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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
16/09/2017
5- SEXO AOS QUADRADINHOS
ÚLTIMO EPISÓDIO
*
As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
* Neste mês de Agosto e primeiras semanas de Setembro iremos reeditar algumas séries que, de forma especial, sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
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AVALIAÇÃO DO NÓDULOS
DA TIRÓIDE
7- Diagnóstico e Importância da
Punção,Biópsia de Agulha Fina
Uma interessante série conduzida por Leonidas di Piero Novais, endocrinologista pela PUC- Rio de Janeiro.
* Uma produção "CANAL MÉDICO"
* As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
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JOÃO CAMARGO
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IN "SÁBADO"
13/09/17
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CETA: um acordo político
contra a democracia
Veio de mansinho. Palavrinha aqui, palavrinha ali, pouco barulho, pouco alarido. Mais um acordo de comércio, que diferença é que faz? Nós queremos é comércio, que é como quem diz, queremos progresso
Veio
de mansinho. Palavrinha aqui, palavrinha ali, pouco barulho, pouco
alarido. Mais um acordo de comércio, que diferença é que faz? Nós
queremos é comércio, que é como quem diz, queremos progresso.
Desenvolvimento. Crescimento económico. Acabar com os obstáculos
comerciais, tarifas, entre a Europa e o Canadá, vejam lá, tão amigos que
nós já somos.
Os
do Canadá são os norte-americanos menos malucos, né? E a barulheira, a
chinfrineira que por aí se faz. STOP TTIP e CETA? Mas o que é isso,
código-morse? Mnemónicas, acrónimos? O comércio internacional é a razão
pela qual há tanta tecnologia, pela qual podemos comer tanta fruta boa e
barata, vejam lá que é mais barata a dos outros países que a produzida
cá, que estranho, né? Então de que é que se queixam, porquê tanta
reclamação, tanto barulho, petições, protestos, manifestações. Que
aborrecimento.
Mas
vão votar um tratado de comércio internacional no Parlamento? E não é
assim mesmo? Não delegámos? Não vivemos na democracia
re-pre-sen-ta-ti-va? Ah, ninguém nos falou disso? Mas é só comércio
internacional, mais produtos do Canadá para cá e de cá pró Canadá, não
é?
Então é sobre o quê? Tribunais privados? Cooperação regulatória?
Retirada de restrições desnecessárias? Mas há alguém aqui que possa
falar português?
Diz
que o comércio livre internacional não pode ter obstáculos. Nenhuns. E
por isso as leis de um país que faz um tratado de comércio livre com o
outro podem deixar de valer se as leis do segundo forem menos
restritivas. Hã? - Então, no Canadá eles exploram petróleo e gás através
de uma técnica chamada fracturação hidráulica
- uma técnica altamente destrutiva que transforma a água subterrânea
numa espécie de lama combustível e provoca terramotos. Além disso, por
lá eles ainda arrancaram florestas ancestrais para abrirem gigantescos
buracos no chão e tirar de lá uma mistura de lama com petróleo, as
chamadas areias betuminosas.
Estes são os "norte-americanos menos malucos". Quando temos um tratado
de livre comércio, isso significa que um governo de um país onde não
haja essas loucuras pode vir a ser obrigado a aceitar essas duas
barbaridades. Mas o que é que isso tem a ver com comércio? Pois. Parece que temos um problema: o clima está a rebentar pelas costuras por causa da queima de petróleo, gás e carvão. Mas com estes tratados de comércio livre, o que interessa isso?
Para
a coisa aparentar mais "legal", dizem que quando houver essas questões,
tipo lá poder-se injectar ácido acético ou hormonas em vacas para
consumo humano, e cá não, ou cá (em Portugal) haver um serviço privado
de correios e lá não (e que belo negócio que é, as cartas chegam a
conta-gotas, mas eles ficam com uma rede bancária), isto vai tudo pra
tribunal. Mas para um ICS (mais um monte de letras, sim, mas antes ainda
eram mais - ISDS), não é um tribunal qualquer, é um tribunal privado.
