1994 com um acordo entre as duas partes e a saída da família do capital
da empresa.
"A Sonae era uma tribo e eu
era o chefe da tribo", disse, anos depois, para se referir às disputas
pelo controlo da empresa que se seguiram ao 25 de Abril, em particular
com envolvimento do Partido Comunista Português.
Em
1983, a Sonae passa a incluir "Indústria e Investimentos" no nome da
empresa, quatro anos depois de se tornar numa Sociedade Gestora de
Participações Sociais (SGPS), que já englobava 75 empresas em seis áreas
(distribuição, agroindústria, comunicação e tecnologias de informação,
imobiliário e turismo).
O destaque iria
para a distribuição alimentar, com relevo para a Modelo Continente
(Sonae MC, atualmente, depois de várias encarnações): "a distribuição
alimentar em Portugal, que era então um desastre, com pobres mercearias
em cada esquina, sem tratamento higiénico dos produtos, sem cadeia de
frio", disse ao Diário Económico, lembrando a inauguração do primeiro
hipermercado em Matosinhos, no ano de 1985.
Em
21 de janeiro de 1991, o Diário de Notícias escrevia que "Sonae deixa
de ser um grupo industrial e concentra-se no setor da distribuição",
citando um estudo da Universidade Católica, que também lembrava a
entrada da empresa na comunicação social com o surgir do jornal Público e
com a Rádio Nova.
No ano seguinte,
dá-se a entrada no Banco Português do Atlântico, instituição financeira
na qual a Sonae vai aumentando a sua participação até 1995, quando é
dada 'luz verde' pelo Ministério das Finanças de Eduardo Catroga à
Oferta Pública de Aquisição (OPA) do BCP.
Em
1996, o Financial Times considerava a Sonae como a empresa portuguesa
de maior prestígio na Europa, num 'ranking' de 20 companhias do
continente liderado pela British Airways.
De
acordo com dados de dezembro de 2012, a Sonae tinha presença em 66
países, desde as tecnologias de informação nos Estados Unidos ao Médio
Oriente no retalho especializado.
Belmiro
de Azevedo, do grupo Sonae, surgiu na edição da Forbes, este ano, na
posição 1376 dos mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em 1,5
mil milhões de dólares (1,39 mil milhões de euros).
* Era um dos maiores empresários portugueses não necessariamente dos melhores.
* Era um dos maiores empresários portugueses não necessariamente dos melhores.
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FONTE: RUÍNAS DE PORTUGAL
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HOJE NO
"AÇORIANO ORIENTAL"
Junta espera que 'novo' Monte Palace
.potencie o turismo nas Sete Cidades
.potencie o turismo nas Sete Cidades
A Junta de
Freguesia das Sete Cidades, nos Açores, manifestou-se esta quarta-feira satisfeita
com a compra do hotel Monte Palace, encerrado há 27 anos e devoluto,
esperando que o investimento potencie o turismo e crie postos de
trabalho.
“Sempre
fui apologista da reabilitação do hotel, em vez de demolir. E da forma
como está degradado não é vantajoso e só destrói a paisagem e até pode
representar perigo”, afirmou a presidente da Junta de Freguesia das Sete
Cidades, Cidália Pavão, em declarações à agência Lusa.
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FONTE: RUÍNAS DE PORTUGAL
Para
a presidente da Junta de Freguesia, com cerca de 800 habitantes, a
recuperação do hotel pode trazer mais turismo às Sete Cidades, que dista
15 minutos da Vista do Rei, onde está localizado o antigo hotel,
esperando que o grupo recrute mão-de-obra local.
Cidália Pavão considerou que a recuperação "não deverá mexer na estrutura do hotel", embora desconheça o projeto.
A
Level Constellation, uma promotora imobiliária fundada em 2014 por seis
empresários chineses, anunciou a aquisição do antigo hotel Monte
Palace, o primeiro de cinco estrelas dos Açores, localizado em São
Miguel, e que em 1990 venceu o prémio de Melhor Hotel do Ano em
Portugal.
Um
comunicado, o grupo sublinha que a aquisição "materializa a anunciada
diversificação de investimentos da empresa em Portugal e a sua incursão
no turismo", acrescentando que "se pretende desenvolver para o ativo um
projeto de referência, no qual já se encontra a trabalhar".
Sem
adiantar o valor da compra, o diretor geral, Pedro Vicente, referiu à
Lusa que "o projeto será anunciado em 2018 numa apresentação formal".
“Estamos
a trabalhar arduamente sobre isso”, sustentou ainda o diretor geral da
Level Constellation, promotora imobiliária que refere já ter investido
no setor imobiliário nacional cerca de 70 milhões de euros com o Park
Avenue, Ouro Grand e off Liberdade, e se prepara para lançar no mercado o
Classica, na Avenida da República, 40, em Lisboa.
Fonte
da Câmara Municipal de Ponta Delgada disse à Lusa que “o projeto ainda
não deu entrada oficial” na autarquia, mas considera ser um investimento
"muito importante para a nova imagem do local" e “uma mais-valia para o
turismo e oportunidade de emprego”.
Quanto ao que é permitido edificar, a mesma fonte explicou que “é autorizada a recuperação e ou reconversão do edifício”.
O
hotel, localizado na Vista do Rei, Sete Cidades, propriedade do BANIF
na sequência de uma penhora ao Grupo SIRAM, foi inaugurado em 1989 na
ilha de S. Miguel e empregava mais de cem pessoas, mas fechou pouco
tempo depois por ausência de lucro.
O
edifício de cinco pisos tinha dois restaurantes, três salas de
conferência, uma discoteca, uma loja, 88 quartos, 52 suites juniores, 27
quartos duplos, quatro quartos duplos com saleta, quatro suites de luxo
e uma suite presidencial.
O
hotel, localizado junto ao miradouro da Vista do Rei, com vista sobre a
Lagoa das Sete Cidades, teve até 2010 segurança em permanência, mas
ficou posteriormente ao abandono, sendo vandalizado e saqueado.
O
grupo Level Constellation destaca que o edifício do Monte Palace "tem
14.000 metros quadrados de área de construção, incorporando a
propriedade 50 hectares de vegetação natural, constituída,
maioritariamente, por criptomérias, com vista deslumbrante para a Lagoa
das Sete Cidades, o mais importante ex-libris dos Açores", o que
conferem ao conjunto "uma notoriedade internacional".
* 27 anos fechado demonstra bem a incapacidade e o caciquismo das autoridades regionais para que o hotel deixasse de parecer um bunker de hitler. Situado num alto, tem uma vista soberba sobre as "sete cidades" e está a pouca distância de Ponta Delgada.
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