Um "tribunal" com muitas aspas. Não tem juízes profissionais, mas apenas
pessoas com algum conhecimento jurídico, advogados ou juristas, sem
qualquer obstáculo contra os conflitos de interesses. Podem trabalhar
para uma empresa e depois julgar um caso dessa empresa. E lá vão todos
contentes, como partes iguais, o Estado acusado por um lado, o
investidor privado pelo outro, e um senhor (ou senhora), que pode bem
ser um avençado ou ex-avençado dessa empresa ou de outra amiga, decidir
numa salita qualquer que leis um país pode ou não ter. E depois não
podem recorrer ao Supremo Tribunal Europeu, aos tribunais
constitucionais nacionais, ao Tribunal Europeu de Justiça, o Supremo
Tribunal do Canadá… Aí é que está a maravilha.
Este
tratado permite que um investidor privado de uma das partes (Canadá ou
União Europeia) processe a outra se achar que sofreu perdas financeiras
devido às leis da outra parte (sejam que leis forem: ambientais, de
Saúde, protecção dos consumidores, estabilidade do sistema financeiro,
serviços públicos, Estado Social…). Então, as empresas privadas têm o
direito de processar os Estados por eles terem leis em vigor ou por
proporem novas leis. E no fim, deixa de ser a lei menos restritiva, fica
só o bar aberto para as empresas privadas processarem os Estados pelas
leis que estes têm.
E as pessoas, que direitos terão no meio disto? O direito a votar?
O
nosso Parlamento vai votar no dia 20 de Setembro se aceita abdicar do
seu poder de fazer leis, se elas forem contrárias aos interesses de
investidores estrangeiros. Que as leis em vigor podem cair se houver
investidores canadianos ou de outros países mas que tenham sede fiscal
no Canadá que achem que as mesmas põe em causa os seus lucros. Já se
está a perceber porque é que isto veio tão de mansinho. Ainda poderíamos
achar que tínhamos o direito de votar sobre isto. Entre o video-árbitro
e as eleições autárquicas, pode ser que ninguém repare.
Dia
18 começará no Parlamento Português o debate acerca da entrada em vigor
do CETA, Tratado de Comércio Internacional entre a União Europeia e o
Canadá. Dois dias depois, a 20 de Setembro, será votado no Parlamento se
o Estado Português aceita ratificar o CETA. Este acordo terá
potencialmente um enorme impacto a nível da legislação ambiental,
laboral, de Saúde e, principalmente, acerca do processo democrático como
o conhecemos. Não é um Acordo Integral de Económico e de Comércio, é um
acordo político
que solidifica a ideia de que a democracia é apenas um acessório e que
apenas pode ser efectiva quando não se oponha aos interesses privados e
comerciais. Precisamos responder.
IN "SÁBADO"
13/09/17
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
Será mesmo dos carecas que elas gostam mais?
Um novo estudo dá a resposta
Estudo da Universidade da
Pensilvânia tentou perceber o nível da atração, confiança, poder e
masculinidade dos carecas. E as conclusões são surpreendentes. Ou talvez
não...
E
se lhe dissermos que é mesmo dos carecas que elas gostam mais? De
acordo com um novo estudo, os carecas fazem mais sucesso entre as
mulheres , são vistos como mais bem sucedidos e transmitem mais
masculinidade.
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O estudo, conduzido por um investigador da Universidade da Pensilvânia, contou com a participação de estudantes do sexo masculino e feminino. Cada participante tinha de observar fotografias e avaliá-las ao nível da atração, confiança, poder e masculinidade. Em todos os níveis os carecas obtiveram as melhores classificações.
Curiosamente quando se voltava a mostrar as fotografias dos homens cujo cabelo tinha sido removido digitalmente das fotografias, observou-se que as fotografias alteradas transmitiam uma personalidade mais forte e dominante dos homens.
De acordo com Albert Mannes, líder do estudo, uma das razões pela quais os homens carecas pareciam mais másculos estava na relação natural que fazemos entre a testosterona e a falta de cabelo.
“Escolher não ter cabelo é indiscutivelmente uma forma de comportamento não-verbal, uma forma de expressão que transmite informações sobre a pessoa que, de outra forma, seriam difíceis de observar” disse Mannes.
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O estudo, conduzido por um investigador da Universidade da Pensilvânia, contou com a participação de estudantes do sexo masculino e feminino. Cada participante tinha de observar fotografias e avaliá-las ao nível da atração, confiança, poder e masculinidade. Em todos os níveis os carecas obtiveram as melhores classificações.
Curiosamente quando se voltava a mostrar as fotografias dos homens cujo cabelo tinha sido removido digitalmente das fotografias, observou-se que as fotografias alteradas transmitiam uma personalidade mais forte e dominante dos homens.
De acordo com Albert Mannes, líder do estudo, uma das razões pela quais os homens carecas pareciam mais másculos estava na relação natural que fazemos entre a testosterona e a falta de cabelo.
“Escolher não ter cabelo é indiscutivelmente uma forma de comportamento não-verbal, uma forma de expressão que transmite informações sobre a pessoa que, de outra forma, seriam difíceis de observar” disse Mannes.
* É por isso que anda aí muito "menino" a fingir que é careca.
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2- COMO INICIAR
2- COMO INICIAR
UMA REVOLUÇÃO
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As nossas séries por episódios são editadas no mesmo dia da semana à
mesma hora, assim torna-se fácil se quiser visionar episódios
anteriores.
* Nesta nova época de "bloguices" que vai de Setembro a Julho do próximo ano, iremos reeditar algumas séries que de forma especial sensibilizaram os nossos visitadores alguns anos atrás, esta é uma delas.
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ESTA SEMANA NA
"GERINGONÇA"
"GERINGONÇA"
Portugal é o país europeu com
.menor número de abortos
.menor número de abortos
A lei que despenalizou a interrupção voluntária da gravidez é um
sucesso e a prova disso mesmo é o facto de Portugal ser hoje o país da
Europa onde se realizam menos abortos. Quem o garante é o Diretor-Geral
da Saúde Francisco George que, a um mês de terminar a sua carreira de 44
anos, deu uma entrevista à Agência Lusa.
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“[O aborto] era um problema da sociedade portuguesa. Interrupções feitas sem condições de higiene, de dignidade para a mulher. O reconhecimento deste direito [à IVG] veio melhorar as condições de saúde da própria mulher”, considera o diretor-geral da Saúde.
A DGS assegurou, na altura, a regulamentação e implementação da lei que permite IVG, mas Francisco George reconhece muito desse trabalho a Albino Aroso, considerado o “pai” do planeamento familiar e falecido em 2013. Atualmente, garante Francisco George, Portugal está “no lugar mais cimeiro ao nível europeu” no que se refere às interrupções de gravidez, sendo o país com “menos interrupções por cada mil nascimentos vivos”.
* Uma resposta social aos "empata fadas".
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“[O aborto] era um problema da sociedade portuguesa. Interrupções feitas sem condições de higiene, de dignidade para a mulher. O reconhecimento deste direito [à IVG] veio melhorar as condições de saúde da própria mulher”, considera o diretor-geral da Saúde.
A DGS assegurou, na altura, a regulamentação e implementação da lei que permite IVG, mas Francisco George reconhece muito desse trabalho a Albino Aroso, considerado o “pai” do planeamento familiar e falecido em 2013. Atualmente, garante Francisco George, Portugal está “no lugar mais cimeiro ao nível europeu” no que se refere às interrupções de gravidez, sendo o país com “menos interrupções por cada mil nascimentos vivos”.
* Uma resposta social aos "empata fadas".
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HOJE NO
"RECORD"
Melanie Santos
vice-campeã do mundo em sub-23
A portuguesa Melanie Santos terminou este sábado na segunda posição a
prova de sub-23 do Mundial de triatlo, em Roterdão, a 16 segundos da
vencedora, a norte-americana Tamara Gorman.
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Melanie Santos
concluiu os 1.500 metros de natação, 40 quilómetros de bicicleta e 10 de
corrida em 02:05.37 horas, a 16 segundos da campeã do mundo e com 14
segundos de vantagem sobre a britânica Sophie Coldwell, que ocupou o
último lugar do pódio.
Nesta etapa final do Mundial de triatlo de
elites, cuja prova serve para atribuir os títulos mundiais de juniores e
sub-23, a outra representante lusa, Helena Carvalho, terminou no 27.º
lugar, em 02:13.03 horas.
* Valente jovem, só trabalhando arduamente se conseguem estes resultados.
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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"
Jovem empresário planta árvores por
cada par de botas que vende na internet
Carlos
Gonçalves, de 23 anos, foi recentemente premiado no concurso "Tâmega
Sousa Empreendedor", na categoria "Ideias com futuro"
Um
jovem empresário de Amarante está a vender botas, de produção
artesanal, na Internet, prometendo aos clientes a plantação de duas
árvores autóctones por cada par adquirido.
A ideia designa-se 'Walkest - Walk by Forest',
tem o apoio da associação ambientalista Quercus, e está a ser
desenvolvida através da 'Indiegogo', plataforma internacional na
Internet de recolha de fundos para projetos ou ideias.
Carlos
Gonçalves, de 23 anos, é mentor do projeto 'Walkest', recentemente
premiado no concurso "Tâmega Sousa Empreendedor", na categoria "Ideias
com futuro". A ideia começou a ser estruturada através do programa de
aceleração de competências 'Jump Box', em Amarante.
Para já, contou à Lusa, existem quatro
protótipos de um modelo de bota em couro, concebido de raiz, produzido
na zona da Benedita (Alcobaça), de forma totalmente artesanal.
Esses
protótipos, explicou, foram a base da campanha de imagem já realizada,
nomeadamente um vídeo e fotografias, material que pode ser visualizado
na plataforma 'Indiegogo'. Essa página alberga projetos de todo o mundo
de 'crowdfunding', expressão inglesa para designar uma forma recente de
angariação de financiamento para um projeto através de uma comunidade
que partilha os mesmos interesses
Neste
contexto, os interessados na ideia devem efetuar, naquela página de
'crowdfunding', a pré-reserva das botas e efetuar o pagamento, ali
designado por donativo, de 75 euros por cada par. Os interessados
poderão adquirir outros produtos do projeto, como bases para copos, ou
simplesmente deixar o seu donativo para o projeto, sem efetuar qualquer
compra.
É objetivo da 'Walkest', na
campanha em curso, que decorre até 14 de outubro, atingir os 15 mil
euros e com o valor angariado dar início à produção 100% artesanal das
botas.
Os artesãos escolhidos, disse, têm mais de 50 anos de experiência no ofício.
Carlos
Gonçalves prevê que os primeiros pares comecem a ser enviados aos
compradores em meados de novembro. Com cada par, destacou o
empreendedor, seguirão uma fotografia do momento da plantação das
árvores, que serão "batizadas" com o nome dos compradores, e a
localização GPS.
O mentor do projeto
explica que a ideia se propõe promover "dois valores, nomeadamente o
artesanato e a natureza, tendo em conta que, observou, estas formas de
artesanato estão a acabar no nosso país e Portugal é o quarto do mundo
com maiores taxas de desflorestação.
O
conceito está também a ser divulgado nas empresas de calçado da região
do Tâmega e Sousa, com as quais a 'Walkest' se propõe "dinamizar
sinergias". Pretende-se, precisou Carlos Gonçalves, levar a ideia mais
longe, através das redes e canais comerciais daquelas empresas.
A
exposição do conceito 'Walkest' nas feiras em vários pontos do mundo em
que participam as empresas exportadoras da região é um dos propósitos,
explicou.
* Rendemo-nos, a ideia é brilhante!
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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Músicas plagiadas segundo a acusação do Ministério Público
Tony Carreira
‘Adeus Até um Dia’
ÁLBUM ‘Adeus Até um Dia’, 1996
ORIGINAL
‘Tzigane’, de Frédéric
François
‘Sonhos de Menino’
ÁLBUM ‘Coração Partido’, 1997
ORIGINAL
‘L’Idiot’, de Hervé Vilard
e Henri Didier René
‘Leva-me ao Céu’
ÁLBUM ‘Sonhador, Sonhador’, 1998
ORIGINAL
‘Suddenly You Love Me’,
dos The Tremeloes
‘Nas Horas da Dor’
ÁLBUM ‘Sonhador, Sonhador’, 1998
ORIGINAL
‘City of New Orleans’,
de Steve Goodman
‘O Anjo que Eu Era’
ÁLBUM ‘Sonhador, Sonhador’, 1998
ORIGINAL
‘Regarde Toi’,
de David Charvet
‘Depois de Ti Mais Nada’
ÁLBUM ‘Dois Corações Sozinhos’, 1999
ORIGINAL
‘Después de Ti...Qué’,
de Rudy Amado Perez
'Por Ti’
ÁLBUM ‘Ao Vivo no Olympia’ - 2000
ORIGINAL
‘Je T’aime’, de Lara Fabian
‘Já que Te Vais’
ÁLBUM ‘Cantor de Sonhos’ - 2001
ORIGINAL
‘Puisque Tu Pars’,
de Jean-Jacques Goldman
‘Se Acordo e Tu Não Estás’
ÁLBUM ‘Passionita Lolita’ - 2002
ORIGINAL‘Me Muero’, de Maria Graciela
Galan e Joaquin Galan Cuervo
‘Esta Falta de Ti’
ÁLBUM ‘Vagabundo por Amor’ - 2004
ORIGINAL
‘Toi qui Manques à Ma Vie’,
de Natasha St. Pier
‘Porque é que Vens’
ÁLBUM ‘O Homem que Sou’ - 2008
ORIGINAL
‘Ne Viens Pas’, de Roch Voisine
* Declaração de interesses:
Nunca gostámos de Tony Carreira como intérprete ou compositor, homem de uma vózinha só e tadinha, sem qualquer rasgo de qualidade.
Dizem que Tony Carreira é bom ser humano, não refutamos essa ideia e oxalá que seja.
Quanto aos plágios a presunção de inocência está na mesa.
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HOJE NO
"O JORNAL ECONÓMICO"
"O JORNAL ECONÓMICO"
Como os ‘emprestados’ na Liga Portuguesa escondem ‘relações perigosas’ entre clubes
É a décima nona equipa da Liga Portuguesa e parte fulcral no
atual quadro competitivo do futebol profissional em Portugal. Para esta
época, os ‘grandes’ emprestaram 26 atletas aos outros clubes do mesmo
campeonato, garantindo assim que as equipas a quem emprestam ficam mais
fracas nos duelos diretos (porque os emprestados não podem defrontar o
clube de origem, ao contrário do que acontece em competições como a Liga
dos Campeões ou Liga Europa) e que os mesmos emblemas fiquem mais
fortes perante os rivais. A regra dos empréstimos é clara (cada clube
pode receber, no máximo, três jogadores emprestados por emblema) mas a
norma já foi ultrapassada com as contratações a custo zero de atletas
(provenientes dos ‘grandes’) mas com cláusula de recompra, o que
basicamente faz com que existam jogadores com uma espécie de empréstimos
de longa duração. Tudo estaria correto se o objetivo dos empréstimos
passasse apenas pelo desenvolvimento dos atletas e equilíbrio da
competitividade na Liga. No entanto, os empréstimos têm um lado menos
claro que ajuda a explicar o enorme fosso dos ‘grandes’ para os outros
e, consequentemente, a dependência dos ‘pequenos’ para ‘águias’,
dragões’ e ‘leões’.
Desvirtuamento da verdade desportiva
“A propagação desta questão dos empréstimos pode levar a um desvirtuamento da verdade desportiva”, realça Rui Pedro Braz em entrevista ao Jornal Económico. O comentador desportivo defende que, em virtude do que está previsto nas regras de empréstimos, “há aqui um claro desequilíbrio do quadro competitivo”. Para Rui Pedro Braz existe uma questão que está no cerne desta temática: “Porque é que, por norma, os regulamentos protegem os clubes grandes? Porque por norma são os clubes grandes que conseguem fazer passar as suas ideias em Assembleias Gerais da Liga nas actualizações de regulamentos. Porque conseguem juntar aliados em torno das propostas que apresentam e isso só é possível por via da questão dos empréstimos”. No entanto, os empréstimos entre clubes da Liga Portuguesa são fundamentais para esbater o desequilíbrio de forças: “Se não fossem os jogadores emprestados pelos clubes ‘grandes’ aos mais ‘pequenos’, os clubes da principal Liga portuguesa não tinham capacidade para ter plantéis competitivos porque há um desequilíbrio de forças muito grande no futebol português e uma dependência também de grande dimensão relativamente aos ditos ‘grandes’”, defende o comentador desportivo. E essa dependência não passa apenas pelos emprestados mas também pelas receitas que os mais ‘pequenos’ garantem quando recebem a visita dos três ‘grandes’.
Clique na imagem, depois clique em "ver imagem", por fim clique na nova imagem que amplia e permite consultar as legendas
E perante o limite colocado na lei dos empréstimos, os ‘grandes’ trataram de explorar as lacunas da lei aumentando assim o contingente de jogadores em equipas com menos argumentos competitivos: cede-se um atleta a título definitivo e o clube de origem fica com 50% dos direitos económicos garantindo uma cláusula de recompra simbólica. “Se isto continuar a acontecer, corremos o risco de ter várias equipas da Liga com seis, sete, oito jogadores, dez jogadores emprestados pelos grandes”, assegura Rui Pedro Braz. O comentador desportivo considera que “esta é das situações mais urgentes para regulamentar, isto tem implicações económicas, desportivas, legais e tem implicações em termos do que é a progressão da carreira de um jogador”.
No meio da teia de interesses que envolve as relações dos clubes da Liga Portuguesa, e no que se relaciona com os empréstimos, há um aspeto que é raramente acautelado e que deveria ser, para todos os efeitos, o primeiro objetivo quando um atleta é emprestado: o desenvolvimento do próprio jogador. “Muitas vezes”, sublinha Rui Pedro Braz, “o jogador não tem uma palavra a dizer sobre estas movimentações e o atleta acaba por aceitar porque não quer entrar em choque com a entidade patronal ou criar problemas que possam chocar com a sua progressão de carreira”.
Votos na Liga: Uns contra os outros
No turbulento ambiente do futebol português, aceita-se que existam clubes que, em virtude dos empréstimos, votem ao lado do clube que lhes empresta jogadores? Para Rui Pedro Braz, essa situação “cria uma ideia que a competição, em vez de serem todos contra todos, são uns contra os outros, uma situação em que uns ajudam a assegurar a manutenção de outros ou a garantir o título. Isso não é saudável”. E a ‘salubridade’ das relações entre clubes no futebol português diz muito daquele que é o enorme distanciamento para competições que já perceberam que o futebol só pode sobreviver enquanto modelo de negócio sustentável e que ajude a equilibrar, de forma saudável, a rentabilidade dos clubes mais ‘pequenos’. “O futebol português está a caminhar para um rumo muito perigoso porque os dirigentes não têm cultura desportiva suficiente, não têm ‘know-how’ do negócio, não têm distanciamento suficiente para se puderem sentar à mesa e discutir os verdadeiros problemas do futebol de forma que esta modalidade possa evoluir de uma forma positiva para todos enquanto negócio”, recorda o comentador desportivo.
Desvirtuamento da verdade desportiva
“A propagação desta questão dos empréstimos pode levar a um desvirtuamento da verdade desportiva”, realça Rui Pedro Braz em entrevista ao Jornal Económico. O comentador desportivo defende que, em virtude do que está previsto nas regras de empréstimos, “há aqui um claro desequilíbrio do quadro competitivo”. Para Rui Pedro Braz existe uma questão que está no cerne desta temática: “Porque é que, por norma, os regulamentos protegem os clubes grandes? Porque por norma são os clubes grandes que conseguem fazer passar as suas ideias em Assembleias Gerais da Liga nas actualizações de regulamentos. Porque conseguem juntar aliados em torno das propostas que apresentam e isso só é possível por via da questão dos empréstimos”. No entanto, os empréstimos entre clubes da Liga Portuguesa são fundamentais para esbater o desequilíbrio de forças: “Se não fossem os jogadores emprestados pelos clubes ‘grandes’ aos mais ‘pequenos’, os clubes da principal Liga portuguesa não tinham capacidade para ter plantéis competitivos porque há um desequilíbrio de forças muito grande no futebol português e uma dependência também de grande dimensão relativamente aos ditos ‘grandes’”, defende o comentador desportivo. E essa dependência não passa apenas pelos emprestados mas também pelas receitas que os mais ‘pequenos’ garantem quando recebem a visita dos três ‘grandes’.
Clique na imagem, depois clique em "ver imagem", por fim clique na nova imagem que amplia e permite consultar as legendas
E perante o limite colocado na lei dos empréstimos, os ‘grandes’ trataram de explorar as lacunas da lei aumentando assim o contingente de jogadores em equipas com menos argumentos competitivos: cede-se um atleta a título definitivo e o clube de origem fica com 50% dos direitos económicos garantindo uma cláusula de recompra simbólica. “Se isto continuar a acontecer, corremos o risco de ter várias equipas da Liga com seis, sete, oito jogadores, dez jogadores emprestados pelos grandes”, assegura Rui Pedro Braz. O comentador desportivo considera que “esta é das situações mais urgentes para regulamentar, isto tem implicações económicas, desportivas, legais e tem implicações em termos do que é a progressão da carreira de um jogador”.
No meio da teia de interesses que envolve as relações dos clubes da Liga Portuguesa, e no que se relaciona com os empréstimos, há um aspeto que é raramente acautelado e que deveria ser, para todos os efeitos, o primeiro objetivo quando um atleta é emprestado: o desenvolvimento do próprio jogador. “Muitas vezes”, sublinha Rui Pedro Braz, “o jogador não tem uma palavra a dizer sobre estas movimentações e o atleta acaba por aceitar porque não quer entrar em choque com a entidade patronal ou criar problemas que possam chocar com a sua progressão de carreira”.
Votos na Liga: Uns contra os outros
No turbulento ambiente do futebol português, aceita-se que existam clubes que, em virtude dos empréstimos, votem ao lado do clube que lhes empresta jogadores? Para Rui Pedro Braz, essa situação “cria uma ideia que a competição, em vez de serem todos contra todos, são uns contra os outros, uma situação em que uns ajudam a assegurar a manutenção de outros ou a garantir o título. Isso não é saudável”. E a ‘salubridade’ das relações entre clubes no futebol português diz muito daquele que é o enorme distanciamento para competições que já perceberam que o futebol só pode sobreviver enquanto modelo de negócio sustentável e que ajude a equilibrar, de forma saudável, a rentabilidade dos clubes mais ‘pequenos’. “O futebol português está a caminhar para um rumo muito perigoso porque os dirigentes não têm cultura desportiva suficiente, não têm ‘know-how’ do negócio, não têm distanciamento suficiente para se puderem sentar à mesa e discutir os verdadeiros problemas do futebol de forma que esta modalidade possa evoluir de uma forma positiva para todos enquanto negócio”, recorda o comentador desportivo.
“Cada um quer ganhar a todo o custo”
Em Inglaterra, exemplo máximo do futebol negócio traduzido em futebol espetáculo (e onde, importa recordar, não é possível o empréstimo de jogadores a emblemas do mesmo escalão), os clubes pararam para pensar, como recorda Rui Pedro Braz em entrevista ao Jornal Económico: “Estava-se a chegar a um ponto de rutura na liga inglesa (os clubes ingleses estavam a perder peso na Europa) e de repente, criou-se a Premier League porque todos se sentaram para trabalhar de forma criar uma marca, um futebol negócio, e caminhou-se na direcção do que é hoje uma das melhores Ligas do mundo”.
E em Portugal, é possível equacionar alguma mudança para os próximos anos? O comentador desportivo e jornalista não vê forma disso acontecer, pelo menos com o atual quadro de dirigentes do futebol português: “Em Portugal, estão todos fechados sobre si próprios, cada um quer ganhar a todo o custo sem querer saber o rumo que o futebol português está a seguir. E isso é grave. Os dirigentes não têm qualquer problema em matar o negócio desde que a sua marca floresça e o seu clube atinja resultados desportivos. Mas há que perceber uma coisa: ninguém joga sozinho! Existe um fosso cada vez maior entre os três grandes e os outros e se esse fosso atingir uma dimensão esmagadora, os clubes mais pequenos vão fechar portas porque não têm hipóteses de continuar a suportar os custos que o futebol profissional tem hoje em dia. Hoje praticam-se salários milionários nos clubes grandes e existia um grande amadorismo nos ‘grandes’. Portanto, o fosso que existia era de dimensão desportiva e não um fosso de dimensão financeira como aquele que existe hoje. Caminhamos para um monopólio e qualquer dia temos os três grandes a jogar entre si”.
Em Inglaterra, exemplo máximo do futebol negócio traduzido em futebol espetáculo (e onde, importa recordar, não é possível o empréstimo de jogadores a emblemas do mesmo escalão), os clubes pararam para pensar, como recorda Rui Pedro Braz em entrevista ao Jornal Económico: “Estava-se a chegar a um ponto de rutura na liga inglesa (os clubes ingleses estavam a perder peso na Europa) e de repente, criou-se a Premier League porque todos se sentaram para trabalhar de forma criar uma marca, um futebol negócio, e caminhou-se na direcção do que é hoje uma das melhores Ligas do mundo”.
E em Portugal, é possível equacionar alguma mudança para os próximos anos? O comentador desportivo e jornalista não vê forma disso acontecer, pelo menos com o atual quadro de dirigentes do futebol português: “Em Portugal, estão todos fechados sobre si próprios, cada um quer ganhar a todo o custo sem querer saber o rumo que o futebol português está a seguir. E isso é grave. Os dirigentes não têm qualquer problema em matar o negócio desde que a sua marca floresça e o seu clube atinja resultados desportivos. Mas há que perceber uma coisa: ninguém joga sozinho! Existe um fosso cada vez maior entre os três grandes e os outros e se esse fosso atingir uma dimensão esmagadora, os clubes mais pequenos vão fechar portas porque não têm hipóteses de continuar a suportar os custos que o futebol profissional tem hoje em dia. Hoje praticam-se salários milionários nos clubes grandes e existia um grande amadorismo nos ‘grandes’. Portanto, o fosso que existia era de dimensão desportiva e não um fosso de dimensão financeira como aquele que existe hoje. Caminhamos para um monopólio e qualquer dia temos os três grandes a jogar entre si”.
* Repetimos, alguém acredita que futebol é desporto?
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